Chapter 29
Maxine Prescott
Me despedi da Sam e fui até o carro onde minha mãe e a Gale estavam me esperando. Ao abrir a porta do banco de trás, me deparei com os olhos das duas mulheres me olhando, ambas estavam com um sorriso malicioso no rosto. Quando fechei a porta do carro e me sentei, eu já sabia o que estava por vir.
— Que comece o interrogatório - Comentei fazendo ambas desviarem o olhar como se não quisessem nada.
— Não sei do que você está falando - Minha mãe fingiu que não queria perguntar nada.
— Se você não perguntar, eu mesma pergunto - Gale virou sua cabeça em minha direção.
— Ela já é adulta, Gale - Repreendeu minha mãe, ao ver as intenções da Gale.
— E ela é minha afilhada a menos de um dia - Gale se defendeu. — Vai prender uma pobre madrinha por querer conhecer mais a sua afilhada ?
Minha mãe olhou para a Gale de uma forma completamente incrédula por causa do drama que a mais velha estava fazendo.
— Eu ainda estou aqui... - Falei pois achei que as duas mulheres tinham esquecido da minha presença quando começaram a discutir.
— Claro filha, me desculpe - Minha mãe se desculpou. — Vai em frente, Gale
Assim que a minha mãe deu sinal verde para a Gale me encher de perguntas, Gale deu partida no carro e começou a me perguntar sobre tudo, desde as mais simples, como qual era a minha cor favorita, até as mais elaboradas, como quantos copos de vodka eu aguentava beber na adolescência, claro que a resposta disso não foi o que ela esperava, já que a primeira vez que eu bebi foi na festa e não deu nada certo.
— Max, qual o seu vinho favorito ? - Gale perguntou e antes que eu pudesse responder, minha mãe se manifestou
— Minha filha não bebe e você não vai colocar esse costume nela - Minha mãe cerrou os olhos para Gale.
— Um bom vinho, acompanha uma boa fofoca - Gale respondeu de uma forma convencida.
Acabei rindo da discussão que as duas se enfiaram novamente, minha mãe estava falando que nenhuma gota de álcool iria entrar na minha boca e Gale defendia o fato que eu deveria ao menos ter o hábito de tomar vinho. Eu não ligava para aquilo, a bebida já me causou problemas o suficiente para uma vida.
— Você e a Sam, como se conheceram ? - Foi a vez da minha mãe me perguntar.
— Mãe, eu prometo que vou responder tudo - Falei olhando pela janela. — Mas poderia me fazer um favor ?
Minha mãe trocou alguns olhares com a Gale e depois olhou para mim, ela sabia que eu iria pedir alguma coisa que ela poderia negar, mas a sua curiosidade falou mais alto.
— O que seria ? - Ela arqueou a sobrancelha.
Samantha Carpenter
Já estávamos chegando, eu mal podia ver a hora de deitar em minha cama e dormir por algumas boas horas, tenho certeza que se eu dormir, não vou acordar nem com o som do despertador.
Passei o caminho todo pensando em quem estaria por trás disso, o culpado sempre é aquele que está no meio do grupo de amigos, mas quem seria ? Julgando pelo que Kirby havia me falando mais cedo, teria que ser alguém bem próximo de Maxine. Anika tem se mostrado muito próxima dela, seria a suspeita perfeita, vou aproveitar esses dias para analisar a garota.
— Vocês estão entregues - Kirby avisou, me tirando dos meus pensamentos.
— Obrigada pela carona - Falei abrindo a porta para Tara sair primeiro.
Antes de sair do carro, um pensamento veio a minha mente, logo em seguida, lancei o meu melhor sorriso para Kirby.
— Pode me fazer um favor ? - Perguntei
— Não gostei do tom dessa pergunta - Kirby me olhou de uma forma desconfiada.
{...}
Finalmente Tara e eu estávamos na frente do nosso apartamento, por um momento eu quase esqueci que eu tinha dito para todos nós ficarmos juntos em apenas um apartamento, assim que passei a chave na porta e abri, percebi que lá dentro tinha se instalado um caos.
— Eu tava com a Mindy o tempo todo, mas e você ? - Anika estava visivelmente com raiva.
— O que tá acontecendo aqui ? - Falei assim que entrei no apartamento
— Vocês tão brigando ? - Tara falou logo em seguida.
Ao ter visão da sala, consegui ver que Mindy estava tentando ao máximo segurar Anika, pois a japonesa estava com raiva, ao ver Quinn do outro lado da sala sendo segurada pelo Chad, percebi que ambas estavam brigando.
— Sam, da uma ajudinha aqui ? - Mindy pediu e eu logo corri para ajudar.
— Podem para com isso ? - Pedi assim que entrei no meio das duas
Mesmo com raiva, as duas garotas pararam de tentar se atacar. Anika se sentou no sofá, com os braços cruzados e sendo acompanhada por Mindy. Chad soltou os braços de Quinn, que ficou no mesmo lugar, mas com os braços também cruzados.
— Quem vai explicar primeiro ? - Intercalei o olhar entre as duas — Nenhuma ?
Perguntei novamente, pois as duas estavam com raiva o suficiente para não querer falar nada sobre a briga, então tive que recorrer a Mindy.
— Estávamos discutindo sobre o Ghostface ser um de nós - Mindy começou a explicar. — Então Quinn acusou Anika de ter se aproximado da Maxine de propósito e Anika está acusando Quinn de tentar incriminar ela para se safar.
— Max é como uma irmã para mim - Anika ainda estava brava. — Eu nunca me aproveitaria dela, diferente de algumas pessoas...
Anika lançou o seu olhar para Quinn, que logo pegou a indireta que Anika tinha jogado e devolveu um olhar incrédulo para a japonesa.
— O que você disse ? - Quinn tentou avençar, mas Chad segurou o seu braço novamente
— Você é surda ? - Anika se levantou do sofá e Mindy se colocou na frente dela.
— Já chega disso! - Gritei para que as meninas me ouvissem e parassem de brigar. — Não quero saber de confusão nesse apartamento.
— Mas ela... - Quinn iria falar, mas cortei a sua fala
— Não quero saber quem começou, quero que isso acabe! - Falei firme e ambas se calaram.
Após o meu sermão, o apartamento voltou a ficar em silêncio, apenas o clima entre Anika e Quinn não estava favorável, mas isso não iria me tirar algumas horas de sono, a não ser que as duas tentem se matar novamente.
— Sam, você tem meu respeito - Mindy me elogiou pois eu havia conseguido parar aquela briga.
— Eu vou tomar banho agora - caminhei em direção ao meu quarto. — Não quero ouvir nenhuma briga aqui. Estão me ouvindo ?
— Sim... - Anika e Quinn falaram ao mesmo tempo.
— Ótimo! - Falei encerrando oficialmente esse assunto.
Após isso, fui andando em direção ao meu quarto, mas no meio do caminho, escutei a campainha tocando.
— Pode deixar. - Tara falou e andou até a porta.
Tara foi abrir a porta e eu continuei o meu caminho pada o quarto, mas acabei escutando uma voz que me fez parar no meio do caminho e voltar para a sala.
— Sam, é para você! - Tara me chamou.
Quando Tara saiu da frente para que eu possa ver quem estava do outro lado da porta, me surpreendi ao ver Maxine ali parada entre Sidney e Gale.
— Pensei que tinham ido para a casa da Gale - Falei sem conseguir esconder o sorriso em ver Max ali.
— Estávamos indo mas... - Sidney colocou a mão nos ombros de Maxine. — Ela me pediu para...
— Mãe, não fala isso aqui - Maxine sussurrou para Sidney — Tá todo mundo olhando.
Olhei para trás e realmente estava todos nós olhando para ela, isso me fez rir pois Maxine estava um pouco envergonhada.
— Não envergonhe a menina na frente da namorada dela - Gale bateu no braço de Sidney.
Percebi que Maxine iria falar algo sobre o que a Sidney disse, mas desistiu no meio do caminho, tempo suficiente para as suas bochechas ficarem coradas.
— Enfim... - Sidney devolveu o tapa. — Eu vou deixar Maxine aqui por hoje. Sam, cuide bem da minha filha.
— Ela vai cuidar muito bem da... - Tara acabou rindo em meio a sua fala.
— Não se preocupe Sidney - Tampo a boca da minha irmã o mais rápido que eu pude.
— Até amanhã, filha - Sidney deu um abraço na Max e em seguida um beijo em sua cabeça. — Qualquer coisa me liga.
— Pode deixar, mãe - Maxine sorriu e se direcionou até a Gale para se despedir também.
— Sou sua madrinha a menos de um dia e não quero largar você - Gale deu um abraço apertado na mais nova e em seguida colocou as mãos no rosto dela. — Você é só um bebê.
— Gale... - Maxine estava começando a ficar envergonhada de novo.
— Já chega, Gale - Sidney puxou Gale para longe de sua filha. — Eu passei nove meses com ela na barriga e não você.
Então finalmente nos despedimos das duas mulheres. Tara acabou fechando a porta enquanto eu acompanhava Maxine para dentro do apartamento. Quando voltamos para a Sala, percebi que aquele clima tenso tinha acabado de diminuir, o que é um alívio, pois iremos todos dormir aqui hoje, é mais seguro assim.
Maxine Prescott
Após quase ser envergonhada na frente da garota que eu gosto pela minha mãe e pela Gale, que agora é oficialmente a minha madrinha, eu estava no sofá junto com Anika, assistindo a algum filme que estava passando na televisão, era um clássico de terror e estava muito bom. Sam tinha ido tomar um banho para trocas de roupa, o restante estava sentado na mesa enquanto conversavam sobre assuntos variados.
Quinn também estava naquele meio, as vezes eu conseguia sentir o seu olhar sobre mim, mas tentei ignorar aquilo, porém a sensação de ter que esclarecer para ela que aquilo não passou de um simples beijo de festa, ainda fazia parte dos meus pensamentos.
— Porque os personagens de filmes de terror são tão burros ? - Anika perguntou enquanto tentava entender porque o protagonista tinha se escondido em baixo da cama.
— Tem que seguir o roteiro - Segurei um sorriso enquanto Anika me olhava com a sobrancelha arqueada.
— Você é uma piadista, Max - Anika me deu uma pequeno empurrão, me fazendo cair pro lado.
— Max, pode vir aqui ? - Escutei a voz da Sam me chamando.
Quando olhei para o lado, Sam estava me chamando da porta do seu quarto. Então olhei para Anika para avisar que já voltava, mas ela já tinha entendido o recado bem antes que eu pudesse falar algo.
— Vai em frente - Anika sorriu de um jeito malicioso. — Vocês são o meu casal favorito.
— Para com isso... - Empurrei ela de volta e sai antes que ela pudesse revidar.
Assim que sai do sofá, Sam estava dentro do seu quarto, me esperando, a porta estava fechada então bati algumas vezes antes de entrar, não que eu precisasse, mas achei melhor garantir uma boa educação. Assim que ouvi a sua voz me permitindo entrar, abri a porta e me deparei com a Sam, já com outra roupa e segurando algo atrás das costas.
— O que tem aí ? - Perguntei curiosa pois a mais velha não queria me deixar ver o que ela escondia.
— Quero que feche os olhos - Sam pediu assim que eu entrei.
Fiz o que ela tinha mandado e fechei os meus dois olhos. Por algum motivo, senti um nervosismo tomar conta do meu corpo, mesmo com os olhos fechados, consegui sentir quando o meu corpo se aproximou o meu. O perfume que a Sam usava era suave e bem marcante, era o perfume mais cheiroso que já experimentei, mesmo estando misturado com o aroma de sabonete.
— Pode abrir. - Pediu Sam.
Quando abri os meus olhos, Sam já estava com as suas duas mãos para frente e em cima delas estava uma câmera, mas não era uma câmera qualquer, era a minha câmera e isso fez um sorriso se formar em meus lábios.
— Sam! Como você... - Fiquei surpresa demais para terminar a minha frase.
— Digamos que Kirby é muito difícil de convencer então não foi fácil - Sam estava sorrindo de uma forma orgulhosa.
— Muito obrigada! - Eu já não conseguia mais conter a minha felicidade.
— Eu sei o quanto você gosta dela, então fiz isso por você... - Sam ainda estava sorrindo, mas dessa vez um sorriso diferente.
Sem pensar duas vezes, abracei a garota bem forte, demonstrando toda a gratidão que sentia por ela e por ter pegado a câmera para mim.
— Você é incrível! - Falei olhando nos seus olhos.
Sem falar nada, a mais velha aproveitou que ainda estávamos abraçadas, usando a nossa diferença de tamanhos ao seu favor, ergueu o meu corpo, fazendo com que eu colocasse as minhas pernas em volta da sua cintura. Foi quando iniciamos um beijo ali mesmo. Não parei para pensar no grau de intimidade que conseguimos em pouco tempo, mas quando eu a beijava, consegui sentir que não queria estar beijando mais ninguém além dela.
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