Lapso da Escuridão
Voltei depois de 84 anos...
Vou explicar a demora, lá em baixo ♥
Boa Leitura Eternals ✝
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Louis ✝
Bati duas vezes na porta da casa da minha avó, meu olhar passava por todos os lados, era como se alguém estivesse nos vigiando. Harry apertava meu ombro, como se estivesse fazendo uma massagem, respirei mais que uma vez. A cena ainda estava me vindo em mente, uma dor incapaz de ser sentida. As trevas queimando sua alma, as mãos, pessoas frias e medonhas, puxando você para baixo, quando você luta de várias formas para poder conseguir subir e alcançar a luz que está distante.
Eu não vou esquecer do que me aconteceu, naquele quarto, não vou dormir bem, como antes, tudo me causa pânico.
Quero fugir para não voltar mais, quero poder enfrentar o que me impede, mas simplesmente, não consigo.
O escuro, ele realmente está me fazendo inferior, quem me cerca, é como um inimigo que não conheço.
Mantendo meu foco, nos passos que vagam pela madeira que rugia, da casa da minha avó. Camila olha para mim e Harry, sorrindo, em seguida para a porta, cujo é aberta. Mas não é a minha avó que estava ali, me surpreendi ao ver Johannah parada do outro lado.
— Mãe? — Indago, dando um passo para trás — Aonde está a minha avó?
Perguntei porque Johannah estava com os olhos vermelhos, não queria pensar no pior. Mantive a calma, assim como controlei a respiração.
— Ela está fazendo um chá, disse que era para mim vir abrir a porta para você e seus amigos. — Ela disse — Você não deveria estar na morada?
Mordi os lábios, com a minha mãe ali. Tudo seria mais complicado, ainda mais porque ela é bem cismada com as coisas, não temos muitas boas lembranças juntos, afinal, eu quase a matei, quando percebi que estava me transformando em um... Monstro?
— Preciso falar com a minha avó, se permite. — corto o assunto que quero evitar.
— Podem entrar, todos vocês. — Sem fazer muitas perguntas, minha mãe, abre passagem.
Camila adentra a casa, em seguida eu, mas paro, virando-me para Harry que parecia recluso.
— Você não quer entrar? — minha mãe pergunta sem entender nada.
Passei os dedos, entre os fios do meu cabelo. Harry só poderia entrar, caso, minha avó, dona da casa, o convidasse.
Pensar nela, naquele instante, foi como atrai-la para perto de nós. Logo atrás de mim, sinto seu perfume de maracujá, vovó estava segurando uma bengala é apenas disse:
— Permito, que entre em minha residência, Harry! — Disse de longe, balançando os grisalhos.
Harry por outro lado, assentiu, bastante confuso.
“Como ela sabe meu nome?”, perguntou já dentro.
Apenas dei uma risadinha, olhando em seus olhos.
“A vovó, é um enigma para mim, desde que eu era pequeno.”
Pisquei para o Harry, andando junto com ele e Camila, pelo pequeno corredor da casa de campo. Na cozinha, vovó mexia na panela, podia sentir o cheiro da erva de chá, que ela fazia, ortelã e carmim. Era o meu preferido, a mistura que ela fazia, a quantidade de açúcar. Nossa, era incrível.
— Oi vovó! — Me aproximei dela.
— Querido, demorou para dar sua escapadinha. — Vovó Constance me abraça.
Como eu sentia falta desse abraço, ele me fazia ter vontade de chorar. Pedir seu colo, pedir quase implorando para que ela não me deixe voltar para a morada, longe de toda aquela loucura obscura que venho vivendo.
Ela se afasta de mim, olhando em meus olhos, seu olhar muda, vovó ficou séria ao mesmo tempo preocupada. Em seguida, vendo por cima do meu ombro, duas pessoas novas ali, estava Camila e Harry atrás de mim.
— Dois visitantes novos...hum... — A vejo dando a volta por mim, indo na direção de Camila e Harry.
Não disse nada, apenas observei o que a minha avó, iria fazer. Primeiro, ela segura no rosto de Camila, não parava de sorri.
— Uma garota cheia de conhecimento. Os espíritos dizem que se chama Camila, eles gostam de você, existe muito força em você, minha querida.
Camila me encara, apenas balancei a cabeça, concordando.
— O-Obrigada, senhora Constance!
— Me chame de vovó Constance, adoto todos os amigos de Louis, como meus netos.
— Oh sim! — Camila fica vermelha.
Minha avó, olha para Harry, mantendo o olhar sobre cada traço dele, em seguida toca em seu rosto, fazendo um carinho.
— Até que enfim, Louis lhe viu, dizia a todo instante, que um grande amor, estava vindo para mudar sua vida, assim como juntos, iriam acabar com as dúvidas que rodeiam meu neto.
Engasguei com a minha própria saliva, não acredito que a vovó era tão direta assim, simplesmente tinha algo parecido com o Niall.
— Ei! — tentei começar um protesto.
— Quieto Louis, estou olhando bem para seu grande Amor. — Vovó bradou comigo — É bem mais bonito do que os cosmos me disseram que seriam.
Harry me encara, apenas, ergo os braços para cima, sem entender nada também — Só que não — claramente não diria a ele sobre a minha conversa, com a vó Constance, talvez ela venha me expor para todos.
— Espero que esteja cuidando muito bem, de Louis, rapaz! — Ela se afasta, dando um tapinha nos ombros de Harry.
— Você está de namorado novo, como estou sabendo disso agora? — Johannah arqueou a sobrancelha.
Não sei que tom de voz ela usava, mas não parecia muito feliz. Sempre foi assim, até mesmo com Shawn. Já tinha me acostumado, com o jeito duro da minha mãe para os meus relacionamentos, assim como para reagir a minha sexualidade.
— Agora está sabendo. — Falei, secamente.
— Não vamos criar caso, Johannah. Está aqui, por que o seu marido, lhe estava irritado pela manhã. — Vovó, voltou ao fogão.
— O Daniel, fez alguma coisa? — pergunto, preocupado.
Talvez seja por isso que ela esteja chorando.
— Estou bem. — minha mãe respondeu em um outro tom ríspido.
Observei sua aura, estava fraca, seu verde quase apagado. Sei que não era muito de fazer aquilo, mas entrei na mente da minha mãe: imagens fortes, de Daniel sendo pego com outra na cama, minha mãe sendo insultada por ele, lágrimas vindo depois de uma traição, raiva por ter sido enganada.
Quase caí para trás, após saber que a razão da sua tristeza fosse causada pelo meu padrasto.
— Como assim, ele te traiu? — Fiquei sem ar, quase não me sobrou, para dizer aquelas palavras.
Johannah pareceu mais que assustada. “Mas como ele sabe disso?”.
— Mamãe, disse que não ia contar ao Louis, então é por isso que ele está aqui, não é? — me ignorando, ela encara a vovó Constance, cujo trazia os chás na xícara.
— Não disse nada.
— Pois então, como ele sabe? — minha mãe parecia nervosa, em seguida me encarou — Está se tornando um deles, não é? Por que está aqui, não deveria se juntar aos delinquentes daquela morada infernal?
Não aguentei, fechei meus punhos.
— Por que se importa? Nem se quer, quis ir me ver, depois que me jogou lá. — Rolei os olhos.
— Seu ingrato!
— Não venha descontar sua raiva em mim, não tenho culpa de seu marido, ter a traído com outra. — soltei sem querer.
Johannah expeliu a raiva, tanto que bateu as mãos sobre a mesa. Sei que não devia ter dito aquilo, mas saiu sem querer. No momento da raiva, deixei minhas palavras saírem sem pensar no efeito que elas iam causar.
— Os dois, estão, se comportando como duas crianças. Não como mãe e filho, na frente das visitas. — Vovó repreendeu nosso ato.
Não ia ficar ali, frente a frente com a minha mãe, não depois dessa discussão. Fechei a cara, virando de costas, estava indo ficar na sala.
— Sente-se Louis! — Minha avó, apontou para cadeira, abri a boca para falar algo — Não ouse me contrariar, sente-se porque tenho a certeza que veio aqui, para conversar comigo. Mas antes, quero que se sente, tome o chá. Vocês dois.
Bufei, sentando na cadeira que ficava de frente para Johannah.
“Fica calmo, amor”, Ouvi a voz de Harry, assim como senti sua presença, ao meu lado.
“Ela me tira do sério, desculpe por isso”
“Tudo bem, embora eu não lembre muito da minha família, sei que geralmente esses desentendimentos acontecem”
Balancei a cabeça, olhando para o chá. Peguei a xícara, no instante que ia colocá-la nos lábios, vi a vovó negando com a cabeça.
“Finja que bebe, coloquei um sonífero para Jay dormir”
Coloquei a xícara nos lábios, fingindo que estava apreciando o chá da minha avó. Não sei o que a dona Constance tem em mente mas, ela sempre me surpreende com seus atos. Vovó é uma caixinha de surpresas.
[...]
Não demorou muito para minha mãe cair no sono, nem contei os segundos. Vovó usou um sonífero muito forte. Harry teve que carregar Johannah até seu antigo quarto da casa, enquanto vovó Constance o mostrava o caminho.
Enquanto eles não voltavam, fui com Camila para a sala, incrível como nada havia mudado ali, ainda continha os vasos com as flores que a vovó usava para decorar, olhar para elas me fazia lembrar do vovô, Ben, pois todas as vezes quando ele voltava para casa, vovó Constance sempre colocava uma flor nova ali. “Um dia, irão pensar que nossa sala, é mais um jardim e não uma sala!”, ele sempre repetia. A lareira feita de tijolos também estava intacta em seu canto, não tinha um fogo aceso, mas lembrava de quando estava deitado naquele tapete bordado a mão, vindo da França, com uma xícara de chocolate quente nas mãos, olhando vagamente para meu avô, sentado na poltrona, contando uma das suas histórias que viveu durante a segunda guerra.
Não eram elas, àquelas histórias que te deixam casados e com sono de ouvir, particularmente eu era fascinado por cada uma, dizia que seria um verdadeiro guerreiro e herói na vida. Passava metade do meu tempo na casa dos meus avós, viveria com eles para sempre se pudesse, sinto falta da vida simples que levava, sem preocupações futuras e vivendo com medo, sabendo que estou sendo ameaçado por uma bruxa que somente vê o mal, que tenho um passado com outras pessoas ou que estou prestes a me tornar um monstro, quase isso. Não vou mentir, tenho medo de tudo, sou um verdadeiro fracote e quando estava com meu avô, conseguia me sentir forte e bem.
Ainda estava em na sala, o velho sofá, feito com tecido indiano, cujo a vovó ganhou de presente dos seus pais, quando se casou com o vovô bem. A mesa de centro de madeira estava ali, possuindo uma rosa vermelha sobre a mesma, as duas prateleiras de madeira perto da vitrola aonde meus avós costumavam ouvir músicas clássicas, dançando no meio da sala, completamente apaixonados, eu via o quanto o amor deles era lindo e como desejei para mim, um igual – de certa forma, eu o encontrei –, as cortinas brancas estavam bailando como se dançassem valsa, somente em um ritmo lento e preciso, de acordo que o vento soprava.
Olhei para a porta, achando que meu avô fosse aparecer a qualquer momento, ventando suas galochas cheias de barro no tapete, após passar a tarde capinando para fazer um novo jardim de rosas e girassóis para a vovó. Mas que ela sempre brigava, pois ele sujava a casa que lhe deu trabalho para limpar, fora que a vovó Constance também reclamava das roupas velhas que o vovô Ben, usava e nunca trocava. “Um dia, irei juntar todos os trapos do seu avô, rasgar e fazer um pano de chão. Ele só me dar dor de cabeça, céus”. Eu ria, por apesar de qualquer desavenças, eles se amavam. Gostaria que os avós fossem eternos, assim não teríamos que sofrer tanto.
Lembro do dia em que voltamos do enterro, vovó e eu nos sentamos no sofá, chorando e tentando confortar um ao outro, mas tudo era mais lágrimas e acabava que não dava certo. Dormimos perto da lareira, abraçados com as coisas que lembravam o vovô Ben.
Agora só nos restava as boas lembranças, que nunca poderão preencher a pouca dor, em nossos peitos abertos. Tem pessoas que temem a vida, mas não tem ideia de como a morte de um parente próximo, é algo que temo ainda mais.
Sentei-me no sofá, sendo acompanhado pela Camila que olhava encantada para os móveis e os cômodos da casa. Mordi os lábios pensando em como dizer a ela, sobre a maldição, tudo, sem que ela de assustasse. Só não posso me esquecer, nem esconder.
— A casa é tão acolhedora... Me lembra a casa da minha abuelita! – comentava — Não entendo essa obsessão das avós com flores na casa. A minha tem muitas, e minha mãe está indo nesse mesmo caminho. O que me faz pensar, que provável, eu seja uma dessas que terei flores espalhadas pela casa.
Rimos.
— É complicado, mas até que tem o cheirinho bom. – empinei meu nariz, para aspirar o perfume das flores.
Camila pôs os dedos nos lábios e voltou a dizer:
— Bem, acho que não vou ser a garota que ficará velha e terá flores na casa. Já que me tornarei vampira...
— Uma merda, não é? – Suspirei — Acho que ser humano tem suas coisas ruins, mas não é tão ruim. Quer dizer – me ajeitei no sofá — daria tudo, para ter a minha vida de volta, mas com vocês nelas, as pessoas certas.
— E vamos acabar vendo, quem mais amamos, morrer enquanto ficaremos mofando na terra.
Fizemos silêncio, olhando para um ponto fixo, até que crio coragem para liberar as palavras que intalaram na minha garganta.
— Tenho que te contar uma coisa, mas peço que não se assuste!
— Louis, nossa morada é o que mais me assusta. Todo dia, é algo novo, então, meio que tenho que me acostumar com “assuntos que apavoram”. – Camila se vira para mim, colocando sua franja no lugar — Vá em frente!
Sorri meio sem jeito.
— Bem, o assunto envolve a mim, a morada, Harry, Zayn e Selena...
Contei cada detalhe do que me aconteceu, minha verdadeira história e tudo que descobrir ao longo do tempo. Juro que estava esperando uma reação mais assustada de Camila, mas ela me surpreendeu quando apenas balançava a cabeça e concordava. Ela se quer me interrompeu, fomos indo bem, foi quando então, passei para a parte de da maldição, aonde realmente as coisas macabras aconteceram comigo, assim Camila arregalava os olhos, e tremia a cada cena detalhe dito por mim. Mostrei as minhas tatuagens para ela, expliquei o motivo delas surgirem, o que envolvia Harry. Enfim, quando termino de relatar tudo, ofegante e mantendo o bom senso para não desmaiar por fraqueza, ouço Camila responder o seguinte:
— Oh porra, mas que merda, Louis! – Seus dedos estavam tremidos encostados sob os lábios rosados.
Nunca pensei em ver a Camila xingando, nem mesmo, fazendo isso duas vezes em uma frase.
— Pois é! Que belo Carma, não acha? – Solto uma risada ironicamente.
— Sabe o que mais me choca nessa, palhaçada todas? – joga a pergunta no ar, mas logo a responde. — Ela consegue ser uma boa atriz, fazendo aquele papel de boa Suprema, quando na verdade, é uma bruxa descarada. ELA FERROU COM SUA VIDA!
Assenti com a cabeça.
— Eu só queria que isso acabasse, mas parece longe demais de acontecer.
Após alguns segundos, Camila interlaça seus dedos nos meus, me encarando com compaixão e serenidade.
— Eu também tenho que te contar uma coisa – a vejo puxando a manga da sua blusa e esboçando sua tatuagem do sol — Aconteceu quando Lauren me beijou no quarto, foi louco, eu senti muita dor, não acreditava que era uma tatuagem que diria que somos “almas gêmeas”, Lauren me explicou como funcionava. – vi as bochechas da minha amiga ficando vermelhas — Lauren e eu fizemos amor, nesse mesmo dia, ela foi tão carinhosa, não posso explicar em palavras, mas foi. – Camila sorri — Entrei minha alma para Lauren, assim como ela a mim. Digamos que agora sou mesmo uma vampira, pois no último instante, do nosso ápice, Lauren me mordeu. Não foi algo que doeu, e sim, muito prazeroso.
Fiquei boquiaberto com sua revelação, talvez com inveja por ela ter realizado seu momento com a Lauren, como eu queria com Harry, porém feliz por ela ter realmente encontrado o seu grande amor.
— Sente muita sede? – pergunto.
— Todo o tempo. Mas Lauren me ajuda com isso, então digamos que estou indo bem, com esse “lance” de ser vampira. – Camila aperta meus dedos — Louis, nós vamos dar um jeito e acabar com essa vaca.
Ela me abraçou.
Nunca pensei que poderia ter alguém assim, que pudesse chamar de amigo (a), ter a intensidade de sentir o verdadeiro valor, do sentimento que amizade nos estabelece. Estou feliz de contrariar todas as minhas expectativas depressivas do passado.
Um ruído, vindo do corredor, me desvencilhei da Camila, encarando minha avó e Harry, se aproximando rindo de alguma coisa. Fiquei estático com a cena, porque eles estavam tão íntimos – não estava com ciúmes, se é o que pensam, até porque é a minha avó e meu namorado ali –, mas admirado, porque vovó se apagou ao Harry, de modo tão rápido. Nem mesmo com o Shawn, fora assim, custou semanas para ele conseguir um diálogo com a vovó Constance, coisa que o Harry conseguiu em um dia. E quando os olhos dele encontram os meus, vejo ele sorri muito contente, gostaria de saber, o que a vovó havia lhe dito.
— Nossa, achei que foram esconder o corpo em algum lugar! – soltei a ironia, encostando minhas costas nas almofadas.
— Ora, não diga besteiras Louis! – Vovó bradou comigo, indo até sua poltrona, aonde ficava próxima da lareira e ao lado aonde a do vovô ficava.
Ela coloca seus pés sobre a mesa de centro me encarando e a Camila.
— Sua avó...
— Vovó Constance! – Minha avó, corta a fala de Harry.
Ele solta uma risadinha, com as mãos entre os lábios.
— A vovó Constance, disse que você e a Camila, precisavam ficar um tempo sozinhos. Então me levou para o quarto dela, aonde me mostrou fotografias suas de quando criança... Você sempre sendo encantador, as fotos foram a prova disso! – Harry se senta ao meu lado.
Que maravilha!
A família em certos casos, quando são muito próximas de você, te fazem passar por cada vergonha. Era como me sentia agora, após saber que a minha avó, andou me expondo para o meu namorado. E se tivesse um buraco para me esconder ou um lugar aonde pudesse cavar um, provavelmente eu iria entrar nele agora.
— Vovó não acredito que fez isso! – coloquei a mão na testa.
— Ora, claro que fiz. E deixe de bobagens, você estivesse horrível em todas as fotografias tiradas. – ela rolou os olhos.
Senti as mãos de Harry, deslizando por detrás de mim, isso meio que me fez mexer um pouco. Logo sinto seus dedos fazendo um carinho na minha cintura. Ele não sabe como me deixa desconcerto com aquilo, mas como eu amo.
— A senhora não acha que é bom ter um animal de estimação não, vovó? Para lhe fazer companhia e não ter que ficar sozinha.
Perdi meu avô, agora, depois que não estou mais aqui, sei que a maior parte do tempo a vovó fica sozinha. Eu perdi um, não quero perder outro.
— Eu não tenho mais essa paciência querido, nem mesmo para cuidar de um animal, minha coluna não me permite abaixar para pegar uma vasilha e enchê-la de ração ou água quanto mais para dar um banho em um daqueles animais. Foi se o tempo em que eu era flexível, Ben sabia muito bem disso quando estava vivo! – ela sorri maliciosa, segurei a vontade de por o que comi para fora, ao imaginar meus avós de saliência, credo, isso é muito nojento. — Mas estou bem, não se preocupe. Sua mãe ficará um tempo comigo, isso já é grande coisa. Sou uma velha e provavelmente se tivesse um animal, no momento em que fosse pegá-lo, cairia com as costelas quebradas e me encontrariam morta.
— Nossa vó, não fala uma coisa dessas! – a repreendi.
— Eu acho, que está em forma, vovó Constance! – Camila sorri.
— Oh querida, obrigada pelo elogio, para essa velha senhora. Mas eu realmente estou nos meus últimos, quando a velhice vem, tudo que esperamos é a morte chegar. — Vovó se arrumou na poltrona, nos encarando quando ninguém disse mais nada. — Então, o que querem me mostrar? Ou dizer?
Olhei para o Harry, que assentiu com a cabeça, como se estivesse dizendo “Ficará tudo bem”. Assenti, engolindo em seco e puxando o papel que Zayn me entregou antes de virmos para cá.
— Queremos saber, se a senhora consegue traduzir isso! – A entrego-o.
Vovó baixou, seus óculos de grau redondos, olhando seriamente para o papel em suas mãos.
— Querido, pegue aquele livro de capa amarela para mim, sim? – Vovó apontou para a estante.
Assenti, indo até a mesma. Ali, havia de livros literários, aos da guerras, histórias. Entre outras, mas o que a vovó me pediu para pegar, era um dicionário em Latim. Eu sabia que tinha algo haver com a linguagem usada quando Cristo andava sobre a terra. Carreguei o livro e estendi para a minha avó, ela inclinou o corpo para frente, pousando o papel, sobre a mesa, assim que abriu na página. Em seguida puxou uma caneta vermelha e começou a escrever na parte de baixo da folha.
Ela estava concentrada e séria, sussurrando algo baixinho. Harry e Camila, se levantaram para ver o que estava acontecendo ali, mordia os lábios, apreensivo. Quando a vovó termina, estendeu o papel sobre a mesinha, ela estava ofegante e cansada, mas nos deu a tradução, tanto para o Latim quando para o Inglês:
“Id autem quod est in maledictum non erit pati in tempestate et faciam eum ad illam tandem cadere in the terram, erit anima tua erunt et deficere faciam hanc protestarem... Ludovici erit mihi servus, et usque non sciunt eius radios et causas in potestate verbo mea, anima tua, et ex caligna reservavit demergunt in infernum”
Aquele que está sob está maldição sofrerá a tormenta e irá causa-la em seu último cair sob a terra, sua alma será minha e eu vou consumir esse poder...Louis será meu escravo e enquanto não souber suas raízes e motivos, estará sob meus mandatos, sua alma irá mergulhar na mais profunda escuridão do inferno!
Quando vi o que realmente significava, tremi colocando as mãos em meus lábios, só não fiquei estático no chão, porque Harry estava me segurando. Não, aquela maldição me deixou ainda mais zonzo.
Tudo estava ligado ao fato de eu me descobrir, saber quem realmente sou. Mas há o grande problema naquela merda toda. Eu não sei, quem sou. Explica isso, quando uma vez, na entrevista de emprego, fizeram a pergunta final “Quem é Louis Tomlinson?”. Sabe o que eu fiz?
Corri às pressas para fora do lugar, respirando ofegante como se tivesse feito uma grande maratona. Me senti um lixo, por não saber responder quem sou. Porque geralmente, as pessoas sabem a resposta na língua. Quanto a mim, não fazia ideia alguma. Agora minha vida depende disso, “saber quem sou” ou “meu devido lugar”. Não, estava mais que errado, eu estou com medo, porque sei que está tudo perdido. Não adianta dizerem que eu vou descobrir em breve a resposta, mas eu sei que não. Passou tanto tempo, nunca cheguei a uma verdadeira resposta, pode parecer algo pessimista mas não tinha nada haver com isso, droga, não tinha.
Senti minha esperança esvaindo como pó ao vento forte. Tudo ficou em desfoque, quando Harry entrou no meu campo de visão, ele acariciava meu rosto com o olhar preocupado.
— Vamos arranjar uma solução! – Ele dizia com a voz trêmula — Não vou perder você de novo, ouviu? Vou dar um jeito nessa merda.
Comecei a lagrimar, meus olhos estavam ardendo muito.
Ergo meu olhar para aonde Camila se encontrava, ela estava com as órbitas negras e parecia se debater contra algo, o vento começou a ficar forte, levantando as cortinas a ponte de arrancá-las. De repente, minha amiga estava balançando os braços no ar, como se estivesse sendo possuída, seu corpo virou na minha direção, comecei a ficar preocupado com ela.
Me permiti ficar ereto em meu lugar, podia sentir as mãos de Harry na minha cintura. A vovó lia as palavras da maldição, em Latim enquanto dei meus passos para a frente.
— Mila? – Indago, com a garganta queimando.
— Lou, cuidado! – Harry tentou me segurar, mas me soltei.
— Ela é a minha amiga! – Disse desesperado, me virando para ele — Alguma coisa está acontecendo com ela e...
Mal termino de completar a frase, quando sinto Camila segurando na minha mão. Foi cair sobre um posso escuro no meio de um espaço, você desvia mais não sabia o fim dele. Minhas pernas travaram no chão, eu não estava sendo machucado por Camila, ela estava me mostrando sua visão, abriu sua mente para que eu entrasse dentro dela e visse meu futuro...
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A lua estava banhada pelo vermelho devastador, o céu é toda a cor que via, era aquela, o cheiro de sangue era bem o que meu olfato aspirava. Eu via tudo por detrás dos olhos da Camila.
Todos os alunos da morada estavam ali, humanos, vampiros que nunca vi na vida.
“Não, Lou”, ouvi alguém gritar, olhei para o nada, mais a neblina ocultava a minha visão. De repente uma chuva de sangue começa, não tinha como fugir, as pessoas que estavam paradas ali: minha família, amigos...pareciam zumbis, ficando somente em uma pessoa. Ela era Selena, cuja estava com um sorriso triunfante, na sua mão uma adaga com o mesmo formato do meu colar. Ela usava um vestido preto de seda, cujo se arrastava sob o chão cheio de sangue, ao seu lado direito estava Zayn e Justin (o lobisomem), eles estavam parados como os outros, sem os olhos, não sendo quem realmente conheci um dia, atrás deles estava Shawn, sorrindo diabolicamente para frente. Suas mãos mexia e as palavras estranhas saiam da sua boca. Ao seu lado esquerdo estava Harry, com seus olhos negros como a noite sem estrelas. Selena segurou em seu rosto, juntando seus lábios em um longo beijo envolvente.
Senti uma raiva descomunal, ela tinha que tirar as mãos dele.
Mas parei no mesmo instante em que percebi que ela pisava em um corpo cheio de sangue, torto como se tivesse travado uma batalha dura e perdido de modo sórdido e doloroso. Reconhecia muito bem àquele corpo, porque era eu bem ali, debruçado e sem vida.
Dessa vez, sentia que não voltaria mais a reencarnar, eu havia ido embora, deixado tudo nas mãos da Selena, ela estava mais poderosa, tinha tudo o que era meu, ouvi sua risada alta. Em seguida as imagens se distorceram, tudo passava muito rápido, mas sabia que eram acontecimentos que ainda iam vir a tona na minha vida, tudo que decorreu fora:
“LOUIS!”
“Não, não, sou um monstro”
“Você é meu, seu merda!”
“Tic-toc, tic-toc”
“Você tem pouco tempo”
“Tarde demais”
“Cair sobre a terra e acabar com a praga”
E tudo foi voltando, como uma passagem de tempo, estava subindo e voltando para o início da queda daquele poço que caí....
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Fui arremessado para o outro lado da sala, batendo as costas no chão sentindo os estalos fortes. Camila caiu do outro lado também, nesse momento a vovó havia parado de repetir as palavras em Latim. A dor de cabeça que senti foi muito forte, ela latejava sem parar. Meus olhos tremiam ao lembrar da cena que vi e as palavras que provavelmente vou ouvir em breve.
Camila me mostrou o meu futuro, eu sabia que tudo levava a minha morte, droga, odiei o que vi, odeie ainda mais a Selena. Não gosto de odiar, é algo que te contamina e destrói o que é bom dentro de si, mas na situação em que me encontro não posso, não tem como evitar e fingir que é só coisa de momento.
Harry entra novamente no meu campo de visão, mantendo suas mãos em meu corpo, ele estava assustado e preocupado. Olhei em seus olhos a procura de respostas e ajuda, mas vi que ele estava fazendo o mesmo.
— Você viu? – Indaguei, com a voz trêmula.
Harry se respirasse, provavelmente estaria ofegante.
— O que vimos, não vou deixar que aconteça! – ele foi direto — Ela não vai conseguir o que quer...
Toquei nos seus lábios, queria que ele parasse de dizer coisas positivas, porque eu já sabia qual era mesmo o meu destino. Harry me ajuda a levantar, com cuidado, mantendo suas mãos no meu corpo para que eu ficasse de pé. Do outro lado, vovó Constance segurava na mão da Camila, que estava de volta ao normal, apenas tremendo e me fitava a todo instante.
— Você está correndo perigo, Filho! – Vovó disse, com os olhos tristes — O que esse lugar vai fazer com você, não é algo bom, os cosmos estão sussurrando nos meus ouvidos.
— Está perto? – pergunto quase em choque de desespero.
— Não sei. – Vovó negava com a cabeça — Eles apenas alertam para que mantenha os olhos abertos, pela presença maligna.
Vovó tocou na minha mão, ela estava gélida e seus olhos azuis, fitaram os meus olhos azuis. Ficamos naquilo por alguns instantes, até vovó soltar um suspiro triste e se afastar, ela estava presente mas em seu olhar podia ver a distância, o desapontamento e a preocupação. Eles disseram alguma para ela, que a fez ficar assim, eu só queria saber o que era.
— Temos que voltar! – Harry falou, olhando para a tela do celular — Zayn disse que a Selena, está ainda mais estranha que o normal, ele sente que ela está prestes a fazer um ataque surpresa.
Vovó se afasta de mim, indo até um pote, aonde continha algo dentro que ela mergulhou os dedos e passou sobre meu colar, e meu peito.
— Isso vai ajudar a mantê-lo vivo, é morfina e um pouco de uma das minhas ervas, querido. Elas te ajudaram a achar uma saída na escuridão. – Vovó me fez um carinho.
Tinha algo a mais, no modo que ela usava aquelas palavras, os cosmos e espíritos que sempre falam com ela, lhe disseram algo que ela está me escondendo. Focalizei na sua mente, para ver se conseguia extrair alguma informação ou algum pensamento....
— Louis, pare de querer entrar na minha cabeça, tenha mais respeito pelas minhas privacidades! – levei um tapa forte da Vovó. — Ora bolas, não acredito que estava querendo futricar na minha mente.
— Aí vó! Isso doeu! – resmunguei massageando a região dolorida.
— Que bom, queria ter dado um tapa mais forte. – A encarei incrédulo — Vão, antes que Johannah acorde. Direi a ela que nunca estiveram aqui e que ela desmaiou quando fomos para seu quarto. Sinto que ela, em seus surtos pode acabar abrindo a boca para quem não deve.
Vovó me deu outro peteleco.
Apenas, sentindo aquela vontade de não ir embora, a abracei, eu não queria voltar para a morada, aonde o meu tormento não para. Eu queria ficar ali com a minha família, queria fingir que sou alguém normal e que não corro perigo, que não tem uma louca e psicopata querendo me destruir, tendo um prazer ao fazer isso.
Mas não posso fazer nada, daquilo, porque não tem como, simplesmente tenho que encarar a realidade imposta para mim. De repente senti-me como a última fala da minha avó, “esperando apenas pela morte”. Será que era esse mesmo meu destino?
Nos afastamos e ela sorri, docemente para mim.
— Logo nos veremos de novo meu neto, ficará tudo bem, está certo? – ela beijou minha bochecha — Louis, saiba de uma coisa, querido, em seu último momento, quando sentir que a esperança não virá. Pense em todas as palavras e histórias ditas pelo seu avô. São conselhos sábios, eles irão o ajudar, na hora certa.
Assenti segurando a vontade de chorar e implorar para ficar na sua casa, como fazia quando era menino é minha mãe vinha me buscar.
— Cuida da mamãe, está bem? Não deixa ela voltar pra aquele homem... – Colei nossas testas.
— Vou cuidar. Não se preocupe, Lou!
— Vovó, eu te amo!
Ela sorri.
— Eu te amo, meu anjo sob a luz!
Foi estranho ir embora, parecia uma despedida. Não gosto disso, a sensação ruim estava ali me abraçando, na minha cabeça ainda se passava coisas que indicavam, que minha avó, me escondeu algo, que está prestes a acontecer, mas o que seria isso?
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Voltando para a morada, tivemos que passar pelo pequeno e isolado bosque que nos levava ao muro dela. Harry estava me abraçando de lado, não conseguimos dizer mais nada depois do ocorrido, era como se tivesse plantado a semente do silêncio mais rancoroso de todos. O medo do futuro, do meu futuro, ligava aos de muitos ali, tudo dependia de mim e odeio essas sensação de arcar com responsabilidades.
Comandar...
Poderia ser tudo diferente, eu só gostaria de ser um garoto comum da pequena cidade de Beaumont. Mas parece que a vida, o destino, não gosta de me ver bem, com a vida que tenho. Inexplicavelmente, sei que não se pode esperar muito dela, porque nada vai ser e nunca será sempre, a cores. Estou vivendo meus momentos em preto e branco, a única coisa que me faz ainda estar de pé e com uma mísera esperança, é o Harry e quem amo. Somente.
Não foi complicado passarmos despercebidos pelos seguranças da morada, isso foi bom, porque já fomos para meu quarto. Eu estava deitado na minha cama, com as mãos pousadas na minha perna, encarava a janela ao meu lado, podia ver o jardim iluminado pela luz do dia. Eram quase meio dia ou uma hora, estava tão triste.
Sabe quando você precisa de apoio mas também quer ficar sozinho, triste e chorando?
Eu queria isso, porque estava exausto daquela vida agitada que estava tendo, não sabia como encarar aqueles três rostos da minha frente, o que dizer a eles, sabendo que eles tem ideia do que está se passando. Harry e Camila estavam ao meu lado, quando Zayn estava sentado no pé da cama, massageando minhas pernas.
— Lou! – Camila falou, quebrando o silêncio, desviei meu olhar do jardim para a mesma — As minhas visões futuras, muitas vezes são um aviso, não querem mesmo dizer que vai acontecer como foram mostradas. Uma vez, eu evitei que a minha amiga Dinah, morresse após a ponte cair, porque estava no seu destino, que isso iria acontecer, então, eu de alguma a impedir de sair e consegui deixar que ela dormisse na minha casa. – Camila jogou o cabelo para o lado — Poderia ter salvado milhares de vidas, mas não pude, porque era jovem demais e não tinha ideia de como fazer uma loucura. Mas mantive minha melhor amiga viva, isso quer dizer, que seu destino também pode ser mudado.
Suspirei, realmente não tinha palavras para nada.
— É complicado para mim, essas coisas são como bombas, estão explodindo uma por uma, na minha frente, me acertando de todos os lados. Não sei por onde começar, aonde pisar e não ser ferido, e fazer o mesmo com quem está ao meu redor.
— Isso não significa que tem que desistir agora! – Zayn disse com o tom de voz sério, duro. — Louis você fala, como se isso fosse mesmo seu destino, que não tem chance de acabar com essa porra.
— E tem? – Indago, desacreditado.
— Tem, basta você confiar em que está com você. Em mim, na Camila, no seu namorado. Você acha que não estamos tentando te ajudar com isso? Que é atoa, todas essas porras que estão acontecendo e que nossos esforços são atoa....
— Não é como se eu estivesse pedindo para fazerem isso....
— Ah Louis, para com isso! Não diga asneiras, porra! – Zayn fica de pé, chutando a cabeceira da cama.
Me encolhi, abraçando as minhas próprias pernas e olhando para o símbolo satânico, desenhado na minha pele e que não se curou, desde do dia em que a garota morta o desenhou. Sei que embora, Zayn venha ter toda a sua raiva, estava desesperado, porque assim como Harry e Camila, até mesmo a minha avó, ele não aceitaria me perder para a morte. E eu não estava ajudando muito, com meus comentários.
— Louis, sei que tudo está sendo uma grande merda para você. Mas é como eu lhe disse, vamos acabar com essa vaca, Selena – Camila sussurrou. — Não vai se safar, não importa quando, daremos um jeito de colocar um ponto-final nesse joguinho dela.
Funguei, colocando a cabeça entre as pernas.
— É melhor vocês irem! – Não os encarei, me sentia envergonhado demais.
— Tudo bem! – Camila tocou no meu braço — Você não está sozinho nessa Louis, porque estamos com você até o fim.
Em seguida, ouço passo mais perto de mim. Aquele perfume, eu conhecia bem, Zayn sentou ao meu lado.
— Olha para mim, por favor, doce! – a sua voz, estava mais suave, me virei calmamente, olhando nos seus olhos castanhos — Eu não vou te perder para aquela vadia, de novo, e não deixarei que se entregue a ela. Ouviu bem? Amanhã quero conversar com você sobre isso. Quando estiver mais calmo. — Zayn se inclina, depositando um beijo na minha bochecha — Eu amo você, não se esqueça disso.
Ele se levanta. Harry acompanha meus amigos até a porta, percebo que eles trocaram umas palavras antes de se despedirem. Talvez eu venha uma decepção para meus amigos naquele momento, mas ninguém vai entender que meu medo é maior que eu, no momento. Estou protegido mas sinto que não. Me alivia saber que Zayn está acompanhando Camila até seu dormitório, melhor que um deles serem pegos por um dos seguranças da morada ou pela própria Selena. Acabou que não conversamos no que ela está possivelmente tramando para mais tarde.
Tudo bem, quem sabe outra hora...
Virando para lado, sinto o corpo grande de Harry ao meu lado, se enroscando no meu quando suas mãos me fazem um carinho na cintura. Fechei os olhos, apreciando o momento e emocionalmente, tocado pelo modo como ele estava agindo. Seus lábios, distribuíam beijos pelo meu ombro.
Mordi os inferiores, com o coração acelerado, pela raiva que senti, ao lembrar da Selena o beijo, deixei escapar essa cena da minha mente, para que Harry a visse, sinto ele parar o que fazia e me virar de frente.
— Tire isso da cabeça, não vou beijar a Selena novamente.
— Mas ela pode...
— Mas eu não vou permitir. Porque meus lábios, eles pertencem somente a você, Louis. – seu cenho estava franzido, a medida que seu maxilar mostrava o quão tenso, Harry se encontrava.
Baixei o olhar, imaginando que ele deveria estar me achando um chato.
— E não vai dizer nada, como os outros?
— O que eu tenho pra dizer a você, Zayn e Camila lhe disseram. Mas se a minha palavra for mudar alguma coisa, eu digo a você: as coisas não são tão complicadas quanto parecem ser. E sabe com quem aprendi isso? – Tocou na minha testa — Você. – Suspirei — E quando eu achei que passaria uma mísera vida sob mandado de um velho que era o único me dava sustento, você, Louis, me mostrou que a vida pode ser muito melhor que aquela, e que ninguém pode pisar em mim e eu tenho que me calar, por achar que eles estão certos. Pode parecer, que você não consiga enfrentar o que vem pela frente, mas saiba que pode estar enganado. E, sim. No começo tudo começa a dar errado, você vai caindo toda vez que tenta levantar, quer tentar mas não consegue, acha que desistir é a melhor opção. Só que é com as quedas da vida que conseguimos aprender e ficarmos fortes. Porque você sabe que se correr sobre aquela estrada, tem uma pedra, você sempre caiu por causa dela, dessa vez, você vai pular ela, dar a volta, não vai cair e vai ver, que isso era questão de tempo, para aprender.
Olho em seus olhos, podia jurar que subiram algumas lágrimas ali.
— Não pode deixar que ela, ou qualquer outra pessoa te rebaixe, você sabe seu lugar, sabe exatamente como continuar. Não deixe e não permita, que alguém estrague seu futuro.
— Mas Harry, e seu eu não conseguir? Mesmo que eu tente, acabe falhando e pondo tudo por água abaixo?
— Você não vai...
— E se acontecer? – insistir. — E se ela vencer e eu morrer?
Harry se apoiou no antebraço, para me encarar melhor.
— Eu vou até o inferno para te trazer de volta.
Envolvi minhas mãos ao redor da sua nuca. Juntando nossos lábios, a única forma de me fazer se desprender do mundo ali, era quando estava beijando Harry, e se eu pudesse, passaria toda a minha vida, somente o beijando, como se minha vida dependesse daquilo. Quando nossos lábios se afastam, colo minha testa no seu peito, aspirando seu perfume que tanto amo.
— Vai ficar comigo hoje?
— Eu não vou a lugar algum, se não estiver ao meu lado.
-x- -x-
Eu estava em um roseiral aonde só tinha tulipas vermelhas, era como um mar inteiro e não tinha fim nem começo. Meus dedos passavam sobre cada pétala e sujava com o seu pólen. Eu usava calça jeans bem clara, meus pés estavam descobertos, tocando na grama ver e terra afofada pela água. Não estava usando camisa, mas sentia algo nas minhas costas que se moviam tentei tocar mas estavam longe, então segui meu caminho.
Podia sentir a paz dentro de mim, era tão boa, que me fazia sorrir por tudo. De alguma forma, toda vez que tocava em uma tulipa murcha, ela voltava a florescer. Como se meu toque, fosse algo puro demais para permitir que o que destruía o bem permanecesse.
E de longe, eu vi uma silhueta masculina, possuía um corpo esbelto e alto. Ao local que me encontrava fiquei feliz em vê-lo, quando me vi, estava voando e sentindo as asas das minhas costas me levaram até Harry, porque sim, eu o reconhecia de longe. De modo desajeitado, cai sobre ele, rolamos pelas flores, até pararmos quando meu corpo estava sobre o seu.
Minhas asas sumiram, por um tempo, segurei o rosto de Harry e juntei nossos lábios, estávamos felizes, nada era problema, era nosso mundo ali, podia sentir nosso amor, a cada toque dos nossos lábios.
— Eu te machuquei? – Pergunto preocupado. — Fiz um pouso muito rápido, ainda estou tentando me acostumar com essas asas.
Ele rir, passando o dedos nas minhas penas, eram brancas e cortantes, pesavam um pouco, mas podia suportar o peso.
— Como alguém que me salvou, poderia machucar?
— Boninho! – deitei a minha cabeça no seu peito — Você estava certo.
— Sobre o quê, anjo?
Suspirei, aninhando nossas pernas umas nas outras.
— Sou muito mais do que esperava.
— Louis?
— Hum?
— Amo você.
Sorri, juntando nossas testas.
— Eu amo você ainda mais.
-x- -x-
Abri meus olhos, sentindo as lágrimas escorrendo. Foi triste porque vi que estávamos na realidade novamente, pela primeira vez não tive um pesadelo aquela droga de lugar. Por ter sido um sonho maravilhoso, bastante real, acabei ficando emocionado mais do que o esperado.
Harry se mexeu, ouvindo provavelmente, que eu estava fungando sem parar.
— Tudo bem?
— Tive um sonho. – respondi, limpando as lágrimas que caiam em excesso, estava me sentindo chorão demais.
— Sonho ruim?
— Não, ele era bonito demais. Queria que fosse real. – me virei para encarar seus olhos que estavam perdidos.
— Conte-me...
Neguei com a cabeça, juntando nossos lábios, estávamos em outro beijo. Mas esse demorou porque Harry foi pego de surpresa, mas logo estava me retribuindo. Suas mãos me apertaram, a medida que o beijo se aprofundava. Impulsiono meu corpo para que ficasse sobre o seu, minhas pernas estavam envolta da sua cintura e com as minhas mãos, intensificava o contato dos nossos corpos.
— Lou...não podemos! – Harry disse entre o beijo.
— Por favor! – lagrimei — Por favor!
Harry se afastou um pouco, mantendo as mãos na minha cintura, fitando-me com carinho e voltou a me beijar, deixou-se entregar e que chegássemos a um possível outro nível. Sinto ele apertando a minha bunda, enquanto friccionava nossas intimidades uma na outra.
Deslizei a minha mão até seu ombro, abaixando sua jaqueta, Harry me ajudou a tirá-la, assim como sua blusa. Jogando ambas no chão, encarei por um momento seu peitoral sarado, passando a ponta dos meus dedos neles, sorri e em seguida, o encarei, seus olhos verdes estavam brilhando e podia sentir a intensidade deles sobre os meus azuis. Sei que ele queria um momento perfeito, no local ideal mas eu não queria perfeição, tudo o que eu queria era ele e que fosse com ele.
Harry deposita beijos pelo meu corpo: clavícula, pescoço, maxilar, queixo, nariz, olhos e boca. Estava sentindo o meu eu, ser aquecido por uma chama que não saberia explicar de onde vinha ou deu seus indícios pelo começo. Só sei que era boa e não queria que ela parasse de me queimar.
— Eu não quero machucar você! – Ele murmura.
Toquei nos seus lábios molhados.
— Você não vai me machucar, confio em você. – disse ofegante e olhei para meu pulso — Morda-o.
— Lou...
— Tudo bem, não vai me transformar, apenas me dará um pouco mais de parzer para os dois. – Sabia daquilo por causa das aulas que tive. Harry parecia hesitar, mas ergui meu pulso para ele. — Tudo bem.
Ele suspira, selando seus lábios, sobre meu pulso, ali, colocou suas presas para fora, ficando-as ali. Fechei os olhos, porque senti uma leve dor, mas logo foi cessando, transformando-se em algo mais intenso, eu queria que Harry me sugasse e dominasse a mim. Comecei a rebolar em seu colo, com a minha mão livre, rasguei suas costas com as unhas, Harry gemeu baixinho.
Gemi, porque estava ficando fogoso e excitado, estávamos avançando nosso passo....
— Uou, não esperava ver essa cena! – Ouvimos Liam do outro lado.
Com certa dificuldade, Harry parou de sugar o sangue do meu pulso. Em um movimento rápido, ele me deita e fica sobre mim, nos cobrindo com o meu edredom. Com vergonha, escondi meu rosto no seu peito.
— Por acaso você não sabe bater na porta, Liam? – pergunto nervoso.
— Eu bati, mas vocês estavam ocupados demais para prestar atenção.
Segurei a vontade de rolar os olhos.
— Enfim, vim aqui chamá-los, porque a Selena disse que era para todos os alunos se reunirem no refeitório.
Encarei Harry, preocupado.
— E ela disse o motivo?
— Não, apenas que será algo que vai envolver nosso...futuro...
“Futuro”
Ele é o que evito.
— Já estamos indo! – Harry falou.
Liam puxou uma risada do funda da garganta e disse:
— Foi mal, em relação ao que estavam fazendo. Não queria ter atrapalhado! – Explicou e saiu, fechando a porta.
Frustrado, suspirei, batendo minha cabeça no seu peito. Fechei os olhos, mordendo os lábios. Liam me paga, por atrapalhar meu momento com Harry.
— O que será que ela está aprontando? – Indaguei.
— Acho que só vamos saber, na hora. – Harry olha para o meu pulso — Te machuquei? Está doendo?
Neguei com a cabeça.
— Sinto que as coisas vão começar a acontecer agora. – Murmurei.
— Preparados ou não, vamos sair dessa.
Harry me beijou, deixando seu corpo cair ao meu lado. Olhei para cima encarando aquele teto que odiava mais que tudo, pensando no que poderia nos aguardar....
Notas Finais
Desculpem pela demora e os erros, passei raiva com o meu Word, ele havia apagado tudo o que eu escrevi, pensa na pessoa que xingou...
Mas postei ;-)
Obrigado, pelos quase 2K e aos quase 300 fav. ♥♥♥♥ surtando eu estou hauahuajaj
Sorry pelo capítulo ruim :-/
Bem, próximo capítulo, vai acontecer certas coisas assim .... Terá nosso mais conhecido terror, se preparem, ele será baseado em um pesadelo meu....
O que vocês acham que o Louis, vai ser? O que a Selena está aprontando?
Até o próximo capítulo ♥
ALL the love, A.
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