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39. DEBAIXO DE TUDO




Olívia fitava—se naquele espelho , fitava seu reflexo , malditamente via uma mulher triste, seus olhos eram profundos e seus pensamentos distantes, parecia irônico aquele '' déjà vu '' , afinal a meses atrás se fitava com a mesma constatação, melancolia e distancia de pensamentos, todavia estava vestida de noiva aquela vez  e o homem que ocupava seus pensamentos era Juan Hernandez , não que houvesse esquecido dele, mas a vida dela havia seguido e seu coração batia por outro homem naquele presente , tudo havia mudado, por fora era a mesma, mas seu interior havia amadurecido, tal qual sua necessidade de amar, que não era mais aquele sentimento infantil, de uma adolescente apaixonada, agora era uma paixão mais profunda , algo difícil de se controlar e que necessitava com todas suas ganas, agora queria outro homem, seu marido.

Lionel Olmo, um homem incomum, insano, cruel e sórdido, características que por muito tempo havia considerado como as únicas que poderiam definir seu marido, todavia sem se dar conta havia descoberto nele alguém doce, carinhoso, protetor, genti, romântico e alguém capaz de lhe dar a vida quantas vezes fosse necessário .

Ele não era um homem de proferir muitos ''eu amo você'' , mas aqueles olhos verdes, que freavam o tempo, diziam a cada instante que a fitavam, um sentimento que sem se dar conta havia começado a nutrir no interior dela, um sentimento que a estava deixando empolgada, feliz, ansiosa, contente e completamente apaixonada, uma paixão que se fosse permitido pela natureza humana ou leis da física, se colaria nele de uma maneira que jamais o soltaria, necessitava loucamente daquele homem.

Todavia Lionel  não era mais capaz de crer nela,  ou ver que debaixo daquele reflexo que naquele instante ela própria fitava, ainda ela era a mesma mulher que um dia o havia conquistado , que o havia feito sentir aquelas inúmeras coisas que ele próprio um dia havia lhe confessado , para sua infelicidade Lionel  não era capaz de ver que atrás da esposa mentirosa, existia uma mulher , uma mulher que havia se apaixonado por ele, que sinceramente nutria sentimentos tantas vezes por ele ansiado , uma mulher que havia decidido lutar por aquele matrimonio e por aquele homem que ironicamente a fazia tão bem, um bem até insano, pois aquela necessidade por outro ser humano não era racional, pelo menos para Olívia não era algo racional ou que já houvera sentido.

—Olívia—chamou uma voz masculina, um tanto quanto forçada a ponto de chegar a ser irritante .

Instantaneamente ela voltou daquela perdição em seu reflexo, voltando a sentir aquela cadeira macia em que seu corpo repousava, rapidamente fitou pelo reflexo do espelho a figura de um homem, ao menos era seu gênero, mesmo não sendo sua opção sexual .

Por alguns instantes de confusão havia se perdido a ponto de esquecer onde se encontrava,  ou seja em um salão de beleza, onde mais uma vez, de maneira obediente acatava uma ordem de seu marido, onde lhe informara por meio de Olga que naquela noite teriam um jantar e ela estaria liberada para ir ao salão e se necessário comprar o que necessitasse para aquela noite, parecia um presente de um marido infiel, para ela que crescera no meio de uma sociedade hipócrita,  onde os maridos que passavam a noite fora, regalavam as suas esposas dias como aquele e presentes onde a cifra econômica não importava.

Isso lhe atormentava, afinal passara a noite acordada a espera de seu marido que saiu apressado naquele começo de noite e o único sinal de vida que tivera dele fora pela manhã, mas tendo Olga como intermediaria , temia que Lionel  houvesse estado com outra mulher naquela noite , mas precisamente Bella, mesmo buscando acreditar na integridade daquele homem, temia uma infidelidade , pois seu lado humano a obrigava pensar nas piores possibilidades, pois debaixo daquele homem que naquela noite havia sido racional, temia que escondesse uma reação irracional .

—Olívia – chamou novamente aquela voz masculina, mas em um tom impaciente

Um tom que a obrigou fitar o reflexo do homem atrás de si, um homem de estatura media, cabelos castanhos , não curtos , penteados para o lado com reflexos loiros , trajando uma camiseta colada, na cor rosa e uma calça jeans, essa era a imagem de seu cabelereiro .

—Desculpa Damien – escusou—se com uma enorme pesar por sua falta de atenção e vontade naquele dia

—O que houve querida?—indagou preocupado com sua cliente, que considerava uma amiga , como as demais de suas clientes –Problemas com o marido?—indagou, cogitando o único problema para uma mulher recém casada e qual considerava a noiva mais bela que já havia preparado.

—Sim – suspirou , o fitando através do espelho

—Qual o problema ?—indagou curioso

—Brigamos – suspirou abaixando o olhar – E ele não passou a noite em casa—revelou, superficialmente, pois não possuía ganas de contar toda a verdade por trás da discussão da noite anterior .

—Acha que ele tem outra?—indagou preocupado

—Não sei – suspirou voltando a fita—lo – Mas o que mais me chateia é ele não confiar em mim – completou espontaneamente, era incrível como era fácil contar seus problemas a um cabelereiro .

Damien a fitou pelo espelho, vendo a figura de inúmeras mulheres que passavam por sua cadeira, o fazendo já possuir um conselho e discurso preparado para aqueles casos .

—Olívia o reconquiste – aconselhou animado – Reconquiste a confiança dele, mostre que pode confiar cegamente em você – completou com um sorriso nos lábios.

—Como?—indagou desenganada, achando impossível realizar aquele conselho

—Se palavras não o convencem – afirmou em um tom sábio – Utilize sua feminilidade , os homens adoram – completou com persuasão – A espécie masculina tem um ponto fraco , se veem cegos diante de uma mulher bela, atraente e provocativa que mexa com suas testosteronas – revelou, algo que sabia que com ele não passava, apenas se fosse diante de outro homem.

—Está sugerindo que me insinua para meu marido?—indagou proferindo uma risada fraca – Duvido que de certo – duvidou – Afinal ele não confia em mim, pois acha que sou a mesma mulher que já cometeu alguns erros – comentou, tornando seu olhar melancólico

—Olívia – murmurou pousando suas mãos nos ombros dela e se inclinando – Então mude exterioriamente, mude por fora , uma mudança por fora, mostra a mudança interna – comentou , buscando convence—la – Mostre a ele que é uma nova mulher por dentro e por fora – proferiu persuasivamente .

—Você acha?—indagou interessada, levando seu olhar até ele

—Tenho certeza – afirmou com um sorriso nos lábios

—O que me sugere ? – indagou, mostrando seu interesse naquele conselho

—Algo que te deixe mais mulher – comentou, agarrando as madeixas entre seus dedos – O que acha de mudar a cor do cabelo? – indagou a fitando pelo espelho – De ficar completamente loira?—indagou mostrando em seu olhar o quanto bela a imaginava – Colocarmos um aplique , que aumente o comprimento de suas madeixas, ficando quase no meio de suas costas – sugeriu – Seu marido não vai resistir a você assim – garantiu com um sorriso persuasivo .

—Essa ideia está me agradando – comentou com um meio sorriso nos lábios e com um brilho no olhar ao pensar na mudança

—Para finalizar prometo fazer um penteado maravilhoso para esta noite—completou com um sorriso indecente nos lábios – Onde seu marido vai desfaze—lo rapidinho no fim da noite – insinuou a possibilidade de haver algo a mais.

—Faça o que achar melhor – afirmou, com um suave sorriso nos lábios, pois sua parte feminina amava atiçar seu marido e roubar aquele olhar que tanto a perturbava .

***

Enquanto Olívia cuidava de sua transformação , Lionel  se ocupava em resolver aquela confusão de seu interior , mas seus métodos para pensar não eram os mais convencionais e sim os mais masoquistas, pois se punha a trabalhar como um insano , sem descanso, mas não era labor mental e sim braçal .

Olmo havia passado o dia trabalhando em uma construção em meio aos operários , carregando sacos pesados de cimento até tijolos , era incrível, mas aquele era um método de dissipar sua raiva, relaxar a tensão corporal e limpar sua mente , mesmo que ficasse deplorável , como se encontrava naquele instante, enquanto guiava pelas ruas de Buenos Aires em direção de sua residência.

Ansiava por ver sua esposa, afinal havia passado a noite na casa de Anton, pois necessitava pensar , era incrível como a distancia, mesmo que mínima , o perturbava e deixava desesperado e com uma saudades incontrolável em seu interior.

Afinal por debaixo daquele marido desconfiado , encontrava—se um homem completamente apaixonado e o qual buscava compreender qual a melhor decisão a tomar, todavia sabia que independente da decisão que tomasse, correria o risco dela cambiar drasticamente assim que pusesse os olhos em sua adorável esposa, todavia cogitar a possibilidade do fim daquela união atiçava sua insanidade , o fazendo amaldiçoar a existência daquela possibilidade.

Enquanto o Sol começava a se esconder em meio aos altos prédios de Buenos Aires, seu automóvel se aproximava de sua residência , assim que parou em frente ao portão , que automaticamente se abriu, alcançou com seus olhos ao automóvel que era guiado pelo motorista parado em frente a garagem, indicando que sua esposa já havia retornado , o fazendo rapidamente imaginar o quão bela estava, pois como qualquer homem adorava ver sua esposa arrumada, sentia orgulho por ser casado com a mulher mais bela que seus olhos já haviam fitado .

Tão logo tirou a chave da ignição , desceu , desgostoso fitou suas vestimentas , que estavam sujas, sua camiseta regata branca e calça jeans estava imundas, habilmente agarrou sua camisa xadrez, que encontrava—se jogada no banco do passageiro .

Distraidamente, brincando com a chave em sua mão, buscando ignorar a sensação de ansiedade por voltar a fitar sua esposa , após uma noite e dia longe, caminhou em direção a porta , assim que agarrou a maçaneta a abriu inspirando profundamente o ar, era incrível a sensação que sentia em seu interior, seu peito se aquecia e coração acelerava apenas ao cogitar em fitar aquela bela mulher.

Sua mão habilmente empurrou a porta , não encontrando ninguém no saguão de entrada, silenciosamente pousou suas chaves na pequena mesa próxima, logo seguindo o caminho inevitável e necessário,  sem pressa algum, sem fazer qualquer ruído, subiu as escadas de madeira, buscando a todo instante captar algum ruído do andar de cima , coisa que não foi capaz.

Perdido naquela tentativa, logo seus olhos captaram sua mão alcançando a maçaneta da porta encostada , lentamente, buscando não fazer ruído algum, abriu a porta , logo encontrando a figura de uma mulher loira, que estava de costas para si, trajando apenas um robe,  agarrando um vestido em sua mão, que fitava atentamente , mas sua atenção apenas se prendeu naquelas madeixas loiras, presas em um coque flor, na lateral .

Lionel  não era um homem de ter preferencia, as única preferencia que tinha era por sua esposa, mas naquele instante passou a preferir as loiras , culpa de sua bela mulher , que havia ficado perdidamente encantadora com aquela mudança.

Olívia sentiu aquele maldito incomodou ou abençoado, um incomodo incomum que apenas um homem sabia provocar em seu corpo, somente Lionel  sabia faze—la sentir—se tão incomodada, inspirando profundamente o ar, cerrou suas pálpebras, parte de si necessitava que fosse ele , mas outra não queria , pois temia, um temor inidentificável , enquanto seu corpo se concentro nas sensações que aquele olhar lhe causava, como se a desnudasse .

Sem pressa alguma abriu suas pálpebras, reunindo todas suas forças girou calmamente sobre o piso de madeira, logo alcançando a figura de seu marido estático, a fitando com um brilho distinto no olhar , mesmo ele estando sujo , suado e trajando apenas aquela regata que realçava seus músculos, seus olhos se prenderam nos dele , sendo impossível fugir .

—Você está linda – suspirou , completamente encantando com aquela maquiagem que realçava os olhos castanhos da senhora Olmo, o tom de sua pele , enquanto uma pequena Lipaja caia sobre sua testa.

—Obrigada – murmurou satisfeita, sentindo—se a mulher mais bela do mundo diante daqueles olhos .

O silencio reinou no ambiente, com o olhar de ambos presos um no do outro, era incrível, uma sensação rara, como se ambos estivessem se vendo pela primeira vez , se apaixonando pela primeira vez, onde Lionel  fitava aquela mulher, que assemelhava—se a uma princesa, a uma perfeita figura de uma dama , com sua beleza realçada , enquanto os olhos de Olívia fitavam aquele homem, símbolo de masculinidade, mesmo completamente sujo, era o objeto principal de seus desejos , desejos que aumentavam com aquela simplicidade que seus olhos fitavam de maneira sedenta , eram figuras distintas, que evidenciavam a origem distinta de ambos, mas por debaixo daquelas figuras exteriorizadas, ambos os seres sentiam a mesma coisa, mesma confusão e sensação .

—É ....—gaguejou Lionel , buscando desvencilhar seus olhos dos de sua esposa—É...—murmurou, abaixando sua cabeça – Necessito de um banho – informou, caminhando como um fugitivo em direção ao banheiro .

—Lionel  – o deteve Olívia

—Sim – murmurou, sem fita—la, parado em meio a porta

—Necessitamos conversar – recordou em um tom suave

—Eu sei – afirmou – Tomarei um banho e conversaremos – informou, adentrando o  banheiro  e cerrando a porta atrás de si .

Uma enorme frustração tomou conta do interior de Olívia, era irônico naquele instante preferir que seu marido fosse insano, ao menos seria menos doloroso do que aquele maldito silencio, que ecoava pelo ambiente mais do que  se mil palavras fossem  proferidas.

Buscando não seguir pensando e gerar um atraso, finalmente escolheu seu vestido, seria um vestido longo, de mangas, que deixaria parte de suas costas desnudas , pois a brisa do começo da noite estava indicando que aquela noite não seria uma das mais quentes daquela cidade , em um tom de azul turquesa escuro.

Por fim seus ouvidos captaram o barulho do chuveiro cessar, todavia Lionel  não saiu de imediato, demorando mais alguns minutos, aumentando a ansiedade no interior de sua esposa, que mais do que nunca necessitava de uma resposta , necessitava conversar  com aquele homem.

Impaciente, sentou—se sobre o leito , de frente para a porta do banheiro, esperando impaciente por seu marido, pois não seria capaz de se arrumar, com aquela ansiedade por conversar consumindo seu interior, mesmo ficando satisfeita com a aprovação naqueles olhos por sua mudança, ainda necessitava saber se ele havia visto sua mudança interior , seus olhar se perdeu , encarando o piso de madeira .

—Está tudo bem?—indagou Lionel  preocupado , notando a distração de sua esposa

—Sim – respondeu prontamente erguendo seu olhar  , meio assustada , pois não havia ouvido a porta se abrir , mas não ignorou o fato de seu marido estar trajando apenas uma toalha, que envolvia sua cintura .

Inspirando profundamente o ar, constatando que aquela afirmação era mentirosa, coisa que estava evidente nos olhos castanhos de Olívia, olhos tristes , coisa que o desagradava; Lionel  caminhou lentamente em direção ao leito, logo sentando—se ao lado de sua esposa .

—Onde você passou a noite? – indagou curiosa, levando seu olhar até ele

—No apartamento do Anton – afirmou, a fitando por fim

Ambos se fitaram, sem saberem como iniciar aquele assunto, Olívia ansiava por uma resposta de seu marido, enquanto ele ansiava ter certeza do que necessita dizer ou o que realmente queria dizer, aquela falta de palavras obrigou ambos a voltarem a fitar o piso a sua frente .

—O Anton foi muito sincero comigo ontem a noite  – murmurou encarrando o piso a sua frente , enquanto seus lábios proferiam um meio sorriso de ironia, devido a sabedoria daquele homem que tanto influenciava em suas decisões – E sobre uma coisa ele estava certo – afirmou , levando seu olhar até a lateral da face de sua esposa, que apenas ouvia cabisbaixa suas palavras – Esse casamento não vai funcionar se não houver confiança – anunciou podendo ouvir um suspiro ser proferido pelas narinas daquela bela mulher – Todavia não sei se seria capaz de deixar você partir – confessou , levando sua mão em direção as de Olívia, que encontravam—se pousadas sobre seu colo, acariciando com a ponta de seu dedo indicador a macia pele daquele membro , captando com seus olhos certo tremor percorrer aquele pequeno corpo ao seu lado .

—Ele está certo – proferiu impetuosamente, erguendo seu olhar , enquanto buscava a estabilidade de seu interior –Não suportarei viver com você desconfiando a todo instante de mim – afirmou , com seus olhos sendo tomados por uma sinceridade que doía .

—Eu sei – suspirou , afastando sua mão – Suas mentiras me destruíram – confessou em uma risada fraca – Tornaram—me um insano, cruel e sórdido – completou se pondo em pé – Coisas que jamais esperava me tornar – confessou caminhando em direção a porta de vidro – Contudo apesar de todas suas mentiras , jamais deixe de amar você – completou, fitando o jardim a fora, que estava praticamente tomado pela escuridão .

Olívia inspirou profundamente o ar com aquela confissão, jamais havia ouvido palavras com tamanha sinceridade serem proferidas por seu marido, palavras que doíam em seu interior, pois não conseguia prever o rumo que aquela conversação tomaria.

—Eu amei você apesar de todas as mentiras, mesmo você gritando que amava outro – recordou – Esse amor não foi destruído , tão pouco abalado com esses acontecimentos , um amor que sobreviveu a tudo – completou voltando a fita—la – As vezes há sentimentos que vem disfarçados , como o ódio disfarça o amor, a minha falta de confiança em você disfarçou meu medo de perde—la—confessou em meio a um suspiro – Medo de perder a única mulher que fui capaz de amar – completou , caminhando lentamente em direção a mulher cabisbaixa a sua frente.

Ela sentia ganas de cair copiosamente em um choro, um choro que preenchia seu coração, que era motivado por uma forte emoção que aquelas palavras estavam gerando em seu interior .

Lionel  rapidamente agarrou a pequena mão de sua esposa, a puxando para ficar em pé , era incrível como fita—la realmente o fazia ter uma opinião, como era fácil, como naquele dia se fazia fácil ser sincero fitando aquela imagem sincera e frágil de uma mulher que pertencia a ele.

—Minha Olívia – murmurou deslizando a costas de seu dedo ,sobre aquela macia face, alcançando seu queixo e erguendo aqueles olhos castanhos que pareciam confusos e melancólicos – Mesmo não querendo, mesmo temendo e doendo eu a deixo livre – afirmou, vendo a surpresa estampada naqueles olhos castanhos .

—Como?—indagou surpresa

—Você está livre – repetiu em um suspiro –Pois doí mais saber que está comigo por obrigação, para que eu tivesse uma vingança insana que jamais fui capaz de cumprir , do que não a ter – completou , acariciando com o polegar aquela pequena mão entre seus dedos .

Pela primeira vez desde aquele casamento a única coisa que ela não queria era liberdade, a liberdade não estava em seus planos , tão pouco era um desejo , necessitava estar presa a aquele homem até se cansar de sentir aquele toque, aroma e beijos , até que aquela sensação que acelerava seu coração desaparecesse .

—Lionel  – murmurou confusa , incrédula  e desgostosa .

—Eu confio em você – a interrompeu – Afinal você teve inúmeras chances de fugir, até ontem a noite que não tinha nenhum segurança e não o fez—afirmou em um tom melancólico – Você não tinha a obrigação de me contar sobre o Juan e mesmo assim o fez – comentou – Mas não posso manter você presa ao meu lado, pois corro o risco de ficar maluco , porque não posso mudar o que sinto , não posso deixar de amar você insanamente e perdidamente – completou , em um tom rouco.

—Não sei o que dizer – suspirou, confusa e encantada com aquelas palavras

—Você está livre para decidir o que quer fazer – afirmou serenamente, temendo a cada palavra perde—la – Pois não precisa temer , não farei nada contra sua família se você decidir ir embora – continuou – Contudo por confiar em você, quero que sua decisão seja livre e sincera, independente de qual seja—prosseguiu serenamente, uma serenidade que assustou Olívia – Você tem o tempo que necessitar para decidir – completou, afastando –se dela .

—Por que?—indagou confusa

—Por que o que?—indagou sem compreender a que se referia aquela indagação.

—Por que quando desejo que você aja insanamente e me prenda ao seu lado você decide ser racional ?– esclareceu frustrada e irritada com aquele homem racional – Lionel  eu estou apaixonada por você – confessou novamente – E não quero sair do seu lado – completou, caminhando até ele e pousando sua mão naquela face recém barbeada.

—Como?—indagou surpreso, esperando a cada palavra o pior e uma partida

—Você ouviu – afirmou – É você quem eu quero, mesmo que não acredite, não queria estar em outro lugar que não aqui – confessou, acariciando aquela face macia .

—Queria tanto acreditar em suas palavras – murmurou confuso e com a expressão tensa devido a aquele toque que o desarmava.

—Se você realmente confia em mim—afirmou – Confia no que sinto – completou

—Ouvi inúmeras vezes você dizer que amava outro, que queria outro, que não me suportava até sentia asco de mim  que é difícil aceitar esse sentimento – confessou, recordando melancolicamente aqueles episódios .

—Lionel  – murmurou levando sua outra mão até a face dele –  Sei que disse muitas coisas , mas jamais senti asco de você , jamais me incomodou estar ao seu lado – confessou – Sempre gostei de estar contigo —completou

—Por que me fez acreditar nisso então? – indagou confuso

—Porque estava confusa—revelou com um meio sorriso – Por que tivemos tantos problemas, desconfianças e brigas que preferi pensar que o odiava – completou com certo pesar – Preferi dizer coisas que seriam capazes de machuca—lo, da forma que me machucava ver você com a Bella ou agindo insanamente comigo – confessou o fitando serenamente .

Olívia necessitou inspirar profundamente o ar, jamais havia proferido palavras com tamanha sinceridade, lentamente ela  afastou suas mãos  de seu marido, lhe dando brevemente as costas .

Todavia ele a deteve, agarrando sem muita força sua mão e obrigando que ela o fitasse , coisa que não se negou em faze—lo, pois foi inevitável não se concentrar naqueles olhos verdes que encontravam—se de certa forma vermelhos, indicando que seu marido estava emocionado.

—Eu sempre amei você Olívia – murmurou – Sempre estive completamente apaixonado por você – completou com sinceridade—Jamais tive olhos ou desejo por outra mulher, você é única para mim – terminou com um meio sorriso nos lábios, pousando sua mão na face macia de sua esposa –Você disse que está apaixonada  por mim—recordou – Mas necessito ouvir você dizer que me ama  – suplicou , encostando sua testa na dela – Diz que me ama e te darei o mundo – prometeu – Farei você a mulher mais feliz – implorou , fitando aqueles olhos castanhos.

Olívia cerrou suas pálpebras, diante daquele homem e daquele sentimento, sentia—se desarmada e certa culpa por todas as mentiras que havia contado a ele, sentia culpa por havê—lo enganado e proferido aquelas palavras que o machucavam, sentia—se mal por um dia haver pensado que amava a outro, que o que sentia por outro homem jamais sentiria por seu próprio marido.

—Eu não mereço você – murmurou melancólica

—Não diz isso – a reprendeu , fazendo abrir seus olhos – Ambos erramos, sei que você se casou comigo amando  outro, buscando salvar sua família – recordou, pousando suavemente seus dedos sobre os lábios pálidos dela—Mas se é ao meu lado que você quer estar , peço que esqueçamos o passado e sejamos felizes – revelou – Juntos – completou, fitando os olhos encantados de sua esposa.

Suavemente Lionel  inclinou sua cabeça, selando aqueles lábios carnudos que tanto amava, iniciando eu suave beijo, que revela pela primeira vez o sentimentos guardados de ambos.

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