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Direito De Ser Arrogante | Capítulo Vinte E Quatro

Sara manteve a postura quando atravessou aqueles corredores de mármore, se recusou a abaixar a cabeça.

Mamon havia conseguido lhe desestabilizar, deixara-se abalar na frente dele, mas não podia parecer tão vulnerável. Como esperava que lhe respeitassem se ele conseguia lhe derrubar dessa forma? Não queria ser subestimada, havia prometido a Mamon que era uma boa adversária, então provaria isso naquele dia.

Atravessou os corredores de mármore com confiança, o livro na mão e a adaga pressionando o quadril. Precisava confiar que aquilo seria o suficiente, que estava preparada depois de todo o treino com Arthur — ainda precisava encontrar um jeito de usar todo o conhecimento de uma maneira que surpreendesse Mamon e o pegasse despreparado.

Adentrou um dos salões em treinara com Arthur certa vez, o mais deserto e afastado que conseguira se lembrar. Tudo ali tinha um ar de catedral e local sagrado, as paredes eram compostas por vitrais coloridos que recriavam imagens bíblicas de batalhas angelicais, reproduzindo cenas memoráveis.

Franziu as sobrancelhas quando se aproximou de um vitral diferente, uma imagem moderna no meio de tantos retratos antigos. Sentiu-se paralisar quando se reconheceu na imagem do vitral, viu o contorno da mulher flutuando com as asas estendidas, frente a Lúcifer.

Por um segundo, achou que vomitaria. Observou os dois frente a frente, pai e filha com lâminas erguidas, congelados em plena batalha. Ao mesmo tempo que a imagem lhe atingia com força no estômago, as lembranças retornavam sem que pudesse impedir, estava hipnotizada demais para desviar o olhar.

— Sempre te achei parecida com seu pai — disse uma voz, e Sara estremeceu de maneira automática. Aquela voz lotada de energia demoníaca, aquela maldita voz ecoando em seus pesadelos.

— Eu diria que nós tínhamos ideologias diferentes — respondeu, virando-se para encarar Mamon.

Não era mais Liam. Ele tinha aquele sorriso perturbador, aquela aura de energia demoníaca com a qual lutara por tanto tempo. Era perturbador o quanto a presença dele mexia com seus nervos, ativava seus piores instintos e lembranças.

— Você controla o exército de Lúcifer, não esperaria nada diferente — refletiu ele. Sara o encarou nos olhos, mantendo a postura arrogante que havia assumido quando caminhou pelos corredores. Mais do que tudo naquele momento, sentia raiva.

Raiva por Mamon ter brincado com seus sentimentos, raiva por ele ter aterrorizado Bethany, matado Ally e lhe forçado a assumir seus poderes. Ele não merecia nem um pingo do medo que vinha sentido.

Era puro ódio.

— Meu exército — corrigiu Sara, o encarando. — Eu não tenho mais nada a ver com ele, nem o exército. Meu exército, minhas ordens e meus poderes — falou em voz alta, não só para ele, mas para si mesma. Reivindicou para si aquele poder que era seu direito, que havia conquistado.

Não, o exército e o reino de Lúcifer não tinham mais nada a ver com ele. Eram seus.

— Para alguém tão resistente a assumir o próprio poder, você me parece bem arrogante agora — respondeu ele, agora com um tom mais sombrio e intimidador. Sara não recuou, por isso foi um susto quando Mamon se moveu com rapidez, prendendo-lhe contra a parede com um impacto súbito. — Você acha que estou blefando sobre as consequências? Achei que tivesse aprendido alguma coisa com Lúcifer — caçoou, encarando-lhe com os olhos frios. Sara podia sentir a fúria invadindo cada músculo, cada pensamento.

Como ele ousava? Como ele se dava o direito de dizer que aprendera alguma coisa com Lúcifer?

— Eu acho que conquistei o direito de ser arrogante — ralhou, empurrando-o com uma força que não sabia que tinha. Sara sorriu quando um vulto rápido jogou Mamon para trás, fazendo com que ele girasse no chão de mármore, no centro do salão. — Não me subestime, nem pense que vou abaixar a cabeça para você. Não sou a garotinha assustada que Lúcifer enfrentou — acrescentou em uma voz alta e autoritária, as palavras ecoaram no salão. Gostou daquele tom.

Sara sentiu o frio demoníaco lhe envolvendo, a brisa fria levantando seus cabelos. O sorriso se alargou em seu rosto, em segundos Mamon estava cercado com as criaturas demoníacas que lhe aterrorizaram uma vez, mas que agora estavam sob seu controle.

Não imaginou que se sentiria tão gloriosa e extraordinária ao finalmente usar aquele exército, mas a sensação de ser tão poderosa era boa.

— Eu vou ser clara: Preste atenção nas suas palavras quando for falar comigo — disse, observando quando Mamon foi se levantar, mas dois demônios o seguraram pelos ombros e colocaram-no de joelhos. — Não aceitarei ordens, intimidações e muito menos que você use minha família para me chantagear. É um limite que você não pode e não vai cruzar, entendido? — Manteve as palavras claras e a voz alta, sentindo a energia demoníaca estalando em sua pele. As portas se abriram em um baque, viu Lucas e Arthur no centro das portas duplas, outros querubins armados atrás dele. — Não me peça para agir por conta própria, Mamon, porque eu nunca estive sozinha.

É claro que esperava que Mamon fosse revidar, então o exército estava organizado em questão de segundos, formando uma cena inusitada: Querubins e demônios lado a lado, preparados para uma batalha. Não foi surpreendente quando Mamon se levantou em uma explosão de energia demoníaca, quando silhuetas obscurecidas começaram a se formar ao seu redor.

— Você quer guerra? Terá guerra — disse ele, já com demônios lhe circulando. — Mas lembre-se de que você está aqui há pouco tempo, Sara. Acha mesmo que essa é uma decisão inteligente? — Novamente aquela voz zombeteira que lhe subestimava. Sara puxou a adaga do cinto e girou-a na mão. Iria destruí-lo.

Não soube quando começou, mas foi muito rápido. Em segundos, o salão foi tomado por luz e sombras, poder angelical e demoníaco.

Segurou o livro com mais firmeza, encontrando o olhar de Mamon. A luta parecia estar acontecendo em segundo plano quando os olhares se encontraram, apertou a adaga com mais força em suas mãos.

— Destrua o livro. — Estava tão entorpecida que demorou um pouco para perceber que Arthur estava ao seu lado, lhe dizendo o que fazer. — O livro é a única coisa mantendo-o nesta dimensão, expulse-o daqui.

— Ele continuará a guerra na dimensão humana — respondeu Sara, exasperada com o barulho das lâminas ao redor. Só então percebeu que Arthur usava uma espada para manter uns poucos demônios afastados, já que Sara estava usando o próprio exército para criar uma barreira.

— Precisamos manter todo o foco lá, não podemos exaurir o exército com batalhas avulsas. Mesmo que o derrotemos aqui, ainda haverá outra batalha — afirmou ele, encarando-lhe nos olhos. Sara inspirou fundo, girando a adaga na mão e baixando o olhar para o livro.

— Tem certeza? Esperava poder enfrentar Mamon agora — confessou. E depois amenizar as consequências.

— Se conseguir derrotá-lo agora, ótimo, mas confie em mim, poupe sua força e seu exército — disse Arthur, com tanta certeza que Sara não teve como questionar. Se acabasse com o livro, então Mamon e Azazel não teriam mais nada de interesse nesta dimensão.

Não olhou para Arthur, nem para a batalha que acontecia: Olhou para cima, olhou para o teto alto e cheio de pinturas e saltou.

Sentir as asas se abrindo atrás de si era sempre uma torrente de poder, uma sensação de que estava no topo do mundo quando deslizou e deixou as espadas e demônios para trás. Flutuou no ar, erguendo o livro e a adaga.

A lâmina era prateada, mas começou a escurecer quando seu poder deslizou por ela, como se a adaga se tornasse uma extensão de seu braço. A prata escurecia gradualmente para um preto brilhante, liso como obsidiana.

Sara ergueu o livro e adaga, pronta para destruir aquelas páginas.

Elevou a lâmina, apontando-a para o livro, mas uma dor súbita interrompeu seus movimentos. Sara engasgou, curvando-se para frente quando sentiu a pontada em suas costas, a sensação piorando aos poucos.

Demorou para perceber que era uma lâmina atravessando seu corpo.

— Não achou que seria fácil, achou? — O sussurro de Mamon foi tão gélido quanto o frio que se espalhava pela espada em suas costelas. Sara permanecia paralisada, sentindo a lâmina dentro de si, atravessando suas costelas em uma linha dolorosa e rígida de metal, ou seja lá qual fosse aquele material.

— Achei — balbuciou, quase sem conseguir puxar o ar para falar. Baixou a adaga com força, mordendo o lábio para não gritar com a dor da espada se movendo dentro de si.

A adaga atravessou o livro com facilidade, envolvendo-o com chamas escuras e frias, corroendo a capa e as folhas grossas do miolo. Com um movimento súbito, Mamon puxou a espada e Sara arquejou para frente, perdendo o equilíbrio no ar.

O ar chiou quando caiu, pôde sentir as asas e os poderes falhando por alguns segundos, o corpo girando e o salão se transformando em vultos. Caiu de pé no chão de mármore, quase perdendo o equilíbrio, mas se estabilizando no último momento. Olhou para cima e viu o livro corroendo-se em chamas, suspenso a alguns metros do chão

— Sara! — alguém gritou, Sara não pôde ver quem era, mas logo uma espada girou no chão ao lado de seus pés, como se alguém tivesse a jogado para que pegasse. Foi questão de segundos, se abaixou para pegar a lâmina e, no tempo que levou para levantar, Mamon já estava em sua frente.

O pulso dobrou de uma forma estranha quando se defendeu, tinha sorte de não estar em um corpo humano, ou teria quebrado. Ainda sentia os poderes vacilando, a dor intensa onde ele havia enfiado a espada, mas se mantinha de pé, ignorando a dor e deixando isso para depois.

Olhou para o livro, que queimava no ar. Ainda demoraria, percebeu. Mamon intensificava a luta, Sara precisava se esforçar para acompanhar o ritmo, rebater a espada dele e se proteger de seus ataques. A energia dele era invasiva, precisava bloquear o tempo inteiro.

Encarou aqueles olhos escuros, aquela face demoníaca que lhe lembrava tanto de Lúcifer. Sara inspirou fundo, sentindo os músculos ficarem tensionados de ódio.

— Você vai cair como Lúcifer caiu. — Levantou a espada com a força que lhe restava, girando-a no ar e quase vacilando com a dor que sentiu entre as costelas. Enfiou-a no peito dele, forçando para que o atravessasse completamente, depois a puxou com força.

Mamon caiu, ao mesmo tempo que uma onda de poder lhe atingiu e Sara perdeu o equilíbrio também. Logo, estavam os dois frente a frente, de joelhos enquanto a batalha acontecia ao redor, o salão se movimentava de maneira vívida.

— Se eu cair, te levo comigo — salientou ele, com um tom amargo e uma risada seca. O salão girou com força, Sara não entendeu a princípio, mas as coisas começaram a ficar difusas em algum ponto.

Piscou quando o salão ficou manchado no meio daquele vendaval. Mamon havia desaparecido e Sara percebeu que estava com a espada na mão, então ergueu-a e começou a combater os demônios dele, mesmo sentindo os braços e pernas falsearem em alguns momentos.

Olhava para cima, para o livro queimando. Repetiu para si mesma que precisava aguentar apenas mais alguns segundos daquilo, que precisava ser forte. Continuou lutando, levantando a lâmina e atacando cada demônio com a energia diferente da sua.

Não soube por quanto tempo continuou naquilo, perdida numa mistura de luz e sombras, a luz angelical do salão e as criaturas feitas de sombras escuras. Continuou lutando, permaneceu firme até que o livro se dissolveu no ar e as criaturas desapareceram junto, como um suspiro sombrio e frio.

Suas pernas falsearam, caiu de joelhos no mesmo momento. Duvidava que conseguiria se levantar.

O salão inteiro estava borrado e luminoso demais, a cabeça pulsava forte, mas conseguiu baixar os olhos e levou um susto ao perceber que sua blusa estava rasgada na altura do peito.

Não conseguiu processar aquilo muito bem, porque as coisas começaram a desaparecer lentamente, mas se parecia muito com o rasgo de uma espada, aquilo lhe assustou. Alguém ajoelhou-se em sua frente, falando alguma coisa, mas não ouvia nada, não processava nada daquilo.

Quando as coisas escureceram e desapareceram, foi rápido e nem ao menos se deu conta.

« ♡ »

O que diabos aconteceu aqui? — Lena variava entre irritação e espanto quando adentrou o salão correndo, olhando ao redor. Restavam alguns poucos querubins ali, parecia meio caótico julgando pelas roupas rasgadas e conversas sussurradas, cheias de tensão.

Ninguém lhe notou ali, Lena também não conhecia boa parte deles. Foi direto para onde Arthur e Lucas estavam, encarando-os com os olhos arregalados. Arthur tinha Sara nos braços, um brilho leve circulava a mão dele, que estava pousada sobre a camiseta rasgada.

Ela estava inconsciente e muito pálida. Pálida demais até para alguém fora do corpo humano.

— Mamon veio atrás do livro, longa história. Sara destruiu o livro, mas Mamon conseguiu atingi-la — explicou Lucas, resumindo o acontecimento enquanto Lena se ajoelhava no chão de mármore. Havia espadas espalhadas por todos os lugares, dois querubins estavam sentados contra a parede com grandes cortes espalhados pelos braços, completando o ar caótico de pós-guerra do salão.

— Por que não me chamaram antes? — murmurou, inclinando-se sobre Sara para avaliar os ferimentos. Estavam escuros e bem abertos, pareciam grotescos contra a delicadeza do corpo dela.

— Você e Kenan completam a trindade que Mamon precisa para controlar Cass completamente, seria estupidez colocá-los no meio desta batalha — respondeu Lucas. Lena queria reclamar, retrucar alguma coisa, mas não tinha tempo para isso: Sara era a prioridade, e eles tiveram certa razão em não lhe chamar.

— Magia angelical não pode curá-la agora, deixe comigo — disse para Arthur, então ele deitou Sara com cuidado no chão de mármore, se afastando para que Lena pudesse avaliá-la.

Quando Lucas pedira ajuda, havia pego um frasco com uma pomada para machucados. A mesma pomada que usara no machucado das asas de Elisa, a única coisa que surtira efeito.

Sara estava usando uma blusa branca de botões, então Lena abriu parte dela e espalhou a pomada pelo corte profundo, fechando os olhos para se concentrar. Pousou a mão sobre o machucado, focando sua energia apenas no machucado, o suficiente para curá-lo.

Energia angelical demais faria mal, pouca não surtiria efeito. Precisava encontrar o equilíbrio e manter a energia apenas na ferida, tentando não espalhá-la para o resto do corpo, ou o conflito de energia demoníaca e angelical acabaria piorando a situação.

O salão inteiro estava silencioso, apenas alguns passos e vozes baixas, então conseguiu manter a concentração até sentir Sara se mexer, inclinando-se para tossir. Lena abriu os olhos, finalmente se afastando e sentindo a tensão nos músculos desmanchando. Respirou aliviada quando Sara se inclinou para frente, tossindo.

Arthur a ajudou a se sentar, apoiando-a enquanto Sara se segurava nele para se levantar.

— O que aconteceu? — perguntou ela, olhando ao redor e franzindo as sobrancelhas.

— Uma espada no seu peito — respondeu Arthur, e Lena estremeceu de leve, mordendo o lábio com nervosismo. Sara era a única ali que conseguiria aguentar um golpe tão grande, a única poderosa o suficiente. Não queria imaginar o que aconteceria se os outros, ou até si mesma, fossem atingidos por uma espada demoníaca no peito. — É comum não sentir quando se acerta um ponto de poder tão grande, mas você certamente sentiu o impacto na sua energia — explicou. Sara assentiu com cautela, fazendo uma careta de dor quando tentou se mexer.

— E agora? — perguntou ela, tensa.

— Mamon certamente planeja uma batalha na dimensão humana, vamos nos focar nisso, não em batalhas paralelas — disse Arthur, e Lena estremeceu. Pensou em Lilith, em Aislinn, nos símbolos estranhos pintados na madeira. — Estaremos preparados.

— Noah e Bethany estão seguros? — perguntou Lena, voltando-se para Sara. Ela tinha os olhos baixos e pensativos, mas levantou o olhar quando ouviu a pergunta. — É importante que eles fiquem longe da cidade, se puderem, mas duvido que o Conclave me deixará avisá-los — falou, sem conseguir esconder a preocupação. Se não conseguisse avisá-los a tempo, talvez fossem pegos no meio da batalha.

Para sua surpresa, Sara não parecia tão preocupada assim, apenas levou a mão até o pingente com a pétala branca, envolvendo-o cuidadosamente entre os dedos.

— Eles ficarão bem — afirmou ela.

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