Chapter 38
O maior erro foi todas terem se separado, mesmo estando em vantagem, os irmãos assassinos tinham armas ao seu favor, Charlie tinha a sua serra elétrica e a Quinn tinha um de seus machados colecionáveis.
Sidney e Kirby conseguiram se manter juntas, pois optaram por correr na direção de um dos corredores que tinha ali, ele dava a volta pelo teatro, passando pela área do bar, isso daria a elas várias vantagens para tentar despistar Charlie, que estava correndo atrás delas com a serra elétrica em mãos.
Max aproveitou que Charlie estava correndo atrás de Sidney e Kirby, para correr em direção a parte de cima do teatro, conde ficavam as fantasias dos Ghostfaces antigos, Sam e Tara também fizeram o mesmo, porém as irmãs correram para o lado oposto. Uma horrível sensação de dejavu tomou conta de Max, pois a última vez que elas se esconderam assim, a garota levou uma machadada em sua barriga.
Maxine Prescott
Corri o mais rápido que conseguia para trás do primeiro mostruário onde estavam as fantasias, nem reparei em quem era o dono da fantasia, mas sei que ele não vai se importar de me ter escondida aqui atrás. Meu coração estava batendo muito rápido, eu podia sentir ele colidindo contra a minha caixa torácica.
Charlie já tinha sumido atrás da minha mãe e da Kirby, agora apenas Sam e Tara estavam comigo, mas as duas irmãs estavam do outro lado, também escondidas.
Quinn andou até o centro do local, ela não tinha nenhuma pressa em saber onde estávamos, parece que ela sabia que iria encontrar uma de nós a qualquer hora.
— Não torne as coisas mais difíceis, Max. Eu não quero machucar você.
Quinn falava enquanto erguia o seu machado para cima de sua cabeça, se preparando para atacar o primeiro manequim com a fantasia, por sorte, ela tinha escolhido um que não tinha nenhuma de nós atrás. A lâmina do machado cortou ao meio todo o manequim, aquilo estava mais afiado que dá última vez, mesmo sabemos que os modelos eram diferentes.
A força que Quinn usou, contra o manequim, foi tanta que o machado abriu um pequeno buraco no piso de madeira do local.
— Sabe... Eu realmente falei a verdade quando falei que me arrependia - Quinn retirou o machado do chão, colocando ele novamente em suas mãos. — Me arrependo de não ter matado a Sam quando tive a chance.
Encolhi o meu corpo quando escutei o barulho da lâmina cortando outro manequim, esse que estava dentro da caixa de vidro, aquilo fez com que o vidro se espalhasse por todo o local. A tensão não diminuía quando o machado atingiu o solo. Meus corpo tremia, eu não conseguia pensar direito.
Olhei para o lado e Quinn estava cada vez mais perto de onde a Tara estava escondida junto com a Sam, ambas estavam atrás de um manequim diferente, mas elas não teriam chance contra a Quinn, apenas Sam estava armada com uma das facas do Ghostface. A faca estava presa no cinto de sua calça, esperando o momento certo para ser usada.
— Maxine... - Escutei a voz de uma garota me chamando, eu não conhecia aquela voz, então franzi o cenho e olhei na direção em que eu tinha escutado.
Quase pulei do chão, quando me assustei com uma garota de joelhos, ao meu lado. Tive que colocar a minhas mãos na boca, para abafar qualquer som. Ela estava usando uma roupa de hospital e tinha alguns arranhões pelo rosto, junto com um ferimento no peito, que parecia ter sido ocasionado por uma bala. Pensei em falar para perguntar quem ela era ou o que estava fazendo aqui, mas ela me pediu para ficar em silêncio.
— Sua mãe não deve ter falado de mim - Ela revirou brevemente os seus olhos. — Meu nome é Jill, eu sou um dos assassinos que tentou matar a sua mãe.
Fiquei boquiaberta com aquela informação, como ela podia se apresentar daquela forma e como se fosse algo normal de se falar.
— Você morreu ? - Arregalei os olhos quando ela me confirmou.
— Não tenho tempo para isso - Ela revirou os olhos e olhou em volta. — Aquilo era meu, pegue a minha faca e eu te ajudo com o resto.
Olhei para onde ela estava apontando e era para uma das fantasias que estava bem ao meu lado, ele tinha um nome logo abaixo, Jill Roberts. Não seria difícil chegar até ali, mas eu precisava ser rápida antes que Quinn me visse.
— Por que você está me ajudando ? - Franzi o cenho.
— Aquele imbecil do meu ex-namorado não pode ganhar essa - Jill tinha o seu maxilar trincado, tentando segurar a sua raiva. — Você e eu somos mais parecidas do que pode imaginar.
— Eu não sou uma assassina - Falei e ela abriu um sorriso, arqueando uma das sobrancelhas
— Você tem a cabeça de uma - Ela me encarou. — Só precisa da motivação certa.
Me assustei novamente quando a Quinn atacou outro manequim, me fazendo tirar o olhar de Jill e focar onde a ruiva tinha acertado. Assim que meu olhar foi novamente para onde Jill estava, a garota já tinha sumido. Tentei procura-la ao redor, mas ela não estava mais lá. Respirei fundo e me coloquei de joelhos, eu preciso tentar fazer algo.
Telespectador
Sam estava pensando em alguma forma de sair de lá e tentar colocar a sua irmã em uma posição segura antes de atacar a Quinn. A morena tinha que pensar rápido, a ruiva tinha acabado de acerta o manequim que ficava bem ao seu lado, mais especificamente o manequim que estava a roupa de sua avó Nancy Loomis.
Do outro lado da sala, estava Maxine, tentando aproveitar o momento de foco que a Quinn estava tendo ao retirar o seu machado do chão. Em passos lentos, Max se levantou do chão deu um grande passo até a fantasia de sua prima, lá era onde estava a faca que Jill pediu para que ela pegasse.
Maxine não sabia o motivo de sua prima, morta, estava tentando ajudá-la, mas aquela pequena ajuda iria servir muito bem. Quando a Prescott tentou pegar a faca, ela acabou escorregando de sua mão, devido ao produto que foi usado para ilustrar o punhal, e caiu no chão logo em seguida, fazendo um barulho que atraiu a tenção de Quinn e das irmãs Carpenter que estavam escondidas próximo ali.
Quinn virou o seu rosto me direção ao barulho e deu de cara com Maxine se abaixando rapidamente para pegar a faca de sua prima. A intenção da ruiva não era atacar Maxine e nem nunca foi, Quinn é obcecada por Maxine desde o dia em que a viu, talvez ela tenha puxado isso de seu irmão mais velho, Charlie. Ambos tinham um jeito obcecado e possessivo de tratar quem eles amam.
— Você vai me atacar ? - Quinn não conteve em rir daquilo. — Que linda...
Quinn achou engraçado o jeito que as mãos de Maxine tremiam ao segurar aquela faca. Sam viu aquilo como uma oportunidade de se movimentar. Os comandos foram para Tara sair de lá e tentar pegar algo para se defender, também aproveitar para destrancar alguma porta, facilitando elas de escapar dali.
Sam colocou a mão sobre a faca, que estava em seu cinto, e andou em passos lentos na direção de Quinn, torcendo para que a ruiva não escutasse. Max percebeu o que Sam estava prestes a fazer e tentou iniciar uma conversa com Quinn, para ajudar na distração.
— Por que está fazendo isso ? - Max iniciou a conversa. — Pensei que éramos amigas.
— Amigas ? - Quinn debochou. — Nunca quis ser apenas sua amiga, Max. Eu quero te fazer minha e só minha, mesmo que eu precise matar para conseguir isso.
Assim que Quinn proferiu aquelas palavras, Sam estava chegando cada vez mais perto, mas o que a mais velha não contava é que o vidro, que estava bem ao lado do campo de visão de Quinn, refletia diretamente a sua imagem. Colocando em risco todo o plano que Sam havia pensado.
Quinn, assim que seus olhos avistaram Sam atrás de si, a ruiva não pensou duas vezes em ataca-la com o seu machado. Max tinha percebido isso e arregalou os olhos, ao ver os braços de Quinn se movendo para iniciar o golpe.
Sam não iria desviar daquilo, ela não tinha ideia que Quinn teria visto a sua localização, se Max não fizesse nada, Sam poderia morrer ali mesmo, dependendo de onde Quinn acertasse. Os pés da Prescott se moveram sozinhos, quando Sam percebeu que iria levar o golpe, Max já tinha corrido em direção a ruiva.
Quando Quinn se virou para atacar a Carpenter mais velha, Sam só conseguiu ter reação para fechar os seus olhos e torcer para que o golpe doesse o menos possível. Antes que a ruiva conseguisse acertar Sam, ela sentiu o seu corpo se colidindo com outro, a desequilibrando, atrapalhando o seu plano de atacar a Carpenter.
Maxine e Quinn rolaram pelo chão. Sam, que estava com os olhos fechados, achou estranho não ter se machucado, então abriu os olhos e se deparou com as duas garotas no chão. O machado tinha escorregado da mão da ruiva e foi parar um pouco longe das duas meninas.
— Sua... - Ainda no chão, Quinn percebeu um corte em sua testa e tentou xingar Max por isso, mas o que ela viu, a fez paralisar por uns instantes.
No que as duas garotas rolaram pelo chão, a faca que Max estava segurando, acabou perfurando a perna da garota e isso chamou a atenção de Sam e Quinn, que estavam encarando a Prescott. Max mal estava sentindo dor, a adrenalina estava aumentando aos poucos em seu organismo.
Os olhos de Sam e Maxine se encontraram por alguns segundos, sendo o suficiente para a Prescott mandar Sam pegar o machado que estava no chão. Mas claro, Quinn não era burra, ela deu falta do seu machado assim que ouviu os passos de Sam contra o chão. As duas correram ao mesmo tempo, em busca do mesmo objeto.
Sam chegou primeiro ao machado, mas antes de conseguir colocá-lo em mãos, Quinn chegou por trás, a empurrando contra o chão, as duas caíram mas Quinn conseguiu recuperar o machado. A ruiva aproveitou que estava em vantagem e subiu por cima de Sam para atacar a mais velha.
Quinn ergueu o machado por cima de sua cabeça e usou toda a sua força para golpear a cabeça de Sam. Por sorte, Sam conseguiu colocar as suas mãos na frente e segurou o cabo do machado, ficando assim as duas garotas, uma colocando força contra a outra.
— Você vai morrer... - Quinn sorria de um jeito sádico, as veias de sua testa já estavam saltadas pela força que ela exercia.
Max tentou se levantar diversas vezes para ajudar Sam, mas a sua perna doía, a faca tinha atingido o osso de sua coxa e sempre que ela tentava se mexer ou tocar na faca, a dor era insuportável. Seus olhos começaram a lacrimejar a cada dor aguda que ela sentia.
— Você precisa se levantar, Prescott - Jill apareceu de repente, ao lado da perna de Maxine.
— Eu não consigo... - Max colocou a sua mão em volta da coxa, tentando limitar a dor.
— Você consegue! - Jill se ajoelhou ao seu lado. — Max, mostre a eles que você não fraca.
Jill tentava motivar a sua prima, mesmo que o seu método seja mais agressivo do que qualquer outra pessoa faria, mas ela tinha os seus motivos, a Roberts não estava mais viva, então ser educada era a última coisa que ela se preocupava.
— Porque você se importa ? - Max perguntou.
A Prescott tentou mover sua perna mais uma vez, mas era impossível. Jill já estava irritada o suficiente e agora ela pretendia usar outro método de incentivo.
— Você é uma fracassada! - Jill esbravejou, fazendo sua prima se calar. — Um bebê chorão que precisa ser protegida pelos outros.
— É mentira! - Max quase elevou a sua voz para Jill e isso fez a Roberts sorrir vitoriosa.
— Então me mostre, meu sangue também corre pelo seu corpo - Jill bateu o pé no chão. — Tire essa merda da sua perna e mate aquela imbecil.
Jill colocou as suas mãos na perna de Max, por um segundo, a garota conseguiu sentir a pressão das mãos de Jill sobre sua perna, mas isso era tudo coisa da sua cabeça, ela sabia que a sua prima não estava ali de verdade.
— Eu mandei você tirar! - Jill gritou mais alto e olhou firmemente para os olhos de Max.
Aquilo foi o suficiente, Jill tinha conseguido o que tanto queria, encorajar Max a fazer algo, mesmo que esse "algo" fosse matar algumas pessoas. Max colocou as suas duas mãos sobre a faca e puxou de uma só vez, a dor fez com que ela gritasse e um sorriso orgulhoso crescesse nos lábios de Jill.
— Agora, mate-a! - A Roberts falou mais uma vez antes de sumir.
O grito de Max não chamou a atenção das duas garotas que estavam até agora lutando entre si, Quinn de alguma forma era mais forte que Sam e estava conseguindo aproximar aquela lâmina do rosto de Sam. Ao ver isso, Max correu em direção a Quinn, com a sua faca em mãos, apunhalou as suas costas.
Quinn não esperava receber aquele golpe, a dor fez com que as suas costas se erguesse e seus braços perdessem uma parcela da força, deixando a vantagem sobre Sam, que conseguiu tirar o machado de perto de seu rosto. Max afundou ainda mais a faca sobre as costas de Quinn e sem seguida a retirou.
— Nunca mexa com a filha de um original.
Max falou bem próximo ao ouvido de Quinn, enquanto a ruiva cuspia um pouco de sangue pela boca. O corpo de Quinn não aguentou aquilo, era muito sangue que saía pelo ferimento, poucos segundos depois, a ruiva caiu no chão sem demonstrar nenhum sinal de vida.
Max tinha o seu rosto sujo com alguns resquícios de sangue, pois ao retirar a faca, algumas gotas do sangue da ruiva respingaram em seu rosto. A Prescott estava ofegante, ela nunca tinha agido dessa forma, a adrenalina corria pelas suas veias, ela não podia ver, mas Jill estava sorrindo orgulhosa.
Sam não sabia o que falar, ela estava surpresa com o que Max tinha feito, a morena não sabia do que a garota era capaz de fazer pois só tinha visto a mais nova se defendendo, mas agora era diferente, a Prescott estava revidando todos os ataques que sofreu.
Antes que uma das duas falasse algo, um grito foi ouvido, Sam tinha reconhecido esse grito, sua irmã estava gritando em algum lugar daquela construção.
— Temos que ir! - Sam se levantou do chão rapidamente.
Max não estava em condições de ir agora, ela planejava fazer ao menos um curativo em sua perna antes de ir, pois sua mãe também poderia estar em perigo, mesmo sabendo que a mais velha sobreviveu tantas vezes e vai conseguir sair dessa.
Antes de ir, Sam arrancou um pedaço da blusa que estava usando e entregou para Max, aquele tecido iria servir muito bem para um curativo rápido e improvisado, após isso, a morena saiu correndo na direção em que os gritos de sua irmã ecoaram.
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