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20. A DECISÃO




Aquelas singelas palavras, porque afinal palavras são apenas isso, palavras, uma junção de letras que busca expressar o que a pessoa que as pronuncia sente em seu interior, uma vez que o interior de algumas pessoas são impossíveis de se ver pela janela da alma, que são os olhos ; contudo Lionel  havia visto pelos olhos de sua esposa coisas que o faziam ansiar ter permanecido na ignorância , uma ignorância que talvez houvesse sido mais saudável se tivesse tomado conta  sua desde que houvera se casado com ela , pois certamente seria mais feliz crendo em um amor ignorante, que permanecesse obscuro ou na ingenuidade, porque a verdade doía e o pior era ser sincero consigo mesmo a ponto de enxergar o quanto havia tido culpa naquelas verdades ou mentiras que já se confundiam.

Lionel  sabia que estava se perdendo em seu ódio e em uma sede de vingança que mais ficava em seu interior e palavras, do que em seus atos, porque no fundo sua vingança necessitava ser substituída pela falta de sentimento, pela falta de sentimento de sua esposa por si , contudo depois daquelas palavras de ódio dela havia se tornado confuso seu interior, uma confusão onde a culpa se misturava com seu ódio, iniciando uma batalha onde infelizmente não havia vencedor .

Infelizmente em muitas das acusações dela havia fundamento, uma veracidade que nem ele próprio seria capaz de contestar ou a forçar acreditar no oposto, pois conhecia sua esposa e uma coisa que achava admirável nela era sua personalidade, uma personalidade forte que o encantava.

Mas ainda não mudava o fato que ele era culpado pelo ódio dela, se tornava curioso como os papeis haviam se invertido, como agora era ele quem necessitava do perdão dela e não o contrário, pois aquela situação o fazia sentir—se impotente, como se aquela mulher fosse escapar entre seus dedos de uma maneira que nem  arrasta—la para cama mudaria, apenas acentuaria o ódio dela, um ódio que havia nascido por culpa dele, por agir analogamente como um estúpido .

Todavia a confusão apenas aumentava, pois a culpa se misturava com o ódio, um sentimento que crescia por ela não ama—lo, pelas mentiras que o haviam cegado, o fazendo temer cometer novamente o mesmo erro e impotência que o tornava insano a ponto de sentir ganas de acorrenta—la em casa até que o amasse, até que começasse a sentir amor por ele, por não ver outra saída.

Como estava se tornando insuportável para Lionel  estar em sua vida, o estava desequilibrando e desestabilizando o tornando um homem insensível, sórdido e cruel, tal qual aquela mulher havia o acusado.

—Lionel  – chamou uma voz masculina em um tom sério

Aquele chamado de seu nome desobscureceu  sua visão , o fazendo abrir e fechar suas pálpebras repetidas vezes, se dando conta que seu campo de visão estava voltado para um papel , melhor para um projeto que estava aberto sobre uma pequena mesa de madeira, com alguns objetos prendendo suas pontas, devido ao forte vento que acometia aquele andar da construção.

Meio confuso levantou sua cabeça, se dando conta que realmente estava em uma construção, em um de seus últimos andares, uma construção que ainda estava apenas no tijolo , onde o barulho do maquinário tomava conta do ambiente laboral, andava tão distraído e com os pensamentos tão dispersos aqueles dias que aquela não era a primeira vez que se pegava perdido em seus pensamentos, pensamentos que estavam consumindo sua sanidade, sono, atenção  e vontade de trabalhar.

Por fim se fez capaz de encontrar a figura de Pablo o fitando, com uma expressão de preocupação e chateação, certamente ele estava falando algo importante e novamente Lionel  havia ignorado cada uma de suas palavras.

—Desculpa – desculpou—se Lionel  , retomando sua postura, mas mantendo uma expressão de desanimo que vinha mantendo a alguns dias – O que você disse?—indagou, disposto a prestar atenção.

—Que...—proferiu Pablo, desistindo de repetir o que acabará de dizer – Melhor, qual o problema Lionel ? – indagou buscando ajudar o amigo para que assim pudessem trabalhar – Desde o jantar em sua casa que você anda disperso, desatento, sonolento , desanimado e em alguns momentos até mal humorado – proferiu , evidenciando que algo sério estava se passando .

Lionel  respirou fundo, cerrando suas pálpebras calmamente , em busca de compreensão para saber se expunha seu problema para Pablo ou não, tragando lentamente a saliva em sua boca, caminhou até seu amigo, fazendo sinal para que o acompanhasse até um lugar mais silencioso daquela obra .

—Eu e a Olívia discutimos na noite do jantar e desde então não voltamos a nos falar  – revelou, caminhando até uma das extremidades da construção, parando a dois passos da beirada – Ela passa o dia trancada no quarto , enquanto eu faço o possível para não cair na tentação de  busca—la – completou

—Suponho que toda essa situação seja por causa carona que você deu a Bella ? – indagou em uma constatação , parando ao lado de Lionel  .

—Sim – murmurou , fitando a visão da cidade que aquela altura proporcionava – Também porque ela fugiu – completou , com a mirada para frente .

—Ela não necessitaria fugir se você não a mantivesse presa – afirmou Pablo em um tom de reprovação – Sinceramente Lionel  , esse não é você – constatou , o fitando com um olhar sincero.

Lionel  sabia que aquele insano não era ele, sem a necessidade de Pablo lhe afirmar, mas infelizmente era o que aquela mulher o havia tornado , um homem completamente distinto do que era , contrariando todos seus princípios e crenças.

—Eu sei – murmuro em um tom de desanimo , abaixando seu olhar .

—Lionel  vocês dois estão casados e isso não tem mais volta – afirmou Pablo o fitando com uma mirada séria – Suas únicas opções são o divorcio ou tornar seu  casamento agradável para ambos, antes que vocês se matem – aconselhou em um tom firme – Você a ama e toda essa insanidade é porque ela não te corresponde, mas já pensou em ser sincero ou mais agradável?—indagou , buscando faze—lo enxergar o quão errado estava – Já pensou em conquista—la ao invés de mantê—la como sua prisioneira?  —indagou

Aquela última indagação fez com que Lionel  proferisse uma risada irônica fraca, não por discordar ou achar que seu amigo estava falando coisas sem fundamento, mas pelo simples fato de já ter ouvido aquele mesmo conselho.

—O Anton já me disse isso – completou , explicando o motivo de sua graça

—Se o próprio Anton já te disse é porque está na hora de você agir diferente – afirmou , em um tom um tanto quanto alterado devido o quão cabeça dura seu amigo era .

Lionel  nada respondeu, apenas inspirou profundamente o ar, guardado suas mãos dentro dos bolsos de sua calça , não havia ignorado aquelas palavras, apenas estava se pondo a pensar até que ponto as deveria levar em conta e talvez aplica—las , se realmente deveria aceitar aquele conselho, um conselho que havia ouvido duas vezes , mas aquele não era o momento nem o lugar para tomar uma decisão definitiva .

—Qual era o problema que você queria me dizer? – indagou , voltando seu olhar para o homem ao seu lado, mudando de assunto .

—O Valentino , está nos roubando – afirmou

—Como? – indagou Lionel , com uma expressão de espanto, pois aquele era o homem que mais confiava em suas obras, sem mencionar ser a pessoa que havia lhe ensinado tudo quando ele havia começado como um reles ajudante de pedreiro – Isso deve ser um engano – afirmou, não acreditando.

—Queria que fosse—confessou Pablo com uma expressão de desgosto—Mas temos provas—afirmou

—Como ele tem nos roubado? – indagou se voltando para Pablo

—Ele está roubando os matérias de construção e vendendo para obras menores, já falei com duas pessoas que confirmaram a história, sem mencionar um detetive que quebrou a conta bancaria dele, mostrando vários depósitos de alto valor que coincidiam com as datas das entregas dos materiais nas obras  – afirmou em um tom de pesar .

Lionel  arregalou seus olhos, meio atordoado com aquela afirmação, não queria acreditar que uma pessoa que considerava seu amigo , alguém que havia depositado toda sua confiança o poderia ter traído daquela forma tão cruel, mesmo já devendo estar acostumado com as mentiras e traições , o golpe não deixava de ser duro .

—O que você vai fazer? – indagou Pablo, vendo o choque de Lionel 

Realmente ele não queria fazer o necessário, mas não poderia permitir tamanha traição, tão pouco perante aos demais empregados, uma vez que deixasse impune aquele ato, poderia gerar abertura para outros atos semelhantes ou piores .

—O que a situação exige – afirmou, em um tom de pesar – Onde ele está? – indagou

—No segundo andar—respondeu prontamente, já esperando por aquela atitude de Lionel  .

Em passos largos e ligeiros, Lionel  se pôs a caminhar pelo caminho dificultoso até o segundo andar, desceu rapidamente pelos acessos entre os andares, chegando em poucos minutos até o segundo andar,  encontrando os empregados fazendo um repouso para o almoço .

—Olha nosso chefinho – gritou um anunciando a chegada de Lionel   —Veio almoçar com nós? – indagou , pois era um ato comum dele fazer .

—Não pessoal – respondeu prontamente, buscando com os olhos a figura alta, magra, de pele morena e cabelos escuros de Valentino – Necessito falar com você Valentino – afirmou, fitando seu alvo .

—Eu? – indagou espantado, apontado seu dedo contra seu peito , recebendo como resposta apenas um movimento afirmativo de Lionel  com a cabeça – Sim senhor – respondeu em um tom irônico, pois sabia que seu chefe odiava aquela formalidade.

Apenas com os olhos Lionel  fez sinal para que ele o acompanhasse, caminhando até o primeiro andar , sendo seguidos por Pablo, cautelosamente e em silencio desceram até o primeiro andar que encontrava—se sem nenhum trabalhador.

—Qual o problema Olmo? – indagou Valentino reconhecendo a expressão séria de Lionel  .

Lionel  nada respondeu, apenas caminhou alguns passos de distancia, se voltando para frente de seu empregado, com a cabeça baixa, fitando o chão, buscando as palavras a serem ditas, realmente não queria fazer aquilo.

—Você está despedido – proferiu de uma vez, levantando sua cabeça , podendo ouvir uma risada engraçada ser proferida pelos lábios daquele homem.

—Gostei da piada – comentou Valentino rindo – Agora fala sério – pediu, cessando sua risada.

—Valentino já descobrimos que está nos roubando – afirmou em um tom sério, observando uma palidez tomar conta do rosto daquele homem, tirando qualquer expressão de graça – Por isso sugiro que pegue suas coisas e vá embora, porque farei o favor de não te denunciar a polícia – comentou, em um tom firme e um tanto quanto sentido, como se doesse fazer aquilo.

—Você não pode fazer isso – afirmou em um tom ríspido, tornando sua expressão rude – Você não tem o direito de me despedir seu moleque – proferiu em um tom cheio de raiva – Eu que te ensinei tudo, agora porque é o patrãozinho acha que é mais que eu – afirmou cheio de ódio .

—Por favor Valentino – proferiu Lionel  calmamente – Peço que se retire, se não serei obrigado a pedir que tirem a força daqui – aconselhou, buscando manter a dignidade daquele homem que tanto admirava .

Valentino nada respondeu, apenas com uma expressão de indignação se pôs  a caminhar no mesmo lugar, levando suas mãos até sua cintura e com um olhar sombrio, ergueu sua mão esquerda, a levando diretamente contra a face de Lionel , atingindo a lateral de seu lábio , sendo rapidamente segurado por Pablo, evitando que ele seguisse com a agressão que chamou a atenção dos demais operários

—Você me paga – gritou , sendo detido por Pablo e mais um operário .

Lionel  nada respondeu, apenas levou sua mão até seu lábio, encontrando sangue em seus dedos, fitou aquele homem com certo desprezo, era incrível como uma admiração poderia ter fim com um simples ato, mas logo viu seu ex funcionário ser arrastado para fora da construção.

Inúmeros murmúrios roubaram sua atenção, fitando no andar de cima e ao seu redor  viu os funcionários o fitando espantados e curiosos com aquela situação e briga .

—Voltem ao trabalho – ordenou, em um tom firme e irritado por aquela atenção inapropriada e indesejada.

Lionel  se pôs a caminhar ferozmente até seu automóvel, o abrindo e sentando—se no banco do passageiro, abrindo o porta luvas a sua frente e pegando um pequeno saquinho de lenços de papel que guardava naquele lugar, rapidamente o abriu, agarrando um papel e levando até seus lábios, fitou—se no espelho, pressionando contra seu ferimento .

Assim que teve certeza que havia cessado o sangramento, agarrou o pequeno saquinho transparente cheio de lenços de papeis , os jogando dentro do porta luva, mas ao invés de fechar a tampa , algo lhe chamou a atenção, algo que havia esquecido por completo que estava ali , seus olhos ficaram fixos sobre um pequeno lenço de seda, que possuía iniciais bordadas com um fio rosa, as inicias eram evidentes a seus olhos, ''O.C'' , cautelosamente, meio temerário pelo que aquele pequeno pedaço de pano poderia lhe causar, levou sua mão até ele, o envolvendo entre seus dedos, direcionando próximo a suas narinas e inalando aquele perfume que surpreendentemente ainda se encontrava impregnado naquele pedaço de pano, aquele aroma o obrigou a cerrar suas pálpebras , enquanto sua cabeça foi invadida por imagens, imagens que formavam uma recordação.

Meses atrás

Lionel  lentamente se pôs a caminhar em direção ao jardim da mansão dos Castan's, preferiu não empregar certa pressa em seus pés, pois necessitava prolongar aquela imagem que seus olhos observavam , não se fazia capaz de acreditar ou entender a beleza daquela mulher, uma beleza que o atraia e encantava.

Uma beleza que se acentuava com ela em meio a aquele jardim, cuidando de forma tão delicada e atenciosa daquelas flores , pode ver ela colhendo algumas rosas, rosas brancas e as pousando com uma enorme delicadeza dentro de um cesto de vime .

Mesmo levando algum tempo a cortejando e já tendo sua permissão para tal ato, não eram íntimos , mas levavam longas horas conversando coisas banais ou compartilhando algum pensamento em comum .

—Boa tarde—saudou Lionel  em um tom baixo, não querendo assusta—la

Assim que suas palavras foram proferidas a viu voltar—se para Lionel , não esboçou nenhum sorriso, mas não formou uma expressão de desagrado em sua face, apenas o fitou , logo voltando sua atenção para as rosas a sua frente.

—Boa tarde – proferiu , levando o alicate até o caule da flor e cortando mais uma rosa .

—Sua beleza se acentua em meio a esse jardim – proferiu Lionel , revelando a verdade que seus olhos fitavam.

—Você sempre tem uma palavra de galanteio pronta  – comentou Olívia, proferindo uma risada fraca e achando graça de tanta atenção , fitando com o canto dos olhos Lionel  se inclinar sobre a cesta e levar sua mão até uma rosa – Cuidado com os espinhos – advertiu vendo a mão dele a poucos milímetros de distancia do caule espinhoso da for .

—Ahhh—grunhiu Lionel  , levando seu dedo indicador até seus lábios , limpando o sangue que expelia devido ao pequeno rasgo que o espinho fizera em seu dedo.

—Eu avisei – repreendeu Olívia, se voltando de frente para ele, largando o pequeno alicate sobre a cesta , juntamente com as luvas que revestia sua mão – Deixe—me ver – pediu, agarrando a mão que prontamente foi esticada a sua frente – É a primeira pessoa que vejo se ferir tão profundamente com um espinho – constatou , vendo que ainda sangrava o dedo de Lionel .

Ele apenas observou ela levar a mão até o bolso de sua saia e agarrar um pequeno lenço, um lenço branco, que continha suas iniciais e delicadamente envolver aquele pequeno pedaço de pano em seu dedo, o amarrando de maneira a estancar o sangue.

—Agora vai parar o sangramento – anunciou, levando seu olhar do dedo ferido, de encontro com os olhos verdes que a fitavam com um brilho distinto e contagiante.

—Quanto mais te conheço, mais me apaixono – confessou, fitando os olhos castanhos da mulher a sua frente , um olhar que refletiu o incomodo que aquelas palavras lhe causavam.

—Lionel  – murmurou ela, ainda segurando a mão dele e lentamente abaixando seu olhar, pois aqueles olhos verdes causavam um incomodo inexplicável em seu interior, um incomodo que jamais havia sentido, era um incomodo que parecia a obrigar agir de uma maneira distinta ou ser mais reservada , algo que invadia seu interior e a deixava encabulada , como se ele pudesse desvendar todo seu interior .

—Olívia – proferiu , levando seus dedos até embaixo do queixo da mulher a sua frente , encontrando novamente aqueles olhos castanhos que tanto o encantavam – Há  muito tempo que desejo fazer isso – proferiu em um sussurro que somente os ouvidos de Olívia foram capazes de captar.

Em um movimento delicado e cauteloso, temendo um recuo daquela mulher inclinou sua cabeça para frente, sentindo a respiração dela sobre sua pele , juntamente com aquele aroma que se misturava com o aroma das flores ao redor , seus olhos caminharam até os lábios vermelhos dela, voltou a encontrar os olhos castanhos, não enxergando nenhuma reprovação, ousou  pousar  os seus lábios sobre os dela , sentindo pela primeira vez a doçura e calentura daquela mulher, em um simples selar de lábios , que não foi além disso  mas, em um selar que durou longos segundos .

Dias atuais

—Lionel  – chamou uma voz masculina

Aquele chamado o fez despertar daquela recordação, espantando todas as imagens que invadiam sua cabeça de maneira espontânea e invasiva,  em um movimento impetuoso ele afastou o lenço de suas narinas o colocando novamente dentro do porta luvas e o fechando .

—Está bem? – indagou Pablo parado a seu lado, com a mão sobre a porta do automóvel .

—Estou – respondeu prontamente , descendo do automóvel e fechando a porta – Vamos trabalhar – anunciou em um tom sério , caminhando até a obra.

O dia transcorreu um tanto quanto conturbado, os operários ficaram agitados com aquele acontecimento, principalmente sem compreender nada, mas Lionel  preferiu se manter em silencio, apesar de todos os acontecimentos seria demasiadamente desagradável para ele manchar a reputação de um homem que tanto admirava, proferindo apenas que ordenasse que dissessem que havia sido uma discordância de ideias entre ambos, ao invés da verdade dos fatos .

No meio da tarde regressou para construtora, onde nos últimos dias passava grande parte de sua noite, afinal ele e Olívia estavam evitando se cruzar, quando o faziam não ousavam se fitar ou se o faziam era de maneira ríspida , por isso ele preferia até passar a noite em seu escritório, não a incomodando .

Pousando seu corpo sobre a cadeira em frente a sua mesa, a girou, levando seu olhar até a cidade que podia se ver através da enorme janela, mas seus olhos não estavam atentos em Buenos Aires, mas sim em um lugar que seu campo de visão não se fazia capaz de alcançar.

Observando apenas a diminuição da claridade sobre a cidade, devido ao pôr do Sol, que naquele dia dava certa impressão de ser mais lento que o  habitual, se pôs a pensar em tudo, era uma mistura de pensamentos que chegava até quando conhecerá Olívia , indo até aquele dia , as imagens mais marcantes se misturavam com as palavras igualmente importantes .

Para sua infelicidade Anton e Pablo tinham razão, estava casado e não tinha volta atrás, infelizmente queria aquela mulher e não estava disposto a desfazer aquela união, mas pensando no futuro, sabia que seria desagradável manter aquela relação, as brigas, discussões, insultos e agressões , aquilo não estava sendo saudável a nenhum dos dois, o estava ferindo, tal qual uma adaga sendo apunhalada em seu coração, mesmo sabendo o correto a se fazer, ainda não tinha certeza .

Pois ao mesmo tempo que estava cansado daquela situação, necessitava do amor daquela mulher, ansiava para que o amasse da mesma maneira que ele, com a mesma intensidade , contudo sabia que tinha que decidir se era mais importante conquistar o amor dela ou a seguir punindo , uma punição que era fundamentada também no amor que ele sentia, uma punição que na verdade era por ela não ama—lo .

Em sua mente as vezes surgia a ideia de iniciar um jogo desleal, onde talvez ela visse que poderia perde—lo , um jogo onde saciaria suas necessidades sexuais e afetivas com uma mulher que realmente o queria , seu ego masculino ferido lhe sugeria que talvez dando razão as acusações de sua esposa ela fosse capaz de ver que o estava perdendo, se ao menos visse a dor da traição em seus olhos poderia ter um reflexo de algum sentimento para com ele; mesmo sendo uma atitude imatura , as vezes parecia a mais ideal e fácil, do que se entregar a aquela mulher que não o amava e agora o destetava a ponto de ele lhe causar asco , quanto mais recordava daquelas palavras, mais acertada parecia aquela possibilidade indecorosa perante a sociedade .

Inspirando profundamente o ar, se dando conta que a escuridão já havia tomado conta da cidade a sua frente, se pôs em pé em um movimento impetuoso, não havia decidido nada, apenas estava agindo impetuosamente .

Em poucos minutos já estava manuseando pelas ruas congestionadas daquela cidade, com os pensamentos dispersos, levou longos minutos para se aproximar de seu destino final , um destino que mudaria sua vida, uma decisão que esperava mudar tudo, toda aquela situação e considerava ser a mais correta, uma decisão onde nem ele mesmo sabia se seu ego, ódio ou amor haviam vencido, apenas sabia que a faria , sem se importar com as consequências.

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