Por Edu

Estava no closet me arrumando, pensando na festa e em todos em que estariam lá. Pelo que pude arrancar de Lauro, seria algo no estilo gala e Malu estava na frente da organização. Essa mulher estava me deixando de cabelo em pé, uma hora estava arredia como um potro selvagem, e em outra mansa como um cordeiro.

Os dias após o fatídico desmaio dela foram muito bons, uma vez que a estava levando quase todos os dias para o trabalho. Quando eu não podia, pedia para que um táxi sempre estivesse a sua disposição. Sinceramente, até agora não entendi o que realmente aconteceu naquele dia, ela se mostrava nervosa toda vez que eu tocava no assunto, então deixei de lado.

Passei a conversar com dona Edna tia da Malu, que por sinal era muito simpática e demostrava um amor incondicional pela sobrinha, eu sinceramente ficava admirado com uma expressão de amor tão forte. Nós combinamos que seria legal a Malu ter uma companhia para ir trabalhar e eu prontamente me ofereci, já que não seria nem de longe um sacrifício.

Meus pensamentos se dissiparam quando ouvi uma batida na porta do meu quarto.

- Querido, você está pronto? - Nossa era minha mãe ela não podia pelo menos ter esperado que sua entrada fosse autorizar?.

- Mãe, já pedi para bater e esperar. Imagina se estivesse como vim ao mundo? - ela fez cara de que pouco se importava.

- Filho não há nada aí que eu não tenha visto quando você era menor. Além do mais vejo que ainda não se encontra pronto.

- Não estou pronto e nem com pressa, hoje é sábado e ninguém será tão pontual.

- Eu odeio atrasos, sendo assim estou indo!

- Mãe por quê de tanta pressa? Podemos ir juntos no mesmo carro! - minha mãe nem quis saber, me deu as costas e quando já estava na porta do quarto, falou sobre os ombros.

- Pelo menos alguém dessa família tem que ter juízo e classe. - saiu e me deixou falando sozinho.

Deus, cada dia minha mãe estava mais soberba. Eu a amava, mas esse seu lado me incomodava ao extremo, não só a mim como a meu pai também. Mas essa não era uma noite para problemas e irritação, então minha mãe que agisse como quisesse.

Um tempo depois constatei que estava realmente atrasado para minha própria festa e achei hilário.

Normalmente mulher é quem tem a fama que demora a se arrumar, mas eu sempre tive uma queda por me vestir bem.

Essa noite eu escolhi um terno Dolce & Gabana, ele tinha corte e caimento perfeitos, e sem contar que fora presente da minha mãe. O Sapato¹ preto da "Casa Testoni", barba rala - minha preferida - e um perfume completaram o conjunto.

Um Chrysler 300c prata, sem encontrava estacionado na entrada da casa e com um motorista em pé me aguardando. Minha mãe não perdia a oportunidade de ostentar e demonstrar grandeza, mas só por hoje eu aceitaria tal coisa. Daria-me até ao direito de tomar algumas taças de um bom Prosseco Ruffino². E como eu bem sabia que volante e álcool não combinavam, o motorista foi providencial.

O trajeto até o local foi feito de forma tranquila, quando o motorista estacionou o carro pude ver a imponência do lugar. Estava tudo lindo e sofisticado. A entrada digna de uma festa do "Oscar". Lauro e Beth estavam na porta recepcionando os convidados e assim que me viram, lançaram largos sorrisos em minha direção. Imediatamente segui em cumprimenta-los.

- Boa Noite! Lauro, Beth. - Lauro me deu um aperto de mão caloroso e um tapinha nas costas.

- Até que enfim o homenageado da noite chegou! - Sorri para ele.

- Sim, e pronto para aproveitar a noite - nesse momento Beth, se dirigiu a mim de uma forma polida e graciosa.

- Boa Noite Eduardo! E seja bem vindo a sua festa. Espero que goste de tudo, pois Malu junto com Emilly Portié fizeram um trabalho excepcional neste lugar.

- Obrigada Beth. E espero mesmo aproveitar muito dessa festa. Mas deixe-me ir, pois terei que falar com muitas pessoas eu suponho? - Lauro sorria.

- Sim Eduardo, vá se socializar, temos muitos clientes em potencial. - nesse momento Beth dá uma cotovelada discreta em Lauro e solta uma reprimenda.

- Lauro, hoje é dia de festa! Não de garimpar clientes. Vá Eduardo antes que esse aqui perca o juízo de vez. - Eu sorri para ambos e segui para dentro do lugar.

🎆🎆🎆

O local estava muito bonito, pessoas circulavam de um lado para o outro e de repente me vi em um turbilhão de abraços e congratulações por meu novo emprego. Pude ver algumas pessoas conhecidas do meu antigo trabalho. Fui seguindo o fluxo de pessoas, mas ao longe pude vê-la.

Meu Deus, aquela mulher estava divina, em um vestido vermelho sangue, minha cor favorita em mulheres. Ela estava distraída conversando com um casal, eu queria chegar o mais rápido ao seu lado, mas infelizmente fui interceptado no caminho e levado até a mesa dos Camargo e Correa. Que era uma família respeitadíssima, no âmbito jurídico, com desembargadores, juízes e promotores entre seus familiares.
O papo estava girando em torno de banalidades da profissão, porém em segundos meu mundo veio a baixo.

Quando Lauro vem me apresentar uma colega de trabalho.

- Com licença senhores, mas preciso apresentar alguém ao nosso ilustre homenageado. Eu estava de costas e quando me virei, dei de cara com Lauro e Penélope. Engoli em seco ao ver aquela víbora.

Pude verificar nitidamente o desconforto de Penélope, imaginei que ela estava tão surpresa quanto eu. Ela tentando não transparecer, deu um sorriso amarelo em minha direção e estendeu a mão para me cumprimentar. Polidamente estendi a mão para cumprimenta-la. Como Lauro estava distraído com outra pessoa, dirigi a palavra a ela de forma dura e fria.

- Não pense que o fato de estarmos na mesma empresa, lhe dará a possibilidade de se aproximar de mim - falei baixo e bem próximo ao seu ouvido, não deixando que as demais pessoas ouvissem o que eu dizia.

- Nunca imaginei que você seria o homenageado da noite. - Vi que ela estava com um semblante caído, entretanto não amoleci.

- Imagina a decepção ao encontrá-la aqui, mas sinceramente não quero perder minha noite olhando para sua cara, então acho melhor você ir.

- O que? - o olhar dela era de espanto. - você está me mandando embora da sua festa?

- Entenda como quiser, mas não apareça mais na minha frente esta noite. Pois eu não serei tão educado - quando ela viu que eu falava sério, saiu em disparada. Lauro, que já estava seguindo até a minha direção, perguntou o que houve, eu simplesmente disse que não sabia.

Depois disso resolvi sair e respirar ar puro. Como essa mulher podia trabalhar na mesma empresa que agora sou sócio? Só podia ser uma brincadeira de extremo mau gosto, isso era um pesadelo do qual eu precisava acordar.

Fui para a área externa, e caminhei até um chafariz, fiquei a admirar água que esguichava de forma continua. Eu estava concentrado, nem sei quanto tempo passou, mas com certeza as pessoas já sentiram minha falta.

Ouvi barulho de sapato e olhei na direção do ruído, e lá estava ela. Meu Deus como essa mulher era linda! Malu vinha em minha direção, de forma cautelosa. Soltei um suspiro para esquecer o que me levara até ali. E direcionei a Malu meu melhor sorriso, quando já estávamos um de frente ao outro, ela me deu um misero "oi". Não me fazendo de rogado disparei.

- Oi, você está linda! - vi que ela ficou sem graça, mas era a mais pura verdade.

Ela elogiou meu terno, e até disse qual era a marca. Mulher que entendia de ternos, nossa isso muito legal, falei que ela era perfeita e que queria saber sobre o que mais ela entendia. Mas como sempre ela desconversou.

De forma instintiva, convidei-a para conhecer meus pais, porém não disse isso a ela, falei que eram alguns conhecidos, e depois de certa insistência teve uma resposta positiva da parte dela.

Quando chegamos à mesa da minha família, meu pai a tratou de forma muito gentil e cortês. Entretanto dona Helena, como sempre tinha a mania de querer ser superior, Malu não se abateu em nenhum momento e soube responder de forma educada.

O mais engraçado foi ter que ver minha mãe elogiar, toda a organização do evento, mal sabendo que Malu era a responsável e quando soube, teve que se render a eficiência e ao talento que se encontrava a sua frente.

Mas eu fiquei chateado, quando perguntei por Maria e ela me deu uma resposta atravessada. Sempre fui respeitoso com meus pais, porém minha mãe mexeu no meu calcanhar de Aquiles. Sempre deixei claro que o lugar que Maria ocupava em nossas vidas era de uma pessoa da família, e isso não iria mudar.

Assim que Maria chegou, lhe apresentei a Malu e vi em seus olhos o carinho e aprovação pela mulher linda que estava a sua frente. Eu conhecia Maria muito bem e podia jurar que quando eu chegasse em casa ela iria querer sabe tudo sobre Malu. As duas trocaram algumas palavras e falei que depois gostaria de conversar com Maria.

Seguimos para o salão de baile, que por sinal estava repleto de pessoas dançando, Sex Machine de James Brown era a música que agitava a galera. Era legal demais ver todos se divertindo, olhei para Malu e não resisti, chamei para dançar.

- Dança comigo? - ela me olhou de forma questionadora, mas eu realmente queria dançar e a escolha não podia ser melhor.

- Sinceramente?! Não sei dançar essas músicas - Malu falou de forma envergonhada.

- Não acredito no que estou ouvindo, você não sabe dançar ou não sabe dançar essa música que está tocando? - ela me olhou com altivez e vi que Toquei em um ponto fraco, ela iria aceitar.

- Não sei dançar essa música, pois nunca tive o hábito. Mas quem sabe, quando tocar outra eu não te dou a honrar, de sentir o peso do meu pé desengonçado - agora ela estava sorrindo.

- Então terei que esperar até tocar uma música que você goste para podermos dançar? - ela confirmou - Hum... acho que tenho a música certa para dançarmos - olhei aquela mulher linda ao meu lado, e quando ameacei sair, pegou em meu braço de forma delicada.

- Aonde você vai? - Vi aqueles olhos castanhos, que brilhavam e me hipnotizavam - Não faça nenhuma tolice.

- Não farei, mas uma dança é tudo que te peço nesse momento.

- Está bem, mas já te aviso não sei dançar nada. - Sorri para ela, meu pensamento era um só "nada me faria mudar de ideia, essa noite era nossa".

- Me espere aqui, eu já volto! - ela confirmou com a cabeça - Eu já estava em êxtase só de me imaginar dançando com ela.

" Porque essa noite seria inesquecível".

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Demorou mais saiu o capítulo!!!!🎉🎉🎉🎉🎉🎉
Fiquem alerta, porque quando vocês menos esperarem aparece outro. 🎊

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Só gostaríamos de explicar o seguinte algumas pessoas reclamaram, porque o capitulo que fora prometi para o fim de semana não saiu.

Mas avisamos através de mensagem a todos os seguidores, o porque da não publicação do capítulo.

Se você não recebeu e porque não nos segue. Dica se vocês, seguirem o nosso perfil vão receber mensagens nossa com informações de postagens e outras coisas.

Obrigada a todas as lindas, que estão votando, comentando e seguindo. Aos fantasminhas que não aparecem mas lêem o livro..... Beijos de Paz

Lu e Eliz 💕💕💕

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1 - Testoni é uma casa de sapatos de alto custo que foi fundada em Bolonha no ano 1929, por Amedeo Testoni, e é conhecida pela técnica de Norvegese. Os sapatos são resistentes à água, feito da melhor e mais durável pele de jacaré do mundo. Seu interior recebeu forro com a macia pele de cabra e em cima uma fivela de ouro.

2 - Prosseco Ruffino - A vinícola
Ruffino foi fundada em 1877 pelos primos Ilario e Leopoldo Ruffino, em Pontassieve (Chianti/Toscana).