Chapter 40
Telespectador
Antes que Charlie pudesse apertar o gatilho da escopeta, Sidney chegou por trás e atacou a cabeça do homem com o pedaço de madeira que encontrou, aquilo o desnorteou por alguns segundos, segundos suficientes para Sam chutar o estômago de Charlie, o fazendo cambalear para trás e cair no chão.
— A vida não é como nos filmes, não é, Charlie ? - Sidney olhou para o homem que tinha acabado de cair no chão.
— Que se dane os filmes - Ele cuspiu um pouco de sangue no chão.
— Você tem razão, que se dane os filmes. - Sidney atacou novamente o rosto dele com aquele pedaço de madeira, fazendo um arranhão no rosto do Walker
Charlie cuspiu mais sangue que da última vez, aquela pancada deve ter arrancado no mínimo um dente da boca dele. De repente, uma risada foi ouvida, ela era fraca mas bem presente, Charlie estava rindo e nenhuma delas entendia o motivo, já que ele aparentava estar perdendo aquela batalha.
— Você deveria me agradecer - Ele tirou o cabelo do seu rosto e olhou para a Prescott.
— Pelo que ? - Sidney arqueou a sobrancelha. — Por quase matar a Gale e ameaçar a todos que eu amo ?
— Eu salvei a sua filha - Charlie falou ao sentir o pé de Sidney sobre o seu peitoral.
— Do que está falando ? - Sidney cerrou os olhos, ela estava confusa com o que Walker estava querendo revelar.
— Sua filha ia ser estuprada pelo querido professor de cinema - Charlie soltou um risada. — Minha irmã matou ele enquanto eu o distraía pelo telefone.
— O que ?... - Sidney sentiu o seu coração errar algumas batidas, ela não podia acreditar naquilo, ela não queria acreditar.
— Sua ingrata! - Ele gritou para ela. — Sua querida filha estava sendo molestada por ele e você não estava lá para protegê-la.
— Cale a boca! - Sidney gritou.
A mulher não aguentava pensar naquela possibilidade, sua filha não havia lhe dito nada, mesmo notando que durante uma certa ligação, ela estava um pouco mais calada que o normal, como ela poderia ser tão burra e não desconfiar que algo teria acontecido ? Sidney sentiu que falhou como mãe.
Charlie viu que Sidney baixou a sua guarda por um milésimo se segundo e se aproveitou disso, ele sabia que se falasse isso, a mais velha iria perder a postura e ele conseguiria sair como vencedor. Walker segurou firme a perna de Sidney que estava sobre o seu peito e a segurou firme enquanto usava a sua outra mão para atirar rapidamente contra a Prescott que estava distraída em seus pensamentos.
O tiro acertou no estômago da Prescott, fazendo-a cair para trás, logo, formando uma poça de sangue que aos poucos sujava o chão. Charlie se levantou do chão, com um pouco de dificuldade, mas se manteve firme. Sam viu aquilo e tentou impedir, mas assim que a morena se levantou foi golpeada no rosto.
— Não se intrometa - Charlie falou após golpear o rosto da Sam com a escopeta.
— Sam! - Tara não controlou o volume de sua voz assim que viu sua irmã sendo acertada.
Tara, no impulso, tentou se levantar do chão, pois ela estava junto de Kirby, e correr até a sua irmã para defende-la, mas, ao ver isso, Charlie atirou no chão, próximo onde estava o pé de Tara, assustando a garota.
— Se você se mexer, sua irmã morre - Ele foi claro na ameaça, isso fez com que Tara permanecesse parada no mesmo local.
Charlie voltou a sua arma para Sidney, mas não tirava o olho de Sam, pois a garota poderia se mover a qualquer momento. O homem respirou fundo como se tivesse tirando uma tensão de suas costas, esquecendo que levou uma facada no ombro a alguns minutos atrás.
— Sabe ? - Charlie olhou para Sidney. — Eu trabalhei duro para alegrar a sua prima e o que eu ganhei ?
Ele fez uma pequena pausa dramática para olhar o sangue que saída da barriga de Sidney.
— Traição. A Jill Roberts me traiu e advinha ?! - Charlie começou a rir. — A Vadia ganhou todos os créditos, eu fui esquecido, ninguém ao menos tocava no meu nome.
— Que horrível... - Sidney debochou enquanto revirava os olhos.
— Horrível, seria se você sobrevivesse mais uma vez... - Charlie apontou a arma para a cabeça de Sidney.
Ele estava pronto para apertar aquele gatilho, mas passos foram dados logo atrás de si, chamando a sua atenção, por reflexo, Charlie olhou para trás e sorriu com o que viu.
— Quinn, chegou em boa hora. - Charlie voltou sua atenção para Sidney. — Mate aquela ali e eu cuido dessa...
Charlie apontou para Sam, indicando que a pessoa, que usava a máscara de Ghostface e uma fantasia típica. A pessoa na qual estava com a máscara no rosto, intercalou o olhar entre Sidney e Charlie. Uma raiva surgiu dentro de si ao ver aquela cena. O mascarado se aproximou em passos lentos até Sam, assim como Charlie mandou.
— Se você fizer algo... - Sam já estava preparada para revidar qualquer ataque que viria do mascarado, mas algo fez ela parar.
O mascarado se abaixou para ficar na mesma altura que Sam e tirou de dentro de sua fantasia, uma faca em suas mãos. Sam pensou que aquilo seria um tipo de piada, mas quando ela se viu encarando onde seriam os olhos da pessoas por trás da máscara, Sam percebeu que aquela não era a Quinn. Após entregar a faca nas mãos de Sam, Max, que agora estava sobre a fantasia de Ghostface, chegou bem próximo a Charlie, se aproveitando do fato que ele achava que ela seria a sua irmã.
— Quais são suas últimas palavras, Sidney ? - Charlie se preparou para apertar o gatilho.
— Jamais dê as costas para o assassino - Max sussurrou próximo ao ouvido de Charlie antes de enfiar uma faca nas suas costas, assim como ela havia feito com Quinn.
Por alguma razão, aquela lâmina perfurou o colete, no qual ele estava usando para se defender de balas ou de golpes, e atingiu alguns de seus órgãos.
— Como você... - Ele parou de falar quando sentiu a lâmina girar dentro de si.
— Você não é e nem nunca vai ser mais esperto que a Jill - Maxine disse calmamente enquanto mantinha a faca dentro do estômago de Charlie.
— Eu sou mais forte que ela... - Ele sorriu de lado, mesmo sentindo dor, aquilo era o que motivava ele a continuar, um bom trabalho não poderia ser concluído sem dor.
Charlie passou a sua perna por trás do pé de Maxine e o puxou, desequilibrando a garota, que não caiu no chão, mas acabou cambaleando um pouco para trás, deixando Charlie livre da faca que estava me suas costas poucos segundos antes.
Walker correu em direção a escada enferrujada que levava direto para o teto, onde tinham várias vigas de metal sustentando o telhado e algumas lâmpadas que iluminavam o local. Maxine não perdeu tempo e correu atrás dele, mas claro que não seria tão fácil assim.
— Sentiu minha falta ? - Quinn estava sangrando por conta do ferimento em seu estômago, mas ela era motivada o suficiente para se manter em pé. — Você fica uma gracinha com a roupa da sua prima e a máscara do seu tio.
— Pode ir, eu cuido dela - Sam se levantou do chão e pôs em sua mão a faca que Maxine tinha lhe entregado.
Sam já estava com raiva o suficiente daquela ruiva, alguns poderiam dizer que ela estava dominada pelos ciúmes, mas o motivo da raiva não importava agora, o que importa é vencer. Mesmo que o seu inimigo esteja segurando um machado maior que o seu próprio corpo.
Maxine concordou com aquilo e teve o seu caminho livre quando Sam começou a atacar Quinn, fazendo com que a ruiva tentasse desviar da lâmina que ia contra o seu rosto a cada poucos segundos, sendo assim, golpes rápidos e contínuos. Charlie já tinha chegado no topo daquela escada e se apoiou no primeiro suporte vertical, de metal, que ele encontrou, se equilibrando em cima e se pondo em pé.
— Vejo que está seguindo os passos da sua família- Charlie elogiou enquanto ajeitava a sua postura, tentando manter o equilíbrio. Seu único azar eram que garotas tinham um melhor centro de equilíbrio.
Maxine, assim que colocou os seus pés sobre o suporte de metal, retirou a máscara do Roman e a jogou no ar já que não iria mais precisar usá-la. Max colocou a sua faca em mãos e se equilibrou melhor em cima daquilo. Aquele lugar era perigoso, um passo em falso e poderia ser uma queda fatal.
— Vou acabar com isso - Falou Maxine enquanto estava se referindo a tudo envolvendo o Ghostface.
— Antes ou depois da sua mãe morrer ? - Charlie sorriu e apontou para baixo.
Maxine olhou brevemente para baixo e viu que Kirby estava fazendo uma compressão no estômago de Sidney, Tara estava tentando ajudar a sua irmã contra a Quinn, mas estava ficando difícil já que Quinn era muito ágil ao manusear o seu machado.
— Eu não devia ter deixado a Quinn cometer o mesmo erro que eu - Charlie falava. — Vocês não são confiáveis.
— Vocês dois deveriam estar em um manicômio - Max voltou o seu olhar para ele, que logo sorriu com o que ela tinha dito.
— Sabia que ela até passou esse lugar para o seu nome ? - Charlie comentou enquanto achava aquilo tudo muito engraçado.
— Por que ? - Max serrou os olhos, ela estava atenta para caso Charlie tentasse manipular ela com as suas falas.
— Por amor... - Ele deu de ombros.
— Eu já amo outra pessoa - Maxine comentou e Charlie concordou.
— Eu falei a ela. - Charlie voltou a falar. — Avisei inúmeras vezes e no final eu estava certo sobre uma coisa.
— Sobre o que ? - Maxine deu um passo para frente tentando arranjar uma abertura para atacar.
— Era melhor ter deixado o seu professor vivo, ele não era um cara tão mal quanto pareceu - Charlie sorriu pois sabia que aquilo iria afetar o emocional da garota.
— Foi você... - Maxine ficou paralisada por alguns segundos, processando o que acabou de escutar.
— Quinn quem matou ele, eu fiz apenas algumas ligações - Charlie deu de ombros. — Quinn atacou o apartamento naquele dia, você acha que foi coincidência sair ilesa de lá ?
Maxine parou para pensar tudo aquilo que ele estava dizendo, tudo fazia sentido, quando ela se pendurou nas costas do tal Ghostface, ele nunca tentou machucá-la, apenas se defender, nem ao menos quando os dois caíram no chão, ele poderia muito bem ter atacado ela ali, mas não fez.
— Mas no dia do mercado... - Maxine foi interrompida pela risada do Charlie.
— Aquilo fui eu - Ele respondeu orgulhoso. — Mesmo que Quinn tenha me dado vários sermões
— Você quase me matou! - Maxine elevou a sua voz
— Vou corrigir esse erro agora. - Charlie deu um passo para frente.
Sem tempo para piscar, Charlie se apressou e tentou atacar Maxine, tudo que ele precisava era que a garota colocasse o pé para fora daquele suporte, assim ele poderia matá-la de uma vez só. Maxine até então não conseguia atacar de volta, era quase um duelo de espadas, onde apenas um deles dava os passos para frente.
— Você quer ser lembrado ? - Maxine estava se referindo a fama que ele não recebeu quando foi traído por Jill. — Eu vou fazer questão de estampar a sua cara no seu túmulo quando eu acabar com você.
A ameaça de Maxine foi clara, ela não era mais uma garota indefesa, haviam outras coisas que a motivavam a fazer tudo aquilo, tirando o incentivo dos seus parentes mortos que torciam pela vitória da garota, mas pela raiva de ver tantos amigos e família mortos ou morrendo.
Maxine viu uma abertura no rosto de Charlie e atacou ali mesmo, quando a lâmina passou pela bochecha dele, a Prescott aproveitou a distração para enfiar a faca sobre a coxa de Charlie, pois todo o seu equilíbrio estava ali.
Ao sentir a for, Walker escorregou de lá, mas antes de cair, ele se agarrou no suporte com os dois braços e ficou pendurado lá mesmo, enquanto Maxine sorria vitoriosa. A Prescott mais nova dava alguns passos na direção dele.
— Eu deveria ter deixado você ser estuprada - Charlie estava bravo, já não tinha mais controle do que saía de sua boca.
Maxine sentiu o seu sangue ferver quando ouviu aquilo, ela se lembrou dos momentos em que não conseguia parar de chorar pois os toques ainda eram sentidos sobre a pele dela. Ela não queria reviver aquilo de novo.
— Mire sempre na cabeça... -Maxine cerrou os dentes e ergueu a sua faca.
Charlie não teve tempo de processar o que iria acontecer, ele apenas viu a Prescott erguer a faca e fincar bem no meio de sua boca, ali ele iria se calar para sempre.
— Me diz, Charlie... - Maxine se aproximou do rosto dele. — Morrer é como nos filmes ?
Charlie não conseguiu responder pois estava se engasgando com o próprio sangue, então Maxine retirou a faca de dentro da boca dele e fincou bem no meio do seu crânio, matando o homem de uma vez por todos. O seu corpo, já se vida, se soltou do suporte e caiu de lá.
Maxine observou o rapaz caindo até atingir o chão, onde o seu corpo ficou totalmente esmagado e o sangue pintava todo o chão.
— Parece que você perdeu um irmãozinho - Sam sorriu para Quinn que encarada horrorizada o corpo do seu irmão no chão.
— Sam, agora! - Tara gritou e ambas correram em direção a Quinn.
Quinn tinha se distraído, deixando uma oportunidade para as irmãs Carpenter correrem e empurrarem a ruiva para o andar de baixo, onde Charlie havia caído. Os gritos de Quinn foram ouvidos, cada vez mais baixo, por conta da queda, o seu machado foi o último a cair. Assim que Quinn chegou ao chão, sua cabeça bateu contra a madeira, fazendo um corte ali.
Os olhos da ruiva se arregalaram quando viu o seu machado caindo em sua direção, seu corpo estava quebrado demais para se mover, então, sem se defender, o seu machado acertou em cheio bem no meio de sua cabeça. Finalmente elas tinham vencido, tudo estava acabado, os assassinos estavam finalmente mortos.
Maxine respirava fundo, tentando por de volta em seu pulmão, todo o ar perdido durante a luta contra Charlie.
— Bom trabalho... - Ela ouviu a voz de Jill.
Roman e Jill estava ali ao seu lado, ambos com um sorriso no rosto e braços cruzados, Maxine olhou para eles e antes de falar algo, os dois começaram a sumir aos poucos, não tinha mais nada para eles fazerem, então iriam descansar um pouco, seja lá onde eles estiverem.
— Obrigada... - Maxine sussurrou em agradecimento antes dos dois finalmente sumirem.
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Queria agradecer a todo mundo que leu a história até aqui, vocês não sabem o quanto eu sou grata por cada comentário que me fez rir.
Sério, não consigo descrever em palavras o quanto eu estou orgulhosa por essa história, não se preocupem, esse não é o último capítulo.
O último capítulo ainda vai sair, mas vai ser um bônus, um final de como as vidas delas vão estar de agora em diante, os traumas que ficaram e o desenvolvimento deles.
Então até o próximo e último capítulo ❤️
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