Capítulo 10 - O ECO
Eu!?
Estava deitada em minha cama, num sonho o qual era o mais próximo do que se pode chamar realidade.
Meu corpo suava gotas frias, que o desespero proporcionava naquele entardecer cinzento.
O clima mórbido no quarto reinava por todas as quatro paredes, e a angústia na alma que assistia gélida em seu canto, fazia daquele pesadelo, a história terrível sobre como eu me via e sentia, quem eu era.
Ao abrir meus olhos, crendo fugir daquele impetuoso mar de sensações horrendas, vi que chovia. Mas a chuva que caia lá fora, trouxe arrepios.
A água que devia descer do céu, corria de encontro a ele, e a imagem das gotículas quase que escalando o vidro da janela, me fizera fechar as cortinas.
Vi também, que não estava sozinha e para alegria do desesperado, mas tocar em minha irmã e fitar seus olhos escuros, ver refletida a minha imagem agonizando por dentro e por fora, me faria estar perdida na eternidade e em prol dela.
Desvanecia.
Sei que é ironia, mas a eternidade me assusta, porque não podemos controlar quem somos ou podemos ser, nem o tempo é eterno, aquele que pode curar nossas dores.
Então percebi, que o som das batidas ininterruptas e o desapego que concreto insistia em tirar de mim, era o eco.
O eco.
O vazio.
A solidão.
A solução?
Eu apenas desejava ser normal, me sentir normal.
Encaixar-me no espaço vago que o mundo oferecia.
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