Bônus✨
O dia em que tudo "acabou"
Assim que as três garotas chegaram no hospital, foram encaminhadas para a sala onde os médicos iriam cuidar deus ferimentos superficiais. Tara foi encaminhada para uma cama de hospital, onde iriam cuidar melhor de seu ombro. Sidney foi encaminhada as pressas para a sala de cirurgia. Sam estava com um dos médicos que estava suturando um dos cortes que havia em seu rosto. Maxine estava bem ao lado da morena, pois, mesmo que aquele seja o mesmo hospital onde Mindy e Anika estão, ela não queria encarar ninguém no momento.
— Sua mãe vai ficar bem - Sam estava olhando para Maxine, pois a mais nova não saiu do seu lado em nenhum momento.
Ambas as garotas tinham o costume de ficar por perto, demonstrando preocupação de modo sutil, até mesmo antes delas se aproximarem, o fato que sempre esteve presente na relação delas, foi a preocupação com o bem-estar. Sam, mesmo sem admitir, se preocupava se havia ou não magoado a Max, e a Prescott sempre prestava atenção nos mínimos detalhes de expressão que Sam fazia, com isso ela poderia saber se a morena estava bem ou não.
— Eu sei... Minha cabeça está apenas doendo - Maxine forçou um sorriso para tentar mostrar para Sam que estava bem.
Mas era mentira.
Ninguém poderia estar bem depois do que aconteceu, depois de matar uma pessoa, depois de ser perseguida por um assassino e o fator principal, depois de ter uma alucinação com parentes que já morreram, mas acima de tudo, os gritos.
Logo após de ter o sangue em suas mãos, Maxine encarava a lâmina, que pertencia a sua prima, o sangue brilhante que estava sujo na faca a assombrava. Com aquilo, de alguma forma, ela passou a escutar alguns gritos em sua mente, gritos que não pertenciam a Roman ou Quinn, mas eram gritos de vítimas, talvez das pessoas que sua prima Jill matou enquanto manuseava aquela faca.
Pode apenas ser apenas coisas que o seu cérebro inventou para assombrá-la, mas aquilo parecia muito real e perturbador. Sam sabia que tinha alguma coisa de errado com Maxine, o jeito que Max olhava para o nada, como se tivesse enxergando uma pessoa que não existia, era o mesmo que Sam fazia quando olhava para Billy Loomis.
— Prontinho... Está liberada! - A médica falou assim que acabou de suturar o rosto de Sam.
— Obrigada. - Sam agradeceu e se levantou da cama na qual estava sentada
Maxine acompanhou Sam até onde Tara estava, já que a mais nova precisava colocar o ombro no lugar e como os médicos estavam ocupados hoje, isso poderia demorar alguns minutos. Quando as garotas chegaram lá, avistaram Tara usando uma tipoia para deixa o seu braço imóvel.
— Como você está ? - Sam perguntou assim que colocou as mãos no rosto de sua irmã, se certificando se tinha mais algum arranhão.
— Fizeram alguns exames, talvez eu não precise de cirurgia - Tara falou quase aliviada.
Maxine estava um pouco aérea, pois até agora os médicos só falaram que sua mãe estava na sala de cirurgia, depois disso não quiseram dar muitos detalhes. Ela se sentia perdida, mesmo estando ao lado de pessoas que ela conhecia e se sentia confortável. Claro, que aqueles pensamentos logo pararam de atormentar a sua mente, pois duas outras garotas estavam fazendo um pequeno tumulto no hospital.
Mindy e Anika estavam procurando por Maxine, e também pelas outras garotas, Anika não poderia se levantar de sua cama hospitalar, a médica lhe informou várias vezes sobre os riscos, mas Anika não quis saber de esperar, Mindy tentou fazer com que ela ficasse deitada, mas nada segurava Anika. Ambas tinham ouvido que as garotas estavam no hospital, por isso a pressa em sair do quarto. Anika queria confirmar que a sua amiga estava bem e não tinha ninguém que fizesse ela esperar.
— Anika, vá devagar - Mindy tentava colocar um pouco de juízo na cabeça da asiática.
— Quantas vezes tenho que falar... - Anika iria dar o quinto sermão na morena, mas parou assim que seus olhos bateram em Maxine.
A asiática não perdeu o seu tempo, continuou arrastando o seu soro ao lado de si e andou mais rápido ainda para onde estava a sua amiga. Anika não sabia de ficava feliz por ela aparentar estar bem ou se ficava brava por ela ter corrido direto para o perigo, correndo o risco de morrer.
Tara foi a primeira a ver aquele pequeno tumulto, então cutucou o braço de Sam, para que ela percebesse que tinha uma Anika furiosa vindo na direção delas e uma Mindy insistente, pedindo a todo momento para Anika se acalmar. Sam acabou rindo quando viu aquilo e olhou para Maxine, ela sabia que Anika iria dar uns bons sermões na Prescott.
— Acho que você tem visita. - Sam se segurou para não rir quando a Prescott olhou de modo confuso para ela.
Sam, logo apontou para trás de Maxine, que era onde Anika e Mindy estavam. Assim que a Prescott olhou para trás, se deparou com Anika e logo engoliu seco. Por algum motivo, mesmo sendo mais velha que Anika, aquela garota as vezes dava um certo medo em Maxine. A relação das duas era quase como mãe e filha, estava claro quem mandava nesse relacionamento.
— Estou ferrada... - Maxine comentou e escutou algumas risadas vindo de Tara.
Como previsto pelas meninas, assim que Anika chegou perto de Maxine, a asiática começou a desferir vários tapas, no braço de Maxine, enquanto reclamava várias vezes sobre onde ela estava na cabeça quando decidiu ir sozinha enfrentar dois assassinos.
— Isso dói! - Maxine reclamou após sentir o quarto tapa.
— É para doer mesmo. - Anika rebateu e deu mais um tapa. — Sabe o que eu senti quando acordei e não vi ninguém lá no quarto além da Mindy ?
— Eu já entendi! Me desculpa - Maxine se desculpou pela terceira vez.
— Eu perdôo você - Anika parou de dar os tapas e logo puxou Maxine para um abraço.
— Também tava com saudade dos seus abraços. - Max comentou e Anika acabou sorrindo.
Ambas sentiam conforto no abraço uma da outra. Podiam falar que o relacionamento das duas era de almas gêmeas, mas é como todos dizem, nem sempre almas gêmeas tem que ter um casal. O jeito que elas se aproximaram, a amizade surgindo, tudo aconteceu de forma natural e saudável.
— E que roupa é essa ? - Anika perguntou assim que percebeu a vestimenta preta em volta da Prescott.
— Longa história... - Maxine falou e Anika se deu por vencida.
Mindy já estava conversando com Tara e Sam, a Meeks estava debatendo sobre como pelo menos tinha acertado um dos Ghostfaces, Quinn, mas infelizmente tinha a descartado assim que viu ela sendo hospitalizada, um erro de iniciante que Mindy jamais cometerá novamente. Também debateram como foi surpreendendo Charlie ter voltado, aquilo nunca passou pela garota dela, a única teoria de que ela acreditava é que a televisão não tinha de fato matado Stu Macher.
Se ele morreu ou não, talvez nunca saberemos...
Anika e Maxine ficaram conversando, a Prescott estava contando aos poucos sobre o que tinha acontecido desde o momento em que ela saiu do hospital até o momento em que ela vestiu aquela fantasia de Ghostface que pertencia a sua prima Jill. Porém, ela decidiu ocultar que viu os seus dois parentes mortos, aquilo ela iria deixar para conversar com a sua própria mãe, isso se ela não desistir antes de contar, pois o medo de Sidney achar que Maxine tinha enlouquecido estava crescendo.
— Sidney Prescott ? - A voz de um médico chamou a atenção das garotas.
Maxine logo levantou a sua mão em direção ao médico, aquele hospital tinha o costume de chamar atenção dos familiares pelo nome do paciente.
— Qual o parentesco com a paciente Sidney Prescott ? - O médico perguntou olhando para Maxine.
— Sou filha dela. - Maxine falou e o médico logo sorriu.
— Vou precisar que me acompanhe - Ele falou guardando a seu prontuário.
Antes de ir, Maxine olhou para as meninas mesmo sabendo que elas não iriam poder acompanhar ela. As meninas devolveram um olhar de incentivo para a Prescott mais nova, todas acreditavam que Sidney estava bem, pois como já foi dito uma vez por uma lendária mulher.
"Não se destrói o original"
Após isso, Maxine finalmente tomou coragem e seguiu o médico até onde ele pediu. Felizmente Tara estava prestes a ser atendida, assim que Maxine saiu, outro médico chegou próximo as meninas com alguns papéis de exames e raio-x na mão. As notícias eram ótimas, Tara não iria precisar de cirurgia, mas iria usar uma tipóia em seu braço durante algumas semanas, só para evitar algum esforço e piorar o seu quadro.
— Como a minha mãe está ? - Maxine perguntou pois o médico estava apenas andando em direção aos quartos e não falou nada até agora.
Antes de responder a pergunta da garota, o médico parou em frente a um dos quartos, a placa que estava colada na porta tinha o nome de sua mãe, Sidney Prescott.
— A cirurgia foi bem, mas ela perdeu muito sangue - O médico começou a falar. — Por sorte, tudo saiu como planejado, sua mãe irá precisar apenas de alguns dias de repouso antes de voltar a se movimentar normalmente.
— Obrigada, doutor... - Maxine tentou ler o nome que tinha no crachá do médico mas sua visão estava cansada demais para isso
— Doutor Shaun Murphy! - Ele sorriu e se despediu da mais nova.
Os dois se despediram um do outro e o médico logo deixou Maxine sozinha, pois ele tinha mais outros três pacientes para verificar. Maxine colocou a sua mão na maçaneta e respirou fundo, por algum motivo, o seu coração estava batendo mais rápido assim como as suas mãos suavam, ela estava nervosa em rever a sua mãe.
Assim que a porta foi aberta, os olhos de Maxine pousaram sobre a sua mãe, que estava deitada com aquele típico respirador de hospital em seu nariz. Maxine não sabia, mas a primeira pessoa que sua mãe exigiu em ver assim que acordou, foi a sua filha. Sidney, mais que todo mundo, sabia o que poderia estar passando pela cabeça da garota, principalmente depois de ter a primeira morte em mãos.
Sidney estava acordada antes mesmo de Maxine chegar, a cirurgia não demorou tanto pois os ferimentos foram todos a bala. Quando o som da porta se abrindo foi escutado pela Prescott mais velha, seu olhar foi rapidamente direcionado a pessoa que tinha aberto-a. Assim que ambas trocaram olhares, as duas sorriram. Mãe e filha, ambas felizes e aliviadas em ver uma a outra.
— Mãe... - Maxine fechou a porta e correu em direção a sua mãe, que logo abriu os braços para receber a sua filha.
As duas iniciaram um abraço apertado, Sidney não se importou se iria machucar os seus ferimentos com aquilo, o que importava agora era ter a sua filha mais velha em seus braços.
— Me perdoa, filha... - Sidney sentiu uma lágrima escorrendo pela sua bochecha.
Maxine olhou para a sua mãe sem enteder o que ela queria dizer, Sidney não tinha feito nada de errado para pedir o perdão de sua filha.
— Tudo que eu fiz foi para proteger você disso e olha onde estamos agora. - Sidney sentia que todo aquele esforço foi em vão.
— Estamos mais fortes que antes. - Max sorriu quando olhou nos olhos de sua mãe
— Tenho tanto orgulho de você... - Sidney passou a mão delicadamente pelo rosto de Maxine.
Sidney beijou, com muito carinho e amor, a testa de sua filha, que não demorou em sorrir com aquele ato, fazia muito tempo que ambas não tinham essa demonstração de afeto, elas se afastaram um pouco depois que Maxine foi aceita na faculdade, mas agora estão juntas novamente.
— Eu preciso contar uma coisa - Maxine resolveu falar o que tinha em mente.
— Sim, eu aceito a Sam como nora - Sidney respondeu antes mesmo de Maxine perguntar.
Maxine ficou boquiaberta com aquela revelação, definitivamente não era aquilo que a Prescott iria perguntar para a sua mãe.
— Mãe! Não era isso - Maxine pode sentir as suas bochechas esquentando.
— Oh... Desculpe - Sidney se surpreendeu e logo sorriu. — Mas se a Sam magoar você, não vou responder por mim...
— Mãe! - Maxine repreendeu a sua mãe novamente.
— Tá bom filha, já parei - Sidney segurou um riso ao ver as bochechas de sua filha totalmente coradas.
— Antes de vestir a roupa de Ghostface eu posso ter visto uma coisa... - Maxine estava um pouco relutante para falar.
— O que você viu ? - Sidney franziu o cenho.
— A Jill e o Roman apareceram para mim.
Assim que aquelas palavras saíram da boca de Maxine, Sidney ficou estática, a mulher não esperava ouvir isso de sua filha, ainda mais sabendo que os nomes citados eram de pessoas da família que já morreram e que Maxine não teve nenhum contato.
— Eu não sei como, eles falaram comigo e me contaram coisas, me ensinaram como eu deveria fazer para matar. - Maxine estava nervosa, não saber o que sua mãe estava pensando estava acabando com ela.
— E os gritos, consigo ouvir os gritos das pessoas que a Jill matou - A voz de Maxine estava um pouco embargada.
— Maxine... - Sidney puxou novamente a sua filha para um abraço. — Tudo bem, está tudo bem agora.
— Eu estou enlouquecendo ? - Perguntou Max.
— Não está, você só precisa descansar um pouco. - Sidney respondeu tentando imaginar o quanto a mente de sua filha estava afetada.
Uma coisa é certa, depois de hoje, Sidney com certeza iria pedir para sua filha começar a fazer terapia, apenas para servir de suporte para ela, pois os traumas deixados poderiam ser incontáveis e difíceis de lidar sozinha.
Alguns minutos se passaram, Maxine estava deitada junto de sua mãe, ambas na cama hospitalar, a diferença é que Maxine tinha acabado de dormir e Sidney estava acordada enquanto olhava pela janela e avistava os prédios e as ruas. Sidney sabia que poderiam ser atacadas novamente em alguns anos ou poderiam nunca mais ser atacadas, mas não tinha como ter certeza, a única certeza era o presente e no presente elas estavam bem.
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