
☆EU SOMENTE QUERO SER DIGNO DELA☆
KIM TAEHYUNG
APÓS DEIXÁ-LA EM CASA, ME JOGUEI EM CIMA DO SOFÁ, nessecitava com urgência processar tudo que ocorreu em apenas uma mísera noite. Nós visitamos o passado, a cena me deixou possesso o que não é nada bom, ela ficou hiper irritada — com razão — saindo logo em seguida me fazendo procurá-la e depois de uma conversa acabamos nos beijando… beijando… beijando…
E a cena se repetia inúmeras vezes causando ansiedade dentro de mim, um turbilhão de emoções se apoderaram de meu corpo, era um misto tão forte que estava me deixando com o cérebro letárgico. Eu já deveria saber que se por ventura um beijo entre nós ocorresse acabaria nesse estado. E somente agora descobri que no fundo ansiava por ela, ansiava ter ela por perto novamente, por momentos assim.
Argh! Por que minha cabeça tá processando tanto? Por que não paro de pensar nela, na boca dela, no corpo dela, na voz dela, no jeito de andar dela, do seu aroma… chega! Se alguém tivesse o poder de telepatia e lê-se minha mente pensaria com toda certeza que sou um completo pervertido. Não sei o que fazer com esses sentimentos instalados no meu peito.
— Preciso de um banho. — Levantei retirando meu casaco deixando-o sobre o sofá rumando o banheiro.
Aquela conversa com ela me deixou pensativo, pensativo demais. A hora do banho nunca foi tão reflexiva. Encostei minha testa no azulejo frio deixando metade das minhas costas debaixo da água quente que corria por meu corpo me pondo a pensar.
Eu tenho algum objetivo? O que eu quero da minha vida agora? Como eu quero viver? Quero ser lembrado assim como estou sendo?
Não, minha vida não faz nenhum sentido. Estou apenas existindo, respirando, comendo, fazendo necessidades, gastando energia e água, nem prazer eu me dou ao luxo de ter... Quando foi a última vez que senti tesão? Quando foi a última vez que senti ansiedade em ter um corpo nu junto ao meu? Quando foi a porra da última vez que transei? Ah sim, foi com ela. Todas as últimas vezes que senti alguma dessas coisas foi com ela.
Ah, Joohyun!
Soltei um longo suspiro enfiando minha cabeça sob a água quente, meus olhos fechados profundamente, maxilar trancado... Tudo isso me fez chegar a uma conclusão: eu preciso de ajuda, preciso me encontrar, preciso encontrar o verdadeiro Kim Taehyung, caso contrário ficarei nesse fundo do poço para sempre.
Procurei na internet um bom um consultório psicológico, dentre todos que busquei apenas um era próximo. Anotei o número na agenda mais próxima que encontrei na escrivaninha. Amanhã, amanhã estarei marcando uma consulta, o meu eu de hoje nunca ansiou tanto o meu eu do passado, o meu eu de dois anos atrás. Minha mão se moveu automáticamente sobre o mouse abrindo uma pasta antiga no notebook, quando o vídeo começou a rodar tudo ao meu redor parou.
Aquele cabelo esvoaçante, aqueles lábios pintados levemente de vermelho, os olhos castanhos, o sorriso bobo, o vestido de alcinha branco balançando conforme o vento e os pés descalços sobre a grama verde do sítio que nossos pais alugaram para passarmos as férias de verão... tudo despertou um sorriso ainda mais bobo nos meus lábios, despertando também lembranças de uma época tão feliz.
Havia gravado um vídeo enquanto ela dançava uma das músicas aleatórias de um dos drama que acompanhava. A letra falava sobre o amor, combinava tanto com o nosso momento. Seus pés iam para lá e para cá, até que seu corpo se aproximou de mim notando que a filmava, sua bochecha corada e as mão cobrindo o rosto me derreteram... abaixei a tela do notebook não me permitindo sofrer mais ao desejar aquilo de volta, lembrar que eu fui o causador da dor que feriu ambos, de tê-la afastado, machuca profundamente meu coração.
Me deitei esperando o sono vir, porém mais uma noite dormirei infeliz.
🌠
O lugar é branco, tanto as paredes quanto o piso, um caso de palmeira ao lado da mesa da secretaria, duas fileiras de cadeiras até que confortáveis. Meus pés batiam freneticamente sobre o piso de porcelana, minhas mãos começaram a suar mesmo naquele frio.
— Senhor, Kim Taehyung! — a voz suave da secretaria me despertou da ansiedade da qual estava preso. — A doutora pediu para que entrasse. — Sorriu amigavelmente guiando-me até a porta do consultório.
A abrir encontrando uma mulher de fios claros, um loiro escuro talvez, de coque, vestida de branco e saltos pretos, a única cor que compunha seu look com uma prancheta nas mãos.
— Senhor Kim, sente-se. Seja bem-vindo, espero conseguir ajudar o senhor. — Sorriu.
— É um prazer doutora Han.
— Por favor, pode me chamar apenas de Yerin.
— Então por favor, me chame apenas de Taehyung.
— Certo! Temos um acordo. Me acompanhe, Taehyung. — ela se levantou da cadeira indo para o fundo da sala se sentando em outra apontando para um sofá. — Venha, temos um papo para começar.
Caminhei até o sofá me sentando enquanto ela lia um papel que estava preso a prancheta.
— Então, Taehyung vou começar sendo bem direta com você. O que te trás aqui? Por que estava buscando a minha ajuda? — Indagou deixando a prancheta sobre o colo.
— Quero sair do buraco onde me enfiei, quero parar de me sabotar.
— Do que estamos falando? Pode se abrir, estou aqui para lhe escutar, e devo lembrá-lo que não estou conversando com o grande astro, Kim Taehyung e sim com o Kim Taehyung, apenas ele.
— Você diz: "grande astro", quando na verdade eu sou um ex astro, fracassado e derrotado.
— Isso quem está dizendo é você. Mas por que não me conta desde o começo, o motivo de tudo ter acontecido?
— Eu era tão diferente de agora. Era um cara paciente, menos impulsivo, só queria viver bem e tranquilamente e realizar meu sonho... — Disse cabisbaixo.
— E o que mudou agora?
— Tudo que planejei falhou. Meu grande amor deixei escapar, minha carreira foi pelos ares em pouco tempo e agora vivo por viver.
— Você quer mudar isso, certo?
— Sim, eu quero mais que tudo. Quero que consertar minhas burradas, mesmo sabendo que terei que arcar com elas encarando de frente.
— Vejo que você realmente quer uma mudança na sua vida, e eu estou aqui para te ajudar a superar essa fase.
— Obrigado, Yerin.
— Não me agradeça ainda, deixe o agradecimento para o final quando a terapia tiver realmente te ajudado.
Passou dois dias e tudo que eu contava a doutora era apenas o que vivênciava no dia a dia. Evitava contar como virei um derrotado, contudo uma de suas perguntas me deixaram encurralado, não tinha como escapar dela.
— Como foi o término com a Joo-Hyun? — Engoli seco.
— Não foi um bom término. Graças a mim, os dois saíram com feridas que provavelmente nem o tempo cicatrizou ainda. E o pior de tudo é que eu continuei ferindo ela...
— Pode me contar melhor como aconteceu? — Encarei minhas mãos sobre o colo, as mexendo freneticamente.
— Deixei que meu ciúme tomasse conta de mim, permitir que uma situação obviamente planejada pelo Cha Eunwoon, destruísse o que tinha de mais belo. Ele queria acabar meu namoro com a Joo-Hyun, desde quando entramos na faculdade ele não tirava os olhos dela e fazia isso para me provocar, e quando eu vi os dois se beijando, foi o fim pra mim. Briguei com ela como jamais havia brigado, disse que ela me enganava, me usava duvidei do amor dela, para no fim ela jogar o anel de namoro em mim e sair correndo com os olhos cheios de lágrimas. Ambos saíram com os corações feridos naquele dia.
— Você se arrependeu depois? Descobriu tudo?
— Ah!... — passei as mãos pele cabelo jogando para trás. — Sim, eu me arrependi quando percebir ser tudo parte de um plano dele. Eu tentei corrigir meu erro, mas era tarde demais.
— Porquê?
— Ela tinha ido embora. Foi estudar fora. Naquele instante eu não percebir, mas foi ali que eu começei a morrer aos poucos, foi exatamente ali que Kim Taehyung, foi deixando de existir lentamente. Eu segui minha vida é claro. Após a conclusão da faculdade trabalhei num teatro e foi atuando em uma das peças que encontrei o cara que mais tarde iria se tornar meu agente. Kim Seokjin, foi o melhor agente que eu poderia ter, graças a ele entrei numa boa empresa e em pouquíssimo tempo me tornei o astro que sempre sonhei. Era magnífico ter pessoas aclamando por mim, ter meu fanclube, ser reconhecido pelo meu ótimo trabalho...
— Mas pelo seu tom de voz, isso não era o suficiente para te fazer feliz, não é? — Concordei com a cabeça.
— Ainda havia um vazio em meu peito que só se preencheria com ela ao meu lado. E foi isso, esse vazio que foi tomando conta me destruindo. A falta dela, o peso da culpa sobre meus ombros me fizeram afastar das pessoas aos poucos, depois não satisfeito a bebida servia de companhia era o que me permitia fugir da realidade por um mísero momento, a bebida começou a perder seu efeito então brigas desnecessárias entraram para a lista de coisas para preencher o vazio... Eu tentei sair com algumas mulheres, talvez prazer me ajudasse, entretanto ao beijá-las eu sacava que aquilo não era correto, não adiantava.
— Senhor Kim, você tem consciência de que o passado não voltará, muito menos o Kim Taehyung que fez parte dele. O que tem que ter em mente é que você hoje está tendo a oportunidade de mudar, ser alguém melhor corrigir os erros e buscar pela felicidade independente se conseguir voltar com a Joohyun, certo? — Olhei nos olhos de Yerim concordando.
Eu sabia que ao mesmo tempo que podia ter uma nova chance com a Joohyun, eu também poderia já tê-la perdido, contudo eu necessito dessa mudança para valorizar mim mesmo.
— Ótimo! Nosso tempo acabou. Espero que tenha tido uma boa experiência hoje, e que você tenha notado o quão bom é desabafar com e não sofrer na solidão.
— Muito obrigada doutora. — Me levantei e ela também. — Até a próxima consulta.
— Até!
Dirigir até o supermercado, precisava repor alguns alimentos. Respirei fundo ao estacionar, peguei a carteira e próximo dela havia um boné, encarei o acessório, mas o deixei lá. Eu tinha que encarar o meu medo, arcar com as consequências. Entrei pegando uma cesta, tentei ser o mais rápido possível, no entanto a fila dos seis caixas estavam cheias. Mais uma vez respirei fundo analisando a cesta em minhas mãos até encarar os incensos, não pude conter um sorriso. Joohyun ama incensos, ela sempre colocava um para queimar em seu quarto e sempre era o mesmo incenso, lavanda. Peguei a caixinha cheirando, que nostálgico.
— Ei, você é Kim Taehyung, certo? — Fui tirado do meus devaneios com brutalidade. Levei meus olhos as duas moças paradas ao meu lado que me encaravam sem qualquer tipo de vergonha.
— Eu…
— É ele mesmo, o astro que teve a carreira na lama por causa de todos aqueles espetáculos noturnos. — Meus olhos se arregalaram, o coração começou a pulsar forte. Mais olhos ao redor começaram a me encarar, de repente todos da fila onde estava e a do lado só olhavam para mim. Era desesperador.
— Por onde você esteve? Não me diga que estava internado por conta da bebedeira.
— Você se isolou do mundo.
— Deve ser por vergonha, eu também ficaria assim.
Todos aqueles comentários penetraram meus ouvidos e mente, me fazia afogar no medo do passado, no medo de que justamente esse tipo de cena que tanto evitei acontecesse. Meu corpo travou, não conseguia ao menos falar, eu só queria sair daquele supermercado correndo.
— O que está acontecendo aqui? Nunca viram uma pessoa famosa na vida? Andem logo com essa fila ou então eu irei furar, não tenho o dia todo seus abutres. — Olhei para a voz que veio me socorrer. E minha expressão não podia ser outra além de surpresa.
— Jin?!
— E ai, meu caro, como anda a vida?
— Vai indo bem, e você?
— Tive meus momentos de desespero, mas já estou melhor. — Sorriu para o moreno que mantinha a cabeça baixa. — Ergue essa cabeça, seja forte! — Bateu no braço de Taehyung que apenas sorriu.
— Você tá de carro, Jin?
— Não o meu tá na oficina. — Suspirou — Aquele carro só tem me dado dor de cabeça recentemente, minha esposa está tendo ciúmes dele, acredita nisso?
Taehyung Sorriu mais uma vez. Jin conseguia deixar tudo mais leve, e seu alto-astral transformava qualquer momento ruim em uma situação menos dolorosa.
— Hayun, anda tão ciumenta assim? — Ambos deram passos pra frente ao que a fila diminuía.
— Demais. Mas não a culpo, ela sabe do charme que o marido tem. E apenas cuidadosa. — Taehyung não conseguiu segurar a gargalhada. Tinha esquecido que além de animado, Jin também possuía uma autoestima inabalável.
— Você é incrível! — Disse limpando a lágrima que escorreu após tanto rir.
Jin fez o máximo que podia para deixar Taehyung mais leve, e não se preocupar com as pessoas em volta, e Taehyung notou isso. Quando chegaram no caixa passaram suas compras indo juntos em direção ao estacionamento.
— Venha Jin, eu te levo até em casa. Ainda mora no mesmo endereço?
— Sim. Muito obrigado, Taehyung!
Houve um momento em que a conversa não se sobressaiu no silêncio. Jin estava um tanto quanto receoso, não queria ser evasivo e acabar tocando em alguma ferida aberta no ex astro, mas queria se aproximar novamente, aproveitar a oportunidade e ajudar o amigo.
— Pensei que você tinha ficado com raiva de mim.
— Não. Porque eu ficaria com raiva de você? Na verdade era você quem tinha todos os motivos para sentir raiva de mim. — Taehyung apertou o volante se sentindo nervoso.
— É eu tinha mesmo, mas de que adiantaria, você era apenas um jovem com a vida escancarada para a sociedade vivendo sendo julgado, e com dores e feridas que o tempo não conseguia curar. Então eu não poderia ficar com raiva, eu deveria ter te ajudado… — O carro parou no semáforo. Os olhos de Taehyung lacrimejaram.
— Eu acabei com tudo, Jin. Lembro das broncas terríveis que você levava por minha causa, por causa do estorvo que me tornava. E sempre você aguentava tudo. Lembro que toda vez você saia de cabeça erguida da sala do presidente, com um sorriso no rosto chegando em mim me dando leves batidas nas costas dizendo "vai ficar tudo bem!"... me desculpe, Jin. — O semáforo abriu puxando a atenção de Taehyung de volta pra pista.
Jin olhou para Taehyung, observando o homem que anos atrás se deixou ser corrompido.
— Nós dois erramos, eu deveria ter ficado bravo com você, chamado sua atenção toda vez, mas preferir ser positivo é acabei mimando você. O estrago já foi feito, nós dois nos acabamos na pior. Agora é olhar para o futuro e não permitir que os erros do passado se tornem erros no presente.
— Estou fazendo de tudo para me tornar uma pessoa melhor, e me sentir seguro ao olhar para pessoas na rua sem me importar, quero ser digno de uma pessoa, mas antes preciso ser digno pra mim.
— É assim que se fala garoto. — Jin, bagunçou os cabelos de Taehyung o fazendo rir de novo. — De quem você quer ser digno também?
— Da Joohyun, ela…
— Ela está de volta? Me conta, me conta.
— Sim, ela voltou e é minha vizinha. — O queixo de Jin quase caiu no chão, não acreditava no que tinha acabado de ouvir.
— Não brinca.
— É sério! A gente tem se falado, e ela tem sido bem compreensiva comigo. O meu maior desejo é que ela me perdoe por tudo que fiz, e se eu conseguisse uma nova chance com ela seria um sonho. Eu ainda a amo demais, Jin, bastou apenas meus olhos caírem nela para que meu coração disparasse.
— Você é um cara legal, romântico e sensível. Vai saber como se desculpar com ela da maneira certa, e estarei torcendo para que a sua segunda chance seja conquistada. Também quero conhecê-la, ouviu?
— Um dia apresento ela pra você e para a Hayun.
— Vamos adorar. E quanto aos meninos, já se reencontram?
— Sim, inclusive temos nos falado bastante ultimamente.
— Que maravilha, Taehyung!
— E você? Ainda trabalha na mesma empresa?
— Não, fui demitido três meses depois que você. Nenhum artista me queria como agente, contudo não sou um homem que desiste fácil, encontrei uma nova empresa, pequena, mas que abriu as portas pra mim e hoje sou agente da Cindy, conhece?
— É aquele coadjuvante que deu o que falar com seu último papel, não é?
— A própria. É graças a ela que a empresa está surgindo com mais frequência na mídia.
Durante o restante do trajeto ambos fora
conversando, colocando o papo em dia. Taehyung deixou o ex parceiro de trabalho em casa, e logo em seguida dirigiu até a sua, precisava comer algo. Quando chegou teve uma surpresa, Jungkook o esperava dentro do carro com vidros fumê. Taehyung sabia que era ele, pois já tinha decorado a placa e ele era o único doido pra vir até sua casa sem medo algum de ser pego pelos paparazzis.
— Tá dormindo? — Taehyung bateu contra o vidro da janela do motorista.
— Finalmente chegou! Tô saindo.
Enquanto esperava o amigo sair do carro, Taehyung foi em direção a porta à abrindo. Jungkook veio logo em seguida entrando.
— Tá afim de comer algo? Vou preparar algo aqui.
— Não, valeu. Eu quero é saber o que aconteceu ontem. Você e a Joohyun saíram daquele jeito, e ainda nem deram notícias depois.
— Ah, Jungkook! Você não vai acreditar no que aconteceu ontem… — o celular de Jungkook começou a vibrar tocando.
— Espera só um instante, tenho que atender… Nari… — Como o celular de Jungkook estava no modo vibrar e Taehyung de costas ele não viu, nem ouviu o que o amigo disse.
— Eu e a Joohyun nos beijamos.
— O que? — Jungkook não sabia se ficava em choque pelo o que ouviu do amigo, ou pelo grito que Nari soltou — Nari, pelo amor de Deus, desse jeito você me deixa surdo… Alô, Nari?
— Você estava no telefone?
— Sim, e parece que não foi somente eu quem ficou surpreso pela sua declaração.
— De quem você está falando?
— Da Nari seu tonto. Ela escutou o que você disse.
— Será que a Joohyun, não contou pra ela?
Os dois se entreolharam. O circo estava armado.
Ps: capítulo não revisado
Até o próximo! Espero que tenham gostado. Deixem eu saber o que estão achando.
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