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Mãe E Filha | Capítulo Dois

As duas semanas que se passaram depois da noite da tempestade foram um inferno.

Bethany fingia que estava bem, talvez fosse a única forma de continuar. Fazia o possível para não pensar demais, não ficar muito tempo sozinha e não se desesperar quando pensava na contagem regressiva para a formatura.

Não queria se formar com Sara no hospital, não queria se formar sem sua mãe junto, sem abraçá-la depois de pegar aquele diploma. Sentia mais ansiedade a cada dia que passava, a formatura se aproximava e a ausência dela gritava mais alto.

Estava fazendo o possível para manter a calma, e isso significava longos treinamentos com seus poderes. Naomi e seu pai viviam no hospital, ao lado de Sara, buscando formas de trazê-la de volta, então treinar era tudo o que Bethany podia fazer.

— É cedo demais para começar a odiar isso aqui? — reclamou Ash, e Verônica riu. É claro que a ruiva não estava falando sério, não pelo tom de birra que havia usado e pelo modo como ofegou depois de cair na grama, exausta. Mesmo assim, Ash ainda tinha um sorriso fraco quando Verônica esticou a mão para ajudá-la a levantar.

— Você ainda não viu nada, querida — respondeu Verônica, ainda rindo quando a garota se levantou, cambaleando. Bethany observou tudo de onde estava, sentada embaixo da sombra de uma árvore e descansando, a pele penicando por causa do suor e sujeira.

— É sério, meus braços vão cair — reclamou a ruiva, fazendo uma careta ao olhar para as lâminas no chão. Bethany tentou conter a pressão no estômago ao presenciar a discussão delas, toda a liberdade que tinham entre si.

Tão... íntimo. Mãe e filha. Queria ter sua mãe ali, queria reclamar com ela.

— Não desista tão rápido, dê um tempo para seu corpo se acostumar com o peso da espada — sugeriu Verônica, pegando as duas lâminas para guardá-las em uma lona. Aquilo indicava o fim do treino, pelo menos por aquela tarde.

Gostava dos treinamentos porque eles lhe aproximavam de Ash, ela morava na cidade vizinha e agora passara a vê-la mais vezes. Como era sexta-feira e decidiram aproveitar o final de semana, Ash dormiria na sua casa naquela noite, então se despediram de Verônica e foram juntas para carro.

Estava usando o carro de sua mãe, era mais prático. Geralmente gostava de dirigir, mas era estranho, uma vez que era sempre ela e seu pai que dirigiam o carro. Estava acostumada com o banco do passageiro — geralmente expulsava Noah do banco da frente, com justificativa de ser a irmã mais velha. Agora, era um tanto estranho dirigir o carro dela, sentir o perfume de sua mãe tão vívido ali.

O batom e os óculos de sol ainda estavam no porta-luvas, assim como a pilha de livros continuava espalhada pelo banco traseiro, deixando apenas um lugar vago, que era onde Noah se sentava.

— Você está bem? — perguntou Ash, enquanto Bethany manobrava o carro para sair da campina. Já era final de tarde, as árvores estavam envoltas de uma auréola dourada por causa do pôr do sol, dando a impressão de que o céu estava em chamas.

— Não vamos fazer isso — cortou-a, as mãos firmes no volante e os olhos fixos na direção. Não vamos falar sobre minha mãe. Sobre como ela deveria estar aqui. Sobre como ela deveria estar dirigindo este carro.

— Beth... — começou Ash, com um tom aflito. Bethany aumentou o volume do rádio e deu o assunto por acabado, Ash desistiu de tentar.

Consideraram passar em casa e tomar banho, mas resolveram ir direto para a edícula abandonada do cemitério. Ash ainda não tinha ido para lá, Bethany havia voltado ao local algumas vezes desde que Nicholas e Noah voltaram a viver colados um no outro. Parecia que o mundo tinha voltado a girar com os dois juntos novamente.

Ash também não gostou do fato de precisar atravessar o cemitério, principalmente porque estava anoitecendo e a escuridão começava a se estender pelo local como garras. Quando chegaram à edícula, Noah estava deitado com a cabeça no colo de Nicholas, que estava sentado entre as almofadas.

— Está tudo pronto? — Bethany ficou tão surpresa quando olhou ao redor do local mal iluminado que se esqueceu de cumprimentá-los. Nicholas e Noah levantaram o olhar, finalmente notando sua presença.

— Vocês demoraram, então sim, tudo pronto — reclamou Nicholas, e Bethany notou as velas espalhadas em pequenos suportes. O piso era de madeira, então elas estavam distribuídas em pequenos pratos de vidro e pedestais, formando um círculo ao redor do local.

Nicholas e Noah se levantaram, Bethany e Ash desviaram das velas para adentrar o local. Não havia eletricidade ali, o crepúsculo escurecia toda a edícula, deixando pouco visível os contornos das almofadas e dos livros espalhados. É claro que o violão de Nicholas estava encostado em um canto perto da janela.

Bethany fez um gesto com a mão, as chamas das velas se acenderam repentinamente e de uma vez só, projetando uma luz fantasmagórica e dourada que dançava sobre a madeira velha. Tudo se iluminou, os outros pareceram um pouco surpresos com a facilidade com que fizera aquilo, trocando olhares perplexos. Bethany fingiu não notar quando sentou-se sobre a coberta estendida. Nicholas pegou uma pequena caixa de fósforos e começou a acender as varetas de incenso espalhadas, exalando um cheiro de fumaça e sálvia por todo o lugar.

Logo, todos estavam sentados em um círculo no centro da edícula, as velas dançavam de forma ritmada e a cada segundo o local escurecia um pouco mais, ficavam mais dependente da iluminação das velas.

— Você tem certeza disso? — perguntou Noah, ao observar todas as chamas dançantes. As três varetas de incenso soltavam fios finos de fumaça, que espiralavam-se e espalhavam-se pela sala como gelo seco.

— É seguro, eu não faria se não fosse — afirmou Bethany, sem hesitar.

— Beth... — começou ele, em um tom de protesto. Noah estava tentando lhe fazer desistir daquilo desde que havia contado seu plano, mas ela havia se mantido firme e agora era tarde demais para recuar.

— Não há como me machucar em um corpo espectral, voltarei em pouco tempo — prometeu, firme o suficiente para que ele apenas suspirasse e revirasse os olhos.

Mesmo sob os protestos de Noah, seguiram em frente. Deitou-se em uma almofada fofa, inspirando fundo e sentindo o cheiro suave do incenso. Ash, Noah e Nicholas sentaram-se ao seu redor, formando um pequeno triângulo.

— Está pronta? — perguntou Nicholas, folheando o pequeno livro que tinha em mãos. Bethany havia o achado na sessão esotérica da biblioteca, mas Aislinn não sabia que estava com ele porque sabia que ela desconfiaria de suas motivações.

Aislinn certamente não aprovaria uma viagem astral.

Bethany assentiu com a cabeça. Focou na luz fraca das velas, no incenso queimando e enchendo o ambiente com o cheiro suave e natural da sálvia. Fechou os olhos, deixando o corpo relaxar.

Sentia o cobertor suave abaixo de si, a cabeça afundando no travesseiro, a luz das velas bruxuleando por trás das pálpebras fechadas e os pulmões inalando a essência do incenso. Deixou os músculos relaxarem, percebendo que estavam realmente doloridos depois da tarde com Verônica.

Nicholas, Noah e Ash começaram a recitar a frase em latim, as vozes sincronizadas e neutras, uma melodia estranha que cortava o silêncio da noite. Não soube por quanto tempo ficou ali, parada, sentindo o próprio corpo e tentando projetar-se além dele.

Houve uma hora que simplesmente aconteceu.

« ♡ »

Noah chamou Bethany baixinho, mas ela não respondeu.

Depois disso, todos os outros ficaram calados, paralisados no mesmo lugar e observando a menina inconsciente. Noah sentia uma estranha pressão no estômago, uma vontade de sair correndo dali ou chacoalhar Bethany até que ela acordasse.

Ela se parecia muito com Sara daquele jeito, Noah não podia deixar de comparar: A mãe, deitada na cama hospitalar com os cabelos emoldurando o rosto inconsciente; Bethany, deitada na almofada com o mesmo brilho inconsciente na face iluminada pelas velas.

Nicholas percebeu seu desconforto e se aproximou um pouco, deram as mãos. Noah deitou a cabeça em seu ombro enquanto esperava.

Não soube dizer quando tempo se passou, mas observava os incensos queimarem e as varetas diminuírem aos poucos, a cera escorrer pela lateral da vela. Esperou e esperou, os três em silêncio e com medo de quebrar a aura mística do local.

Fazia algum tempo que estavam se reunindo ali para praticar pequenas coisas, nunca indo além da telecinesia, dos escudos de energia e outras formas úteis e práticas de utilizar o poder. Fora Bethany quem decidira dar um passo maior.

Todos se assustaram quando ruídos ecoaram do lado de fora, sons de gravetos e folhas secas sendo esmagados em um barulho quebradiço. Viram uma luz surgir entre as árvores, se aproximando lentamente.

— Quem mais sabia que estávamos aqui? — sussurrou Ash, os olhos arregalados. Ninguém teve tempo de responder, a silhueta aproximou-se o suficiente para ser iluminada pelas velas, ao mesmo tempo que a lanterna iluminava toda a edícula e ofuscava os olhos dos três.

Noah quase sentiu-se aliviado quando viu Aislinn surgir na porta, desligando a lanterna do celular e abaixando o aparelho. As velas projetavam sombras em seu rosto furioso, ela se aproximou e arregalou os olhos quando viu Bethany inconsciente.

— Por Deus, o que estão fazendo? — perguntou, um tanto exasperada quando ajoelhou-se ao lado da menina. Os três se encararam, alarmados e sem saber o que dizer. Noah estava confuso, já que a edícula era bem isolada e escondida. Como Aislinn sabia daquele lugar?

— Uma projeção astral — confessou o loiro, sem mais alternativas. Ela descobriria de uma forma ou de outra, já parecia brava o suficiente, mentir só a deixaria mais furiosa. Aislinn suspirou de forma impaciente, levantando o olhar para os outros três.

— Vocês nunca aprendem, não é? — murmurou, os olhos brilhando sobre as velas. — Se afastem — pediu, e nenhum dos outros três protestaram, simplesmente se afastaram e ficaram lado a lado, encostados na parede de madeira velha.

— O que vai fazer? — perguntou Ash, a voz não passando de um sussurro.

— Trazê-la de volta — disse Aislinn, com firmeza. E então fechou os olhos, murmurando em latim.

« ♡ »

Bethany percebeu que estava de pé no meio do cemitério abandonado. Demorou um pouco para se orientar no escuro, mas, de algum modo, conseguiu enxergar tudo nitidamente e localizar a edícula por trás das árvores. O brilho fraco das velas escapava pela janela, mas não chegava muito longe.

Quando girou e deu um passo para frente, buscando uma visão panorâmica, teve a sensação de que estava flutuando. Demorou um pouco para notar que o ar estava tomado por pontos iluminados, a escuridão não era tão completa assim.

Bethany recuou, cautelosa.

Os pontos luminosos foram lentamente tomando a forma de silhuetas, piscando como um holograma com interferência. Havia vários, Bethany perdeu a contagem e começou a se preocupar. Quando as silhuetas ficaram mais nítidas e olhos lhe encararam, Bethany se virou e começou a correr.

Correu na direção do bosque, passando entre os galhos e buscando se afastar do cemitério, não chamar atenção das figuras luminosas. Levou a mão ao pescoço e colocou-a em volta do pingente, pensando em sua mãe.

Aquele colar era dela, esperava que fosse o suficiente para lhe levar até Sara, uma vez que conseguisse se projetar astralmente. Agarrou o colar, pensou nela e continuou correndo ao perceber que as silhuetas luminosas se aproximavam.

Desejou sair dali, ir para onde quer que sua mãe estivesse, mas continuava correndo entre as árvores, tentando encontrar um lugar seguro. Não foi rápida o suficiente, uma figura luminosa se materializou em sua frente, envolta de uma aura branca que se expandia na escuridão e contornava todo seu corpo.

Era um menino pequeno e de corpo magro, a pele era totalmente branca, o que destacava seus olhos pretos e assustadores. Bethany estremeceu, sentindo uma onda de frio intenso. Ele não parecia ter mais de treze anos, os cabelos caíam sobre os olhos demoníacos.

— Por que está fugindo de nós, filha de Lilith? — perguntou ele, a voz adocicada e ao mesmo tempo afiada, as palavras soando como uma lâmina fria. Bethany ofegou. Filha de Lilith?

Não teve tempo de questionar aquilo, algo agarrou seu tornozelo e lhe fez gritar de dor. Olhou para baixo, quase perdendo o equilíbrio: O tornozelo queimava com algo ardente como veneno, era como se uma corda estivesse entrelaçada ao redor dele e lhe puxando para baixo, apertando como se pudesse chegar ao osso.

Caiu para trás, gritando enquanto o menino gargalhava. Tentou se desvencilhar daquilo, soltar o tornozelo, mas então outro puxão forte lhe levou para baixo, de repente estava caindo e caindo na escuridão, sem ter onde se agarrar.

Outro puxão súbito lhe levou para uma direção diferente. Não soube para onde estava indo, só soube que doía.

— Beth? — Uma voz desesperada lhe chamou, Bethany engasgou-se com o ar e agarrou a coberta abaixo do corpo, suada e com o coração disparado. Cheiro de incenso. Luz de velas. O tornozelo continuava doendo, mas não estava mais no meio da floresta.

Aislinn lhe encarava com uma expressão nada boa.

« ♡ »

— Me desculpe — murmurou, enquanto Aislinn avaliava seu tornozelo. Estava sentada no carro dela, com a porta aberta e as pernas para fora para que ela pudesse lhe ajudar. Seu tornozelo tinha uma listra vermelha e inchada, exatamente no local onde algo havia o agarrado. Parecia uma bola, o aspecto estava piorando e ficou imaginando como explicaria aquilo para seu pai.

— É um pouco tarde demais para isso — disse ela, enquanto Bethany mantinha a perna erguida e Aislinn se mantinha abaixada, enrolando seu tornozelo com uma faixa. Por sorte, ela mantinha um pequeno kit de primeiros socorros dentro do carro, havia limpado o tornozelo e passado uma pomada natural para diminuir a inflamação.

— Projeção astral geralmente é seguro — murmurou Bethany, sentindo-se estranhamente pequena, uma criancinha. Aislinn suspirou, finalmente terminando de enfaixar o tornozelo e se levantando. Por causa da luz amarelada e vacilante do poste, ela parecia um pouco mais velha com todas as sombras margeando seu rosto.

— Quando feita nas condições certas, do modo certo, e definitivamente não em um cemitério abandonado com tanta carga espiritual. Você nunca sabe o que ou quem vai encontrar — retrucou, cruzando os braços. Ela não parecia mais tão brava, mas ainda estava indignada o suficiente para lhe encarar com as sobrancelhas erguidas. — Você não está preparada, Beth. Não estudou o suficiente para fazer esses experimentos malucos de modo seguro. Sei que estava tentando encontrar Sara, acredite, eu entendo. Já fiz a mesma coisa uma vez, tentando encontrar minha mãe — falou, e Bethany arregalou os olhos, surpresa. Ela raramente falava sobre a mãe, muito menos suas experiências sobrenaturais.

Sabia que ela era talentosa, que já tinha lido incontáveis livros sobre paganismo e esoterismo, mas nunca se abria muito sobre isso. Bethany achava que ela não queria lhe empolgar ou dar ideias, podia entender o porquê agora.

— Deu certo? — perguntou, interessada. Aislinn riu baixinho, recostando-se no carro e com o olhar distante em algum ponto da rua vazia. Já havia anoitecido completamente, o bairro industrial estava deserto.

— Sim, foi ótimo conhecê-la, mas fiquei uma semana no hospital, convulsionando e vomitando com uma febre alta que quase me matou — relatou, e Bethany sentiu um golpe em suas expectativas. Aislinn se voltou para si, com mais seriedade. Ela realmente se parecia uma irmã mais velha nesses momentos, lhe dando lições de responsabilidade. — O que quero dizer é que algumas dimensões não foram feitas para nós, não há como acessá-las sem efeitos colaterais. Sei que, onde quer que sua mãe esteja, ela está procurando um modo de voltar, você também sabe disso. Deixe que ela encontre o caminho, certo? Nós duas sabemos que, se ela soubesse disso, estaria te dando uma bronca agora mesmo — disse. Bethany forçou um sorriso, assentindo lentamente.

— Como você sabia que estávamos aqui? — perguntou, afinal. Ouviu passos se aproximando e se virou para trás.

Nicholas, Noah e Ash tinham ficado para recolher as velas e arrumar as coisas, mas já estavam voltando e prontos para ir embora, encerrando a experiência sobrenatural daquela noite.

— Nunca subestime minhas capacidades intuitivas — disse ela, e Bethany riu, assentindo. Não se lembrava de ter comentando com ela sobre o esconderijo do cemitério, mas ela havia descoberto de algum modo.

Se despediu dela com um abraço, agradecendo pela ajuda. Estava exausta, Noah e Ash discutiam sobre quem ia no banco da frente e sua cabeça latejava. A viagem para casa foi silenciosa, mas aquele menino ainda girava sem parar na mente de Bethany.

Por que está fugindo de nós, filha de Lilith?

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