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Tudo Para Dar Certo | Capítulo Trinta E Sete

Sara tentava descobrir como falar com Arthur enquanto o tempo passava. Não tivera nenhuma chance de vê-lo depois da discussão na biblioteca, Arthur estava bem ocupado cuidado de assuntos do exército e analisando o perímetro da cidade.

É claro que ele estava ocupado. Mamon estava prestes a declarar guerra a qualquer momento, e Sara quase não tinha tempo de se incomodar com a ausência dele. O tempo que costumava passar com Arthur fora substituído por encontros com Elisa e Kenan, que tentavam lhe ensinar sobre estratégias de guerra para que pudesse enfrentar qualquer batalha.

Era por isso que estava na biblioteca, sentada naquela cadeira há horas, tentando montar um plano para os possíveis cenários de guerra contra Mamon.

— Você vai ficar completamente vulnerável pela esquerda. — Kenan não parecia nada impressionado com a estratégia de Sara. Depois de quatro estratégias apresentadas, estava prestes a se levantar e mandar que ele mesmo cuidasse de seu exército.

Kenan via falhas em todas, por isso sentia falta de Arthur. Ele não era tão direto ao apontar defeitos como Kenan era.

— Você fala como se a intenção fosse evitar completamente a luta — retrucou Sara, exausta daquilo. Ninguém nunca dissera que era tão difícil vencer uma batalha indiretamente. — Se eles atacarem pela esquerda, eu contra-ataco.

— Não é sobre isso, é sobre minimizar os danos e se poupar o quanto puder. Se jogar na batalha de qualquer jeito vai encurtar a luta e te fazer perder — contra-argumentou Kenan, inclinando-se para o livro e girando suas páginas. Ele procurou por uma figura grande que ocupava toda a página, um campo cheio de pontos que representavam as posições dos soldados. — Esta posição, por exemplo. — Ele virou o livro para Sara, que se ajeitou na cadeira e segurou um gemido irritado. A luz excessiva da biblioteca estava começando a lhe irritar, assim como se sentia sufocada com as estantes gigantes lhe rodeando. — Se estiver num campo aberto, você pode se defender de todos os lados. Não há nenhum ponto vulnerável em que outros possam atacar seu exército. Você consegue se defender e sair com menos baixas no número. — Sara apenas assentiu, sem energia para argumentar e preparada para fazer mais anotações. Estava esgotada mentalmente, talvez pudesse pedir um tempo e continuar mais tarde, porque não estava dando conta nem das estratégias e táticas militares, quanto mais dos outros quesitos que ainda nem discutiram.

Kenan parecia preparado para discutir todos os pilares de uma estratégia militar, desde os objetivos até as ofensivas, refletindo sobre tudo minuciosamente — ele lhe fizera estudar o mapa da cidade por inteiro e se planejar em diversos cenários, desde um bosque denso, um bairro industrial e até mesmo o centro da cidade.

Antes que pudesse observar a figura com atenção para memorizar os pontos, ouviram o som de saltos se aproximando, Sara levantou a cabeça bem a tempo de ver Elisa adentrar o espaço de estudo, sorridente.

— Vocês estão oficialmente convocados — anunciou ela, jogando os cabelos ruivos para trás. Parecia animada como Sara não via há algum tempo.

Kenan levantou uma sobrancelha, desconfiado. Sara se animou com a chance de se livrar dos livros e estudo militar.

— Convocados para quê?

— Se eu disser, vai perder a graça. — Elisa cruzou os braços com um sorriso cínico, esperando que largassem os livros e cadernos. Kenan negou com a cabeça.

— Nós estamos...

— Nós terminamos aqui, temos tempo livre — interrompeu Sara, já se levantando para que ele não tivesse tempo de contestar. Kenan revirou os olhos, mas acabou não falando nada quando Elisa fez um gesto para que lhes seguissem.

Foram para fora da biblioteca, depois desceram as escadarias de um hall gigantesco e adentraram um corredor. Era um corredor mais largo e iluminado do que os corredores que levavam aos quartos, mas Sara ainda não conseguia deixar de estranhar a falta de janelas no lugar, apesar de o teto ser quase sempre aberto para uma imensidão de luz.

Depois de duas ou três bifurcações, chegaram a um salão com as portas duplas abertas. Era um cômodo espaçoso, as paredes tinham detalhes brilhantes em dourado, o piso era de mármore preto — o que era uma surpresa, porque tudo ali parecia ser branco e dourado.

No centro do salão, havia um globo espelhado que girava e refletia pequenos pontos de luz por todo o lugar, iluminando uma pista de dança composta de ladrilhos coloridos no lado direito. Sara ficou impressionada.

No canto contrário da pista de dança, havia uma bancada com cadeiras espalhadas por sua extensão, como se fosse o balcão de bar. Perto da bancada, longe da pisa de dança, havia pequenas mesas de madeira espalhadas, muito parecidas com as da biblioteca.

— Não tínhamos um bar nesta dimensão, então decidimos improvisar um — explicou Elisa, puxando Sara na direção do balcão. Lena já estava lá, junto com Lucas, ambos do outro lado da bancada e perto de uma adega com garrafas de vidro transparente.

Aislinn estava sentada do lado que supostamente era para os clientes, balançando os pés num banco alto. Kenan riu quando se aproximaram do bar, indo na direção de Lucas, que tinha um copo na mão e bebericava um líquido colorido.

— Nós somos os baristas — ele anunciou com um sorriso empolgado. Logo depois, estava se inclinando para dar um beijo rápido em Kenan, que também o puxou mais para perto.

— Tudo que esta dimensão precisava — comentou ele, ajeitando-se num banco e na frente de Lucas.

Sara se empolgou também, ajeitando-se no banco ao lado de Aislinn enquanto Lena falava animadamente sobre as bebidas. Aislinn estava sentado do lado direito, Elisa do esquerdo; Sara não pôde deixar como Elisa olhava para Lena de maneira atenciosa, impressionada enquanto a ouvia falar e um tanto hipnotizada.

Aquilo lhe fez sorrir levemente. Como não havia percebido isso antes?

Escolheu uma bebida doce e fraca. Queria tirar a cabeça das discussões com Kenan, relaxar um pouco de todas as preocupações que pesavam em sua mente.

— Eu tomei uma decisão — disse Aislinn, e Sara parou com o copo no ar, a caminho da boca. — Quero te ajudar com o exército. — Não conseguiu conter um sorriso sincero e largo, o mais sincero desde que chegara ali.

— Isso é ótimo. — Sara ergueu o copo, aliviada por saber que podia contar com ela para dividir uma responsabilidade tão grande. — Um brinde à vice comandante do exército demoníaco. — As outras brindaram também, Sara sentiu um frio de ansiedade, um frio bom.

Lena ainda estava testando diferentes bebidas, misturando algumas, Sara não contava os copos enquanto conversavam — embora Lena continuasse servindo e bebia quase sem perceber.

Pela primeira vez desde que chegara ali, riu com sinceridade e aproveitou o momento. Era tão bom ter Elisa por perto, ouvir a risada dela de maneira tão casual. Era bom ver que Aislinn parecia estar melhor, que estava feliz e empolgada.

Estava tão envolvida na conversa, no momento, que mal ouviu quando a porta se abriu. Elisa lhe encarou com um sorrisinho sugestivo no rosto, fazendo um leve gesto para trás, insinuando para que virasse o olhar.

Quando se virou, o salão deu uma girada e então entrou em foco. Arthur estava atravessando o lugar, ele lhe viu e fez um aceno rápido, sorrindo ligeiramente. Sara retribuiu o aceno e o sorriso, Arthur caminhou até Kenan e Lucas, sentados em uma mesa no canto do salão e juntou-se com eles na mesa.

— Ai, meu Deus... Vocês não fizeram isso — murmurou Sara, apoiando os cotovelos no balcão e colocando a face entre as mãos. Os cabelos escuros caíram como uma redoma escura ao seu redor, roçando o balcão. — Se eu soubesse que ele viria, beberia menos.

— Que droga de cumprimento foi esse? Por que ele não veio até aqui? — Elisa soou indignada, Sara esperou um momento antes de se virar para ela, tentando se recompor. O salão estava mais brilhante do que o normal.

Olhou para o próprio copo, fazendo uma careta.

— É o que mereço depois de ter agido como uma criança indecisa e não ter coragem de ser sincera com ele — comentou e deu um último gole no líquido. Bateu o copo vazio no balcão, inspirando fundo para recuperar a própria linha de raciocínio.

Elisa piscou algumas vezes, lhe encarando como se esperasse mais explicações.

— Como assim?

— Nós nos beijamos uma vez, mas eu disse que não queria nenhum relacionamento romântico. — A ruiva arregalou os olhos, jogando o cabelo alaranjado para trás e deixando um pingente delicado brilhar sobre o pescoço. Ela estava usando um vestido branco e simples que caía muito bem nela, Sara arrependeu-se de não ter trocado de roupa antes de vir para o salão. — E é claro que fui uma babaca agindo de forma impulsiva e virando as costas quando o vi com outra mulher.

— Vocês se beijaram? Por que eu ainda não sabia disso? — Os reflexos do globo de luz brilhavam nos olhos de Elisa, ela largou o copo e cruzou os braços. Lena e Aislinn trocaram olhares, sorrindo levemente com a revelação.

— Porque você ia me infernizar até que estivéssemos com um casamento marcado — retrucou Sara, muito seriamente. Elisa riu, pegando o próprio copo novamente e bebericando um líquido azulado. Ela assentiu com a cabeça.

— Isso é verdade.

— Uau, não notei isso acontecendo — comentou Lena, inclinada sobre o balcão com uma garrafa brilhante em mãos. Seus cabelos castanhos brilhavam com as luzes do salão, ela ergueu a garrafa de vidro e começou incliná-la na direção do copo de Sara. — Vocês ficariam fofos juntos. — Elisa assentiu energeticamente.

— Não é? Tenho a empurrado para Arthur há muito tempo, mas ela é lerda.

— Eu estou bem aqui — protestou Sara, empurrando a garrafa que Lena tentava despejar em seu copo. — E para de encher isso, acho que é bem possível um coma alcóolico energético. — As meninas riram, Lena concordou e puxou um baralho de tarô de um dos compartimentos de trás do balcão. Ela e Aislinn logo se engajaram numa leitura de cartas, comentando juntas os resultados.

Elisa foi se sentar mais perto das duas, mas Sara permaneceu quieta. Não conseguia parar de pensar em Arthur, considerando se deveria ir lá e falar com ele. Observava as cartas e as figuras, as três rindo. Se sentia em outro planeta, assistindo a tudo de uma grossa película de vidro.

Deu uma espiadinha na mesa, tentando enxergar Arthur. Ele estava distraído com Kenan, Lucas se levantava para deixar os dois sozinhos e voltar para bancada.

Lucas passou as mãos pelos cachinhos bagunçados quando se sentou perto de Elisa, puxando um banco para si. Encheu o próprio copo e apontou com o polegar para Kenan, fazendo uma careta. Ele e Arthur estavam conversando animadamente e rindo juntos.

— Supostamente, sou namorado dele, mas nem eu consigo competir com esse bromance — reclamou, bebendo a dose de uma vez só. Era um licor rosado, Sara já havia bebido algumas doses daquilo. Se lembrava do líquido suave e doce como um suco, nem parecia correspondente a algo alcóolico. — Aliás, todo mundo já percebeu o climão entre vocês. — Lucas agora lhe encarava com seriedade, Sara piscou algumas vezes e demorou a entender que ele estava falando consigo.

— O quê? — Lucas riu de sua confusão.

— Você e Arthur. Não tem como não perceber.

— Chega, vocês dois merecem uma leitura de tarô — anunciou Lena, e ela logo estava estendendo o baralho em sua frente, lhe mandando escolher três cartas. Sara estava um tanto hesitante e sem realmente querer a leitura, mas todos estavam lhe olhando com expectativa, então destacou três cartas do baralho.

Lena abriu uma por uma.

Na primeira imagem, viu uma pessoa carregando várias espadas e fugindo sorrateiramente de uma tenda, como se estivesse roubando as armas. Sara franziu as sobrancelhas e leu a inscrição na carta. Sete de espadas.

A segunda era o às de copas, exibindo uma mão gigante que segurava um cálice transbordando água. Era uma carta bonita, a água desabava do cálice como uma cachoeira, caindo num rio com vitórias régias.

Abriu a terceira carta e viu um casal se entreolhando, cada um segurando cálices nas mãos e com roupas coloridas, uma criatura alada flutuava sobre eles.

— Eu diria para ir com tudo — disse Lena, a expressão se iluminando quando viu as cartas. Sara baixou o olhar para as cartas espalhadas no balcão, tentando decifrar seu significado. — O sete de espadas é sinal de desonestidade e sabotagem. Está sendo desonesta, Sara? Consigo mesma e com Arthur? Se autossabotando? Porque o ás de copas fala sobre novos relacionamentos e sentimentos transbordantes, o dois de copas é sinal de união e aliança. — Lena falava com empolgação, apontando para as cartas e virando-as para que Sara pudesse enxergar o desenho com mais clareza. — Vocês têm tudo para dar certo, mas precisa superar a desonestidade se quiser viver o que o ás e o dois de copas propõem. — Sara estremeceu. Tudo para dar certo.

Elisa ergueu o próprio copo em um brinde irônico, rindo levemente.

— Ser desonesta sobre isso é o que ela mais faz — afirmou a ruiva, e Sara engoliu a seco. Continuou escutando as conversas, Lena tirava cartas para Lucas e os dois pareciam empolgados, Aislinn até mesmo dava alguns palpites sobre as interpretações.

Havia voltado a beber, dando goles num líquido pouco amargo, quando Elisa bateu a mão em seu joelho para chamar atenção. Ela fez um gesto em direção à Arthur, Sara se virou e percebeu que ele se levantava, colocando a cadeira no lugar. Estava prestes a ir embora.

— Vai atrás dele — insistiu Elisa, Sara negou rapidamente com a cabeça.

— Eu não sei se...

— Sara, se ele sair daqui sem terem conversado, vai ficar feio para você. Vai, antes que seja tarde demais. — Elisa fez um gesto meio desesperado, Sara ofegou e se colocou de pé. Ela tinha razão. Ao mesmo tempo, sentia-se paralisada enquanto olhava para Arthur, atravessando o salão.

Ele estava de costas, não lhe vira. Podia se sentar novamente e fingir que...

Elisa lhe empurrou de leve, Sara de repente estava caminhando na direção dele e tentando encontrar algo para dizer no meio dos sentimentos embolados. Estava caminhando de forma quase automática, sentindo-se enjoada com o nervosismo e com a sensação de que seus pés se moviam sem seu consentimento.

Atravessou o salão no meio de um caos de pensamentos, os pés praticamente deslizando pelo mármore escuro.

— Arthur — chamou-o, se aproximando ainda mais e ficando a alguns passos dele. Arthur se virou, tirando o cabelo castanho do rosto e lhe encarando com aqueles olhos dourados e atenciosos. As palavras fugiram por um momento, Sara inspirou fundo e deu um passo para mais perto dele. A bebida fazia tudo parecer luminoso e cercado por uma aura borrada, sentia-se leve quando ficou a alguns centímetros de Arthur. — Quando fui te procurar no salão, eu queria fazer algo... Então vi você com Lindsay e desisti, por isso estava chateada. — Ele levantou uma sobrancelha, os lábios se curvando num sorriso fraco. Maldito sorriso cheio de ironia.

Sara levantou o olhar para os olhos dele, tentando não olhar para a boca e devanear sobre aqueles lábios.

— E o que você queria fazer? — Mais um sorriso irônico. Seus olhos foram automaticamente atraídos para os lábios rosados dele, ficou dividida entre os lábios cheios de provocação e os olhos profundos, flamejando como fogo aceso.

Arthur lhe encarava com atenção, esperando com expectativa. Sara parou por um momento, pensando nas cartas de tarô. Para de se sabotar.

— Isso. — Puxou-o para si em um movimento de coragem súbita, o braço em volta dele quando os lábios se tocaram. Envolveu a boca de Arthur com a sua, ele pareceu surpreso por um momento, mas então os lábios se encaixaram e a mão dele apertou sua cintura, puxando-lhe contra o corpo dele.

Beijou-o com firmeza, ele retribuiu o gesto na mesma intensidade. Sentiu os braços de Arthur ao redor de seu corpo, a boca na sua e a presença dele em todos os lugares, fazendo a pele queimar e o corpo pulsar. Apertou-o contra si, estenderam o beijo um pouquinho mais.

Perdeu-se no momento, no tempo, nos lábios dele. Era só ele que existia naquele lugar, e só Arthur continuou existindo quando se afastaram. Sara o olhou nos olhos, tentando não vacilar.

— Conversamos depois — sussurrou, e Arthur sorriu daquela mesma maneira provocante quando assentiu. Foi um esforço tirar os braços de volta dele, queria abraçá-lo contra si e continuar o beijo, mas ficou parada e viu Arthur se afastar.

Só se lembrou de se mover novamente quando a porta bateu e ecoou pelo salão, Sara se virou e deixou os braços caírem ao lado do corpo. Os outros lhe encaravam do balcão, Elisa tinha um sorriso gigante, Lena estava rindo e Lucas estava sussurrando alguma coisa para Aislinn, mas ambos estavam lhe olhando.

Até Kenan estava sorrindo de uma mesa próxima, ele levantou o copo em sua direção, como se estivesse brindando.

Lentamente caminhou de volta para a cadeira, sentindo tudo pulsar. Estava... leve e feliz. Aliviada. Queria beijar Arthur de novo. Queria ficar com ele na frente da lareira e poder beijá-lo no calor do fogo.

Ajeitou-se na cadeira, inspirando fundo sob o olhar dos outros.

— Aleluia — exclamou Lucas, ele estava sorrindo e os olhos dourados brilhavam como o sol. Elisa assentiu com a cabeça, sem conseguir desfazer aquele sorriso alegre.

— Espero há décadas por isso — afirmou, e Sara riu baixinho. Piscou alguma vezes, olhando para o salão quase vazio e para a porta, para onde estava com Arthur segundos atrás.

— Isso aconteceu mesmo? Ou eu só imaginei que aconteceu?

— Aconteceu — afirmou Elisa, balançando os cabelos ruivos.

— Sim, definitivamente aconteceu — concordou Lena, rindo enquanto recolhia as cartas de tarô e as embaralhava. Sara inclinou-se sobre o próprio copo, apertando-o entre os dedos.

— Eu acho que preciso de mais uma dose.

— Não! — Elisa, Lena e Aislinn responderam em uníssono, Elisa tirou o corpo de sua mão. Sara simplesmente começou a rir.

« ♡ »

O salão foi se esvaziando lentamente, assim como o efeito da bebida.

Elisa estava sentada de frente para Lena, que falava alegremente sobre as combinações que estava fazendo. Lucas, Kenan e Aislinn conversavam baixo ao lado, Sara já havia ido para o próprio quarto e dito que precisava descansar.

Finalmente Kenan se levantou, já atrasado para auxiliar num treinamento avançado. Lucas se colocou de pé assim que Kenan saiu do salão, puxando Aislinn pelo braço.

— Você vem comigo, não vamos ficar de vela para essas duas — afirmou ele, Elisa riu ao vê-los se afastarem. As luzes do globo brilharam sob os dois, iluminando os cabeços de maneira incandescente enquanto atravessavam o salão.

A porta se bateu e ficou sozinha com Lena, só então percebeu o quanto aquilo estava difícil ultimamente. Ela estava tão ocupada com Aislinn e a estufa, Elisa estava tão envolvida em ajudar Sara e com o treinamento, que quase não tinham a chance de conversar.

Lena sorriu quando Elisa se virou, colocando os cabelos castanhos atrás das orelhas. Não percebeu que a encarava fixamente até que ela riu, revirando os olhos de uma maneira fofa.

— Não me olha assim, você me deixa nervosa. — Foi Elisa quem riu dessa vez, estendendo a mão para ela.

— Dança comigo — pediu, entrelaçando os dedos nos dela e sorrindo quando a olhou. Lena soltou sua mão e deu a volta no balcão, estavam caminhando para a pista de dança logo depois.

Colocou a mão na cintura dela, se encaixaram e se ajeitaram uma na outra, confortáveis. O globo girava lentamente e os pontos de luz dançavam ao seu redor, sentia que estava pisando em estrelas ao ver os reflexos luminosos no chão escuro.

Apoiou o queixo no ombro de Lena, ela deixou o corpo descansar contra o seu. Fechou os olhos por um momento e sentiu as mãos dela em sua cintura, os lábios roçando seu pescoço e os cabelos curtos fazendo cócegas em seu ombro. Balançavam lentamente, seguindo as luzes.

— Lena... o que nós somos? — perguntou Elisa, baixinho para não estragar o encanto do momento. Apertou o corpo dela contra o seu, escondendo o rosto em seus cabelos macios. — Estamos juntas? O que devo responder quando perguntarem sobre nós? — Lena deslizou a mão gentilmente por suas costas, num gesto carinhoso. Ela lhe abraçou mais forte, beijando seu pescoço de leve.

— Se vamos fazer isso, preciso que seja completamente honesta comigo. Você e Clarissa. — Ela lhe olhou os olhos, o rosto obscurecido com seriedade. Havia sinceridade em cada palavra, por mais que sua voz fosse suave. — Eu e ela tínhamos um acordo, ela quebrou isso quando te beijou. Vocês quebraram isso. Então, não. Suas desculpas não podem consertar o erro porque não apagam como me senti e todas as inseguranças que isso me trouxe. Por mais que estejamos bem agora, não é assim que deveríamos começar e preciso saber que posso confiar em vocês. — A ruiva assentiu automaticamente, sentindo-se esmagada pelo incômodo. A última coisa que queria era magoá-la, esperava que pudesse melhorar as coisas no futuro. — Mas se alguém perguntar... Somos um casal, estamos juntas e muito felizes — disse Lena, sorrindo abertamente. Elisa se afastou para olhá-la, sem conseguir esconder um pouco de aflição. A luz do globo iluminava as mechas do cabelo de Lena, destacava a delicadeza dos contornos de seu rosto.

— E Cass? — perguntou, e Lena riu baixinho. Elisa contornou zíper do vestido dela com a ponta do dedo, depois delineou a curva da cintura.

— A mesma coisa. — Elisa fechou os olhos para sentir melhor o corpo dela, os lábios de Lena roçaram novamente seu pescoço, ela começou a beijar a lentamente, Elisa sentiu um arrepio. Lena percorreu um caminho em sua pele, espalhando calor e fazendo tudo se acender, a sensibilidade aumentar a cada toque.

Quando Elisa não aguentava mais, consciente das mãos dela apertando sua cintura e do corpo dela pressionando o seu, encontrou os lábios dela e a beijou com voracidade. Lena retribuiu, parando por um momento e fazendo com que se esquecem-se da dança, das luzes.

— Eu amo você — sussurrou contra os lábios dela, sentindo que estava tirando um peso do peito. Devia ter dito isso há muito tempo, mas Lena apenas sorriu com leveza, a expressão se iluminando.

— Eu também amo você. — Continuaram se beijando, Elisa extremamente consciente de cada toque, as mãos dela deslizando da cintura para baixo, da pressão dos seios nos seus. Se afastou por um momento, Lena olhou-lhe de uma maneira sugestiva que confirmou o que a ruiva esperava.

A puxou pela mão, saíram do salão a passos rápidos e deixaram a porta bater atrás de si. Estavam rindo quando correram, fazendo o trajeto para o quarto de Elisa e de mãos dadas quando cortavam caminho pelas bifurcações.

Lena lhe puxou para perto quando chegaram perto da porta de seu quarto, beijando-lhe com intensidade.

Sem ver para onde ia, Elisa tentava guiar-se para o próprio quarto. Estava tão imersa no beijo dela, nas mãos deslizando por sua pele e deixando um rastro quente, que bateu contra a porta e as duas riram juntas do ruído alto.

Abriu a porta e puxou Lena para dentro, batendo-a logo depois. Foi tudo muito rápido: Primeiro o zíper do vestido dela, tecido deslizando para o chão perto da porta. Os saltos foram os próximos, Elisa puxou o próprio vestido para cima e então jogou-o para o lado.

Lena já estava na cama, a ruiva empurrou o dossel e deixou-se levar por ela. Os cabelos ruivos espalharam-se pela cama, os fios castanhos de Lena fizeram cócegas em suas bochechas quando ela lhe beijou.

Estava completamente focada nela, cada parte de seu corpo. Foi lindo descobri-la dessa forma, de sentir as palavras dela ganhando vida enquanto se envolviam uma na outra.

Era como se Lena acendesse uma fogueira em cada parte de si. As palavras dela giravam o tempo inteiro, repetindo em sua mente. Somo um casal. Estamos juntas. Estamos felizes.

« ♡ »

Lena estava dormindo. Elisa a observava, porque não conseguiria dormir nem se tentasse muito, então observou as bochechas arredondadas, os contornos delicados e o rosto tão jovial.

Queria congelar esse momento pela eternidade, queria que Clarissa estivesse ali também. Fechou os olhos para sentir o abraço de Lena, a bochecha dela encostada em seu ombro. Ela dormira abraçada ao seu corpo, não queria se mover e acabar acordando-a.

Quando muito tempo se passou, quando sabia que precisava ir para o salão de treinamento, resolveu deixá-la dormir e fazer o máximo para não a acordar enquanto se arrumava.

Conseguiu escapar dos braços dela sem problemas, puxou o lençol e a cobriu antes de se afastar. Estava indo em direção ao guarda-roupas quando algo chamou sua atenção na mesa de cabeceira.

Era um envelope grande e grosso, nunca o vira antes. Franziu as sobrancelhas ao abri-lo, encontrando um compilado de cópias de recortes de jornal e um mapa todo dobrado. Estava tudo organizado, os jornais tinham as datas anotadas e estava prestes a abrir o mapa quando Lena se revirou na cama, piscando levemente.

Elisa voltou a vasculhar o envelope e avaliar seu conteúdo enquanto ela se sentava.

— Liz? O que é isso? — Lena se enrolou no lençol, segurando-o contra o peito. Suas roupas continuavam jogadas no chão, perto da porta do quarto.

— Você não vai acreditar. — Elisa puxou um bilhete de dentro do envelope, reconhecendo a letra elegante e a organização impecável. — Acho que é da Cass. 

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