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Capítulo vinte e um

Tudo parecia desmoronar sobre meus ombros, estava destruída. Principalmente depois de uma briga horrível que tive com meus pais. Na verdade, eu não tive forças para falar nada.

Thiago e Caleb disseram o quanto tinham se empenhado para comprar minha roupa de formatura. Esse era o segredo e por isso não perguntaram sobre nada: era uma surpresa.
Mas me proibiram de sair durante as férias e todo o meu Ensino Médio.

Eu não me importo com punições, mereço ser punida só por existir.
Tranquei a porta, o quarto estava escuro e vazio. Mentira. Estava cheio. Cheio de lágrimas e tristeza.
Quase caí no chão, meu corpo todo treme a cada soluço. Não aguento mais! Olhares decepcionados, expulsão, Dália e companhia, pensamentos negativos.

Tateio meu armário e meus dedos passam por diversas roupas, abrem as gavetas quase instintivamente até que chego à minha lâmina.

Uma.

Duas.

Três.

E depois disso, eu perco a conta e a noção de quantas vezes passo o frio afiado por meus pulsos. Já não olho mais para o sangue. Para nada.
Estou decidida a acabar com isso hoje.  Limites existem e eu cansei. Não farei falta.
Tão fundo e tão vermelho.
Não arde mais como um joelho ralado, apenas dói. Dói muito. Precisa doer mais.

Outra tontura, mas dessa vez eu bato contra a madeira do piso.
Desculpa, meus pais. Desculpa...
Eu devia ter feito uma carta de despedida. Não tenho tempo. Não mais.

Um mar viscoso e agitado me engole, bato braços e pernas para tentar subir, entretanto as ondas quebram sobre mim.
O ar se mistura com um cheiro mórbido. A correnteza me joga de um lado contra o outro e algumas pedras chegam a me atingir com força. Assemelham-se aos socos e chutes do grupo de Dália.

Dália...

Aquele líquido entra por minha boca e nariz, estou sufocando. Tento respirar rapidamente, mas só piora. Volto a tentar subir, emergir, respirar.
Me ajuda, quero gritar, por favor... Alguém me ajuda.

Todo o caminho até meus pulmões queima. Dói tanto. Eu só preciso de ajuda.
Tusso violentamente, afundo mais. Tudo arde tanto. Meu corpo todo dói com o esforço e meus cortes são a pior parte.

O líquido parece cada vez mais espesso, fecha o caminho do ar. Uma fraqueza enorme me toma conta, um pedido silencioso para desistir.
Canso de lutar, fecho os olhos. Às vezes, é bom saber a hora certa de se deixar levar. E eu deixo.
Afinal, eu não tenho porquê lutar.

Outro ataque de tosse me acomete de novo, aquele ambiente onírico gira e o líquido volta a me incomodar. Coloco mais força às minhas tentativas de emergir, somente eu poderia fazer isso.

É o meu pesadelo! É a minha vida! Eu sou um próprio pesadelo. Por que eu não consigo controlar isso? Eu preciso controlar.
Sem permissão, a lembrança do filme Alice no País das Maravilhas surge. Algo como a frase "É o meu sonho e não pode me machucar" e junto com ela, outras inúmeras boas memórias:

O Festival de Literatura.

Minha viagem para Portugal com meus pais.

A noite em que conheci Bia, Caio e Diego. Ah... Aquele trio...

A festa de Cecília.

O beijo de Julian.

Aquela tarde dançante com Luzia.

A ligação com Raviel.

Seu Domingos e Dona Vive.

A rosa cor de vinho.

Acontecimentos tão bons, bons demais para mim... Mas foram comigo. Por algum motivo, foram comigo.
Eu não queria que fosse, não mereço pessoas tão boas. Não mereço o orgulho que depositaram em mim, a amizade que criaram, os sorrisos que gastaram comigo.

Um som diferente de ondas quebrando invade meus ouvidos, parecem vozes extremamente distorcidas. Olho para todos os lados, procurando qualquer resquício de outro ser vivo além de mim, porém meu olhos começam a não resistir mais ao líquido estranho.
Não há ninguém.
Delírio. Estou delirando.

Nunca teve ninguém.
Finalmente me recordo do motivo de estar aqui: estou morrendo. Pelas minhas próprias mãos...
Isso é como uma transição?
Meu fôlego está acabando, o "mar" está se acalmando, se fechando sobre mim. Bolhas pequenas saem de minha boca e sobem até se desmancharam lá em cima.

Acho que estou afundando.
Será que vou desmaiar e acordar diversas vezes até dormir de vez?
As vozes voltam e mais fortes, só consigo distinguir meu apelido "Lisa" diversas vezes. Chego a escutar um "Estrelinha", seria Caleb ou Thiago?
Não faço ideia.

E não me importa.
É uma ironia. Eu não sou uma estrela, mas meus amigos são. Se tivesse a chance, poderia chamá-los assim para sempre.
O meu desespero some, abraço o líquido espesso, talvez ele seja um amigo. O último que posso ter antes de ir.
Não pode ser tão ruim, não é? Dizem que é como descansar para sempre e eu preciso de um descanso. Para tudo.

Ok, Elisabeth. Está tudo bem.
Pela primeira vez na vida, me resolvi comigo mesma, fiz as pazes com todos os meus problemas. E não há problema nisso.

Não.

Há.

Problema.

Nisso.

Elisabeth. Lisa. Estrelinha. Cinderela. Docinho.

Já não me importa.

Nenhuma delas existe mais.

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Notas da autora:

Por favor, jamais deixem situações como depressão e ansiedade vencerem.
Vocês são fortes! Vocês conseguem passar por cima disso!
Mas vão precisar de ajuda. Contem para alguém de confiança, desabafem, não guardem tudo isso para vocês mesmo porque faz mal!
Não, saúde mental não é palhaçada e precisa de um especialista.
Uma perna quebrada não se cura com um "Vai ficar tudo bem" ou "Não vou falar nada porque vai atrapalhar fulano". Não! Ela se cura com um médico!
Psicólogos não são médicos de maluco, eles te ajudam no processo de autoconhecimento e é assim que se combate as "doenças da mente".
Sim, depressão é uma doença!
Não é palhaçada! Não é besteira!
E se você contou para alguém e a pessoa fez pouco caso, afaste-se dela e conte a outro alguém até que se consiga ir a um psicólogo.
Mas não desista. Nunca desista de si.
Você é importante. Você faz diferença. Você deve existir sim e não é um erro!

Apenas não desista. Nunca.

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