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O3 | BARREIRAS

Nos meus sonhos você está comigo

Seremos tudo que eu quero que sejamos

E a partir daí, quem sabe?

Talvez esta seja a noite em que nos beijamos pela primeira vez

Ou sou só eu e minha imaginação?

Imagination | Shawn Mendes

SAUL HOROWITZ

23 de junho, 2018, verão, Fontana

Um completo idiota. Eu era um fodido idiota por ter ido ao local que o garoto me convidou sem nem ao menos ter respondido ao seu convite.

O vento balançou a copa das árvores, e as algumas folhas mortas foram levadas a rastejar aos meus pés, me fazendo sentir em paz com o ambiente vívido da natureza, ignorando o movimento e barulho desnecessário das pessoas ao redor. Eu estava sentado debaixo de uma árvore, lendo um livro, completamente satisfeito com a minha escolha de roupas simples e leves para o passeio. Peguei uma blusa aleatória, que mandava todos se foderem, uma jaqueta jeans, e uma calça clara combinando com a jaqueta.

Voltei minha atenção às linhas escritas do livro, não dando importância com a sombra que descansou de repente pelas folhas amarelas. Franzi o cenho, erguendo meu pescoço, e abrindo a boca ao encontrar o garoto que perdia seu tempo importante comigo.

— Eu sabia que você veria, Saul.

Ele agachou-se, saudando-me naturalmente com um de seus sorrisos.

Eu levantei o livro, escondendo minhas bochechas tomadas por um tom rubro.

— E como descobriu que eu estava aqui?

Ele abaixou meu livro sucintamente, mexendo com meu coração deixando escapar aquela beleza criminosa. Seu cabelo ondulado permaneciam como ondas violentas e inquietas, mas a calça jeans escuras abraçavam suas coxas definidas, e seu blazer cinza com as mangas dobradas até o cotovelo escondia um pouco da sua blusa branca.

— Eu não descobri. Eu simplesmente sei onde te encontrar.

Antes que eu pudesse absorver por completo suas palavras, me permitir ser puxado pelo meu pulso, quase perdendo meu livro no caminho. Ele correu até o outro lado do parque, a área de ciclismo, onde o volume de pessoas era em proporções maiores, causando tremores em meus músculos. Puxei ar durante a corrida, em busca de alívio, inspirando o ar fresco e o cheiro forte de frango fritado.

Distraído, tentando não surtar, mal percebi quando o jogador atravessou mais uma parte do parque, com nossas visões finalmente atravessando a paisagem mais bonita que poderia ser observada daquele ponto. Meus olhos brilharam assim como a superfície do lago das águas verdes, e tomado por emoção, apertei meus dedos contra os do garoto sol.

Eu não tinha ideia do que ele planejava com aquele passeio, mas eu adorava paisagens naturais, me envolvendo completamente com o momento.

— Como sabia que eu amava natureza? — Percebi que eu estava sendo cada vez mais repetitivo nas minhas palavras naquele dia. — E não me responda com 'simplesmente sei'.

Seu corpo tremeu afligindo com o impulso das risadas.

— Seu quarto. Ele basicamente era decorado com elementos naturais.

Fizemos contato visual, e um calor subiu pela minha nuca.

Ele me via sem qualquer obstáculo, e tentava me entender.

Fiquei calado, empurrando as engrenagens que pararam de funcionar por alguns segundos, enquanto o garoto sol — aquele que eu possuía finalmente coragem de admitir que era a primavera, retirando o dezembro das pessoas para todos os lugares que ele pisava, e sem qualquer dificuldade conquistava a todos e eu não fui uma exceção —, deu as costas, me guiando para um outro lugar.

Atravessamos alguns quarteirões, abandonando o cenário verde e brilhante, com meus olhos sendo recebidos por uma visão urbanizada, com altos prédios, e meus ouvidos sofrerem abusos dos carros e das buzinas. Um zumbido irritante surgiu num canto da minha cabeça, mas ele logo se dissolveu. A razão daquilo era a frente de um enorme muro, dentro dele, grades que demarcavam a divisa entre a plateia e os carros.

Encolhi meus ombros ao caminhar na margem da tela de ferro, observando um carro de corrida passar em assobiando ao meu lado. O segui com os olhos até ele diminuir fazendo uma curva na pista de terra. Atrás de mim, a multidão explodiu com gritos eufóricos quando o carro com listras amarelas, cujo eu stalkeei com os olhos, passou do seu adversário, o carro azul.

Busquei meu acompanhante, que entrou em ação assim que o procurei, nos levando para um lugar mais calmo. O sacrifício de levantar o mais alto que eu conseguisse os meus joelhos valeu a pena quando estávamos na arquibancada mais alta, de mãos dadas, aproveitando o restante da corrida.

— Por que esse lugar? — gritei, tentando sobrepor o ronco dos motores, soterrando o lugar e a completa atenção do verão. Ele sorria e torcia por um jogador da numeração seven, aguçando algum sentimento de diversão em mim também.

Minha voz o alcançou sem problemas. Ele girou o pescoço para o lado, para melhor acessibilidade do meu rosto, segurando minha mão.

— Eu queria que você soubesse um pouco de mim, assim como eu conheço partes suas.

Outra vez, em um mesmo dia, meu cérebro não conseguiu completar toda informação que o atleta redigia com a sua boca. Sem palavras, eu balancei a cabeça, lançando um sorriso com dentes, exclamando um oh. Eu, de verdade, estava muito surpreso dele tentar se tornar algo meu.

Tentei me concentrar no resto da corrida, mas eu só pensei nas suas palavras.

Nos questionamentos.

Se eu pudesse confiar de olhos fechados, sem ter a mínima possibilidade dele meter uma faca nas minhas costas, rachando tudo o que formamos até aquele momento. Ou antes deles. Porque desde o começo do segundo semestre do terceiro ano, que tínhamos começado essa ligação incomum. Desde que ele decidiu me notar entre a multidão de admiradores, algo se moldou aos poucos, tomando o espaço vazio entre nós.

Mas aquilo era discussão para outro momento.

O sol avermelhado já caía no oeste, demarcando o fim do nosso passeio. Briguei com meus pés para caminhar mais devagar, para poder aproveitar cada minuto da presença do jogador.

Empurrei uma quantidade generosa de sorvete, sem desviar o olhar do garoto, que parecia ter voltado alguns anos de sua vida, enquanto aproveitava seu sorvete sabor chocolate. Ri, sentindo o sabor do oreo inundando minha boca, e apreciando não ser o único curtindo essa satisfação inocente.

Conectei algumas linhas dentro da minha cabeça, andando no limite da estrada do meu bairro, reunindo coragem o suficiente para fazer todas as perguntas para o atleta, e antes de saciar minhas curiosidades, eu planejei o chamar pelo nome. Estive guardando todo o ar possível, sem temer um colapso na minha mente.

E o tempo esperado aconteceu.

Cessei os passos, e sintonizado comigo, o jogador parou também.

Ele voltou alguns passos, ficando frente a mim, perguntando se eu estava bem.

— Eu posso fazer algumas perguntas para você... — travei, minha voz abaixando gradativamente, confessando em cada minúscula entrelinha que eu estava nervoso. O garoto sol tocou meu ombro, lendo minhas intenções, pedindo que eu esquecesse do que ele tinha pedido no dia anterior. Mas eu queria tentar. — Leonel?

Minha voz não saiu baixa, porém, escapou um pouco manhosa.

Leonel arregalou os olhos, cobrindo sua boca com a mão num ato bruto, desviando o olhar.

Uma ansiedade crescente infestou meus ossos, e esperei no silêncio profundo, algum som do garoto que passei três anos fingindo que não existia, e que agora tem nome, sobrenome e uma imagem gravada nas linhas da minha mente.

Antes de mais nada, ele assentiu com a cabeça, ainda se recuperando do choque

— Me desculpe. Eu li suas intenções, mas, merda, isso me pegou de surpresa. Senti como se fosse vomitar meu coração, e... — Confessou, seu rosto tomando uma coloração parecida com a minha. Leonel suspirou, engolindo as próximas palavras, soprando um riso sem graça. — E sim, você pode qualquer coisa sobre mim.

Dei um sorriso tímido, iniciando nossa caminhada. Ele me acompanhou, fazendo pequenos intervalos entre a estrada e meu rosto.

— Como seu mundo se movimenta?

— Pessoas, muitas pessoas ao meu redor, desejando algum pedaço de mim, mesmo que eu não tenha muito o que oferecer. Eu tento constantemente ser algo que minha mãe idealizou, e que meu pai enfatiza todos os dias da minha vida, mas há dias que eu não estou bem para seguir com a minha missão de bom garoto — Leonel sorriu sem graça, e eu olhei para ele. — Minha mãe morreu quando eu tinha sete anos, de acidente de moto, enquanto voltava de uma viagem de negócios. Ela acreditou que seria mais rápido para nos encontrar, mas apenas encurtou sua vida. Antes de partir, eu prometi que seria para frente seu leão sorridente, e meu pai jamais poderia permitir que a tristeza me alcançasse, e deixasse de ter o homem incrível que ele era.

Segurei sua mão, pedindo desculpas por ter feito a pergunta. Ele negou, rindo, dizendo que não se importava.

— Mas eu me sinto bem com você, Saul. Você nunca me olhou e pediu para lhe dar algo que não sou. Não romantizou, compactando camadas de fantasia em relação a minha pessoa.

Me encolhi por dentro com sua resposta.

Eu não poderia.

Na verdade, eu o fiz o vilão, sufocando todos os dias sua imagem.

Antes de continuar caminhando, fui forçado a parar na frente da minha casa.

Leonel se aproximou, ainda segurando minha mão, beijando minha bochecha dessa vez. Recuei meu rosto, cobrindo minha bochecha, tornando meus ouvidos vítimas do seu riso.

— Obrigado por aceitar passar o dia comigo — sussurrou, seu rosto estando perigosamente perto.

Então Leonel me soltou, me deixando sozinho no meu mundo colorido, levando consigo algumas cores, deformando lugares que antes dele eram confortáveis sem ninguém atrapalhando. Segurei algumas pontas, acumulando entre as palmas da minha mão, mas as partes continuam se esvaindo, restando buracos.

Vi suas costas, e meu coração apertou, minhas ações sendo guiadas por este sentimento. Minha mão se encaminhou para seu blazer, segurando-o no limite. Leonel virou-se, e removi meus dedos acovardados, com medo de lhe entregar a minha parte mais frágil.

— Eu só queria lhe desejar boa noite — curvei meus lábios, atuando o melhor sorriso possível, mas a única coisa que eu conseguia me concentrar era no sabor amargo da minha mentira descarada.

Apesar de estar desconfiado da minha atitude, ele me devolveu o gesto, sumindo na escuridão.

Inspirei o ar da manhã, afundado no meu sofá da estufa, enrolado num cobertor qualquer, segurando a xícara de café fumegante, mantendo uma parte da minha consciência sóbria e outra completamente bêbada de emoções desorganizadas. Eu dormi consideravelmente bem, contudo acordei cedo naquele dia de domingo, me dirigindo ao meu recanto particular. A estufa que minha mãe, que era uma florista incrível, construiu como meio de conspiração contra seu marido, me mimando de todas as formas.

Eu ainda pensava em Leonel. Em como ele figuradamente me prendia contra a parede.

Empilhando pensamentos explosivos na minha cabeça, mal pude perceber quando alguém empurrou a porta de ferro da estufa, e rastejou até mim, me envolvendo por trás com cuidado, caindo na dobra do meu pescoço, respirando em mim.

Não precisei pensar muito em quem era. Seu perfume era denunciativo o bastante.

— Por que decidiu se aproximar de mim? Por que continua investindo em mim?

Eram perguntas que eu deveria ter feito desde nosso primeiro contato repentino.

Os braços de Leonel voltaram para si, mantendo-se imóvel por tortuosos minutos.

— Você não entenderia. Não agora.

Capturei o lábio inferior, abaixando a cabeça, criando ressentimentos com sua resposta.

— Resposta errada — liberei a palavra, dando um risinho magoado. O que eu mais esperava? — Como eu entenderia se você não me disse nada?

Não olhei para trás. O vazio do sofá mostrou que ele havia se levantado, e parado ao meu lado. Evitei erguer meu rosto, escondendo minha expressão cinza, me resguardando de impulsos violentos, e me concentrei em seus punhos fechados. O vento assobiou no lado de fora, restando apenas a sinfonia criada pela respiração da minha companhia, provavelmente me medindo, resistindo a algo parecido com o meu.

— Sim, você não entenderia meus pensamentos. Da última vez que me expus, você quase teve uma crise, lembra? — Nunca vi seu tom sair tão frio e cortante. Abri a boca, em intenção de colocar mais desculpas entre nós, porém, ele foi mais rápido. — E não. Eu não quero ser o responsável por te empurrar para baixo.

Ele começou a se afastar de mim com o ponto final. E em outro segundo, Leonel saiu correndo, dando tempo apenas para fechar a porta da minha estufa. Admirei a saída do meu mundo exclusivo, tentando afastar a sensação de mil agulhas perfurando minha garganta, e a ardência dos meus olhos.

Me inclinei, escondendo meu rosto entre minhas mãos, não permitindo que as lágrimas fluíssem.


Olá! Meu Deus, eu consigo ser um pouco dramática às vezes. Minhas playlists quem digam. Romance adolescente não é meu forte como podem ver, espero que estejam gostando. Sempre fico com um frio da barriga quando eu posto estes contos.

Até o próximo capítulo, e o último.

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