Capítulo 13
Ele
Eu odiava perde-la, odiava não ter Camila sob controle. Seis meses é tempo demais, ela nunca conseguiu se esconder por tanto tempo assim. Onde ela está? Com quem está? As últimas informações que tive sobre ela só me deixaram ainda mais furioso. Camila está machucada, culpa do incompetente que ficou responsável por trazê-la até mim.
— Senhor- um dos homens diz ao abrir a porta.- Nós o encontramos, ele está na área de lazer.
Ótimo, pelo menos uma coisa boa em meio a isso tudo. Espero que este homem tenha algo bom a me dizer ou caso contrário pagará caro, não que de qualquer forma eu não vá lhe dar uma lição.
— Excelente, encontraram algo referente a Camila com ele?- pergunto me levantando e seguindo até a porta.
— Sim. Encontramos uma bolsa feminina e dentro dela uma quantia de mil dólares, uma peruca loira e também uma identidade falsa no nome de Ella Collins- o homem diz estendendo para mim o documento.
Na foto Camila usa uma peruca loira com cumprimento até os ombros, diferente mas sempre a mesma garota que eu vi naquele orfanato há muitos anos atrás. Inteligente. Forte. Doce. Linda. Minha.
Eu e o segurança seguimos até a área de lazer onde o incompetente que não conseguiu trazer Camila de volta está amarrado em uma cadeira, os outros seguranças em volta dele observando qualquer tentativa de fuga.
— Que bom encontrá-lo novamente Emmett- digo e Emmett abaixa a cabeça.- Quero que me conte o que aconteceu. Se eu bem me lembro Camila foi localizada em Toronto, certo?
— Si... Sim senhor- ele confirma gaguejando. Frouxo.
— E o que deu errado?
— Ela conseguiu escapar.
Não me diga.
— Como um homem forte de quase dois metros deixou escapar uma mulher com menos de um e sessenta de altura?
— Ela começou a gritar e lutou comigo- Emmett diz cauteloso.
Ela é capaz disso mesmo, eu sei bem como Camila e forte e teimosa.
— Você bateu nela?- pergunto encarando Emmett.
— Sim senhor, mas...- ele confessa mas eu sou mais rápido e acerto um soco em seu rosto.
— EU DISSE PARA TRAZÊ-LA ATÉ MIM SEM NENHUM ARRANHÃO- grito vendo o sangue jorrar de seu nariz.
— Desculpe senhor- Emmett diz trincando os dentes.
— E depois, o que aconteceu com ela?
— Ela foi atropelada.
— O QUE? COMO ASSIM ATROPELADA?- gritei e o homem se encolheu.
— Ela tentou atravessar a avenida correndo, estava chovendo muito- Emmett diz baixo.
— E o que você fez?
Camila precisa estar bem, ela tem que voltar para casa, tem que voltar para mim.
— Não pude fazer nada. O homem que a atropelou saiu do carro e a levou embora, eu os segui até o hospital mas não pude fazer nada pois o local estava lotado de pessoas.
— Então não se sabe nada sobre ela desde então? Se está viva ou morta, se está bem. Nada?- pergunto sentindo meu sangue ferver.
— Na manhã seguinte eu retornei ao hospital, a única informação que consegui foi que ela não estava mais lá pois já havia sido liberada.
— Deixa eu ver se entendi. Você bateu nela e depois simplesmente a perdeu? Você é um incompetente.
— Me dê outra chance senhor, eu posso consertar isso, posso trazê-la de volta.
Não consegui conter o riso, mas é claro que ele vai ter que concertar isso ou eu mesmo terei que concerta-lo.
— Ok, eu te dou uma segunda chance- digo segurando seu queixo ensanguentado e fazendo-o me encarar.- Você trará Camila até mim, eu só quero voltar a ver você quando estiver com ela, se tentar fugir, se pelo menos pensar nessa possibilidade eu mato você. Entendeu?
— Sim senhor, eu entendi- Emmett responde.
— Tirem esse verme daqui- digo aos outros seguranças pegando um lenço e limpando o sangue da minha mão.
Saio e vou em direção ao único lugar que me da paz ultimamente, assim que subo as escadas paro em frente a porta tão familiar. Assim que entro no quarto sinto que voltei no tempo.
★★★★★★
Camila está dançando e pulando por todo o jardim, Sinuhe disse para ela tomar cuidado mas Camila continua pulando e girando com seu vestido rodado.
Já faz um ano que me mudei para mansão da família Cabello, eles são o que eu nunca imaginei, uma família. Mas eu não consigo fazer parte disso, não consigo ver Sinuhe e Alejandro como meus pais e nem ver Camila como uma irmã, eu definitivamente não consigo vê-la como irmã.
— Vem brincar comigo- Camila pede parando na minha frente.
— Acho melhor não, você parece estar se divertindo bastante sozinha- recuso e ela faz careta.
Ela sempre faz uma careta engraçada quando alguém discorda dela, até mesmo os pais.
— Qual é o problema? Não gosta daqui?- Camila pergunta com as mãos na cintura.
Será que ela sabe como se parece com a mãe quando está brava?
— Não é isso, só não quero machucar você- digo e ela faz careta outra vez.
— E por que você me machucaria? Você é meu irmão agora, irmãos não machucam uns aos outros.
Nós não somos irmãos Camila. Nunca seremos.
— Acho melhor não- digo e ela sorri.
— Sabe, a mama sempre diz que eu sou muito teimosa quando quero- ela diz antes de pegar minhas mãos e me fazer levantar.
— O que está fazendo?- pergunto enquanto ela começa a girar ao meu redor.
— Estou dançando, e vou te fazer dançar também- ela responde rindo.
Eu não consegui me conter, a alegria que exala da Camila é contagiante. Depois de vários minutos pulando e dançando com ela Sinuhe nos chamou para o lanche. Camila saiu correndo na frente e acabou tropeçando nos degraus e caiu, corri e me abaixei ao seu lado.
— Você está bem?- pergunto e ela morde o lábio com uma expressão de dor.
— Meu tornozelo está doendo muito.
— E você não está chorando.
— Eu sou uma Cabello Estrabão, não vai ser uma dor que vai me parar.
E foi nesse momento que eu percebi, nesse instante eu soube que Camila era forte, que ela era tudo o que eu queria.
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