Capítulo 12
Leopoldina tinha chegado ao fundo do poço.
A viagem à praia não acabou bem, ela realmente queria ter ido embora depois daquela bagunça, mas suas meninas queriam tanto aproveitar um pouco de paz e sucesso.
Mas quando chegaram em casa, foi realmente frio e sem aquela alegria que tinha. Quando surgiu uma viagem para Lancelot ir a trabalho, ele aceitou bem rápido, fazendo a mente dela pensar que o mesmo tentou ir ver Madeleine dar aquelas promessas que ele sempre a deixava segura. Suas filhas pareciam ser seu único momento de alívio para aquele sentimento de estorvo.
Sua fome tinha deixado seu corpo e o sentimento de vazio a tomou.
Lancelot tinha engravidado sua querida prima, onde trocavam juras de amor por meses, anos, dias e horas. Poderia dizer que aquelas cartas que lhe davam sorriso seriam dela? Um sentimento amargo surgiu em sua mente.
Ele nunca iria se divorciar, com medo do que aconteceria com a mãe de seus filhos. Lancelot é um herói, que a amou por um pequeno tempo, que a cuidou e deu uma casa, tentou transformá-la numa mulher da sociedade, mas ela falhou com a única pessoa com quem ela não queria falhar, com o homem que a olhou com carinho e paciência.
Mas será que olho?
Vendo agora, parecia que Lancelot a mantinha longe até mesmo de seus pensamentos.
O homem a assumiu e nem mesmo sabia do estorvo que ela seria, sentiu culpa e uma dor em seu peito que nem com as falas bonitas de sua menina melhoravam essa queimação de suas entranhas. Ela tinha falhado com ele e, vendo as meninas, poderia falhar com elas logo, logo. Além do mais, Amélia e Ember iam crescer e suas saias iam cobrir seus pés e seus cabelos iam ficar presos.
Elas teriam que ir a bailes e a própria mãe não ia conseguir conviver em sociedade porque onde Leopoldina colocava os pés, ela destruía as coisas. Tulipa sofria a mesma coisa? Pela primeira vez em anos, se pode chorar na casa.
Porque sabia que Melissa e as meninas estavam fora, indo à cidade comprar tecido para fazer vestidos e iam passar a noite na casa dos filhos de Melissa para uma pequena festa de aniversário.
Depois de tanto tempo, Leopoldina pode chorar sozinha, e mesmo chorando, não sentiu alívio, sentiu como se o peso não aliviasse, fazendo-a lembrar de Lancelot falando que não iria embora porque estava preso e a única forma de acabar com o casamento seria até que a morte os se parece.
E, num ato impulsivo, poderia dizer isso? Ou desesperado.
Leopoldina desceu até a cozinha da pequena casa, procurando entre os potes o veneno destinado a roedores e, por um tempo de lucidez, fez repensar se deveria fazer isso, se deveria mesmo dar um fim em sua vida. Leopoldina queria livrar a família do estorvo, mas ir sem se despedir seria rude, não é?
A fazendo marcha para seu quarto, um ambiente foi palco para grandes aventuras de amor e felicidade, onde Leopoldina e Lancelot deram à vida seus anjos, anjos. Lancelot a chamou de anjo, o apelido que prometeu ser só dela.
Fazer carta para suas meninas foi fácil, mas sabia que o pior estava por vir. Melissa ganhou sua própria carta, então tinha que deixar ao Lance.
"Querido marido,
Achou que quando estiver lendo isso não estarei mais aqui ao seu lado fisicamente. Tomei essa decisão porque realmente pude pensar que você nunca mereceu esse tipo de final, um final infeliz, frio, cinza e sem emoção como seus olhos sempre me mostraram.
Naquela viagem em que fomos para o palacete, fiquei pensando se, além de eu te envergonhar, você não queria que você visse a verdade: você é um homem feliz longe de mim, seus olhos brilham com a liberdade que parece que nunca teve comigo.
Você realmente merece um final feliz que sempre sonhou, com filhos e uma mulher que possa te acompanhar em suas aventuras, não a infelicidade de estar presa com uma pessoa com deficiências físicas e mentais que não o deixam aproveitar a vida. Realmente, nunca o culparei de nada, seus comentários das viagens e de suas últimas idas me mostram sua indignação.
Sempre vou te considerar um herói, um herói por me salvar de tudo, um homem que me deu uma vida confortável e sem importunos. No final, acho que sabia dos planos de minha família sobre me descartar, não é mesmo?
Por isso, tenho que salvar, é minha vez de te salvar de um fim ruim!
Terei que me proteger-me vergonha que se enfiou, dos olhares, da retalhação pública.
Pelo menos poderá voltar a ter sua vida normal, sem eventos cancelados ou uma vida destruída.
Com tudo isso, vou embora, levando comigo seu único sorriso que carrego no fundo de minha mente, aquele sorriso quando disse que te amava quando nos casamos, aquelas palavras de "eu te amo" que sempre estiveram em meus lábios, mas nunca saíram porque nunca tivemos tempo para falar.
Darei liberdade ao preso, vou tirar esse peso de você, eu não vou arruinar sua vida. Eu não vou estragar tudo de novo, eu nunca devia ter deixado você estragar sua vida comigo.
(Marcas de choro)
No final das contas, sei que você vai cuidar de tudo muito bem. Madeleine parece realmente amar as meninas muito melhor do que eu, ela vai cuidar melhor e poder ir a um teatro com as meninas. Eu sempre agradeci a Deus por elas nunca serem iguais a mim.
Com amor, sua esposa.
Espero que, no final, Deus tenha piedade de mim.
Porque eu nunca quis atrapalhar a vida de ninguém."
Leopoldina segurou a carta de Lancelot enquanto terminava com seu sofrimento em cima da cama que um dia a acolheu em seus momentos de luxúria com o único homem que ela amou na vida.
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