Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Três De Espadas | Capítulo Um

— Acho que eu nem preciso perguntar o que aconteceu. — Ouviu a voz de Lucas antes mesmo de vê-lo adentrar o planetário, o que lhe fez rir baixinho, tomando mais um gole do líquido prateado na garrafa.

— É tão óbvio, não é? Você me avisou — murmurou Lena, ainda rindo por algum motivo, talvez tentando achar algum humor naquilo e aliviar os pensamentos frustrados. Lucas sentou-se no chão ao seu lado, Lena desviou o olhar para ele por alguns segundos, oferecendo a garrafa brilhante.

— Eu te avisei — concordou Lucas, aceitando o recipiente. O líquido dourado parecia um pedaço de sol derretido contra a noite escura e estrelada, ele bebeu um pouco e então lhe encarou, levantando as sobrancelhas. — Mas vocês pareciam tão felizes juntas que eu nunca me intrometeria — confessou, dando de ombros.

Lena suspirou, deixando-se escorregar até ficar deitada no chão, os cabelos espalhando-se quando observou a lua crescente. Via tudo borrado por causa da bebida, a lua era uma grande mancha cinzenta atrapalhando o manto escuro que cobria o teto aberto.

— Da próxima vez que você disser que eu vou me magoar, tente me dar um tapa na cara se eu insistir em ideias estúpidas — disse, fechando os olhos por alguns segundos e inspirando fundo. Sentia falta da necessidade de respirar, de sentir o ar entrando e renovando sua vitalidade.

Agora, tudo o que sentia era um movimento artificial e desnecessário.

— Vou me lembrar disso — prometeu ele, rindo. Ficaram em silêncio por um tempo, Lena abriu os olhos e voltou a observar o céu, procurando por qualquer desenho, qualquer forma que tirasse Clarissa de sua mente. Era inútil. As estrelas formavam o contorno de seus cachos loiros e de seus olhos brilhantes. Fez uma careta, pegando novamente a garrafa e se afogando naquele gosto doce e açucarado. — Valeu a pena, pelo menos? — indagou Lucas. Ele também havia se deitado, estavam lado a lado enquanto observavam o céu escuro e as estrelas pontilhando o infinito.

— Três de espadas — murmurou baixinho, sem saber se Lucas conseguira ouvir.

— O quê? — perguntou ele, um tanto confuso.

Lena encarou o céu em silêncio. Podia ver as estrelas formando a ilustração da carta de tarô, os pontinhos brilhantes se alinhando.

A ilustração do baralho consistia em um coração gigante e vermelho, chamando toda a atenção no centro da carta. A próxima coisa a ser notada eram as três espadas que atravessavam o centro do coração, e Lena achava isso uma piada particularmente engraçada.

Três espadas, três pessoas. O coração gigante sendo atravessado pelas espadas era algo doloroso e decepcionante, mas achava a numerologia curiosa: Três espadas, três pessoas, um só coração, uma só bagunça sentimental da qual todas saíam afetadas.

Parecia uma piada cósmica, uma forma de justiça divina.

— Apareceu em todas as vezes que tirei cartas sobre nosso relacionamento. Então eu diria que valeu, porque o que tive com ela... Eu passaria por todas as complicações de novo — confessou. Sempre soube que aquilo acabaria no Três de Espadas e sempre soube que não era um bom final. — Só não achei que fosse ser assim. Ela diz que me ama em um dia e no outro simplesmente se afasta e me ignora como se eu tivesse feito algo errado e criado o problema entre nós — desabafou, permitindo-se lembrar de como costumavam ficar abraçadas, de como Clarissa costumava sorrir e lhe beijar de leve. O que tinham era sincero, disso tinha certeza. Tinham tanta intimidade que a conexão era quase automática nos olhares.

Nos últimos dias, Clarissa saía do cômodo assim que Lena entrava, sem nem ao menos lhe encarar.

— Então você está brava — concluiu Lucas, enquanto bebia outro gole do líquido cintilante. Lena olhou para as estrelas dançantes, sentindo que o chão girava lentamente. Não devia ter bebido tanto.

— Claro que sim, não fui eu quem beijou a ex-namorada. Sou eu quem deveria estar ignorando e se afastando aqui, mas sou trouxa demais para isso — reclamou. Sentou-se rápido demais, as coisas giraram como se estivesse em uma centrífuga, então apoiou-se com os braços para trás.

— Ela não está se afastando só de você, Cass mal está falando comigo também — disse ele, ainda deitado. Lena puxou a garrafa de volta, bebendo o restante de seu conteúdo. Sabia que não deveria beber mais, mas chegara a um ponto que não se importava, só queria ver as estrelas girando. — Não acho que é sobre você, Lena, acho que há algo mais profundo acontecendo — continuou, e Lena percebeu a seriedade em sua voz, assim como a preocupação. Ficou calada por alguns segundos, encarando a garrafa de vidro vazia.

— Mais profundo — repetiu, rindo de maneira seca e sem olhar para Lucas. — Profundo tipo a redescoberta da relação dela com Elisa? Ou profundo como a promessa dela de que nós podíamos passar por isso e de que valia a pena insistir no nosso relacionamento? — provocou, e Lucas lhe encarava com certo desdém, sem realmente dar atenção para sua teimosia.

— Elas mal têm se visto, você sabe disso. Elisa está preocupada também, deveria falar com ela — disse, e Lena revirou os olhos com impaciência, recusando a ideia.

— Com certeza, falar com Elisa é tudo o que eu quero no momento — zombou, mas, mais uma vez, ele não lhe deu atenção. Lucas sentou-se e cruzou os braços ao lhe encarar, desta vez exalando certa seriedade.

— Pare de birra, você deveria se resolver com a Lisa. Sabe que ela não quis te magoar, vai ser ainda pior se deixar tudo isso mal resolvido — falou, e Lena encarou as estrelas para evitar o olhar dele. Talvez ele tivesse razão. Talvez tudo continuasse nessa suspensão horrível enquanto não esclarecesse as coisas com Elisa.

Sabia que ela não queria lhe magoar, que também devia estar chateada com a situação, mas isso não tornava as coisas melhores.

— Eu estou bêbada e também sem Clarissa, eu tenho direito de fazer birra — argumentou, encarando-o com firmeza. Lucas não conseguiu conter a risada, pela primeira vez assentindo e concordando. — Talvez, quando estiver sóbria, eu aja com alguma racionalidade, mas você precisa me deixar curtir minha fossa — exigiu, e a seriedade em sua voz fez Lucas rir mais ainda. Ficaram em silêncio por algum tempo, Lena gostava da companhia dele justamente por isso: Nem mesmo o silêncio era desconfortável, podiam apenas ficar ali, bebendo e aproveitando o momento, sem pressão algum para preencher as lacunas.

— Sabe, deveria abrir o jogo com Elisa. Acho que ela também gosta de você e Clarissa precisa de vocês duas, seja lá o que quer que esteja acontecendo com ela — comentou ele, repentinamente. Lena levantou as sobrancelhas com sarcasmo, desconsiderando a ideia. Lucas continuava lhe encarando com aquele olhar teimoso e os braços cruzados. — Estou falando sério, você não tem nada a perder, tem? — indagou, dando de ombros. Não havia como perder Clarissa novamente, havia?

— Obrigada por lembrar — agradeceu sarcasticamente, e Lucas fez uma continência orgulhosa, como se estivesse dizendo de nada. — Eu estava pesquisando sobre botânica angelical, mas acho que agora vou fazer uma pausa para pesquisar manuais de sexo sáfico a três — complementou, com muita seriedade.

— Eu adoro essa Lena bêbada e sarcástica, você deveria beber mais vezes — falou Lucas, ainda rindo de sua seriedade e acidez. Pelo menos desta vez, Lena não conseguiu conter uma risada sincera.

Deitou-se novamente e fechou os olhos, sem querer encarar a face de Clarissa e Elisa estampada nas estrelas.

« ♡ »

— Tudo bem, chega. O que é que está acontecendo com você? — Elisa sobressaltou-se quando Sara fechou o livro. Estava encarando o porta-lápis havia algum tempo, lembrando-se do momento em que havia o derrubado no chão, enquanto beijava Clarissa. Lembrava-se de estar tão submersa no beijo que o barulho do organizador de metal caindo fora um choque.

— O quê? — perguntou, balançando a cabeça como se estivesse acordando de um transe. Sara levantou as sobrancelhas com certo desdém, Elisa revirou-se no sofá.

Estava realmente distante e ajudando pouco na discussão sobre recuperar o pingente de Azazel. Sara estava usando a mesa do escritório para anotar e avaliar o pouco progresso enquanto Elisa continuava encolhida no sofá, distraída com o porta-lápis e as lembranças de Clarissa.

— Eu conheço essa cara distante e melancólica, somente Rafael e Clarissa conseguiram fazer você ficar assim — falou, e a ruiva riu baixinho. Às vezes se esquecia de como ela lhe conhecia tão bem, e essa era a parte boa de tê-la ali: Era ótimo conversar com alguém que lhe entendia por completo. — Em que tipo de drama amoroso você se enfiou agora? — indagou Sara, inclinando-se para frente e lhe encarando com olhos semicerrados.

Elisa ainda se surpreendia com todo o poder que via nela, com a sensação gélida que tomava o ar quando Sara se movimentava. Sabia que os primeiros momentos ali tinham sido difíceis, mas ela parecia lidar bem com a frustração.

A primeira coisa que fizeram foi ir até o santuário, onde Sara tentou se conectar com Naomi. Elas eram irmãs gêmeas e Naomi seria uma âncora perfeita, afinal. Ambas tinham os poderes conectados de uma forma que nunca entenderia.

Lembrava-se do olhar de Sara quando não deu certo, quando percebeu que não havia conseguido uma mínima conexão. Se não fosse com Naomi, então quem mais teria uma ligação forte o bastante para servir de âncora?

É claro que ela havia ficado frustrada e até mesmo um tanto desesperada, pensando em Noah e Bethany. No final, não havia muito o que fazer, então ela pedira para ficar um tempo sozinha. Elisa sabia que ela precisava lidar com aquilo por conta própria, sabia como era difícil para Sara se afastar dos próprios filhos.

Depois disso, ela passou a focar em Azazel e Mamon, Elisa ficava aliviada ao ver que ela estava se esforçando para lidar com a nova realidade.

Agora Sara lhe encarava com as sobrancelhas erguidas de uma forma afiada e desafiadora, lhe avaliando. A ruiva afundou no sofá, encarando as pecinhas de cristal que formavam o padrão geométrico do lustre.

— Eu beijei Clarissa — murmurou, a voz abafada e baixa. Queria desaparecer na luminosidade do lustre, voltar no tempo para consertar tudo e desfazer esse sentimento de culpa que pesava no peito.

— Achei que Clarissa estivesse com Lena — comentou Sara, com a voz cuidadosa.

— Exatamente — gemeu Elisa, ajeitando-se no sofá. — Não sei o que fazer — disse, mais como um pedido de ajuda do que uma confissão.

Revirou-se mais uma vez entre as almofadas, Sara havia deixado as anotações e teorias de lado para lhe ouvir com mais atenção.

— Lena sabe? — perguntou, e Elisa assentiu. Lembrou-se da primeira vez que encontrou Clarissa depois do beijo, de como ela parecia distante e séria demais. Estavam na biblioteca, Lena estava presente na pequena reunião sobre Azazel.

Estava prestes a deixar a sala de leitura quando Clarissa correu atrás de si, fazendo-lhe parar entre duas estantes.

Eu contei a ela, não estamos mais juntas — dissera, e Elisa não soube o que dizer. Ficou aliviada por Clarissa ter sido sincera, mas também perplexa pelo relacionamento das duas ter acabado tão repentinamente. Tentara se manter afastada de Clarissa, não queria que o elo as prejudicasse, mas talvez o beijo tivesse sido a gota d'água para Lena. — Achei que deveria saber. — Elisa havia aberto a boca para responder, perguntar o que havia acontecido e como Lena havia reagido, mas ela havia se virado sem dizer mais nada.

Havia reparado que Lena e Clarissa estavam sentadas em poltronas afastadas, que Lena parecia mais calada do que o normal. Ela não havia lhe encarado nem por um segundo durante a breve discussão sobre a mais nova inimiga demoníaca.

— Sei que você ama Cass e tem toda essa intensidade por causa do elo, então, honestamente, era uma questão de tempo até esse beijo acontecer. A única coisa que você pode fazer é ser sincera com Lena. Deixe que ela e Clarissa se resolvam, não tem nada que você possa fazer para ajudar, duvido que pedir desculpas melhorará alguma coisa — sugeriu Sara, suavemente. — Você e Lena eram próximas? — perguntou, e mais uma vez Elisa assentiu com a cabeça. Pensou em Lena lhe mostrando Onyx, em Lena lhe encorajando a tomar uma atitude e descobrir o que queria fazer ali, em Lena lhe ajudando a se recuperar da perda das asas e lhe ensinando a lutar novamente.

— Ela me ajudou muito — disse, sem conseguir conter um suspiro melancólico. Odiava ter estragado as coisas com ela de uma maneira tão boba. Odiava pensar que ela talvez lhe odiasse, que nunca mais teria sua confiança.

— Não devia ficar se martirizando tanto, foi só um beijo, afinal. Não é como se vocês estivessem mentindo para ela — falou Sara, como se estivesse lendo seus pensamentos. Ela se levantou da cadeira, logo estavam sentadas lado a lado no sofá, jogadas entre as almofadas como costumavam fazer quando iam para a casa uma da outra depois das aulas. — Você realmente se importa com o que ela pensa de você, não é? — perguntou ela, lhe encarando. Elisa adorava a familiaridade disso tudo: das duas conversando, dos cabelos escuros de Sara espalhados pela almofada, de conseguir se abrir com alguém que realmente lhe entendia e em quem confiava.

— Lena sempre me ajudou e apoiou, Clarissa a ama. Me sinto horrível — confessou, fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás. Era como se ainda pudesse sentir a boca de Clarissa na sua. — Você perdoou Sofia, não perdoou? — perguntou, depois de um tempo. Sara pareceu surpresa com aquela volta súbita aos tempos de ensino médio, aos dramas que marcaram os últimos anos no colégio.

— Aquilo foi diferente. Ela e Adrian estavam me traindo há meses e teriam continuado se eu não tivesse descoberto, sendo nós costumávamos a passar o dia juntas. Adrian era um louco manipulador e transava com metade do colégio enquanto namorávamos — disse, com um suspiro fraco. Elisa estremeceu ao ouvir o nome dele, sentindo um refluxo na garganta e uma leve contração no estômago, como sempre sentia quando pensava naquele nome. — No final, não valia a pena me estressar com ela por causa de alguém tão baixo e desprezível quanto ele. Senti falta da amizade dela desde que tudo aquilo veio à tona, só queria que tivéssemos tido mais tempo para nos acertarmos — completou, as mãos apertadas contra uma almofada branca e os olhos distantes, pintados com um tom de tristeza. Elisa entendia. Raiva e tristeza era tudo o que conseguia sentir quando pensava naqueles dois.

Tristeza pelo fim dela, raiva por quem ele havia se tornado e por tudo o que havia feito.

— Mas certas coisas são melhores enterradas no passado, não é? Tenho certeza que você e Lena vão acabar se acertando, só tente não bagunçar ainda mais as coisas com Clarissa — sugeriu Sara, rindo suavemente. Elisa sorriu.

— Quando foi que você ficou tão boa em dar conselhos? — Sara deu de ombros, ainda com um sorriso fraco e o olhar mais distante.

— Anos de treinamento lidando com crises de dois adolescentes em casa, por sorte você soa como alguém de quinze anos — provocou. Elisa revirou os olhos, aliviada pela conversa ter tomado um rumo mais leve.

Ainda se surpreendia com o quanto Sara havia mudado, com o modo como ela lidava com os dois filhos e como parecia ter certeza do que estava fazendo, mas permanecia a mesma garota que conhecera nos primeiros anos de escola.

Ainda estavam no sofá, procrastinando para colocar o que tinham planejado em prática, quando alguém bateu à porta. Elisa surpreendeu-se ao ver Clarissa, principalmente pelo fato dela ter vindo ali por conta própria. Ela estava lhe evitando com tanta convicção depois do beijo que começara a duvidar se algum dia Clarissa olharia em sua face novamente.

Por um segundo, animou-se ao pensar que ela estava ali para conversar, para esclarecer um pouco da bagunça sentimental entre as três.

— Heathcliff está por aqui? Ele sumiu faz algum tempo, não consigo encontrá-lo. — Elisa riu baixo, tentando disfarçar a decepção ao perceber que ela continuava lhe evitando. Clarissa parecia impaciente, como se estar ali fosse algo que a incomodasse muito.

Elisa tentou engolir o ressentimento e a bola de emoções dentro do peito.

— Ele está dormindo desde que chegamos — disse, apontando para a poltrona no canto do escritório. Heathcliff estava enrolado como uma almofada, o focinho entre as patas curtas e gorduchas.

Clarissa pareceu um tanto aliviada, Elisa se afastou para que ela pudesse pegar o gato. A loira o acordou com cuidado, colocando aos mãos ao redor da bola de pelo.

Heathcliff piscou de forma sonolenta, então chiou e pulou dos braços dela quando percebeu que Clarissa o pegava no colo. No chão, ele ainda tinha os pelos arrepiados e as unhas para fora, afiadas. Elisa assustou-se. Heathcliff amava Clarissa e era um gato dócil, nunca reagia assim ou recusava o colo da dona, sempre pedindo por carinho e atenção.

A única pessoa com quem ele reagira assim era... Azazel. Aquela compreensão lhe atingiu como um soco no estômago.

— Nós vamos ficar aqui por um tempo, se quiser deixá-lo — sugeriu, tentando normalizar a voz e engolir a onda de preocupação. Clarissa suspirou, virando-se para o animal. Heathcliff já estava se ajeitando em uma almofada perto de Sara, então a loira levantou as mãos em sinal de rendição.

— Tudo bem, você venceu — disse para o gato, revirando os olhos e então se virando para deixá-las sozinhas.

Elisa só conseguiu se despedir rapidamente com um aceno, ainda perplexa demais para reagir. Sara pigarreou baixinho para chamar sua atenção, Elisa se virou e percebeu que ela estava movendo os lábios, mas em silêncio para que Clarissa não ouvisse.

Vá atrás dela.

A porta se fechou, Elisa hesitou por dois segundos antes de correr atrás da loira. Clarissa ainda estava no corredor quando a alcançou, e ela pareceu um tanto surpresa quando se virou. Os cabelos loiros eram ainda mais claros do que Elisa se lembrava, os cachinhos angelicais contra o mármore branco.

— Estou preocupada com você — disse, sentindo-se estranhamente sem fôlego e desesperada. — O que está acontecendo? Fui à biblioteca várias vezes para tentar te encontrar, perguntei para Lucas e Kenan, mas nenhum dos dois têm te visto ultimamente. Há algo errado? Precisa de ajuda? — perguntou, um tanto esperançosa que ela finalmente fosse se abrir e dizer o que achava da situação toda.

Considerando o olhar de Clarissa, cheio de impaciência e obscurecido, Elisa podia presumir que ela não queria conversar.

— E você ainda pergunta — murmurou, se virando e sem querer continuar a conversa. Não soube como reagir, ficou calada por alguns poucos segundos. Clarissa nunca lhe tratara assim, com tanta frieza e dureza na voz e no olhar.

— Cass... — sussurrou, avançando para alcançá-la e tentar reatar o diálogo. Ela estava de costas, Elisa havia levantado a mão para tocá-la no ombro e virá-la, chamar sua atenção, mas Clarissa desviou de seu toque e deixou sua mão parada no ar.

Os olhos dela brilharam em um roxo gélido, Elisa achou que podia congelar com tanta fúria dentro daquelas cores.

— Só... não me toque — pediu, dando um passo para trás e se afastando. Aquilo foi como um tapa na cara, Elisa apenas a observou se afastar, surpresa demais com toda a hostilidade.

Clarissa nem ao menos olhou para trás.  

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro