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Uma Chance | Capítulo Cinco

Bethany não seguiu direto para a escola, como havia insinuado que faria, foi para o apartamento de Sara em vez disso. Estava com as novas descobertas zunindo na cabeça, pensando em Elisa e Lena. Mortas.

Era doloroso ver o lugar tão vazio, notar a fina camada de pó que começava a se instalar sob os móveis. Sinal de que ninguém entrava naquele lugar há dias, de que nada ali estava vivo como antes.

Primeiro, abriu completamente a porta da sacada e deixou a brisa fria entrar para arejar o apartamento. Logo depois, procurou por um pano de limpeza e passou sob os móveis da sala, limpando a mesinha de centro, a pequena estante abarrotada de livros e chacoalhando as almofadas. Quando tudo estava arejado e livre de pó, Bethany deixou-se cair sobre o sofá de maneira satisfeita.

Foi automático olhar para a porta, esperando que Sara entrasse a qualquer momento. Era quase horário do almoço, ela entraria e sorriria, deixaria a bolsa na mesinha de vidro ao lado da porta e tiraria as sandálias de salto enquanto discutiam o cardápio do dia. Bethany encolheu-se, sentindo a expectativa lhe esmagar.

Antes que sua melancolia fosse longe demais, levantou-se e foi para o quarto dela, buscando um álbum de fotos que vira certa vez, curiosa para analisar o conteúdo. O encontrou na parte de cima do guarda-roupas, onde ficavam algumas caixas com bagunça, uma pequena pilha de lençóis e até mesmo o ursinho de Eric.

Segurou o álbum cuidadosamente quando saiu do quarto, pensando em ir direto para a sacada e se acomodar no banco de lá. Lembrou-se que tinha uma carteira de cigarros escondida no meio das roupas e passou em seu quarto para pegá-la, só então foi para a sacada.

Desabou sobre o banco de bambu revestido com uma almofada, observando a cidade se espalhar em sua frente. Prédios despontavam no meio das árvores, conseguia enxergar boa parte dos contornos de asfalto, observando o trânsito pesado daquela hora do dia. Podia ver o bosque dali, se estendendo como um tapete verde e alto de vegetação.

Pegou um cigarro, sorrindo de leve, mas sentindo os olhos arderem com as lágrimas que engoliu.

— Se eu acender um cigarro aqui, você dá um jeito de acordar para me dar uma bronca, dizendo que não quer seu apartamento cheirando fumaça? — murmurou, como se realmente fosse obter uma resposta. O silêncio pesou por um momento, Bethany quase afogou-se nele.

Fechou a porta da varanda e acendeu o cigarro, assim a fumaça não entraria no apartamento. Com uma dose de coragem, abriu o álbum para ver as fotos.

A primeira foto fez seu coração disparar. Era uma foto de Sara com Elisa, uma imagem em que as duas estavam sentadas no banco de um bar com os drinks visíveis, sorrindo de forma jovial. Alguma coisa se apertou em seu peito ao vê-las tão jovens, simplesmente aproveitando uma noite boa com vestidos bonitos e bebidas caras. Isso explicava o porquê de parecerem tão íntimas.

Decidiu procurar por mais fotos de Elisa. Na próxima, estavam lado a lado no que parecia um jardim bem decorado com estatuetas de anjos e enormes asas de gesso. A ruiva tinha olhos castanhos, não dourados, e estava claramente animada com alguma coisa. Sua mãe estava o seu lado, cercada por roseiras e usando um vestido fino e claro, leve como o sorriso em sua face. Ela estava visivelmente grávida.

Os olhos de Bethany arderam. Era tão injusto.

Injusto que sua mãe não estivesse ali, injusto que Elisa não estivesse viva, injusto que Lena estivesse morta.

Deixou as lágrimas escorrerem ao passar as fotos. Em certo momento, as fotos com Elisa desapareciam, então as com Naomi começavam. Era estranho, provavelmente Elisa havia morrido pouco depois de ter nascido, mas Naomi não aparecia em nenhuma foto mais antiga.

Estava ali fazia algum tempo, hipnotizada pelas fotos antigas, quando ouviu a porta se abrir. Virou-se, confusa e surpresa, então viu seu pai entrando. Ele parecia preocupado, Bethany só então percebeu que havia deixado a porta destrancada. O porteiro já o conhecia, lembrou-se.

Apagou o cigarro e o deixou de lado, abrindo as portas de vidro quando ele se aproximou.

— A secretária da escola avisou que você não foi para a aula, imaginei que estivesse aqui — falou ele, sem comentar sobre o cigarro quando adentrou a sacada. — Tudo bem? — perguntou, só então Bethany percebeu que seu rosto ainda estava molhado pelas lágrimas. Limpou-as rapidamente, fechando o álbum em seu colo.

— Não sei — suspirou, se remexendo no banco quando ele se sentou ao seu lado. — Saí com Aislinn, ela estava procurando algo na floresta e pedi para ir junto. Por isso a encontramos inconsciente ontem — explicou, pela primeira vez voltando-se para encará-lo. Ele parecia alarmado e preocupado com a revelação, nada satisfeito com a filha se envolvendo nas buscas sobrenaturais.

— E conseguiram encontrar alguma coisa? — perguntou. Bethany pegou o próprio celular e mostrou as fotos que havia tirado, sabendo que, se ele não as visse agora, seu tio provavelmente o informaria da situação.

Mais uma vez, Liam viu aquilo com preocupação, analisando os símbolos cuidadosamente. Esperou em silêncio enquanto ele observava as marcas no tronco das árvores, um tanto aflita para saber o que tinha a dizer.

— Preciso que me passe número de Aislinn, preciso falar com ela sobre os símbolos — falou, e seus olhos estavam sombrios e cheios de seriedade quando lhe encararam. Raramente vira a expressão dele assim.

— O que houve? — perguntou, sem conseguir conter o espanto.

— Não quero você envolvida nisso — falou seu pai, claramente desviando de sua pergunta. Os cabelos loiros cintilavam sob o sol e Bethany pensou nas fotos que vira no álbum, nele e sua mãe juntos.

Extremamente parecido com Noah.

— Quando vocês vão parar de me tratar como uma criança? — protestou Bethany, frustrada. Não conseguiu esconder a própria irritação, visível nas mãos tensas ao redor do álbum e nos olhos fulminantes. — Talvez essa bagunça toda pudesse ser evitada se vocês parassem de mentir para mim e para o Noah, se vocês me deixassem saber mais sobre tudo isso e ajudar. Vocês mentiram para nós a vida inteira, mentiram sobre quem nós somos e quem vocês são, então não me venha colocar restrições agora, é tarde demais para isso. — As palavras soaram mais amargas do que planejava, arrependeu-se no mesmo momento.

Liam continuava lhe encarando com seriedade, sem realmente se afetar com sua irritação.

— O que você acha que eu penso quando a escola avisa que você não está na aula? O que eu devo pensar quando descubro que você saiu por aí procurando por símbolos demoníacos? Você não é mais uma criança, não posso me preocupar o tempo todo e me perguntar se você está na escola ou se envolvendo em alguma caçada demoníaca — replicou ele, levantando as sobrancelhas daquela forma dura que só ele sabia reproduzir. — Isso não é uma brincadeira, você não tem noção do que está me pedindo e nem do universo que quer se envolver. Não estou te tratando como uma criança, então não aja como uma, estou simplesmente te mantendo longe de algo que eu e sua mãe demoramos anos para conseguir afastar, te protegendo de uma realidade que já tirou muito de nós — disse, com uma dureza que fez a menina se encolher no banco, os olhos ardendo quando se voltou para a cidade, para o trânsito lento do meio-dia. Seu pai pareceu perceber a dureza nas palavras, então suavizou o tom com um suspiro. — Sei que é difícil, mas você e Noah têm uma chance que eu e sua mãe nunca tivemos, que Eric nunca teve. Vocês podem se afastar disso tudo, podem escolher não adentrar esse universo sobrenatural que, eu sei que pode impressionar, mas não vale o risco. Vocês podem ter uma vida normal, Beth, e tudo o que eu quero é que se agarrem a isso e aproveitem — complementou. Bethany não conseguiu segurar as lágrimas que escorreram pelo rosto, o modo com seus braços buscaram o próprio corpo como se estivesse abraçando o próprio abdômen.

Te protegendo de uma realidade que já tirou muito de nós.

Uma chance que Eric nunca teve.

Eric. Elisa. Lena. Ally. A chance que eles nunca tiveram.

Pensou em seus pais perdendo Eric. Elisa perdendo todo um futuro ao morrer. Aislinn crescendo sem a mãe e Lena longe da filha. Ally...

Quase engasgou-se.

— Tudo bem, acho que posso tentar isso — sussurrou, observando uma lágrima desabar de e cair de forma prismática no ar, acertando o álbum de fotografias em seu colo.

— É ótimo que você aprenda a usar seus poderes e a se defender, tudo bem quanto a isso, desde que me prometa ficar longe desses símbolos e de qualquer outra investigação sobrenatural. Você não precisa se envolver com isso, não é sua responsabilidade — falou ele, com mais seriedade. Não teve outra opção a não ser concordar, era o mínimo que podia fazer.

— Prometo — disse, e desta vez sendo realmente sincera. Aproximou-se um pouco dele, seu pai gentilmente colocou os braços ao seu redor de seus ombros, abraçando-lhe de lado. Foi automático e reconfortante quando se encolheu contra ele e encostou a cabeça em seu ombro, fechando os olhos.

Ficaram em silêncio, Bethany olhava para o álbum de fotos e imaginava todo o passado que não conhecera, toda a dor que não era sua, mas que sempre estivera presente em sua vida.

Talvez fosse realmente hora de seguir em frente.

« ♡ »

— Eu reconheci os símbolos, é claro que reconheci. Eles prenunciam morte, um sacrifício. — Aislinn não duvidou. Liam era o anjo da morte, não era? É claro que ele conseguiria interpretar algo como aquilo.

Ainda assim, a afirmação lhe fez estremecer. Sabia bem quem era o sacrifício.

Remexeu-se na cadeira de madeira, desviando o olhar para não precisar encarar nenhum dos dois. Sentia-se um tanto perdida e intimidada, queria que Sara estivesse ali para lhe dar uma direção e garantir que tudo ficaria bem. Aislinn não sabia desde quando desenvolvera essa relação confiança com ela, mas havia acontecido em algum ponto.

Agora, Liam e Rafael estavam sentados ao redor da mesa de madeira na área de leitura da biblioteca, os três discutindo como se fossem um grupo de estudos normal. Um grupo de estudo demoníaco e sobrenatural.

Era estranho tê-los ali, ficou surpresa quando Liam lhe contatara naquela tarde. Aislinn sempre fora próxima de Sara e Bethany, mas ter Liam e Rafael na biblioteca parecia um tanto inusitado, não sabia bem aonde estava se metendo com os dois ali.

— Você disse que tinha uma marca? — perguntou Rafael, e Aislinn finalmente levantou a cabeça e assentiu, tirada de seus devaneios. Inspirou fundo e colocou-se de pé, levantando a blusa com cuidado.

A marca escura ficava pouco abaixo da costela, um emaranhado de linhas escuras que pareciam formar um círculo com uma runa pontuda no meio.

— Apareceu depois da minha primeira busca na floresta. Acordei com ela inflamada, vomitei várias vezes e tive muita febre — relatou, lembrando-se do desconforto que a marca trouxera.

Acordara na floresta com algo ardendo e queimando muito forte na costela, só conseguira enxergá-la quando chegou em casa se olhou no espelho. Lembrava-se da sensação de pânico e náusea de ter acordado com aquilo, de como sentira-se mal e faltara um turno no trabalho.

— A marca se adaptando e mudando sua energia — deduziu Liam, e Aislinn assentiu quando puxou a cadeira novamente, desviando o olhar para as estantes solitárias. O sol estava se pondo do lado de fora, o movimento costumava a se esvair junto com ele.

Uma ou duas pessoas se demoravam entre as estantes empoeiradas, vasculhando as seções acadêmicas.

— A questão é o que eles pretendem fazer com meu sacrifício — comentou, baixando o olhar para a mesa. Era por isso que insistira em ir para o bosque e investigar aqueles símbolos, encontrar Rafael fora uma surpresa muito útil. — Eu realmente gosto de estar viva, então, seja o que for, não vou facilitar — continuou, as palavras banhadas por ironia.

Observou as fotos espalhadas sobre a mesa, sentindo um arrepio por dentro. Havia impresso as imagens para ter mais qualidade, agora podia ver os símbolos com mais clareza do que na tela do celular.

— O mais comum dos sacrifícios são invocações, podemos começar considerando isso — comentou Rafael, os olhos claros cheios de sagacidade ao analisar os desenhos esculpidos no tronco das árvores. Puxou uma das folhas, analisando-a mais de perto. — Conseguem reconhecer algum destes símbolos? — indagou, e então esticou a folha para que os dois pudessem ver. Aislinn e Liam se inclinaram para analisar as marcas destacadas por ele, Aislinn notou que pareciam mais angulosas e simétricas do que as outras, que se pareciam rabiscos infantis.

— Certamente não estão relacionadas à morte — confirmou Liam, franzindo as sobrancelhas. Aislinn viu a preocupação tomar sua face, a expressão se tornando lívida. — Se parecem com a que Sara tem no ombro — continuou, e Rafael ficou um tanto alarmado com a constatação dele, o que lhe deixou preocupada. Aislinn mal se lembrava se Sara tinha algo no ombro, mas tinha lapsos de algumas raras vezes ter visto o contorno do que parecia ser uma tatuagem.

— O dela mudou, não mudou? Consegue se lembrar da forma original? — perguntou Rafael, um tanto exasperado, como se tivesse compreendido algo que Aislinn ainda não havia percebido.

De repente, em um estalo mental, tudo fez sentido.

— Lilith — disse ela. Foi quase um sussurro, mas alto o suficiente para que Rafael e Liam se voltassem para a menina. Aislinn se encolheu com toda a atenção, as bochechas avermelhadas. — A marca dela a conecta à Lilith, não é? — deduziu com cuidado, e os outros dois pareciam perplexos. Foi Liam quem falou primeiro.

— Como...

— Bethany fez uma projeção astral. Alguma entidade a chamou de filha de Lilith e ela ficou curiosa, veio procurar livros sobre isso — explicou Aislinn, nada surpresa ao perceber que eles não sabiam nada daquilo. Quase revirou os olhos, imaginando tudo o que Bethany estava escondendo e o perigo que estava correndo.

Liam parecia frustrado e preocupado, as mãos apertando com força o apoio da cadeira.

— Isso explica muita coisa — murmurou o loiro, e Aislinn conseguiu entender a preocupação. — Se Lilith pretende voltar, pode usar tanto Sara quando Bethany para isso. Não há nada que possamos fazer para desfazer a conexão que já existe entre elas.

— Liam... — começou Rafael, também preocupado e exausto, mas Liam já se levantava e pegava o casaco estendido sob o apoio da cadeira.

— Preciso ir. Vou mantê-la segura — disse, já se virando e se afastando, não dando chance para que Rafael ou Aislinn falassem mais alguma coisa. Aislinn ouviu o sino da biblioteca tocar quando ele saiu.

— E agora? — perguntou, encolhendo os braços e voltando-se para Rafael. Os dois clientes que reviravam a seção acadêmica estavam prestes a sair de lá, o que dizia que Aislinn logo precisaria ir para o balcão de atendimento.

Rafael parecia cansado, como se estivesse lidando com aquilo há muito tempo.

— Destruímos os símbolos, achamos uma maneira de retirar o seu sem te deixar sequelas e livrar a floresta da energia demoníaca. Enquanto isso, você...

— Vou tentar sobreviver — afirmou Aislinn, desanimada.

« ♡ »

Tanto Rafael quanto Liam haviam deixado o número de celular e garantido que, se precisasse de ajuda, poderia chamar a qualquer momento.

Aislinn não sabia como se sentia sobre aquilo, era desconfortável e odiava ser tão dependente deles, mas certamente era um pouco reconfortante saber que não estava sozinha. Mais uma vez, desejou que Sara estivesse ali, lhe ajudando a enfrentar tudo aquilo.

Desejou que sua mãe estivesse ali. Que ela lhe consolasse e lhe dissesse uma maneira de remover aquela marca que tanto lhe incomodava.

Suspirou, buscando qualquer barulho na biblioteca para acalmar a mente inquieta. Não havia mais ninguém ali, estava exausta depois do dia agitado, seus olhos estavam vidrados no relógio enquanto esperava o horário. Estava entediada e o silêncio do lugar corroía sua mente.

Os minutos escorriam e se estendiam, o tempo se distorcia enquanto olhava para as estantes vazias.

Foi por isso que se assustou quando ouviu passos e se virou em um pulo, surpreendida por um pigarro baixo. Um homem jovial estava parado do outro lado do balcão, Aislinn olhou automaticamente para a porta, a única entrada. O sino sempre tocava quando alguém entrava e saía, mas não havia tocado antes dele aparecer.

— Precisamos conversar, docinho — sorriu o homem, lhe encarando com um sorriso provocativo. Tinha os cabelos claros e bagunçados, covinhas irresistíveis brilhando nas bochechas.

Aislinn o reconheceu. Ele havia aparecido brevemente da mesma forma para conversar com Elisa, que havia o afastado na mesma hora. Lembrava-se de ter ficado curiosa quando os vira conversar perto da sessão infantil, imaginando sobre o que estariam discutindo.

Aislinn queria se sentir alarmada e ser cuidadosa. Elisa certamente estava irritada com a presença dele, claramente ansiosa para lhe tirar de perto de Bethany pelo modo como lhe puxara para as estantes.

Aislinn queria se sentir alarmada e ser cuidadosa, mas não conseguia enquanto encarava aqueles olhos simpáticos e hipnotizantes, sua beleza afiada.

— Arthur, não é? — indagou cuidadosamente, e ele riu sonoramente, cheio de sarcasmo e bom humor. Se sentiu zonza, engolida por sua risada. A marca ardeu por baixo da blusa, queimando levemente como se estivesse reagindo à presença dele.

— É um nome que combina comigo, não acha? — comentou, e Aislinn não entendeu a ironia em sua voz. — Tenho uma sugestão para lidar com a sua marca.

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