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Capítulo 6


Bolinhas riscam o rosto de Imaculada, as cobertas doadas pelo governo não são tratadas com amaciante, e o tecido ruim se torna mais duro a cada lavagem. O suor escorre da testa da menina e umedece o travesseiro: enrolada no pano grosso, o medo é maior que o calor.

— Bubu?... Bubu, acorda. — No escuro da senzala, Adriano ofega o nome dela.

— Você precisa aproveitar a vida. — Elaira não parece ter chorado e implorado a Agatha, que buscasse o filho recém nascido que está sob a guarda da mãe. Ela não me protegeu! — a garota gritou. — Por que acham que vai proteger o meu filho?

— Faz mais isso... — Adriano geme.

— Só mais um pouco, depois você mete em mim.

— Bubu. Acorda, Bubu.

— Ela acordada.

O suor escorre da testa da menina e umedece o travesseiro: enrolada no pano grosso, ela não é capaz de julgar se Elaira é uma boa mãe.

Imaculada não entende de mãe. Ou de pai.

Elaira foi abandonada pela mulher que acusa a própria filha. O velho me estuprou na frente dela! — a garota gritou. — Àquela doente ficou com ciúmes! Ela acha que eu quero roubar o desgraçado dela.

Aos oito anos o então namorado da mãe deu início ao abuso; aos dez Elaira cruzou uma igreja e entregou alianças douradas para o noivo; aos quinze anos ela ainda era estuprada pelo mesmo homem. Elaira não esconde que tem problemas sexuais, ela ama o filho e chora por não se sentir boa para ele.

— Imagina você chupando uma boceta. — Adriano ofega.

— Você é um pervertido.

— Você ia gostar.

— Eu prefiro chupar o seu pau.

— Bubu, vem pra cá.

O suor escorre da testa da menina e umedece o travesseiro: enrolada no pano grosso, Imaculada odeia que a senzala seja afastada, e a educadora de plantão não possa ouvir eles transarem.

Elaira e Adriano não dormem na senzala.

Não é que Imaculada acredite em pecado, não há quem se importe com a sua alma. E também não quer dizer que ela não sinta desejo: as relações ocultas dos acolhidos não são sobre amor ou carinho, o que ela assiste é a libertação de fluidos, de ódio e frustração.

Enrolada no pano grosso, ela teme que um dia a obriguem a participar.

— E se eu te chupar, Bubu? — O som de batidas toma o quarto. — Vem pra cá. — Pele contra pele, Imaculada preferia jamais ter ouvido aquele som. Os acolhidos aprendem cedo a compartilhar, seja os brinquedos doados por um homem gordo que precisa de fotos com crianças, seja o próprio corpo.

Tudo é de todos.

Maria não senti prazer em compartilhar.

A atenção se volta para o escritório da diretora, aquela porta não passa uma única noite sem tranca, e se Imaculada não entendia o motivo, Maria carrega um caminhão de suspeita.

Alguém esqueceu a porta aberta.

Se tudo é de todos, parte do que está guardado ali pertence a ela.

— Uma mulher esteve aqui. — José conta. — Eu ouvi ela dizer que vai doar ovos de páscoa pra gente. — Um tecido range. Os acolhidos estão familiarizados com aquele som. Maria mais que os outros.

— Vereadora? — A garota observa a falta de movimento na diretoria, ela não quer ver o que faz a calça soar como se estive sendo esfregada: são os nós dos dedos do garoto, eles têm riscas vermelhas e feridas da fricção, José não geme de dor ou tenta impedir que a pele se prenda em um dos dentes do zíper. Talvez a dor de prazer — Maria pensa.

— A mulher é da igreja.

— Deve achar que vai salvar a alma do inferno.

— Às vezes ela só quer ajudar.

— Ninguém quer realmente ajudar. Já viu abrir mão do conforto por nós? — Maria observa a falta de movimento na diretoria.

— Eu também não abriria.

— Seria um idiota se fizesse.

O barulho do tecido aumenta. José não se incomoda com os que se afastam quando ele se toca, ou com os que dizem sentir nojo. O garoto acha que o mundo deveria falar sobre sexo. Se estivessem satisfeitas, as pessoas seriam gentis e crianças não seriam abandonadas — Ele costuma dizer.

José se toca porque o orgasmo expurga o demônio do rancor que tenta consumir os sentimentos bons.

— Uns não têm nada, enquanto outros se divertem com tudo o que o dinheiro pode comprar. Isso é justo? Se dividissem certo, todos seriam felizes. — Silenciosos, os pés de Maria se afastam da sala. Pela fresta da porta aberta do escritório, ela vê o arquivo de documentos do lar. — A diretora saiu? — A porta desliza silenciosa com o impulso dos dedos da garota.

— Ela foi com a mulher pra algum lugar.

Em dezessete anos, Maria entrou poucas vezes naquele cômodo, diante de uma mesa igual a do escritório de Agatha, ela se pergunta porque aquela está envernizada.

— Tudo aqui parece novo. — Ela admira os quadros limpos da parede, os móveis lustrosos, as poltronas confortáveis. Diferente do resto da casa, nem tudo ali foi doado.

— É o escritório da diretora. — José diz a suas costas.

— E ela é melhor que nós?

Os passos rápidos alcançam a parte de trás da mesa. Sem cuidado, sem medo de ser pega, Maria puxa uma gaveta aberta.

— O que procurando? — José se aproxima.

— Qualquer coisa de valor. — A garota revira os papéis.

— Não pode mexer aí.

— Isso é o que querem.

O punho de Maria é preso.

— Não vou deixar você fazer isso. Tudo o que tem aqui é nosso.

— Tira essa mão imunda de mim, José. — Ela se liberta.

— O que tá fazendo não é certo, Bubu.

— E o que é certo? — Maria volta a revistar a gaveta. — Você bater punheta pra mulher da igreja?

— É um instinto natural.

— Guarda seu instinto pra você. Ver você batendo punheta é uma merda.

— Tô nem aí.

— Eu também não.

Uma nova gaveta desliza aberta e não é necessário revirar os papéis: sobre eles, o fino bolo de nota parece ter sido guardado as presas.

— Não pode pegar isso. — O som de zíper ressoa alto. José não quer tomar uma nova advertência por falta de pudor.

— Já peguei.

— Bubu. — José tornar a agarrar o punho da garota. — Esse dinheiro é do lar. Já não temos porra nenhuma, se pagar ele, vai foder com todo mundo.

— Eu não ligo.

— Mas eu, sim. Você não pode fazer isso.

Fechado, o punho livre de Maria acerta o peito do garoto, e as costas de José se chocam contra o armário.

— Tudo o que eu tenho é esse dinheiro, e não é você quem vai me impedir de ficar ele.

— Não é prejudicando as pessoas que vai dar jeito na vida, Bubu.

— E como eu faço isso? Esperando que alguém tenha pena de mim?

O olhar perde intensidade e o volume na calça diminui. A culpa não é dele, José não era nascido quando o bebê embosteado foi descartado, e se ele estivesse no lugar de Maria Imaculada, estaria apavorado.

— Precisa encontrar outra solução.

— Eu vou agarrar cada solução que aparecer na minha frente. — Maria esconde o dinheiro no bolso da calça, José não segue a garota para fora do escritório, e ela tenta adivinhar se ele irá assumir a culpa.

Não, não irá.

Ninguém quer realmente ajudar.

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