10
Nely tentou abrir os olhos.
Uma dor lancinante a envolveu, sua cabeça girou e por um momento ela achou que fosse explodir.
Por um lápso de tempo ela não sabia de nada. Não sabia quem era, não sabia onde estava e o que estava acontecendo.
— Ei cara. - Ela ouviu uma voz (uma voz conhecida) - Ela está acordando.
Nely abriu os olhos e percebeu que estava amarrada e jogada em cima do sofá.
Então sua mente clareou, e ela agora sabia quem era, onde estava e o que estava acontecendo.
" Não pode ser! Não pode ser! "
Mas era.
Ela viu Nicolas. Ele estava visivelmente bêbado parado na sua frente sorrindo como um lunático saído de algum hospício.
A verdade a atingiu. Uma verdade terrível que ela preferia não admitir. Agora aquela verdade desabava sobre ela como um balde de água fria.
Alguém surgiu por trás de Nicolas segurando um copo de bebida, e desesperada ela viu que era Codder.
— Oi amorzinho. - Era a voz que ela ouvira ao telefone
(Eu ainda sei onde você está)
a voz que assombrava seus pesadelos. — Quanto tempo! Já estava com saudade!
— Não.... Ni...Nicolas.... o que... o que está fazendo?! O que é isso?!
Nicolas sorriu. Era um sorriso terrível. Aquele não era o Nicolas que ela conhecia. Era uma pessoa diferente, um lunático, alguém que apresentava um sério distúrbio mental.
— Oh Nely, eu sinto muito. Esqueci de dizer. Eu e o Codder somos irmãos.
Nely arregalou os olhos estupefata.
— Ir... irmãos?!
Codder e Nicolas chegaram perto um do outro e agora Nely via que a semelhança era patente.
Como ela não conseguira perceber? Na verdade percebera, só não dera ouvidos à voz da razão.
— É, irmãos, sabe como é. Saímos da mesma buceta.
— Você parece surpresa Nely. - Disse Codder em tom de deboche. - Você é mesmo uma burra. Sempre foi, não é sua cadela?
Nely estava chorando. O desespero a consumia. Ela sabia que precisava fazer alguma coisa, mas não sabia o que. A única coisa que sabia era que aquilo era verdade: Nicolas e Codder eram mesmo irmãos e ela ia morrer, assim como todos morreram.
— Você... você armou tudo isso, não foi?
— Ah! Agora que você descobriu? É claro que sim Nely. A ideia foi toda minha. O meu irmãozinho aqui tinha que matar você. Ele tentou uma vez mas não conseguiu. Então eu tive uma ideia original. Bem legal, não é?
Nely olhou para Codder, e sentiu o ódio queimar dentro dela.
— Você matou Sandra!
— Não. - Disse Nicolas. - Fui eu que matei.
Nely olhou para ele assombrada, não conseguindo acreditar no que acabara de ouvir. Nicolas sorriu.
— E imagine só, também matei o seu namoradinho, a bicha do Márcio. Dei uma machadada no meio da cara do filho da puta. Foi bem legal. A puta da Sandra eu matei com uma foiçada na cara. Queria ter comido a buceta dela antes, mas não deu tempo, um desperdício, mas fazer o que, são ossos do ofício.
Nely não conseguia aceitar que Nicolas pudesse ter feito aquilo, não o Nicolas que ela conhecia, o Nicolas que era amigo delas, que se preocupava com elas, principalmente com Nely. A decepção parecia ser maior do que o medo, era terrível saber que todos aqueles anos, Nicolas fora um falso, um traidor, um lobo travestido de ovelha.
Codder sentou-se no sofá e limitou-se a ouvir a conversa.
— Por que?!... por que fez isso?!
— Você não sabe? Eu vou te dizer. - O rosto de Nicolas se fechou numa expressão de ódio que deixou Nely aterrorizada.
Ele continuou:
— Você matou Anja.
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