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CAPÍTULO 2

É tudo minha culpa! A culpada sou eu. Cora se martirizava desde que colocara os pés fora de casa.

Fazia um tempo que ela e sua família tinham chegado na Igreja Matriz da Comunidade, o local mais alto que as autoridades acharam para abrigar os desalocados. Era seguro, mesmo sabendo que levaria trinta minutos para a água passar ao redor de lá, caso a barragem estourasse.

A movimentação de pessoas no espaço gramado em frente à Igreja era muito grande. Outras famílias, como os Maldonados, chegavam carregando mochilas, bolsas e expressões de desespero. Alguns voluntários armavam as barracas de lona cinza que serviriam como dormitório e bombeiros em suas roupas vermelhas entravam e saiam da paróquia o tempo todo. Por um momento, Cora se distraiu pensando que a grama ficaria amareada e sem vida por causa das barracas, mas depois voltou a realidade. Sua mente tentava a todo o custo encontrar um escapismo de toda a culpa que lhe consumia. A barragem que estourou tirou não só vidas, como também abalou o psicológico de todos. Qualquer movimento em um copo já era motivo de grande desespero.

O pequeno grupo de Cora estava na Igreja esperando os dormitórios ficarem prontos. Algumas pessoas rezavam frente às estatuas. Cora também. Não que ela fosse religiosa, só estava aflita por saber que as buscas tinham sido interrompidas mais uma vez, quando interrogou um voluntário o motivo pelo qual os bombeiros estavam lá ao invés de estarem no local do acidente procurando sobreviventes.

Ela conhecia pessoas que estavam desaparecidas. Sua melhor amiga trabalhava no restaurante que foi levado pela enxurrada de rejeitos e lama. Tudo era um pesadelo! E pensar que poderia ter sido evitado. Bastava ela dizer "sim". No entanto, ela não disse.

A aspirante em oração acendeu uma vela com um fio de esperança. Sentou perto do seu filho que ouvia uma idosa ler a bíblia para três crianças e observou-a. Vestia uma saia abaixo dos joelhos, calçava uma sandália meio suja e tinha os cabelos mal arrumados. Ela parecia estar calma diante de tudo que acontecia, na prática, exalava confiança. Os seus olhos confortavam. Mas sua espectadora não entendia o porquê. Talvez a senhora de coluna curvada não carregasse o mesmo peso na consciência que Cora.

✦ ✦ ✦

– Mas eu já dei uma entrevista! – Reclamou Michelangelo batendo as mãos na mesa do escritório. O barulho ecoou pelo ambiente, fazendo-o se arrepender pelo ato impulsivo.

Seu filho viera interceder em nome dos outros funcionários da empresa que tentaram em vão convencê-lo a fazer uma coletiva de imprensa. Não que ele não quisesse ajudar aquelas pessoas que estavam sofrendo por sua causa. Francamente, Michelangelo se sentia o homem mais miserável da história. Ele não conseguia formular um discurso que o fizesse ser perdoado. Na verdade, ele nem merecia isso.

– Pai, as pessoas precisam saber que estamos ajudando nas buscas. – Suplicou o herdeiro Berson.

– Eu sei, meu filho, mas eu não tenho a coragem de mostrar minha cara para eles. Vejo o que aconteceu por minha causa.

O Berson mais velho se jogou na cadeira, frustrado, enquanto o mais novo preocupava-se cada vez mais. A propagando negativa da empresa triplicou nas últimas horas com as entrevistas transmitidas nos telejornais. O jovem tinha consciência de que os mortos e desaparecidos se tratavam do seu próprio pessoal, seus funcionários, mas ajudar no que fosse preciso era muito mais pela imagem do que pela empatia. Além do mais, as ações na Bolsa de Valores estavam caindo, logo, precisavam reverter esse quadro.

O filho de Michelangelo também tinha conhecimento do número alarmante de desabrigados e mortos. Já imaginava a quantidade zeros em cada indenização que porventura viessem a pagar. Não era hora para se esconder. As pessoas precisavam acreditar que eles além de serem inocentes, eram solidários.

– O que aconteceu não pode ser revertido. Mas o que acontecerá pode ser mudado. – Disse o jovem como se fosse um sábio em plena Atenas.

O pai suspirou e pediu que o filho se retirasse. Precisava pensar um pouco antes de dar o veredito.

Michelangelo deu algumas voltas pelo enorme escritório, pensativo. Esfregou as têmporas vez ou outra no intuito de aliviar a dor de cabeça e deu um gole no seu café. Ele não se lembrava qual foi a última vez que conseguiu passar um dia sem preocupações. Julgou ser quando ainda era moço.

Resolveu ligar a televisão. Péssima ideia. A tela preta deu espaço para uma jornalista muito bonita, porém dura nas palavras.

Isso não pode ser considerado um "desastre ambiental". A mulher falava com seu cabelo curto mexendo de leve. Suas sobrancelhas não paravam quietas. Desastre ambiental é o tsunami no Japão, os terremotos na China e Indonésia, as erupções na Guatemala. Todos eles não puderam ser evitados. Mas o que aconteceu no Brasil teve uma causa antrópica. Não é desastre, mas sim um CRIME! Existem responsáveis por isso que merecem pagar... "

Michelangelo desligou a tevê rápido demais. Ele não aguentava mais ouvir tudo aquilo. Precisava dar um basta nisso.

✦ ✦ ✦

Não! Ela quis gritar.

Mas de onde surgiu essa palavra? Como ela sabia dizer isso, ou melhor, como sabia o que significava?

A coisa anormal respirou velozmente como se sua vida dependesse disso. Mas, o que era vida? Ela tinha? De repente, pegou-se tentando matutar onde estava. Tudo tão estranho. Algo sob si de cor estranha para todos os lados, algumas criaturas grandes, alguns com coisas pontudas na cabeça, olhavam para ela, uma negritude a cobria. O céu! Ela sabia que aquilo era o céu. Viu pontos brilhantes e sentiu uma estranha... Saudade? O que era saudade?

A coisa levantou cambaleando.

Lentamente lembrava-se de como tinha chegado e perguntava-se porque não sentia mais frio. O que era frio? Quis saber. Tinha dúvidas sobre tantas coisas. Que planeta era esse? Por que veio para cá? Quem era ela?

Sentiu um terremoto. Já não era mais escuro. Ela via algo brilhante e quente no céu. O sol... Seu lar? 

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Nota: 1005 palavras

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