Toques
Boa leitura!
Espero que gostem ✨
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Confuso com o acontecido, fico encarando as árvores e a direção vazia que o Styles teria partido. Não entendi seus motivos para se comportar daquela forma ou porque tivemos as tatuagens feitas ao mesmo tempo. Tudo o que a Selena me disse, se esvaiu na pouca memória que me restava. Eu precisava de respostas, infelizmente e somente o Styles poderia obtê-las. Levantei cambaleando e puxei minha mochila para poder tentar "alcança-lo" ou chegar a tempo no seu dormitório.
Comecei a respirar ofegante, quase tropeçando no meu próprio pé. Os corredores daquela morada eram aterrorizantes pela noite e na madrugada. Andar por eles, me causava arrepios, correndo, então, era apavorante. Pensando nas possibilidades de ser pego e quem sabe, punido pela suprema ou quem quer que fosse que andava pelo local, agito meus passos para sair de vista o quanto antes. Eu já estava sem ar, quando alcanço as escadas que levavam aos quartos.
Puta merda!
Por que faziam escadas tão enormes?
Respirei rápido, vendo que não tinha escolha, a não ser enfrentar os degraus acima. Minha concentração focou tanto em alcançar o outro lado, que não prestei a atenção quando pisei em falso e inconsequentemente, fiz meu corpo ir para frente. Fechei meus olhos, imaginando a dor que iria sentir quando pegasse uma queda, se não fosse pelo toque surpreendente de alguém na minha cintura. Teria sido tão rápido que não tive tempo de raciocinar de onde ele teria vindo e quando tudo parou de girar.
- Zayn!
- Louis, seu apressado! Se eu não tivesse visto, provavelmente estaria machucado. - Ele morde os lábios e olha para a alça da minha mochila - Você estava fugindo da morada? - Seus olhos negros encaram os meus.
Logo abaixei minha cabeça.
- Não. - Zayn não parece convencido. - Estava. - Mordi os lábios.
- Sabe que não precisa mentir pra mim, eu sou seu amigo. - Ele toca no meu queixo, o erguendo para que meus olhos encarassem os seus.
Bloqueia o pensamento, bloqueia esse pensamento, cacete.
- Talvez eu quisesse ir. - Admiti - Mas mudei de ideia. Estava voltando para meu quarto antes de toda essa cena.
- Tem certeza?
- Absoluta. - Concordei. Zayn, então, sorriu de lado se afastando de mim. - Soube do que aconteceu com seu namorado, meus pêsames.
Shawn... seu lamento só me fez lembrar do que a vovó Constance disse horas atrás: "Ele não está morto". Embora eu tenha minhas dúvidas, nossa conversa acabou surtindo efeito ao tirar um grande peso no meu coração, antes mesmo do luto e a culpa serem mais fortes.
- Obrigado. No fundo se eu tivesse feito mais para o impedir, talvez ele não estivesse morto. - Suspirei triste e balancei os ombros.
- Não diga isso, doce. - Zayn repreendeu-me - Ele veio aqui sabendo as consequências, você não tem culpa, Louis. Acidentes acontecem, ainda mais nessa morada.
- Mas se eu não tivesse aqui, ele não precisaria ter se arriscado.
- Doce, vamos tentar não pensar muito nisso, sei o quanto difícil está sendo para você. Mas precisa lembrar que apesar de tudo, os oficiais logo irão descobrir quem é culpado, ele vai pagar pelo que fez. - Sinto seus dedos acariciando minha face - Posso te acompanhar até seu quarto?
Olhei para os lados, pensando que talvez eu devesse adiar minha conversa com o Styles para amanhã. Apenas concordei com a cabeça e Zayn envolveu seus braços ao redor do meu ombro, me guiando até o dormitório e foi aí que me dei conta de algo peculiar:
- O que fazia acordado? E como eu não te vi quando subia? - O questiono, curioso para ouvir sua resposta.
- Estava sem sono e fui até a biblioteca escondido. Ah, guarde esse segredo porque de vez em quando faço isso! - Ele piscou. - Respondendo sua segunda pergunta, talvez você estivesse concentrado na sua corrida, que nem me viu logo atrás.
É, eu estava com a cabeça em vários lugares que não poderia ter percebido isso, era bem convincente e fazia sentido a sua resposta.
- Okay, desculpe pelas perguntas.
- Tudo bem, você só estava curioso. Afinal eu poderia estar seguindo você, não é?
- E estava?
- Não, Louis, é apenas uma ironia. - Zayn soltou uma risada.
Tá pra eu ser a pessoa mais lerda e idiota do mundo. Por tudo que é mais obsoleto, será mesmo que esse lugar é pra mim mesmo? Estou começando a ter minhas dúvidas.
- Você não é idiota e nem lerdo.
Opa!
Bloquear a droga da mente Louis, esqueceu disso? Ah é, eu ainda não sabia fazer aquela merda.
O constrangimento se aproxima e começo a sentir minhas bochechas queimarem, encolho meus ombros e encaro meus dedos.
- Você fica fofo assim.
Arregalei os olhos e lhe dei uma cotovelada.
- Não me chame de fofo, é como se você estivesse dizendo que sou pequeno e vulnerável.
Tudo que ganho e mais uma risada da sua parte.
- Mas você é pequeno. - Lhe dou um soco na cintura como resposta. - Saiba que isso não dói em mim! - Rolei os olhos, ficando de cara amarrada - Como consegue fazer um elogio parecer algo tão ruim?
- Não sou como as outras pessoas, então, me chame do que quiser menos de, abre aspas, "fofo", fecha aspas. - Faço careta - É humilhante demais.
- Então, eu posso te chamar de doce?
- Contanto que não seja fofo, eu aceito. - Dei de ombros.
Caminhamos mais alguns metros, até pararmos de frente para o meu dormitório. Confesso que dei uma encarada na porta do meu rival, sentindo algo esquisito me invadir, eu realmente queria lembrar de algo que Selena havia me dito, porém, foram tantas as coisas que não consigo trazer para o agora.
- Entregue. - Zayn se afasta poucos centímetros.
- Obrigado por ter evitado que meu rosto ficasse decorado pela escadaria. - Estou falando demais, vamos parar Louis - E por me trazer aqui também.
E ele esboça aquele sorriso sedutor e misterioso para mim, fazendo minhas pernas tremerem.
- Tudo por você, doce.
Zayn volta a acariciar meu rosto, descendo seu olhar para meus braços.
- Uma adaga?
- Como? - Indago.
- Tem uma tatuagem no seu braço. De uma adaga. - Ele aponta para o mesmo.
Bati na minha testa mentalmente.
- Ah é, tenho algumas. Mas sinto que mais ainda estão por vir. - Disse em ir ironia, para o destino que sempre aprontava uma para mim.
- O quê?
- Não liga pra mim, eu sou estranho! - Rir, mas de nervoso.
Zayn me acompanha.
- Ela combina com seu colar. - Ele comenta, dando um passo para trás.
- Sim.
- Então, eu já vou. - Zayn pega na minha mão - Tudo que precisar, pode contar comigo, está bem? - Ele beija a ponta dos meus dedos com seus lábios gélidos. - Não tenta fugir mais, essa morada não terá mais graça sem sua bela presença.
- Por que sou engraçado?
Ele nega.
- Porque você é um garoto especial. - Zayn deposita um beijo no canto dos meus lábios quando movimento meu rosto em direção contrária. - Até daqui a pouco!
Vejo ele se afastando, enquanto eu fico parecendo uma mula em choque, olhando-o e pensando no que acabou de acontecer.
"Garoto especial", todos me falavam isso, mas eu não acredito no que diziam. O único que parecia concordar comigo, era o Styles, aquele ser miserável que me deixou curioso para saber o que aconteceu conosco no jardim. Pensar demais, me fez encara sua porta e ter uma leve curiosidade em abri-la, meus dedos formigavam, mas recuei três passos, virando para minha porta e tocando na maçaneta desistindo da ideia.
...
As luzes estavam apagadas, o cheiro de enxofre invadia minhas narinas e mesmo com medo, continuei caminhando pela escuridão. Conforme mantinha meus passos seguindo em direção tênue, escuto gritos altos. Eu sabia que não deveria estar ali, mas me sentia curioso o suficiente para não dar atenção a voz da minha insegurança.
O ruim de se estar caminhando no escuro, é que você não enxerga absolutamente nada. Somente pelo breu, a nossa cabeça entra em algum tipo de manipulação para tentarmos adivinhar o que pode estar na nossa frente e ao nosso redor. É algo que faz você sentir aquele frio não só na sua barriga, mas em todo o corpo, sendo desconcertante até sua mente começar a trazer imagens medonhas de rostos que não existem nesse mundo. E você fica aflito, agoniado para que aquilo tenha um fim e que seja o mais rápido possível.
Terminando de tagarelar com a minha mente, fico parado em um corredor de hospital. Não sei como vim parar aqui e em como me tele transportei de uma imensidão para outra. Naquele mesmo lugar aonde as luzes piscavam, as paredes manchavam de sangue, me causando arrepios. E nos meus pés, a água passava como se algum vazamento no local tivesse sido o motivo.
Ergo minha cabeça vendo uma garota com uma roupa de hospital, coberta por sangue, da mesma forma que saia da sua boca, nariz e olhos. Meus pés me guiaram até a desconhecida que chorava constantemente, eu não sei por qual motivo, mas eu a abracei assim que me aproximei.
- Por favor! Por favor, pare com o sofrimento dela! - Eu estava implorando em meio aos prantos.
Fechei meus olhos, sentindo as lágrimas escorrendo.
Quando os abri, estava em outro lugar, dessa vez mais escuro. E pela claridade, me atentei a somente um cômodo com uma cama velha e paredes manchadas. O local em que eu estava não tinha porta, mas de alguma forma eu havia parado ali. Dessa vez, com uma roupa de hospital, abraçando minhas pernas e balançando o corpo para frente e para trás. Finco as minhas unhas na perna domado pelo nervosismo e ergo minha cabeça vendo um ser medonho na minha frente, dele captei a ânsia ao querer me torturar até a morte. Eu gritei o mais alto que pude e isso me fez voltar para aquele corredor estranho. Com a roupa do hospital, eu fugia de alguém, e no lugar das vestes limpas e secas, o mesmo sangue que eu teria visto na garota, agora saia de mim.
Paro de frente para uma porta de ferro, que em cima estava escrito "Emergência". Foi a minha deixa para fora daquela tormenta, contudo, a ansiedade chegou ao fim quando aquele bicho de três cabeças surgiu sugando a minha positividade. Ele estava pendurado na porta, meus pés não se moveram, desde então, meu corpo inteiro congelou e meus olhos fitaram aquele ser bisonho outra vez, que de imediato pulou no meu rosto com um grito macabro.
- Droga! - Acordo com a respiração ofegante e corro para o banheiro.
Eu estava tremendo e odiava ter pesadelos tão reais.
Depois que vim para esse lugar eles se tornaram constantes e até piores. As inseguranças e as sensações de estar sendo observado a todo instante não passavam despercebidos. Eu estava em um cubo de tortura e não tinha para onde correr. Desde que Shawn morreu, a culpa acabou proliferando os piores pesadelos na minha mente.
Fazia exatamente um mês. Sim, um maldito mês das coisas que aconteceram comigo e a sua partida. Quanto ao Styles, nunca mais o vi desde o surgimento das nossas tatuagens. Covardemente, ele fugiu do assunto por se tratar de nós dois e sabia que eu iria o questionar sobre isso. Eu estava curioso e ainda estava lidando com a minha "amnésia" do que Selena havia dito no primeiro dia sobre o surgimento delas. Completava um mês sem a resposta do que causou a "morte" de Shawn, me dando mais esperança sobre o que a vovó tinha dito sobre ele. Meus pais, assim que me largaram nesse lugar, esqueceram que eu existia porque nem se quer vieram me ver nos domingos de visitas, diferente da vovó que honrou com as suas palavras. Poderia inventar mil desculpas ausência deles, mas me poupei, poupo vocês e pouparei a sociedade que tem pena dessa situação. Apenas aceitei o fato de que assim como o resto da cidade, eles me achavam uma aberração e que minha única família no momento era a minha avó.
- Você parece cansado! - Camila comenta, me entregando o copo com sangue.
- Estou um esgotado, em todos sentidos. - Respondo com um sorriso preguiçoso e sem ânimo.
Estava a espera de Niall para o perguntar algumas coisas que andam rondando a minha cabeça, já que agora, ele conhecia a metade da morada. Pensar nele foi irônico, afinal o mesmo surgia no centro do refeitório com a aura amarela incandescente ao seu redor. Junto a ele, vinha Liam e Luke conversando animadamente.
- Vai mesmo dar uma festa? - Niall pergunta para Liam, ao se sentar entre a Camila e eu.
- Cale a porra da boca! Aqui não é uma morada normal, da qual, o que dizemos fica oculto dos outros penetras. - Liam deu um tapa no ombro do meu amigo, ganhando um olhar feio da sua parte.
Luke apenas riu com o cigarro entre os lábios, ele ao me encarar, soltou uma piscadela.
- Você é um babaca, meu braço está doendo, aberração! - Niall resmungou massageando a região citada.
- Sou descendente de uma. - Payne ironizou.
- Quando vocês pretendem fazer essa coisa que falavam? - ignorando toda a situação, Niall voltou a perguntar no "modo camuflagem".
- Amanhã quando for o horário livre, no meu dormitório.
- Não é perigoso se alguém descobrir? - Pergunto.
Liam e Luke se entre olham com malícia, pois estavam fazendo tudo por debaixo dos panos.
- Não vão. - Luke me respondeu - Porque é nosso tempo livre, fazemos o que quisermos e também o queridinho da suprema vai estar conosco para dizer que está tudo sob controle.
- E quem é?
Eles dão uma risada alta após ao meu comentário.
- Quem mais? - Indagou Liam. - Você!
- O quê? Por que acham isso? - perguntei exasperado.
- É bem óbvio e você sabe o motivo. - Liam aponta para mim.
- Estão interpretando as coisas errado. Eu sou um zero à esquerda nessa morada, cheguei somente a um mês. Como posso ser especial para ela? - Indaguei pensando na lógica.
- Não sabemos. Mas para a Selena, você é o queridinho! - Luke contestou.
Apenas rolei os olhos e os ignorei como tal.
- De qualquer forma, eu não vou. - Dei de ombros e suguei mais um pouco de O+.
- Ah, não seja sem graça! - Niall disse bufando - Vamos nos enturmar, você é todo calado até mais que a Camila! - O vejo apontando para nossa amiga. - Se eu disser que você não é especial pra mim, você vai?
- Desse jeito fica difícil acreditar no que diz.
- Porque eu estou fingindo! - Niall ironiza após me dá um tapa na nuca.
Antes que eu avançasse nele, Camila se mexeu ao meu lado, em seguida, se virou para ter minha atenção.
- Vamos, Louis, vai ser legal! Além do mais, vou precisar de companhia porque você sabe que não sei me enturmar como esses três. - Ela faz carinha de cachorro sem dono para tentar me persuadir.
- Façamos assim... - Liam pigarreia entediado. - Diga algo que quer saber, que daremos a resposta, mas em troca, você vai a festa, o que acha? - ele propõe.
Sou observado pelos três, sendo incomodado por receber tanta atenção. Eu não fazia ideia de como Liam sabia sobre minha curiosidade, mas resolvi imaginar que ele acaba de propor algo no calor do momento. E a ideia é muito boa, eu estava cheio de dúvidas, da qual só quem estava na morada a mais tempo, saberia me responder.
Vejo Luke e Liam sorrindo porque provavelmente estariam lendo a minha mente e sabendo que eu ia retroceder a minha resposta de início.
- O que quer saber? - Luke foi direto ao ponto.
Eu não sabia como começar, porém resolvi agir com sensatez e sem enrolação.
- Conhecem esse tal de Styles?
Eles permanecem em silêncio, olhando para os lados, como se averiguassem quem nos encarava para prosseguir.
- Harry Styles, você quer dizer! -
Liam solta uma risada baixa. - Ele é o vampiro que está a mais tempo que nós nessa morada, ninguém sabe nada e muito menos se ele tem família. Afinal, esse garoto não tem amigos, vive em seu mundo solitário e macabro.
- Também dizem que ele matou seu grande amor e por isso, se pune ao se manter afastado de todos. A outros que relatam o caso que ele poderia ter com a Selena e por isso, ele vive nessa morada sem a obrigação de ir embora. Mas, são apenas especulações. - Luke sussurrou após terminar de dar continuidade.
Confesso que fiquei um pouco incomodado ao ouvir aquilo, mas deixei passar por ser tolice nutrir aquele embrulho no estômago.
- Não brinca?! - Camila indagou boquiaberta, enquanto as duas cabeças na nossa frente concordavam.
- Resumindo, não tem muito o que falar sobre o Harry porque ele não tem conteúdo. - Niall se pronuncia e tenta encerrar a conversa. - Tudo dele, envolve boatos falsos ou verdadeiros. Sem mais delongas.
Fiquei em silêncio, não adiantaria eu perguntar mais alguma coisa, já que esse Harry, não tinha muita informação completa. E era bastante estranho e seu passado, um mistério.
- Por que o Styles te interessa tanto? Achei que estivesse com o Zayn. - Liam me questiona, escondendo seu tom curioso.
- Do que está falando? Zayn é meu amigo. - Falei pausadamente as últimas palavras.
- Claro, assim como eu e o Luke um dia fomos.
- Não, assim como eu sou amigo de vocês. - Expliquei.
- Vamos apostar que na minha festa, Zayn irá beijar o Louis?! - Luke riu após a sua sugestão evasiva.
- Ou o Louis beijará o Harry. - Niall comenta.
Eu não poderia estar ouvindo tantas asneiras somente em um dia.
- Vai convidá-lo? - Camila pergunta.
- Está aberto para todos os alunos. - Liam a responde. - Vinte dólares que ele beija o Zayn.
- Mais vinte meu. - Luke passa a mão no cabelo, o bagunçando um pouco mais.
- Cinquenta no Harry. - Niall disse convicto. - Sinto que esses dois têm uma conexão.
- Estou com o Niall. - Camila agitou suas mãos entrando na brincadeira.
- Até você? - A encaro desacreditado.
- Desculpa.
- Vocês são idiotas! - deixei o copo sobre a mesa - Eu não vou a essa festa.
- Nem tente, fizemos um acordo. Honre sua palavra! - Liam me fuzila com o olhar.
- Com medo de beijar mesmo um dos garotos? - Niall me provoca.
- E qual é sua aposta, Louis? - Luke indagou.
- Aposto que vão todos se foder, idiotas!
Sai da mesa, jogando minha mochila nas costas.
...
Como Connor estava me zoando durante o mês por causa da surra que levei do lobisomem, ele me colocou para ficar sentado na arquibancada, fazendo anotações da aula até que eu estivesse me sentindo apto para mostrar meus dons na quadra - ou seja, nunca - e eu não acho ruim, afinal sou uma droga quando estou fazendo qualquer coisa que mova e envolva meu corpo sedentário.
Eu sabia o que eles iam fazer, por isso, escrevia rápido sobre a aula, usando o resto dos minutos, apenas para passar o tempo. Tal como nesse momento, aonde todos os aprendizes estavam prestando atenção no que Connor falava, antes de começarem a aula.
Meu olhar abaixa por um segundo, para o caderno apoiado nas minhas pernas, depois o ergo para cima, encontrando os olhos verdes que estavam me observando na arquibancada. Harry Styles, depois de muito tempo resolveu aparecer. Me fazendo lembrar de tudo o que aconteceu e o quão eu queria ir até ele agora para falar o que está a entalado na minha garganta. Sem medo ou intimidado, continuei mantendo nosso contato visual. Nem ele e nem eu, desviamos por um longo período. O vento soprou na minha frente fazendo minha franja cair no meu rosto e a arrumo para que fique no seu devido lugar, foi o tempo de distração perfeito para quebrarmos o contato visual.
- Vai na festa do Liam? - Zayn me pergunta, passando os dedos pelos meus braços.
- Sendo obrigado, eu vou. - Respondi, desviando meu olhar para ele.
- Não iria nem por mim?
- Você é um otário.
- E você um doce.
- Tem que parar de me deixar sem graça, está ficando difícil manter nosso vínculo afetivo.
- Eu não tenho culpa de você ser adorável! - Ele ergue as mãos para cima.
- Ainda bem que não me chamou de fofo. Senão, eu seria obrigado a te dar um murro.
- Que não ia doer, é claro!
- Vai se ferrar. - O empurrei.
Zayn riu, se afastando após me dá um beijo na bochecha. Olho para frente, vendo que Harry estava nos encarando com frieza. Imaginei que deveria estar pensando em mil formas de acabar comigo. Nada muito incomum da nossa relação desde que cheguei na morada. Devo ser uma pessoa terrível para o incomodar com a minha presença, mas afirmo que não ligo para a sua ignorância.
- As duplas de hoje, serão Zayn e Harry! - Deixo meu caderno do lado, após nosso contato ser quebrado pelas palavras do professor.
Me senti curioso para não continuar com as minhas anotações e tentado a saber como seria a representação de uma luta dos dois aprendizes da morada. Zayn estava sério quando se afastou de mim e ficou na quadra junto com Harry.
Através das trocas de olhares, captei uma rivalidade desconhecida entre os dois. Não era de meu feitio estudar o comportamento das pessoas, mas aqueles vampiros me passavam uma familiaridade estranha, a ponto de me fazer levantar questões sobre o modo como agiam. Enquanto o professor nos explicava sobre o uso da força bruta, Zayn e Harry não paravam de se fuzilarem e pareciam ter uma conversa franca mentalmente. Em seguida, eles jogam seus casacos no chão revelando os belos músculos tatuados. Mordi os lábios ao encarar mais Harry do que o próprio Zayn. Havia algo que procurava em seu braço e até então, não encontrei por ele estar do lado oposto.
Meu contato visual se quebra quando Connor finaliza sua fala, anunciando que os mais experientes da casa iriam nos demonstrar a luta a dois contra o inimigo. Como de rotina, Connor caminha até a porta ensanguentada do lobisomem e lança um discurso idiota sobre alguém perder a luta ser decepcionante e libera a fera revoltada no jardim. Fico sem ar ao vê-lo correr na direção de Harry e o mesmo saltar para o lado, desnorteando o animal que se enfurece com o ato. Ele era ágil e forte, Harry era bom apenas desviando do monstro e não o machucava se quer um segundo. Imagino que sua tática era o cansar até dar seu golpe final. Fiquei entretido nos seus movimentos embora fosse difícil manter o foco somente nele e mordo os lábios, quando o animal usa suas garras para ferir Harry na perna. Me seguro para não gritar e logo em seguida, vejo Zayn pulando nas costas do lobisomem, mostrando suas presas na tentativa de o atacar.
Meu coração acelera, pois, não queria que ninguém saísse ferido. A criatura feroz, rosnou tentando morder o vampiro em cima de si e vendo que não estava em vantagem, rolou no chão e chicoteou Zayn com o rabo. Suas garras puxaram o meu amigo pela grama e ele o chutou em seguida.
Do outro lado, Harry corria para fazer algum golpe no lobisomem, ao mesmo tempo que Zayn se movia com a mesma frequência até que ambos se colidem, dando vantagens ao animal raivoso na quadra. A briga não parecia mais uma colaboração contra o lobisomem, mas pessoal entre os imortais. Harry empurra Zayn com brutalidade e rosna para o lobisomem que o encarou com desdém, recluso e como se o tivesse entendido, vejo o animal se afastar.
O que estava acontecendo ali, eu não sabia. Mas ouvi comentários perversos na quadra, dizendo que uma briga entre vampiros terminaria em sangue.
- Seu idiota, não sou eu o alvo! - Zayn caminhou para frente de Harry.
- Talvez você seja agora.
- Sr.Styles o que acaba de fazer não serve de exemplo aos demais. - Connor, caçoa. Mas Harry, parecia não se importar com aquilo. - Sente-se e faça companhia ao seu colega, Tomlinson. E reflita em suas ações antes de trazer alguma desavença para nossa aula.
- Que seja!
Harry se afasta, trazendo sua feição menos pavorosa para a arquibancada. Ao prestar atenção nas palavras de Connor, encaro meu caderno rapidamente e acabo deixando a caneta cair escada abaixo. Eu estava nervoso e desnorteado depois da cena que aconteceu e estranhando o modo como eu parecia ter a vivenciado antes com as mesmas pessoas. Ouço o Connor chamar todo o resto da turma para acompanhá-lo até o outro lado, assim que fechou a porta que teria levado o lobisomem.
Sem muito encarar aquele que se aproximava, sinto sua presença três degraus a minha frente. Tentado para ver como ele estava, olho de canto percebendo a tranquilidade e seriedade no seu rosto. E antes que eu fosse pego no flagra, desvio minha atenção para as minhas pernas. Precisei me forçar a voltar a minha concentração para o caderno, mas lembrei que a caneta estava no chão. Bufei e procurei pelo local que ela tinha parado e não a vejo, logo, sinto uma presença perto de mim e ao olhar para cima, estremeço com Harry ao meu lado, segurando a minha caneta na mão.
- Você poderia não me assustar? - Indago, vendo-o com a expressão fria e séria.
- Não tenho tempo para suas ladainhas. Pegue logo essa porcaria!
- Eu não pedi para que a pegasse.
- Você é mal agradecido!
- Você é grosseiro! - Puxo a caneta da sua mão de um modo involuntário e por consequência, toco na ponta dos seus dedos.
Foi uma carga elétrica, como da outra vez, mas sem surgimento de tatuagens ou corpos se afastando brutalmente.
- Por que isso acontece? - Pergunto massageando minha mão.
Embora ela não estivesse dolorida.
- Eu não sei do que está falando. - Harry passa por mim, sentando do outro lado.
- Não finja que não sentiu.
- Você deve ser louco porque eu não senti nada, garoto. - Disse ele num tom frio.
Eu sei o que vi, Harry teria me encarado no momento do choque, assim como eu fiz com ele. Mas de fato, negar seria o bastante para o grande troglodita sanguessuga, do que admitir a verdade. Minhas conclusões estavam certas sobre ele me odiar e o quão eu desejava saber os motivos.
- Você é um babaca, sabia? - Volto a me concentrar no que estava escrevendo.
- Não me importo com o que pensa.
- Ótimo, então, ignoremos a existência um do outro. Da próxima vez, não tente me ajudar, se for agir como um estúpido!
Nunca me senti desconfortável e com raiva, como agora. As palavras que estava escrevendo no caderno viraram rabiscos, fazendo uma arte abstrata na folha perfurada. O silêncio desconcertante me agonizava. Fechei meu caderno, desistindo de tentar me distrair. Olho para o lado, vendo que Harry estava sentado de modo sombrio, encarando o nada a sua frente. Rolei os olhos por estar perdendo meu tempo o observando. Eu tinha tanto a dizer, mas ele não seria apto para me responder de modo formal. Seria mais fácil o lobisomem me fazer um favor do que aquele vampiro esquisito.
Juntei minhas coisas e desço da arquibancada, iria pedir para o Connor me deixar fazer a aula porque era menos torturante do que ficar a sós com Harry. Abri a pequena porta que ficava na quadra de área verde. Comecei a caminhar para o meio, quando ouvi um barulho, vindo de onde aquele lobisomem estava. O medo daquela criatura me deixou estático, encarando a porta, escuto ele batendo contra a mesma com brutalidade. Eu não sei os motivos, mas sentia que aquele monstro não era malvado.
Fui andando lentamente até a porta, e esse foi meu maior erro porque Connor não havia a trancado. O que fez sair de lá o lobisomem, domado pelo susto eu cai para trás, novamente, travado para correr. O animal veio até mim em uma velocidade impressionante, e tudo o que fiz foi fechar os olhos e esperar o pior.
[Próximo Capítulo]
Eu continuei esperando, mas ele não veio. Abri meus olhospara ver o que tinha acontecido e fitei Harry que estava parado na minha frente rosnando para o lobisomem, falando algo para o mesmo em uma língua que desconheço. O lobisomem rosnou de volta e recuou. Meu coração estava a mil, eu sentia como se ele fosse sair pela boca, à medida que eu lembrava do que aconteceu e que quase morri. Harry voltava para perto de mim, enquanto me mantinha em meu canto. Ergo meu olhar, vendo-o me encarando preocupado e isso foi estranho da sua parte. Afinal, por que ele teria feito isso? Ele me odeia.
- Como fez aquilo? - Pergunto mesmo que a resposta não viesse.
- Pega a minha mão.
Ele a estica, fico a encarando por um tempo, imaginando o que aconteceria se eu pegasse. Me levantei sozinho, limpado a parte detrás da minha calça, ignorando a sua existência. Harry sorriu, e eu não sabia como me sentir em relação aquilo.
Olhei por cima do seu ombro e vi um corpo coberto por sangue, com as vertigens da mesma forma da garota do meu pesadelo. Eu só não poderia afirmar ser ela, por ver a silhueta feminina de costas caída no chão, próxima da porta de ferro que mantinha preso aquele lobisomem. Pisquei várias vezes e ela ainda estava lá, então, talvez aquilo não fosse um pesadelo. Eu me senti tentado a caminhar até seu corpo para confirmar o que via.
- Está tentando se matar? - Harry segura a minha mão, me fazendo tremer.
Contudo, dessa vez eu não senti um choque, mas despertei com seu ato.
- Tem um ... - olhei para a mesma direção de antes, mas não vi ninguém.
Como aquilo era possível? Que merda está acontecendo comigo?
- Tem o quê?
- Nada.
Suspirei.
Foi quando percebi que ainda estávamos de mãos dadas, as palavras da Selena começaram a rodar na minha mente, até me fazer lembrar do que ela havia dito.
"As tatuagens são um modo de avisar que você está prestes a se transformar, como também tem um significado importante: se um vampiro encontra sua cara metade, o surgimento das tatuagens tornam-se frequente até que a união de ambos aconteça e elas parem de nascer. É o destino que prepara vocês para que se encontrem novamente. "
Eu lembrei o porquê daquela droga toda ter acontecido comigo e com o Harry naquela noite. Eu fiquei assustado, confuso e não queria acreditar que aquilo podia ser verdade. Pelo menos, não com ele. Com tantos vampiros naquele mundo e naquela morada. Por que justo o vampiro que eu odeio? É algum tipo de carma? Castigo?
"Você irá. No seu tempo. Com a ajuda de um grande e inesperado amor, Louis, você ainda viverá muitas coisas nos próximos dias e vou me orgulhar das suas conquistas."
"As coisas estão a um passo de mudarem, ainda hoje."
Seria aquilo que a vovó se referia?
- Por que está fazendo uma cara feia? - Harry quebra o diálogo da minha mente após me questionar algo.
Tudo que eu senti foi a repulsa soltando sua mão com a respiração ofegante, em seguida, lhe dei um murro no rosto, mas é claro que aquilo não o afetou e infelizmente poderia ter ferrado com meu pulso. Harry me encarou em soslaio, enquanto eu tentava entender a adrenalina do meu corpo ao me fazer bater em um vampiro.
- Por que fez isso?
- Eu sei porque você fugiu quando essa droga de tatuagem apareceu no seu braço. - Reprimi meus lábios, permanecendo "calmo".
Seguro o meu punho latejando de dor e percebi que ele continuava sério.
- Diga!
Mordi meus lábios com raiva e medo. Não se tratava dele, mas do que iria acontecer daqui para frente na minha vida.
- Você sabe! Eu não tenho que ficar repetindo. Não sou papagaio para fazer isso.
- Eu quero ouvir da sua boca.
- Por que se importa?
- Diga, Louis!
- Você não me respondeu. - Dei um passo à frente.
- Diga...
Eu não queria, mas meu ego, não deixou que eu apenas virasse as costas e saísse daquela quadra. Era como se toda a minha indignação acumulada precisasse se expressar naquele momento.
- Essas tatuagens apareceram porque somos a metade um do outro, elas vão parar quando eu e você estivermos juntos. - Engoli seco - Por isso que você fugiu e desapareceu desse inferno! Porque não consegue olhar na minha cara e admitir para si mesmo toda essa verdade. - Solto o meu pulso após sentir a dor cessar. - Desde que eu cheguei aqui você tem sido um babaca comigo, eu não fiz nada, absolutamente nada para você. Mas se foi por causa da cena no corredor, saiba que isso não vai se repetir porque eu quero distância de um... - Aponto meu dedo para ele, mas me nego a agir com negligência. - Quer saber? Não se preocupe, pois, eu vou ficar longe de você, garanto que não vou atrapalhar a sua vida! Essas tatuagens nunca vão significar nada para mim e vou arranjar um modo de não termos um vínculo.
Dou as costas para ele antes que possamos seguir adiante com uma nova conversa. Parte de mim estava transtornado por saber que ele teria fugido como covarde. E se ele me odeia, por que eu me importo tanto? Por que sinto que parte de mim não gosta disso?
Limpei algumas lágrimas que desceram pela minha face e não olhei para trás quando fugi da aula de Connor. Eu apenas desejava estar distante de Harry.
...
Enfim, a "aula de história", e eu estava entediado para assisti-la. Todos os aprendizes estavam em seus lugares e depois que me refugiei na biblioteca da morada, corri desesperado ao ver que estava atrasado para a aula seguinte. Com as cadeiras ocupadas, tive a sensação que não teria chance para escolher um próprio canto e fiquei parado, procurando por uma cadeira vaga para que pudesse me acomodar.
- Senhor Tomlinson, pode se sentar! - A senhorita Fléur, apontou para o lugar ao lado do vampiro isolado da turma.
Não havia uma droga de lugar que não fosse perto de Harry, eu fiquei tanto tempo parado pensando em fugir para a biblioteca novamente que não notei o resto dos aprendizes me encarando.
- Eu...
- Anda garoto, sente-se com o Sr.Styles, afinal a aula de hoje, assim como as outras, serão em dupla. - Dessa vez, ela encarou a turma que pareciam contentes com seus parceiros.
Diferente de mim, que mostrei meu incômodo por não ser a favor daquele com quem dividiria a aula. Lutando contra o meu anseio de não estar perto dele, me sentei ao seu lado e não o encaro. Sei que Harry estava me observando e eu o ignorei, puxando minha cadeira para mantermos distância. A professora Fléur, iniciou a aula falando algo que a turma fez silêncio para ouvir. Enquanto isso, observo o aprendiz que mexia no projetor, e logo, iluminou o quadro branco com uma imagem de um vampiro junto a sua vítima.
Sinto o olhar de Harry sobre mim e fico desconfortável, o encaro de volta e ao perceber, Harry o desvia o seu olhar para o caderno. Em sua mão estava a caneta preta e ele a movia no papel, respirei fundo voltando minha atenção para a aula.
- Como perceberam, nossa História é bem diferente da didática da raça humana. Em MN, tratamos de outra forma os conteúdos. - Ela mexe no seu computador - Nessa morada, não fazemos provas, apenas aprendemos um pouco mais como ser o que somos ou o que seremos na transformação. - Ela explica, me lembrando de um dos detalhes por gostar daqui. - Hoje, vamos falar sobre reencarnar amores do passado. Peço que fiquem quietos e prestem atenção.
As imagens de casais de vampiros tatuados, eram mais que se passavam na tela, sendo eles de várias décadas e etnias. Um desses casais envolvia Selena e um companheiro, na fotografia era visível seu longo vestido de década, da cor vermelho vinho e seda. Seus braços eram cobertos pelas mangas de cetim e seus cabelos estavam enrolados até a cintura. Ela estava linda, devo afirmar e no ano atual não teria mudado isso. Ao seu lado havia um homem robusto e belo, de longos cabelos até os ombros, seu rosto não era visível por estar virado para o lado e seus olhos pareciam tristes pela pose com ombros curvados e sua mão reclusa.
- Como todos sabem, para encontrar sua cara metade, precisam de uma conexão profunda, que aqui chamamos de o Eveda.
- Por que esse nome? - Uma aluna questiona.
- Porque cada letra significa um sentimento, o "E", por exemplo, Eterno. O "V", vida. "E" minúsculo, entre. "D", devota. E o "A", amor.
- Eterna vida entre devoção do amor?! - Constata a garota.
Fléur apenas sorriu como resposta.
- Muito inteligente, Jauregui. - A professora congratula a morena, que sorri olhando para o garoto de cabelos coloridos ao seu lado.
- Alguns casais de vampiros já tiveram vida humanas passadas que os juntam a cada encarnação. A cada década quando morrem tradicionalmente com estacas amaldiçoadas e a luz do dia. - A professora continua a falar - Isso acontece por causa do EVEDA.
Na tela se reproduz a foto antiga que quase me faz cair para trás. Se tratava de um outro homem de cabelos encaracolados e ele estava um pouco mais sorridente. Ele mantinha seus olhos verdes brilhantes em mim, por tudo que é mais sagrado, afirmo que era uma imagem do meu Eu do passado. Quer dizer, não sabia que tinha algum parentesco de vampiro, ninguém da minha família relatou isso, até então, aquilo me deixou um pouco mais em pânico.
"Não vamos surtar, okay?"
Mas como não? Era eu ali, em outras vestes e se não fosse, era alguém bem parecido comigo, quase uma cópia. Comecei a me mexer, prestes a fazer perguntas quando Harry segurou minha mão.
"Não faça isso!"
O encarei na mesma hora.
- Saia da minha mente! - puxei minha mão, mas ele a apertou em seguida.
- Sei que parece confuso, mas não faça perguntas, eu posso falar tudo o que quiser.
- Desde quando resolveu interpretar o papel do vampiro bonzinho?
- Não estou interpretado nada. - Ele encara a professora que continuava a passar as imagens - Mas não vai parecer estranho você questionar a senhorita Fléur, por que você se parece com o cara da imagem?
- Mas é o que vejo.
- Isso vai parecer sem sentido para ela e a todos da sala. Estou a mais tempo que você aqui, sei exatamente o que estou dizendo.
Fiquei observando a imagem na tela, talvez, Harry tivesse razão. Suspirei e encarei a sua mesa, propriamente o papel que ele tinha riscado, aonde meu nome estava esboço em uma linda caligrafia.
- Por que estava desenhando meu nome?
Ele tenta esconder o seu caderno, mas eu o puxo na mesma hora, lendo meu nome novamente e apreciando o modo como ele teria usado sua criatividade ao desenhar meus olhos dentro do Tomlinson.
- Tem algumas coisas que você precisa saber. Mas eu não posso te contar aqui. - Ele sussurrou, me puxando para perto. - Na aula livre, me encontre na piscina que fica no ginásio, ninguém vai para lá porque acha que o lugar é assombrado.
- E, é?
- Até agora nada apareceu pra mim. - Ele conclui. - Bom, por que um vampiro teria medo de assombração, se ele é uma? Isso não tem lógica.
Concordei com a cabeça.
- Por que acha que eu vou mesmo aparecer nesse lugar?
- Porque você quer respostas, eu as tenho.
É, aquilo era verdade.
- Os dois, estão falando demais, querem nos contar algo? - Fléur nos encara.
"Harry fala alguma coisa", pensei.
- Não mais do que interessados nessa aula, Fléur. - Ele resmunga, passando o braço ao redor de mim. - Louis é novo na morada e eu estava explicando algumas coisas para que ele não possa se perder no assunto.
Balancei a cabeça nervoso, não era muito fã de conversas no meio de uma aula por esses motivos, mas Harry me fazia atentar a mudar meus pensamentos. A professora Fléur agradeceu a utilidade de Harry e voltou a ministrar sua aula. Encarei o vampiro ao meu lado por alguns segundos, tentando entender o que estava acontecendo. Instantes atrás a ideia de nos odiar era árdua, e de repente, ela abriu a uma brecha de esperança para que possamos resolver esse conflito.
- Não esquece. - Ele se afasta - Não diga a ninguém.
Em seguida, Harry se levanta indo para longe, pois, o sinal havia tocado.
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Esses capítulos são para deixar o estômago com borboletas, não acham?
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