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Garota Infernal | Capítulo Quatorze

 Bethany demorou para abrir os olhos, sonolenta.

Sentia o cheiro familiar dos próprios lençóis, a suavidade conhecida de seus travesseiros. Por um segundo, sentiu que estava acordando de um pesadelo, um pesadelo com tiros, Lilith e uma estaca de madeira enfiada no corpo de Aislinn.

Achou que era um pesadelo, torceu para que fosse um pesadelo. Então sua perna ardeu e a realidade lhe atingiu com um peso enorme.

— Beth? — chamou uma voz suave, uma mão pousou sobre seu braço. Abriu os olhos lentamente, zonza com toda a luz. Uma silhueta desfocada e loira lhe encarava, piscou mais algumas vezes para que sua tia entrasse em foco, observando os olhos azuis brilhantes cheios de aflição.

Estava em seu próprio quarto, percebeu. Ficou aliviada quando encarou as cortinas familiares, seus próprios desenhos colados em um mural na parede. Quase chorou, só não sabia se de dor ou se de alívio pela sensação de segurança e reconforto.

Naomi lhe ajudou a se sentar entre os travesseiros, Bethany gemeu com a dor na perna. Era insuportável, se espalhava da coxa para todos os cantos possíveis, mal conseguia movê-la. Estava inchada, percebeu e, por alguma razão, a dor parecia ainda pior agora.

— Seu pai achou melhor te trazer para cá, o machucado tinha muita energia demoníaca e não deixariam a gente cuidar de você no hospital — explicava Naomi, enquanto lhe esticava uma pastilha de analgésico e um copo de água. Tomou-os com vontade, tentando se livrar da dor e dos lábios secos. — Ele está no hospital, cuidado da sua mãe, então fiquei para cuidar de você. Vou mandar uma mensagem avisando que você acordou, ele deve estar aqui em cinco minutos.

Naomi parecia cansada, quase como se tivesse passado a madrugada em claro. Estava mais pálida do que o normal e com olheiras de cansaço. Bethany percebeu que Kathy estava sentada no tapete cinza de seu quarto, quieta e concentrada enquanto brincava de empilhar blocos coloridos de plástico.

— Ela está bem? — perguntou, voltando-se para Naomi. Ela assentiu lentamente, os cabelos loiros delineando a face de forma angelical.

— Sim, está — disse, e Bethany esperou por mais informações, esperou que ela dissesse que Aislinn também estava bem. O silêncio revirou seu estômago, acelerando os batimentos.

Lembrou-se do próprio sangue escorrendo. Nunca vira tanto sangue, principalmente o próprio sangue se juntando em uma poça assustadora. Sua perna parecia bem agora, diferente das suas lembranças, e um curativo enorme cobria a coxa esquerda.

— E Aislinn? — indagou cautelosamente, temendo a resposta. Naomi hesitou por alguns segundos.

— Não sabemos onde ela está. Depois que vocês expulsaram Lilith, Rafael saiu para vasculhar a área e ver se não havia mais nenhum resquício de poder demoníaco, ela tinha desaparecido quando ele voltou — relatou Naomi, e Bethany franziu as sobrancelhas.

— Como assim? Ela tinha uma estaca enfiada na altura das costelas e ele simplesmente a deixou sozinha? — perguntou, o peito voltando a subir e descer de forma desesperada, a dor na perna latejando conforme os batimentos se aceleravam. Naomi não respondeu, Bethany empalideceu. — Ai, meu Deus. Ela já estava morta quando Lilith se foi, não é? — gaguejou, engasgando-se nas próprias palavras.

Naomi hesitou antes de falar, tentando soar cuidadosa.

— Sinto muito, querida. Acertou o pulmão, foi questão de segundos — disse, e Bethany sentiu o mundo girar de uma vez só, segurando-se na cama como se fosse desabar. Bem naquela hora, Kathy começou a chorar e jogou um bloco cor-de-rosa contra a parede.

« ♡ »

A primeira coisa que percebeu quando acordou é que sua pele coçava, toda pegajosa em uma mistura de sangue e sujeira. Aislinn conseguia sentir o cheiro do sangue, um gosto amargo na boca e as roupas duras coladas no corpo.

Piscou lentamente, esforçando-se para abrir os olhos.

Estava deitada em um sofá. Um sofá enorme e cinzento, tão macio que parecia lhe engolir. À sua direita, havia uma janela panorâmica, cobrindo toda a parede e revelando a cidade em miniatura abaixo de si, um quadro pequeno e ensolarado.

Estava em um apartamento alto, percebeu. Luxuoso também.

Havia um lustre gigantesco no teto, cheio de cristais cintilantes, e uma televisão enorme ocupava boa parte da parede. Tudo ali era decorado com sofisticação, enfeites de cristal e prata decoravam o pequeno armário abaixo da televisão, um tapete branco gigantesco cobria boa parte da grande sala.

— Dormiu bem, docinho? — perguntou uma voz, lhe sobressaltando. Aislinn se sentou rapidamente, surpreendendo-se com a agilidade do próprio movimento. Não havia dor, nem desconforto, apesar de ter a lembrança da estaca de madeira dentro de si.

Asmodeus estava sentado em um sofá menor, sorrindo ironicamente e alisando o próprio terno branco.

— O que diabos aconteceu? — perguntou, rouca e com a garganta machucada.

— Você morreu — disse Asmodeus, com simplicidade. Aislinn franziu as sobrancelhas, a cabeça latejando com toda a luz do apartamento. Havia cortinas pesadas na janela, mas permaneciam abertas para a vista da cidade.

Devia imaginar. Todo aquele luxo combinava com Asmodeus, era típico dele.

— Você disse que eu sobreviveria — murmurou, ainda entorpecida. Se lembrava do sangue na garganta, de ter apagado, de ter se apavorado porque a adaga havia acertado um ponto importante. Fazia sentido, mas como...

— Está viva agora, não está? — sorriu Asmodeus, levantando uma sobrancelha. Aislinn encarou-o por um segundo, só então se arriscou a levar a mão trêmula ao próprio peito.

Colocou a palma da mão contra a pele, pressionando-a. Nenhum batimento, nenhum movimento do coração bombeando sangue. Só então percebeu que não estava respirando também.

— Não — sussurrou, entorpecida demais para esboçar uma reação. Não conseguia processar aquilo, entender a enormidade do erro que havia cometido.

— Não biologicamente, mas ainda viva — corrigiu Asmodeus, com um sorrisinho ácido. Ele tinha uma taça cheia de vinho na mãos, inclinou-a para Aislinn em um cumprimento. Havia uma garrafa com uma taça vazia aos seus pés, percebeu.

— Não era o nosso trato. Você disse que queria que eu derrotasse Lilith, que eu sobreviveria — retrucou, as mãos tremendo ao lado do corpo. Não, não. Aquilo não podia estar acontecendo.

Asmodeus riu sonoramente, inclinando a cabeça para trás.

— Você achou que era isso nosso trato? — zombou ele, achando graça de sua expressão vazia, o modo como tremia levemente sem sair do lugar. — Por que achou que eu estava te entupindo de energia demoníaca? De poderes? Eu avisei que não havia volta. Querida, agora você é minha, a própria garota infernal — disse o demônio, ainda sorrindo. Aislinn pensou em Bethany, nos alertas dela, na menina dizendo que aquilo era má ideia. — Sente-se, tome uma taça de vinho e aproveite seus novos poderes — falou ele, apontando para a garrafa de um vinho provavelmente caro e raro. Aislinn sentiu o estômago revirar, o cheiro de sangue lhe dando ânsia de vômito.

— Não, não vou ficar. Vou para casa — disse com rispidez. Precisava sair dali primeiro, voltar ao próprio mundo antes de considerar todas as consequências e se desesperar de vez, antes de deixar o peso de seu próprio erro lhe esmagar.

Foco. Precisava sair dali e tirar as roupas endurecidas. Estavam tão sujas que o sangue parecia lama.

— Boa sorte — riu ele, estendendo uma mão para a porta em um gesto de fique à vontade. Aislinn avançou quando percebeu que Asmodeus não lhe impediria, louca para sair dali. Precisava tomar um banho, escovar os dentes e colocar uma roupa limpa. Só então desabaria perante ao desespero. — Leve o cartão, você vai precisar — disse ele, e Aislinn se virou, confusa.

Só então percebeu que havia um cartão magnético na mesinha de vidro ao lado da porta, um cartão de acesso que permitia a entrada ao apartamento. Percebeu o que ele queria dizer, insinuando que ainda precisaria encontrá-lo.

— Não vou voltar — afirmou, convicta. A ideia de voltar a encontrar Asmodeus por vontade própria lhe revirava o estômago.

— Acredite em mim, você vai — disse ele, calmamente e sem qualquer dúvida na voz. Aislinn hesitou por um segundo, sentindo vontade de chorar. Pegou o cartão, mais como precaução do que por vontade própria, engolindo o próprio orgulho já dilacerado. Saiu sem olhar para trás, sem dar mais satisfações.

Se dependesse de si mesma, nunca mais olharia na cara dele novamente.

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