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Eles abriram todas as janelas e portas que conseguiram encontrar e deixaram o ar frio da montanha penetrar na casa. Descobriram os móveis e iniciaram um mutirão de faxina. É claro que não iam conseguir deixar a casa impecável, mas ao menos ficaria habitável por uma semana.
Nely, Sandra e Helen limparam a cozinha e prepararam o almoço. Por volta da uma da tarde serviram arroz, feijão, macarrão, salada de repolho e bife frito com cebolas. Eles almoçaram na sala de jantar e Nicolas abriu uma das tantas garrafas de vinho do porto que tinha trazido. Eles brindaram à Nely e depois comeram aprovando os dotes culinários de Nely que tinha preparado a maior parte do almoço.
Depois do almoço Resolveram passear ao redor da casa para conhecerem o lugar. Tiraram fotos sentados em um dos bancos de cimento que ficavam diante do lago, depois caminharam até o velho galpão que servia como celeiro, dentro dele havia uma infinidade de ferramentas velhas e imprementos agricolas enferrujados, assim como um velho trator que a julgar pelo estado já não devia funcionar há um bom tempo. Em um canto do celeiro havia enormes pilhas de feno e ali por perto eles descobriram a presença de dois cavalos. Havia água e comida nos cochos indicando que alguém tinha tratado deles recentemente.
— Ei, vejam só. - Disse Nicolas. - Eu disse que o lugar não estava abandonado? Lugares abandonados não têm cavalos, e esses aqui estão bem tratados.
Nely se aproximou e afagou um dos cavalos.
— É bem bonito.
— Acho que eles são mansos.
— Será que tem selas por aqui.
— Com certeza. É só procurar.
Nicolas saiu à procura das selas e as achou penduradas na parede de tábuas do velho galpão.
— Vamos poder cavalgar pessoal.
— Ótimo. - Disse Sandra. - Ao menos vamos ter alguma coisa pra fazer nesse fim de mundo.
Darlene aproximou-se dos cavalos e franziu o cenho.
— É estranho.
— O que é estranho amor? - Perguntou William.
— Quem alimentou os cavalos?
— Provavelmente o dono deles. - Explicou Nicolas.
— Então deve vir alguém aqui todos os dias.
— É provável que sim.
— Mas não havia rastro nenhum de pneu de carro na estrada quando chegamos. - Observou Nicole.
Todos se entreolharam.
— Sei lá. Os caras devem vir à cavalo, ou à pé. O que importa é que o lugar não está abandonado, como parece.
Eles sairam dali e voltaram para a casa. Os homens trataram de verificar as instalações elétricas da casa como os chuveiros nos banheiros das suítes que iriam ocupar. Nicolas desceu ao porão onde reestabeleceu a energia de maneira satisfatória. O porão era pequeno e estava abarrotado de ferramentas e quinquilharias.
Havia uma prateleira perto de uma porta que dava acesso à parte de fora.
Nicolas se aproximou da prateleira e remexeu os objetos que ali havia. Ele viu algumas coisas curiosas. Encontrou o que parecia ser uma roupa de mergulho, um arco e uma cesta com várias flechas. Pendurado na parede havia um rolo de arame farpado enferrujado, além de algumas ferramentas. Nicolas viu um machado, uma foice velha, uma enxada, e uma infinidade de outras pequenas ferramentas, tudo arrumado com uma certa ordem metódica.
Na sala, William e Darlene ligaram a velha TV e viram que ela ainda funcionava, o problema era a antena que parecia não estar conectada.
Márcio pegou uma escada no porão, subiu na sacada do segundo andar e com a escada conseguiu chegar até a antena.
Com algum esforço conseguiram sintonizar uns dois canais mas a imagem não tinha qualidade.
— Eu acho que isso é o melhor que teremos gente. - Disse Márcio. - Aquela antena está uma droga.
— Esse vídeocassete aqui é uma peça de museu. - Observou Nicole.
— Não está funcionando?
— Eu acho que nunca funcionou.
— Esqueçam o vídeo. - Disse Nicolas. - Temos uma mesa de bilhar aqui.
O trabalho todo durou até as sete da noite, mas no final deixaram a casa satisfatoriamente habitável.
A chuva tinha parado assim que eles chegaram na fazenda, mas voltou a cair fraca e insistente no final da tarde.
As mulheres, as mesmas que prepararam o almoço, foram preparar o jantar depois do banho, por volta das oito da noite.
Os homens foram para a mesa de sinuca e resolveram tomar algumas cervejas antes do jantar. Darlene se juntou à eles e Nicole foi ajudar as outras com o jantar.
Jantaram por volta das nove e meia, na grande sala de jantar da casa.
Depois do jantar voltaram à mesa de bilhar e iniciaram intermináveis partidas de sinuca regadas à cerveja, enquanto a chuva desabava do lado de fora.
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