Capítulo VI
[CAPITULO VII]
[Aviso de gatilho! Tortura, perseguição.]
Ociosidade nunca foi algo que agradou Lethicia. Estar parada, quieta, sem nada para ocupar a mente, parecia solitário. Passar longos períodos em uma mesma atividade, no mesmo livro, na mesma playlist, também não era confortável, sua atenção se dispersava e ela se sentia obrigada a levantar e espairecer.
E doze horas em um avião realmente era um grande período.
Londres estava fria e um tanto sombria, ostentando uma névoa baixa. Não tinham nuvens ou estrelas no céu noturno. A moça entrou no aeroporto, acompanhando a fila de passageiros que esperavam a escala, massageando o pescoço dolorido. Com o troco de duas libras na carteira, algo que parecia um brioche de massa folhada, uma xícara de café quente e o notebook aberto sobre a mesa, Lethicia mandou uma mensagem para Analu, avisando que estava bem e que não aguentava mais ver um avião em sua frente.
Duas horas depois, desejou jamais ter tido tal pensamento.
Leth cochilava em sono leve na poltrona desconfortável, o braço sobre o rosto para proteger os olhos, quando a voz feminina e robótica inundou os alto-falantes, fazendo ela acordar sobressaltada e espreguiçar o corpo. Precisou de toda a força de vontade para compreender a mensagem em inglês.
Atenção passageiros do voo 736-A, com escala em Londres - Inglaterra e destino à Sibiu-Romênia. Devido à neblina densa e previsão de tempestades, o avião foi obrigado a pousar na Espanha e o voo foi cancelado. Dirijam-se ao guichê de informações e serão encaminhados para receber o voucher para a estadia em um hotel próximo. Haverá redistribuição dos passageiros em outros voos. Pedimos perdão pelo transtorno.
Houve um murmúrio baixo de insatisfação entre os passageiros. Ainda um pouco tonta de sono, a moça aprumou a coluna, amarrando os cabelos e acompanhou a multidão que era direcionada por funcionários do aeroporto. O som alto demais dos passos tornava sua enxaqueca mais forte. Estava exausta e ansiava por uma cama e um banho quente.
Assim que teve o voucher em mãos e mais algumas libras trocadas na casa de câmbio para o táxi, ela saiu no vento gelado da noite londrina e respirou fundo. Com um comprimento baixo, Leth sentou no banco traseiro do carro e deu o endereço à motorista silenciosa, encostando a cabeça contra o vidro assim que a mulher iniciou a corrida.
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A moça sentou nos lençóis da cama de casal, soltando um suspiro de cansaço. Lethicia abraçava o próprio corpo de forma protetora, o olhar fixo na parede de tijolos iluminada pela luz dos postes na rua. O hotel para qual foi levada era simples, pequeno, mas serviria bem. Tomou um banho rápido, esfregando a pele que parecia grudenta depois de tantas horas de viagem e vestiu algo quente. Os resquícios de vapor do banho deixaram o quarto úmido e cheirando a sabonete.
Leth apoiou a cabeça no travesseiro. Se cobriu, aproveitando o calor do edredom, mas mesmo exausta sua mente demorou a acalmar. Via o dia amanhecer em um país estrangeiro, insone, afastada de todos os planos que fez durante anos, em uma busca inconsciente por respostas de seu passado. Sentia uma saudade tão profunda de Ivana, que o simples pensamento de que talvez estivesse seguindo a pista errada, que algo de ruim tenha acontecido à sua mãe, preenchia seu peito de culpa.
Querendo ou não, estava sozinha.
Seus pilares estavam longe, separados por um oceano. Subitamente, fechou os olhos com força, mordendo os lábios e permitindo que as poucas lágrimas acumuladas na linha d'água escorressem.
Sua mãe estava bem... Mesmo que não respondesse as mensagens. Ou atendesse as ligações. Mesmo que não desse notícias a semanas...
A sombra de uma risada irrompeu da garganta de Leth, irônica. Aquela situação era tão a cara de Ivana! Tinha seu rosto e nome tatuados. Ela não conseguia ver o que acontecia na pele de outra pessoa que não sua mãe. Tinha a imaturidade nunca superada, o passado clichê hollywoodiano do amor na juventude que gerou a moça, a sagacidade impossível daquele sorriso cativante. Claro, que se alguém fugiria com o homem que amou quando era jovem, esse alguém era Ivana Castro.
Era isso o que todos tanto amavam nela não?
Talvez Conrado Bloodontop tivesse a mesma personalidade de sua mãe. Talvez isso a tenha encantado tanto, a ponto de...
Ela abriu os olhos.
A carta de seu pai estava dentro da mala de mão, envolvida nas poucas mudas de roupa e pertences que não despachou. As palavras escritas no papel velho a perseguiam, não importava o quão profundamente tentasse as esconder de vista. As frases repetiam como mantras, um enigma velado, esperando que alguém o desvendasse.
Não poderei, jamais, expressar todo o meu arrependimento por ter permitido que Ivana e você se afastassem e tudo o que peço é a chance de recuperar o tempo que foi perdido, te dar a oportunidade de conhecer sangue do teu sangue.
A moça não podia ter certeza absoluta de que a caligrafia arredondada de seu pai carregava verdade. Se todo o arrependimento era real.
Porra, ele poderia nem mesmo ser seu pai!
Ou talvez... Lethicia podia ter irmãos, um lado de sua família que talvez aceitasse ela e sua mãe, como seus avós maternos, tios e primos jamais aceitaram. Ela viu durante vinte e cinco anos, a solidão da mulher que a criou, o descaso de todos.
Era egoísta condenar Ivana por querer estar desse lado da moeda?
Era egoísta cogitar que tudo fosse apenas um sonho e que acordaria de volta à sua vida, aos seus próprios problemas, se desejasse muito?
Leth adormeceu assim que o Sol levantou por detrás dos prédios de arquitetura antiga, vencida pelo cansaço físico, pelo fuso horário e pela mente exausta de dúvidas.
Nem ao menos se deu ao trabalho de fechar as persianas.
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Lethicia dormiu durante dez horas inteiras.
Apesar do sono ininterrupto, sua mente estava turbulenta e a moça acordou ao anoitecer, sob a sombra de pesadelos. Os olhos entreabertos captaram pouco a pouco a baixa iluminação, confusa. Seu corpo estava gelado. Ela levantou, os pelos arrepiados. Não chovia em Londres e os resquícios de Sol tornavam a paisagem mais bonita, viva. Estava morrendo de fome.
O voo foi remarcado para a manhã seguinte, às 7:00, mas Lethicia tinha certeza de que não conseguiria dormir novamente. Seu relógio biológico estava uma bagunça e ela não queria continuar deitada. Qual foi a última vez que dormiu tanto?
Em São Paulo, seu prédio tinha paredes finas e constantemente ouvia transeuntes no corredor, mas ali, o prédio antigo, mesmo reformado, tinha estruturas fortes e uma pedra grossa. A falta de som a incomodava. Vestiu as calças jeans forradas por uma camada a mais de tecido e jogou sobre o corpo uma bata de mangas compridas, pesada. Sem muito cuidado, penteou os cabelos e fez um coque. Passou protetor solar por hábito, se concentrando nas manchas de vitiligo.
Com os pés envolvidos em meias quentes, dentro de botas e a bolsa a tiracolo, a moça desceu para a rua estreita, caminhando pelo bairro escuro até surgir pela calçada larga, os faróis incandescentes da avenida faiscando, procurando uma franquia de fast food qualquer para jantar.
O frio da noite estava gostoso e a caminhada a fez se sentir uma turista. Sem esconder a curiosidade, acompanhou um ônibus vermelho de dois andares, com um sorriso bobo no rosto. Nunca visitou Londres, o desvio de percurso ao menos proporcionou a viagem.
A avenida estava apinhada de gente, caminhando em grupos, casais, famílias, alguns tão deslumbrados quanto ela. Apesar da necessidade de jantar rápido, um pequeno estabelecimento, com fachada de madeira escura e vidro, iluminado por lâmpadas amarelas que lembravam luzes de natal, chamou sua atenção. Tinha uma enorme tocha de metal flamejante presa ao chão e um quadro verde desenhado na porta, adornada com vinhas espessas, que davam ao local a aparência de cantina italiana.
Por um momento, Leth folheou o cardápio a la carte da entrada. Não considerou o restaurante caro, mesmo com a conversão de moeda. Seu cartão de crédito também estava disponível internacionalmente.
Ao entrar, descendo dois degraus de pedra por cima de um tapete aveludado, um garçom a cumprimentou e a levou a uma mesa em um canto. Sem muita discrição, ele observou a pele manchada. O brilho de curiosidade se tornou mais nítido quando ela sorriu e o respondeu, no inglês americano e carregado com o sotaque brasileiro.
Pediu um prato de nhoque gratinado e uma taça de vinho seco, observando o local aconchegante, enquanto mandava uma piada interna por mensagem à Analu. Mesas e cadeiras escuras percorriam o salão, onde repousavam toalhas vermelhas e potes com temperos. Uma luminária que imitava galhos caia sobre casa mesa e mesmo assim, o local se mantinha à meia luz.
Em silêncio, Leth aproveitou o momento calmo, completamente recostada, os ombros caídos. Sem pressa, bebeu um gole comprido de vinho e mordiscou o queijo derretido. Decidiu que não pensaria nos problemas, ao menos por alguns instantes. Sua mente conturbada ainda enfrentaria muito até encontrar respostas. Então, ao menos sob a noite londrina, ela prestaria atenção apenas no prato fumegante à sua frente, no talher de aço pesado e brilhante e na taça que refletia a pouca luz do ambiente.
Mesmo que, para isso, precisasse ignorar as dezenas de pares de olhos que a encaravam de diversos lados, como se a moça não percebesse, não estivesse atenta, esfomeados, cruéis e cínicos, desde que colocou os pés naquele restaurante.
Aqueles olhos sorriam com caninos estranhamente alongados, que brilhavam tanto quanto a lua prateada. Pareciam despi-la, esmaga-la. Lethicia percebeu a atenção sobre si, emoldurando rostos que Leth nunca viu, mas que pareciam a conhecer intimamente.
Um arrepio escalou sua coluna. Prendeu a respiração, a sombra do medo ao lado.
A facilidade com que seu coração iniciou uma maratona a aterrorizou.
Aquelas sensações não chegavam nem perto de serem normais. Lethicia nunca havia experimentado um horror tão poderoso.
Se arrependeu de não ter comprado um Fish and Chips em qualquer outro lugar. Sorveu o vinho praticamente em uma golada e engoliu a massa, querendo sair daquele restaurante o mais rápido possível.
O garçom devolveu o cartão, se afastando devagar. A moça, com muito esforço, manteve o queixo erguido enquanto serpenteava entre as mesas para sair. Nem o tom de pele escura, nem as manchas ou o sotaque estrangeiro justificavam tanta atenção cínica. Leth sabia que olhavam, estava acostumada, mas aquilo passava de todos os limites.
Arrumou a alça da bolsa no ombro, afundando as mãos dentro do casaco e sentindo a ventania gelada chacoalhar os fios soltos do cabelo. Caminhou lentamente pela avenida, respirando fundo para acalmar os ânimos que teimavam em deixar sua nuca arrepiada. Deixou seu olhar cair em um grupo de adolescentes que comiam um salgadinho picante, o coração apertado de saudade ao lembrar de Analu em um momento parecido. Checou se a amiga havia respondido sua piada. Sentia falta da voz esganiçada da mais nova, do seu jeito divertido e fez uma anotação mental para ligar para Ana Lúcia no quarto.
Levando como referência uma grande árvore de tronco retorcido, tomou seu caminho de volta ao hotel por uma rua lateral, com iluminação mais tênue. A noite avançava e, comparada ao horário em que saiu do prédio, a escuridão tornava a rua vazia e pouco convidativa. Cantarolou baixinho, tentando diminuir o estranho silêncio ao redor.
Um fungar baixo às suas costas disparou um alarme por todo o corpo da moça. Fingiu observar uma pequena poça d'água no asfalto e pela visão periférica, avistou a silhueta de um homem, caminhando a poucos metros, as mãos dentro dos bolsos do casaco. Seu peito formou um nó e quase imperceptivelmente, ela apertou o passo.
O homem acompanhou.
Um minuto inteiro se passou, parecendo interminável. Do lado oposto da rua, o olhar profundamente verde de outro homem, que parecia familiar, de cabelos claros e despenteados, a encontrou e o mesmíssimo arrepio de horror que sentiu no restaurante se espalhou por seus músculos. Lethicia engoliu em seco, apavorada, quando o desconhecido atravessou a rua e se juntou ao outro homem.
Leth virou na próxima esquina, seguindo o que lembrava do caminho para o hotel e desejou que estivesse errada em ter medo. Os homens surgiram atrás um momento depois e se arrependeu profundamente ao ver que a iluminação ali era ainda menor. As janelas de todos os prédios estavam fechadas e cobertas por cortinas.
Uma péssima escolha para rota de fuga.
Recostado de forma estranha, fumando um cigarro comprido e preto, estava um homem jovem, de cabelos compridos e louros, o rosto semi encoberto por sombras. Sua boca se entreabriu, deixando escapar uma nuvem de fumaça e ele virou para Leth. Sorriu, sádico e Lethicia soube que não deveria estar ali.
— Ei, vem cá! — O homem chamou em um inglês carregado de sotaque britânico, franzindo as sobrancelhas. Ele jogou o cigarro em uma valeta e a seguiu.
Leth não esperou um segundo para segurar a bolsa firme nas mãos e atravessar a rua vazia correndo, em velocidade de fuga, o vento chicoteando o rosto desfigurado pelo medo. As botas a incomodavam, mas correu durante anos atrás de ônibus e trens, sobre plataformas muito mais altas do que as que usava, em meio à chuva e ao vento. O asfalto de Londres não seria seu empecilho.
Não se permitiu olhar para trás, a umidade do ar obrigando a semicerrar as pálpebras. Visou a esquina mais próxima, qualquer lugar em que não estivesse sozinha com três desconhecidos.
Mas a moça não conseguiu nem ao menos chegar à outra calçada.
A figura do homem britânico, fedendo ao tabaco, surgiu à sua frente como se sempre tivesse estado ali, os braços cruzados sobre o peito. Em seus olhos, brilhava diversão. Lethicia perdeu o ar, arfando por oxigênio e, desnorteada, trombou com o homem. Ele não esboçou uma sombra de movimento, mastigando o ar calmamente.
— Caralho, como você... — Ela disse, inconscientemente, em português, confusa.
Nem um atleta poderia correr tão rápido, era inumano. Seu corpo recebeu uma descarga de adrenalina e Leth tentou escapar novamente.
Não deu três passos.
Ela congelou de horror. A moça empalideceu, tremendo até o menor dos ossos e se recusou a acreditar. Outras três pessoas entraram em seu campo de visão, ainda com rostos e corpos semi ocultos pelas sombras, mas nenhuma delas apareceu de uma rua lateral ou de portas. Seus pés sequer tocavam o chão. Uma mulher correu por toda a extensão de uma parede de concreto, tão rápido que seu corpo se tornou um borrão sem forma e sorriu para Lethicia de forma faminta. Os caninos eram longos, pálidos. Outra de suas perseguidoras saltou do telhado de um dos prédios, arrancando poeira das calhas e sentou no topo de um poste que iluminava a rua, tênue, como se não pesasse nada. Ambas tinham uma beleza inumana, carregada de um fundo mortal e perigoso. O último dos vultos tinha porte masculino e braços poderosos. Apoiava as costas no vidro de uma janela no segundo andar, limpando as unhas de forma despreocupada.
Eram seis...
Ela estava cercada por seis seres, sem a menor ideia do que eram.
Girou em seu próprio eixo, sentindo os músculos rígidos, a mente um turbilhão, uma tempestade de rotas de fuga surgindo e sendo imediatamente descartadas. Todos tinham feições muito parecidas, traços do tipo que se herdava de um ancestral em comum, cabelos em tons de dourado e olhos claros.
Todos com a mesma expressão, carregada de uma satisfação cruel.
— Puta que pariu... — Xingou a moça, ainda em português.
— Chore em uma língua que consigamos entender. — Aquele que imaginava ser seu primeiro perseguidor zombou em um inglês arrastado, entediado, ainda com as mãos nos bolsos do casaco. — Não que mude alguma coisa, mas vai ser mais divertido.
Lethicia o encarou por um instante, o suficiente para reparar em cicatrizes grossas no rosto e deu um passo para trás, suando frio. Fincou as unhas mais fundo na bolsa.
— Que merda vocês são?! — Leth gritou em inglês, trincando os dentes. Esquadrinhou cada um deles de cima a baixo, suas pernas mal suportando o peso do próprio corpo.
Os sorrisos cruéis que direcionaram a ela confirmaram o que preferia não pensar. Não sobreviveria tempo o suficiente para saber a resposta.
Poeira e folhas se ergueram, formando um redemoinho de ar lúdico, quando o corpo de um dos seres voou, transpondo os poucos metros até ela. Com um único golpe de força descomunal, o homem que até o momento observava tudo calmamente do peitoril da janela atingiu a cartilagem dos joelhos da moça, a quebrando com um estalar alto e, imediatamente, Lethicia caiu.
A dor foi algo sem precedentes, sem comparação, parecia exagerada até mesmo para tamanha a violência do golpe. Ela fez menção de gritar, mas sua garganta fechou, seca, suas feições desfiguradas em um grito sofrido. Lágrimas escorreram pelo rosto.
Uma das mulheres se aproximou e obrigou os ombros de Leth a recostarem contra o asfalto, cruelmente desconfortável. De olhos semicerrados, a moça esteve cara a cara com presas compridas e percebeu, horrorizada, que as mãos da mulher provocavam hematomas em sua pele ao simples toque.
Sem esperança, ela fechou os olhos e desejou uma morte rápida, entendendo que, o que quer que fossem aqueles seres, seriam seu fim.
Mas a pressão sobre seu corpo desapareceu com um baque, como se a mulher tivesse sido arrancada de cima dela. Foi como um sopro de vida. Lethicia entreabriu as pálpebras, o corpo tremendo e involuntariamente deitou em posição fetal, confusa.
Se arrependeu no momento seguinte.
Seu olhar encontrou uma sétima pessoa, também familiar, ainda que de outra forma. Tinha cabelos loiros de um tom escuro, cortados rente a cabeça e corpo esguio, alto, mas suas feições eram mais novas. Aquela jovem era como os outros, tinha o mesmo maxilar desfigurado pelos caninos compridos e uma brutalidade desproporcional ao biotipo de poucos músculos. Aterrorizada, Leth a viu socar diversas vezes o rosto da desconhecida que antes a imobilizava, colorindo a rua com sangue escuro e fresco, infestando o ar com um odor agressivo.
Imponente, as mãos ensopadas com o líquido viscoso, ela ergueu o corpo, chutando sua perseguidora estirada no chão, como se checasse se estava viva. Mesmo cercada, não havia uma gota de receio ou medo naquelas íris profundas e brilhantes. De soslaio, verificou se Lethicia continuava no chão. A jovem observou cada um dos seres, os olhos se tornando linhas finas no rosto e por fim, seus lábios se repuxaram em um sorriso.
— Péssimo dia para caçar, Redshiners. Escolheram a humana errada, uma pena. — Anunciou, a voz firme com forte sotaque escocês.
Devagar, com movimentos semelhantes aos de um felino, uma mulher de aparência sábia mas feições que revelavam uma idade próxima à de Leth, escorregou pelo poste de luz e pousou na calçada, à uma distância calculada. Sua voz era doce, mas tinha a imponência de uma líder.
— Mira Bloodontop. Está longe de casa Cadela, em nosso território e não lembro de ter sido anunciada. Espero que saiba das consequências.
— Estou ciente das minhas ações. — A jovem, Mira, tirou os fiapos de cabelo rebelde que se espalhavam pela testa, deixando resquícios do sangue que sujava seus dedos. — Tenho certeza que vão querer minha cabeça por isso. Pois bem. Tentem.
[NOTAS]
Oiee mis milhos pra pipoca! Como vão vocês? Estou indo bem demais, agradeço por perguntarem, ainda mais que o natal passou a alguns dias e eu recebi dois livros de presente kakakak Dezembro ainda promete e faltam três dias pra acabar!
Publicando capítulo no domingo, como é de praxe e apresentando uma nova pessoinha! Várias na verdade, mas acho que a que tem mais importância agora, é nossa Mira Bloodontop, que chegou já fazendo estrago! Eu curto a Mira por ela saber que é foda e usar isso ao seu favor de forma sádica, é algo que tô adorando escrever quando preciso! Outros detalhes desse capítulo... Dona Leth confusa demais com tudo o que tá acontecendo com ela, com medo e cansada! Acho que define muito tudo o que ela ta sentindo kakakakka O próximo capítulo me deixa feliz demais, por quê entre todos, é o que tem mais ação, por enquanto e o que, depois do V, me deixou mais feliz com o resultado!
Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais MESMO! Agradeço por todo o carinho e apoio, por todes es fantasminhas que estão lendo e me deixando ainda mais feliz! Capítulo novo sai quarta feira, primeiro dia do ano, para começar com chave de ouro. Ou chave de sangue, talvez!
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