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Darlene estava chorando em estado de desespero. Ela já não conseguia pensar com clareza; seus pensamentos eram um emaranhado confuso. Não entendia por que tinha revelado aquilo a William, mas agora era tarde demais. O estrago já estava feito, restava saber se ele seria grande. As coisas nunca mais poderiam ser as mesmas a partir de agora.
Ela agira por desespero; não era o que ela queria fazer, mas estava com medo, um medo profundo que nunca sentira em toda a sua vida. Ela só queria sair daquele pesadelo, fugir para a segurança de sua casa e se aconchegar nos braços de William, que gostava dela, que a protegeria. Mas agora sabia que as coisas não poderiam ser mais como eram antes, e a culpa era dela. Ela fora uma tola. O estrago estava feito, e era irreversível.
Empurrou a imensa porta de madeira do galpão e entrou. Assim que o fez, suas esperanças de dar o fora daquele lugar desvaneceram-se como névoa. Não havia cavalo nenhum ali.
Darlene desabou e ficou ali, chorando, sem poder acreditar no que estava acontecendo. Como ela fora se meter numa merda como aquela? Como pudera ser tão burra?
Pedir perdão. Era o que devia fazer. Quem sabe as coisas ainda poderiam ser consertadas. Talvez ainda houvesse jeito. Ela se ajoelharia, imploraria pelo perdão de William, imploraria para que ele a amasse novamente. Ela terminaria aquele romance idiota com Nicolas. Na verdade, não havia romance nenhum, não houvera nada a não ser sexo. Ela e William sairiam daquele inferno, e tudo ficaria bem.
Darlene se levantou, pronta para voltar para a casa. Caminhou até a porta do galpão e ouviu um ruído.
Parou e olhou para trás.
O medo a consumia; seu coração batia a mil.
"Corre. Saia já daí!"
Ela sabia que devia correr, mas estava sem ação, como se estivesse colada no chão.
O ruído voltou a ecoar em meio às sombras do galpão.
Darlene deu um passo à frente, aproximando-se das baias vazias onde antes havia cavalos.
"Tudo foi uma montagem! Tudo isso foi armado!"
O pensamento a encheu de assombro. Darlene agora sentia-se nas garras medonhas do terror.
Ela viu uma sombra nos fundos do galpão, onde havia uma enorme pilha de feno perto da parede de madeira. Havia uma pessoa sentada em um dos fenos.
"É o demônio! Corra! Ele não é humano!"
– Quem... quem é você?! – perguntou Darlene.
Darlene se aproximou. Não havia ninguém ali. Era apenas sua imaginação criando monstros. Darlene estava insana. O medo a estava deixando louca, e alguém havia dito que o adormecer da razão gera monstros.
– William! Amor! Eu preciso de você!
Ela voltou-se para trás e arregalou os olhos em pânico.
Havia uma sombra parada diante de si, segurando um gadanho cheio de pontas.
– MAS QUE MERDA!!! – gritou Darlene. – O QUE VOCÊ QUER, SEU FILHO DA PUTA?! QUEM É VOCÊ?!
Não houve resposta. A sombra empurrou o gadanho na barriga de Darlene, que gemeu, soltando uma golfada de sangue, e segurou o cabo. Ela foi arrastada para os fundos do galpão, erguida do chão e pregada na parede.
Em pânico, tentou remover o gadanho, mas sentiu sua vida esvaindo-se dela como sangue.
Darlene desfaleceu.
A sombra ficou olhando para ela por alguns instantes e depois se retirou.
Darlene mergulhou na escuridão.
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