Chapter 25
Tara Carpenter
Maddie estava encostada em alguma parede ali na balada, minhas mão já tinham explorado todo o corpo daquela garota. Aquele beijo estava sendo perfeito, o jeito que ela arranhava o meu pescoço quando aprofundava o beijo e fazia nossas línguas brigarem por controle, era incrível.
Mas aquele ambiente mudou quando comecei a ouvir a voz das minhas amigas gritando em meio aquela música alta, aquilo me fez abrir os olhos em meio ao beijo, para verificar se eu não estava ouvindo coisas. Parei o beijo e olhei para trás, foi quando, em meio a multidão, percebi que Sam estava com uma cara de brava e procurando por mim.
— Era só o que faltava... - Revirei os olhos.
— Parece que você está com problemas. - Maddie coloquei uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha.
— Desculpa por isso. - Me desculpei por ter parado o nosso beijo.
— Espero encontrar você na faculdade - Maddie piscou em minha direção enquanto sorria de um jeito provocativo.
— Espero que sim. - Sorri de volta para ela.
Maddie me deu um beijo de despedida antes de seguir o seu caminho para o lado oposto da confusão que iria se formar. Pude notar que a Sam não estava vindo sozinha, Maxine estava logo atrás dela, mas antes que as duas pudessem conversar, Sam tinha acabado de me ver e já consegui ver que ela não estava no seu melhor temperamento.
— Sam, o que você veio fazer aqui ? - Falei assim que nos aproximamos.
— Temos que ir - Sam olhou para os lados e em seguida colocou a sua mão atrás das minhas costas. — Aqui não é seguro
— Parece que nenhum lugar é seguro para você. - Revirei os olhos.
Logo as meninas chegaram ao nosso encontro, mas Sam parecia ignorar apenas a presença da Max e da Quinn. Anika estava arrastando Mindy pelo braço enquanto a morena estava boquiaberta, mantendo o seu olhar para trás.
— Será que podemos conversar ? - Max perguntou mas foi completamente ignorada pela minha irmã.
— Acho melhor todos nós sairmos daqui o quanto antes. - Sam deu um breve aviso para Anika e Mindy.
— O que aconteceu ? - Mindy perguntou, voltando a sua atenção para nós.
Sam deu uma breve olhada ao redor antes de responder a pergunta que Mindy tinha feito. Ela estava desconfiada com alguma coisa.
— Lá fora eu explico... - Sam começou a me empurrar em direção a saída, como se tivesse me protegendo de algo.
Espero que ela tenha um bom motivo para estar me tirando dessa festa, pois não consegui nem pegar o número da Maddie antes de nós despedirmos. Fomos todos andando em direção a saída, no meio do caminho percebi a Anika indo até a Max e iniciando uma conversa com ela, percebi que a mais alta não estava muito bem mas depois eu iria perguntar a ela sobre isso.
Mindy saiu na frente, foi então quando eu vi que Chad estava mais sorridente que o normal enquanto conversava com Ethan.
— Povo animado, tá na hora de ir - Mindy deu alguns tapas no ombro de Chad, chamando a atenção dele.
— Mas já ? - Chad franziu o cenho, mas depois de uma troca de olhares com a sua irmã, ele apenas aceitou.
— Povo animado ? - Ethan franziu o cenho mas logo começou a acompanhar a gente.
Voltamos a andar, mas Ethan acabou recebendo uma ligação em seu celular, então o garoto parou de andar para atender. Ele colocou o celular no ouvido, mas não conseguiu entender nada que a outra pessoa estava falando, provavelmente pelo som alto da música.
— Só um instante... - Ethan avisou para a pessoa do outro lado. — Podem ir na frente, depois encontro vocês.
— Eu vou com você. - Chad se voluntariou e Ethan sorriu agradecido
— Que nojo... - Mindy fingiu que iria vomitar.
— Não posso acompanhar meu amigo para ele não ficar sozinho ? - Chad arqueou as sobrancelhas.
— Claro que pode - Mindy usou um tom de deboche. — Eu também sou amiga da Anika, boas amigas...
Surgiu um sorriso malicioso nos lábios da morena e o seu irmão ficou levemente corado com aquilo. Antes dos dois irem, Sam aconselhou que eles não ficassem sozinhos e tomassem cuidado, o motivo ela explicaria por mensagem quando saíssemos dali.
Maxine Prescott
Sam estava me ignorando desde que me viu beijando a Quinn, aquilo estava me deixando maluca. A sensação de que eu tinha feito algo errado e que a magoou estava cada vez mais presente conforme ela fingia que eu não falava com ela ou quando ela evitava olhar em minha direção.
— Não gosto de te ver assim - Anika estava ao meu lado com uma feição preocupada. — É por causa dela né ?
Anika perguntou enquanto apontava discretamente para a Sam. Como eu sabia que, bêbada, eu não iria conseguir esconder os meus sentimentos acabei balançando a cabeça positivamente, afirmando a pergunta que a menor tinha feito.
Anika iria dar a sua opinião sobre isso, mas foi interrompida por um grupo de garotos aleatórios que impediram a nossa passagem para a saída da festa. Como Sam estava na liderança, ela tentou abrir passagem para nós, mas eles não deixaram.
— Você quer levar um soco dessa vez ? - Sam respondeu visivelmente brava.
— Dessa vez ? - Sussurrei para mim mesma, fiquei me perguntando da onde eles se conheciam.
Um dos garotos tinha acabado de ligar a câmera do seu celular, provavelmente iniciando uma gravação, aquilo me deu a impressão de que algo ruim iria acontecer.
— Atenção pessoal! - O garoto gritou para todos em volta. — A filha do psicopata está aqui na festa.
Aquele garoto estava muito bêbado, acho que nem eu estava tão bêbada assim, ou talvez ele seja apenas desprovido de inteligência, mas de uma coisa eu sei, não gostei de como ele estava se referindo a Sam. Mas o garoto não teve muito tempo de atenção, pois quando pisquei os olhos, o punho de Sam já estava colado com o rosto dele, me fazendo arregalar os olhos com aquilo.
— Vadia psicopata! - Um amigo dele gritou assim que viu o que tinha acontecido com o garoto.
Eu podia imaginar uma briga feia acontecendo ali por causa daquele soco. Sam estava planejando ignorar todos eles e saiu puxando Tara como se não tivesse feito nada. Aquele garoto tinha ficado ainda mais furioso por ter sido ignorado e eu já estava ficando estressada com aquilo.
Quando notei que ele estava indo atrás da Sam para segurar a sua blusa por trás, soltei o meu braço que estava entrelaçado com o de Anika e parti para cima do garoto, rápido o suficiente para colocar o meu pé no meio do caminho. Em uma fração de segundos ele havia beijado o chão, aquilo atraiu a atenção de Sam que ficou confusa em ver o garoto no chão enquanto murmurava alguns sons de dor.
Sem se importar com ele, fomos o mais rápido possível para a saída, a atenção que tínhamos ganhado já era grande o suficiente. Ao sairmos de lá, comecei a escutar vozes atrás da gente, algumas pessoas estavam falando mal da Sam e a chamando de descontrolada, assassina ou violenta , alguns até alegavam ter medo dela. Eu sabia que Sam tinha escutado, não tinha como não ouvir.
{...}
Tínhamos acabado de sair do local da festa, agora estávamos caminhando pelo estacionamento. Sam não tinha falado nada até agora, mas nenhuma das meninas perguntou algo a ela, provavelmente estão esperando chegar em casa e para poder discutir, mas o silêncio estava me matando, eu não teria outra chance de conversar com a Sam novamente, devo aproveitar o mínimo de coragem que a bebida me deu.
— Sam, podemos conversar ? - Perguntei tentando alcançar a Sam.
Minha pergunta chamou a atenção de todas as meninas, menos da Sam, que foi a única que não olhou para mim, continuou me ignorando. Tara tinha percebido isso e olhou para a sua irmã, mas antes que a mais nova falasse algo, acabei respirando fundo e parando de andar.
— Porque está fazendo isso ? - Fiquei parada no meio do caminho
Sam, dessa vez, parou de andar mas não ousou olhar para trás. Mesmo com o meu olhar na Sam, eu podia ver que as meninas tinham parado de andar também.
— O que foi que eu fiz para você me tratar assim ? - Perguntei novamente, ser ignorada por ela doía.
— Não é a hora e nem o lugar - Sam falou sem olhar para trás.
— E quando vai ser ? - Minha voz se elevou um pouco. — Sempre que nos esbarramos pelo prédio, você finge que eu não existo.
Minha intenção não é e nem nunca foi começar a gritar, mas eu estava triste e confusa com os meus próprios sentimentos em relação a ela, eu vi o quanto ela ficou mal naquele dia, eu sei o quanto ela está mal pelo que estão falando dela na internet. Eu queria evitar, mas eu não consigo não me preocupar com ela.
— Eu sei quem você é, Sam - Falei
Recebi olhares surpresos das meninas. Foi então quando a Sam virou levemente o seu rosto para o lado, percebi que ela estava me observando pela sua visão periférica, me impedindo de analisar suas expressões para saber o que ela estava pensando.
— Você não seria a primeira pessoa a me odiar por causa disso - Notei um tom levemente sarcástico em sua fala.
— Eu não te odeio - Respondi e percebi ela franzindo o cenho. — Eu me importo com você, eu não deveria, mas eu me importo. Poxa, Sam... Você me beijou naquele dia e hoje nem olha mais para mim.
Aquilo doía muito, percebi que eu tinha criado sentimentos por ela e hoje quando beijei a Quinn, o que eu mais queria era que no lugar dela fosse a Sam. Não sei quando comecei a gostar dela, mas quando ela me viu beijando outra, ver a sua reação me deixou com uma sensação horrível de ter feito algo errado.
Meu olhar acabou intercalando entre as meninas e percebi que Tara, Mindy e Quinn estavam boquiabertas e com os olhos arregalados, demonstrando surpresa. Anika era a única que não estava assim, pois eu já tinha contado a ela.
— Vocês... - Tara tentou falar mas estava chocada demais para isso.
— Foi um erro, não era para eu ter... - Sam tentou falar mas algo dentro de si não deixava. Então ela finalmente se virou.
Aquilo me acertou com cheio, era difícil acreditar que o nosso beijo não significou nada para ela, mesmo sendo ela a pessoa que tomou a iniciativa para aquilo. Um sorriso trêmulo se formou em meus lábios, minha visão estava começando a embaçar.
— Um erro ? - Pressionei os meus lábios, tentando faze-lo pararem de tremer.
Levei os meus olhos para ela, a mentira estava estampada em seu rosto, não era isso que ela queria falar, mas parecia que ela mesma tentava se fechar para as outras pessoas. Senti a mão de Anika encostando no meu ombro, a mais nova transmitia um olhar de preocupação.
— Porque você continua mentindo para si mesma, Sam ? - A primeira lágrima estava escorrendo pela minha bochecha.
Eu não queria mais ficar ali, então me rendi tendo em mente que aquela conversa não iria para lugar nenhum. Comecei a correr e sair dali, Anika chamou pelo meu nome, até pensei em olhar para trás, mas para isso eu precisaria encarar a Sam, então me desculpei mentalmente por ignorar Anika e permaneci correndo para longe.
Ethan Landry
Chad me acompanhou até o andar de cima, pois era o único lugar em que não tinha muitas pessoas e a música não era tão alta. Fiquei encostado na parede que tinha ali e Chad ficou ao meu lado enquanto olhava ao redor.
— Pode falar... - Voltei a falar com quem tinha me ligado — Alô ?
Por um momento pensei que a ligação havia caído, mas escutei um chiado do outro lado do telefone, me fazendo ficar atento.
— Quero que você passe um recado. - A voz era um tanto estranha, parecia ser levemente modificada.
Chad Meeks
Eu estava olhando ao redor, a sensação de que tinha alguém observando nós dois estava muito forte aqui em cima, mas não parecia ter ninguém aqui em cima. Enquanto Ethan estava ao telefone, resolvi explorar um pouco o ambiente.
— Qual recado ? - Escutei Ethan perguntar para a pessoa com quem ele estava falando.
Entrei em um dos quartos que tinha ali, mas ele estava vazio, era um quarto grande qualquer, não tinha muitos móveis, mas tinha uma grande janela no centro da parede, me aproximei da janela e vi que dava acesso a um beco que ficava atrás da casa de festa.
Ao me afastar da janela, olhei em volta e notei que havia um Nintendo antigo ali jogado em cima de um cômodo, meus olhos brilharam na mesma hora.
— Ethan, você não vai acreditar no que achei! - Gritei chamando pelo garoto, eu sabia que ele também gostava desse tipo de coisa.
— Ethan ? - Chamei por ele novamente pois não obtive uma resposta.
Franzi o cenho e saí do quarto, olhando ao redor, procurando pelo garoto que já não estava mais lá. Chamei por ele mais uma vez, mas não obtive nenhuma resposta, não achei que ele tivesse ido embora sem me avisar antes, então caminhei pelo andar de cima procurando por ele.
Quando me aproximei de um dos quartos que ficava no final do corredor, escutei alguns gemidos de dor vindo do quarto que estava com a porta fechada. Abri lentamente aquela porta, a primeira coisa que eu percebi foi que no chão havia vários rastros de sangue, isso fez com que meu corpo ficasse tenso.
— Que... Merda! - Arregalei os meus olhos quando vi que tinha pisado naqueles rastros.
— Chad... - A voz de Ethan parecia baixa
Olhei para frente e dei de cara com Ethan preso a parede por uma espécie de estaca de madeira. Arregalei os meus olhos para aquilo e corri para próximo dele.
— Ethan! Calma, vou te tirar daí - Me desesperei para tentar ajuda-lo.
Percebi que aquela estaca estava presa contra a parede, como se alguém tivesse quebrado o pé de alguma cadeira ou mesa e prendido na parede, a cabeça dele estava sangrando indicando que pouco tempo antes ele havia levado uma pancada na cabeça. Ethan estava sangrando muito, meu desespero só aumentou quando vi sangue saindo pela sua boca.
— Fica comigo! - Eu não sabia o que fazer, se eu o tirasse de lá, ele iria sangrar até a morte.
— Tenho um recado... - Ethan cuspiu mais sangue, seu rosto estava vermelho, as veias da sua testa estavam mais aparentes. — Eu voltei e dessa vez mais forte.
Ao falar isso, percebi que ele estava falando do Ghostface. Ethan começou a tossir cada vez mais sangue, seu abdômen se contraia e jorrava mais sangue sempre que ele se mexia.
— É culpa minha... - Meus lábios tremeram.
Eu não devia ter saído de perto dele, eu não devia tê-lo deixado sozinho, é tudo culpa minha. Ele não merecia isso, agora ele vai morrer e eu não posso fazer nada para impedir isso. Abri os meus olhos quando senti a sua mão sobre o meu rosto, Ethan estava sorrindo enquanto tentava controlar a sua respiração.
— Obrigada por... - Ethan tossiu mais uma vez. — Ter feito minha noite ser incrível, mesmo que seja a ultima.
— Não... Eu vou te tirar dessa, eu vou! - Respondi com a voz falha.
Eu não conseguia conter as minhas lágrimas, ele era o primeiro amigo que eu tinha feito na faculdade, nos demos bem logo de cara, eu não podia perdê-lo tão fácil assim. Me senti pior quando vi sua mão saindo do meu rosto e caindo ao lado do seu corpo. Ethan tinha morrido diante dos meus olhos, seus olhos ainda estavam abertos. Com as minhas mãos trêmulas, fechei os seus olhos, eu não aguentava vê-lo assim.
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