48. RIVIERA MAYA
Completamente sonolenta , a mão curiosa de Olívia Olmo deslizou sobre o leito revestido por lenções de seda, necessitava sentir o calor daquele corpo masculino entre seus dedos , um corpo que o aroma lhe encantava e viciava, era como se necessitasse tê—lo sobre um de seus sentidos a cada segundo que seu coração batia, o relógio percorria e sua vida prosseguia .
Sentindo uma súbita saudades, uma necessidade , como se sua vida dependesse daquele homem, sim dependência era a palavra ideal , para descrever o que sentia naquele instante, estava dependente de seu marido, dependente de outro ser humano como jamais havia estado, uma dependência emocional e corporal, necessitava de Lionel Olmo e ponto, não havia mais discussão nem divagações, apenas sentia, apenas existia aquele homem em sua vida.
Subitamente suas pálpebras se abriram, encontrando uma claridade que buscou ignorar, mesmo seu corpo a obrigando a piscar algumas repetidas vezes, vezes que levou pouquíssimos segundos, o tempo suficiente para acostumar—se , todavia sua atenção foi prontamente roubada por aquela figura masculina parada em frente a porta de vidro, por fim havia encontrado seu marido, que fitava atentamente a paisagem iluminada a luz solar por meio daquele vidro transparente .
Ousou a pensar em balbuciar algo com seus lábios, para roubar a atenção que aquele sentimento em seu interior necessitava , contudo sua curiosidade era maior, saber o que preenchia os pensamentos daquele homem , cuidadosamente, buscando fazer nenhum ruído ou o mínimo possível, deslizou sobre a cama , com seus olhos atentos no chão e ouvidos em seu marido, encontrou sua calcinha rendada, a trajando rapidamente, com seus dedos ágeis agarrou a camisa que seu marido usava na noite anterior, logo a trajando, seus olhos se depararam com uma bela mesa posta para o café em seu caminho, coisa que ignorou, afinal seu objetivo e necessidade era outro .
Descalça, caminhou em direção aquele homem que lhe dava as costas, necessitava sentir aquele corpo, mesmo com seus dedos ocupados em fechar alguns botões daquela camisa, escondendo sua nudez .
A poucos passos de distancia já pode captar aquele aroma embriagador que somente aquela pele era capaz de exalar e que suas narinas amavam inalar, era incrível como sentia—se feliz, livre e amada, mas um amor acompanhado de paixão, pura e total paixão.
Suas mãos hábeis, curiosas e necessitadas envolveram o corpo daquele homem que trajava apenas sua cueca boxer, colando seus corpos, compartilhando seus calores e mesclando seus aromas .
—Olívia – murmurou surpreso, levando apenas o olhar até a mulher que pousava sua delicada face no meio de suas costas , enquanto suas mãos carinhosamente pousavam sobre aquelas pequenas pousadas sobre seu abdômen .
—Bom dia – saudou, com seus lábios pousados sobre aquela pele , despejando um suave beijo em meio a um sorriso.
—Não ouvi você levantar – anunciou , acariciando aquela pequena mão com seus dedos .
—Creio que a paisagem a fora esteja mais interessante – afirmou, revelando que o havia pego fitando a paisagem a fora .
—Tenho apenas uma paisagem preferida – revelou , afastando a pequena mão daquela mulher de seu corpo e a puxando para frente, enquanto seus pés descalços giraram o suficiente para encontrar aqueles belos olhos castanhos – Você – completou com um sorriso nos lábios, fitando indiscretamente a vestimenta fora do habitual de sua bela esposa .
Um sorriso brotou nos lábios de Olívia, enquanto seus olhos curiosos se puseram a analisar aquela bela face, jamais havia se sentindo daquela forma, se sentido independente do mundo, mas dependente daquele homem, um homem que fazia seu coração bater descompassadamente .
Sua mão delicadamente pousaram sobre aquela áspera face, sem permissão alguma a acariciando , analisando cada traço daquele rosto, um rosto que a messes atrás acharia pouco familiar, mas que naquele presente havia se tornado sua obsessão , a figura da pessoa que representava o amor verdadeiro para seu interior .
—Se alguém me dissesse a meses atrás que o amaria tanto – balbuciou, encontrando aqueles belos olhos atentos – Duvidaria – completou, com um sorriso bobo nos lábios .
—Se alguém me dissesse a meses atrás que teríamos essa paz , compartilharíamos esse amor e teríamos um filho – murmuro, com um sorriso nos lábios – Também duvidaria – completou deslizando suas mãos pelo contorno do corpo de Olívia e parando apenas ao alcançar sua cintura.
Com um sorriso encantador nos lábios, nada sentiu vontade de proferir , apenas ergueu seus pés sobre o piso, inclinando seu corpo e agarrando aquele pescoço desnudo, selou aqueles belos lábios, lábios carnudos em um breve, mas carinhoso beijo .
Com sofreguidão seus lábios se afastaram e suas miradas se encontraram, um encontro terno, com seus corpos colados , encostaram suas testas , mantendo um sorriso bobo nos lábios, um sorriso em comum e de cumplicidade.
—Você não me disse o que tanto olhava pela janela – recordou, deslizando suas mãos por aqueles largos ombros , desviando seu olhar curioso para a paisagem atrás de seu marido.
A única resposta , surgiu dos lábios de Lionel , não em forma de palavras, mas de sorriso , pois sabia que aquela curiosidade possuía algo oculto , na realidade sua esposa necessitava saber o que se passava em sua cabeça, necessitava conhecer seus pensamentos, da mesma forma que ele necessitava conhecer os dela .
A grande mão de Lionel agarrou a de sua esposa, a fazendo levar sua mirada até a porta de vidro, a obrigando fitar a bela paisagem, enlaçando sua cintura, pousando sua mão em seu ventre , encostou sua cabeça em seu ombro, compartilhou a paisagem que seus olhos atentos a minutos atrás fitavam.
—Estava olhando essa bela paisagem – revelou , com seus lábios próximos a orelha de sua esposa.
Os olhos de Olívia encontraram aquele belo oceano, com uma agua cristalina, que ficava mais claro com aquele céu extremamente azul , uma areia cristalina , não conhecia a definição do paraíso, mas naquele instante aquele lugar, com aqueles braços em torno de seu corpo eram seu paraíso .
—Nosso paraíso – sussurrou aqueles lábios masculino, quase como estivesse lendo seus pensamentos .
—Meu paraíso é estar ao seu lado – sussurrou , recostando sua cabeça no ombro atrás de si , em uma confissão quase que involuntária .
—Jura?—indagou , em uma necessidade de ter certeza
—Juro – respondeu, encontrando aqueles olhos verdes
—Minha Olívia – murmurou, levando uma de suas mãos até aquela delicada face e a acariciando – Não sou um homem de demonstrar fraquezas – confessou em um tom e olhar sinceros – Mas diante de você, de seus doces, curiosos e invasivos olhos , minhas fraquezas e temores se tornam minhas únicas características – revelou em meio a um suspiro —Temo que tudo seja uma ilusão, pois tanto desejei ouvir de seus lábios um '' eu amo você'' , que sinto euforia apenas com a possibilidade de voltar a escutar, pois apenas necessito ouvir repetidas vezes para ter certeza que você é minha, não porque a comprei, chantageei ou obriguei, mas sim porque quer e necessita ser minha , assim como necessito ser seu – confessou, fitando aqueles belos e curiosos olhos, que ouviam com atenção cada uma de suas palavras .
—Lionel – murmurou encantada com aquelas palavras e os olhos levemente marejados – Eu sou sua – afirmou, girando seu corpo no pequeno espaço entre aqueles braços e ficando de frente para seu belo marido – Sou apenas e completamente sua – reafirmou , levando sua mão até aquela áspera face – Pensei que já tivesse certeza disso – revelou – Mas se não tem, quero que saiba que apenas pertenço a você e apenas quero você – enfatizou cada palavra que seus lábios proferiam – Eu tenho algo para lhe contar – anunciou, abaixando seu olhar, pois ao mesmo tempo que necessitava ter certeza que convenceria seu marido, também temia sua reação .
—O que?—indagou preocupado e até temeroso com aquele súbito anuncio
—O Juan—murmurou, erguendo sua cabeça e encontrando certa tensão naqueles olhos verdes – Ele me mandou uma carta de despedida—revelou rapidamente , buscando certificar—se que seu marido não agiria insanamente –Ele foi embora para sempre – completou, buscando convence—lo não somente que ele havia ido embora corporalmente, mas havia ido embora de sua vida – Ele entendeu algo que você reluta em aceitar – constatou – Algo que talvez você teme aceitar por minhas mentiras – continuou , em meio a um suspiro – Ele entendeu que eu sou sua, que eu escolhi ser sua , que somente em seus braços encontrei o verdadeiro e único amor, o único amor que desejo e necessito sentir todos os dias – completou, sentindo certo nó formar—se em sua garganta – Eu não vou fugir , jamais sairei de seu lado – prosseguiu, deixando uma lágrima escapar de seus olhos e escorrer por sua face – Porque escolhi isso, porque agora sou eu que jamais saberei viver sem você, sou eu que o necessito como o ar que respiro, necessito te amar e ser amada por você a cada instante, meu corpo grita por seu toque, por estar ao seu lado, tocando seus lábios – murmurou, levando seus dedos ate aqueles lábios e observando certa vermelhidão naqueles belos olhos verdes – Lionel Olmo eu o necessito a cada manhã, cada despertar, cada vez que a Lua aparece, necessito de você insanamente – confessou em meio a uma fraca risada, ao constatar o que seus lábios revelavam – Sim – afirmou, como se afirmasse a si mesma aquela constatação , algo que a fazia compreender seu marido – Você me tornou insana, a necessidade por sentir o seu amor, o nosso amor, me tornou insana e sinceramente não me importo – confessou, com um sorriso bobo e apaixonado nos lábios – Pois a única coisa que me importa é ter o seu amor, apenas isso e nada mais – terminou, fitando aquele homem que a fitava incrédulo .
Os olhos de Lionel se fecharam, em uma necessidade de ter certeza que ao abri—los aquelas palavras não seriam apenas um sonho ou uma falsa percepção criada por sua mente , necessitava ter a certeza que era real, incrivelmente e deslumbrantemente real .
Para seu alivio e descompasso de seu coração , ao abrir suas pálpebras ainda aquela mulher o fitava, o fitava com ternura, cumplicidade e amor , sabia que era amor, pois se via naqueles olhos, por fim enxergava aquela alma e a única coisa que via refletida, a única pessoa que via refletida era ele, eram eles, era um futuro o futuro que queriam compartilhar juntos, sempre juntos.
Aquele silencio gerou uma enorme ansiedade no interior de Olívia, necessitava ouvir palavras de seu marido, das singelas até as mais longas, necessitava ouvir aquela voz, em uma necessidade insana e uma vontade que não se esvaia e tampouco se cansava , mas seu coração disparou, assim que viu uma pequena lágrima escorrer pela face de seu marido, como uma confirmação que suas palavras haviam atingido a alma daquele homem relutante , como qualquer outro que carregava inúmeras mentiras em sua vida e se via relutante em crer na verdade, mesmo ela estando perante aos seus olhos .
—Eu a amo – suspiro com um sorriso largo nos lábios – E acredito em suas palavras – confessou , em meio a outra lágrimas que escorria por sua face – Ele foi embora mesmo?—indagou, buscando ter certeza
—Sim – afirmou, com um sorriso nos lábios – Quando voltarmos te mostro a carta – completou, buscando evitar qualquer segredo com aquele homem
—Não – respondeu prontamente – Eu confio em você – afirmou, levando sua mão até aquela delicada face – Confio – reiterou suas palavras .
—Eu amo você Lionel Olmo – murmurou com um sorriso nos lábios, evidenciando a total felicidade que tomava seu interior devido a aquela revelação.
—Eu também amo você, Olívia Castan Olmo – respondeu prontamente, com o mesmo sorriso de felicidade em seus lábios .
Mantendo aqueles belos sorrisos nos lábios, ambos encostaram suas testas em um movimento lento, com seus olhares fixos, como se o tempo não importasse, como se nada importasse, apenas aquele amor fosse protagonista daquele dia, que apenas aquele amor existisse entre ambos e os guiasse e nada mais .
Seus lábios lentamente, com uma enorme cumplicidade se encontraram, em um encontro imediato de suas línguas, iniciando um beijo suave, tranquilo, calmo e cheio de amor e paixão , uma mescla perfeita, que fazia o coração de ambos baterem descompassadamente e a necessidade de estarem juntos apenas aumentasse com aquele súbito e necessitado ato .
***
Aquele primeiro dia de lua de mel do casal Olmo iniciou maravilhosamente, após o apaixonante café da manhã, onde se assemelhavam a um casal extremamente apaixonado ao compartilharem as guloseimas que enchiam a mesa , ambos seguiram a um belo passeio de barco.
Durante todo o passeio permaneceram agarrados, reiterando suas juras de amor proferidas naquela manhã, enquanto aproveitavam aquele belo e paradisíaco lugar, que aumentava aquela paixão .
Momentos gravados em fotografias não faltaram, fotos que marcariam aqueles momentos já cravados na mente de ambos, como aquele prazeroso passeio em um barco, sobre as cristalinas aguas , seguida de um belo almoço em um dos restaurantes do hotel .
A tarde foi regada por uma passeio de bicicleta , onde exploraram uma bela trilha pelos pontos da Riviera Maya , poderia parecer piegas, mas era extremamente romântico ambos andando juntos de bicicleta, se divertindo feito duas crianças, que se amavam como adultos .
Assim que chegaram a uma píer, que ficava em frente a aquele belo mar, um trajeto obrigatório de parada assim que retornaram ao hotel, ambos pararam naquele belo lugar, estacionando suas bicicletas e caminhando em direção a extremidade, daquele solitário lugar, coisa que deram graças pela privacidade.
Olívia caminhou em frente, pousando sua mão naquele parapeito de madeira, enquanto seus olhos fitavam aquele belo por do sol, um Sol que se escondia naquelas aguas cristalinas, dando a falsa percepção que aquele astro era engolido por aquelas belas aguas .
Sua atenção só foi roubada por aquelas forte e aconchegantes mãos envolvendo sua cintura , colando o corpo de ambos, um ato que entorpecia seus sentidos e lhe provocava uma enorme sensação de segurança.
—É tão confuso essa falsa percepção que o Sol nos dá ao se mesclar com o reflexo da agua – murmurou Olívia, fitando aquele belo ato da natureza .
—É algo tão natural que mal nos damos conta ou questionamos – completou fitando a mesma beleza da natureza
—Assim como nosso amor – murmurou, levando seu olhar de encontro com os de seu marido.
—Assim como nosso amor – repetiu com um sorriso , acariciando levemente o ventre de suas esposa .
—Sempre irei amar você – confessou , sinceramente
—Eu também sempre irei ama—la – completou com um sorriso nos lábios
—Sempre juntos?—indagou
—Até que a morte nos separe—recordou, com um sorriso nos lábios, como se achasse graça em repetir aquelas palavras .
—Não – pestanejou prontamente – Nem a morte vai nos separar – completou—Nada , nem ninguém vai acabar com nosso amor e união, que estarão perpetuados em outros seres – afirmou, acariciando a mão sobre seu ventre, buscando a faze—lo compreender a que se referia .
—Obrigado – agradeceu
—Pelo que?—indagou confusa
—Por haver mentido para mim – esclareceu – Hoje agradeço a todas suas mentiras , porque elas se tornaram verdadeiras – completou com um sorriso nos lábios – Elas me feriram – confessou – Mas jamais a ponto de abalar o que sentia por você e me deram a chance de me tornar seu marido e faze—la enxergar o que enxerguei assim que a vi – confessou
—O que você viu?—indagou curiosa
—Que fomos feitos um para o outro – respondeu com um sorriso nos lábios – Que nosso destino era estar juntos – completou .
—De nada – respondeu, acompanhada de uma risada fraca
—Eu amo você , Olívia Castan Olmo – confessou
—Eu também amo você, Lionel Olmo – confessou, repetindo algo que necessitava proferir a cada instante .
Apaixonados e necessitados, seus lábios se encontraram, se selando em um beijo terno, onde a única testemunhas eram o mar embaixo de seus pés , parte do Sol que quase em sua totalidade sumia , a Lua que começava a tomar lugar no céu e as estrelas que preenchiam aquela imensidão .
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