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Havia um poeta
que andava sempre com um estojo de band-aid no bolso
Não que ele fosse hipocondríaco
mas por que ele sabia
que a vida machuca e as palavras também
Cada vez que se inspirava, sentia como se cortasse um pedaço de si mesmo
E oferecesse para o papel
Era uma dor necessária
ele não pensava só na própria cura
Mas também em pessoas
com o coração dilacerado
Mesmo sendo exposto
E estando vulnerável
Em cada poesia
Expor sua alma não foi um ato de coragem
E sim um ato de cura
E assim, sempre que acabava de escrever,
ele ia até o espelho, procurava a ferida mais recente
e colocava um band-aid sobre ela
Não era cura mas uma proteção
Uma maneira de mostrar ao mundo
Que ele estava machucado
mas não iria parar de oferecer um pedaço de si
Para cada pessoa em cada poesia.
Esse sou eu
Mat
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