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Capítulo quatro

Arrastei a bicicleta por poucos metros antes de encontrar uma tenda com chá gelado, agradecida por, naquele deserto lotado, ter algo frio.

Um garoto de cabelos tão escuros quanto a noite que roçavam os ombros estava de costas, entretido com as geladeiras recostadas ao fundo. Como não havia fila alguma, aproximei-me do balcão desajeitadamente.

- Oi, bom dia. Teria chá de limão?

- Ter ou não ter, és a questão. - rio enquanto ele segura a lata apenas com os dedos, sua feição de perfil expressa uma seriedade cômica, encarando meu pedido como uma poesia perfeita.

- Vou chutar que tenha, só um palpite inocente. - ajeitei o cabelo, ainda com uma risada baixa nos lábios.

Repentinamente, o garoto parecia outro ao me ver ali, começou a passar a mão na nuca e a evitar meu olhar, sua perna coberta por uma calça jeans preta não parava quieta e percebi um leve tremor ao me entregar a bebida. Um sorriso tímido inundou sua face de maneira clandestina, era óbvio que não pertencia a ela por natureza. - Está tudo bem?

- Hã? Ah, sim, sim.

Tenho quase certeza de que ele é da escola, mas quase nunca reparo em quem está à minha volta. Confusa, dei de ombros, peguei meu troco e voltei à rua. Com a "refrescância" do chá, o caminho ficou mais aerado e suportável, uma massa de ar frio carregando-me.

- Onde você estava, Elisa? - a voz grave de Caleb encheu o apartamento e sua figura estava petrificada no sofá, tão fuzilante que podia sentir atravessar meu corpo. Ele podia muito bem se passar por uma estátua grega, com músculos bem definidos e sobressaltados, o maxilar forte, olhos esmeralda penetrantes e misteriosos, pele morena reluzente e cabelo castanho curto com uma mecha curvada e charmosa na testa. Não é nenhuma surpresa que Thiago tivesse se apaixonado tão rapidamente.

- Entregando bolos para os gêmeos. Eles não avisaram?

- Sim, só esperava que você mesma deixasse um recado. - ele sempre passa a imagem de sério ou durão, mas esses pequenos gestos acabam por magoá-lo. Vejo-o se levantar e andar até mim com todos os seus um metro e oitenta e cinco centímetros.

- Desculpa, pai. Da próxima vez, eu mesma aviso. - suas mãos repousam em meus ombros e, depois de uns segundo me encarando, Caleb abaixou e me abraçou preocupado. - Pai, estou toda suada!

- Mas você está bem? Se machucou?

- Estou bem, calma.

- Certo, vá tomar banho que eu já esquentei a comida.

- Obrigada, pai. Você é o melhor! - beijei-lhe a bochecha e saí.

O olhar de meu pai estava nublado, um verde céu fechado de inverno, e transpirava um tipo estranho e perdido de preocupação. Uma tensão era tecida de forma cada vez mais densa com o passar dos minutos, ele mal revirava a comida, fato completamente estranho quando se tratava de Caleb.

- O que foi, pai?

- Nada, Lisa. Só trabalho. - mentira. Seus traços demonstravam muito mais do que "trabalho", demonstravam pavor, perturbação. Agarrei-lhe a mão, não sentindo-o recuar.

- Tem certeza?

- Tenho, sim. - o sorriso não chegou ao seu interior, mas preferi não insistir também, tornando a comer. - Lisa, o que acha de irmos ao Festival amanhã quando seu pai voltar?

- Pode ser. Eu dei uma passada lá mais cedo e parece melhor do que o do ano passado.

- Eles sempre conseguem melhorar. Há muitos turistas?

- Sim. Há sim. Bom, eu tenho que estudar. Com licença.

Mesmo depois de uma tarde entre as diferenças e semelhanças das línguas latinas, aquela expressão ainda dançava pelo quarto como poeira em rua de terra.

Um tom violeta manchava o céu lenta e preguiçosamente, plantando no meu estômago um formigamento que não reconheci. Talvez ansiedade para chegar a noite e conversar com aquelas pessoas de novo?
Será que viriam? Quer dizer... será que me aceitariam como eu sou? O problema que eu sou? Queria expulsar a tristeza quase inevitável que me consumia todo dia, porém o choro já queimava-me a garganta.

Segurança e privacidade, tudo o que meu quarto representava naquele momento, tudo que eu precisava: alguma coisa ou lugar que me forçasse a ficar inteira.
O frio da lâmina deslizando por meu pulso acalmou o "tsunami" da minha mente, linhas rubras reinavam pela superfície branca da pele, espasmos de dor percorreram cada centímetro dos meus músculos, um acalento suave da morte.
Seria tão melhor se eu não tivesse...

- Filha, seu pai está no telefone, está te mandando um beijo e "boa noite". Ainda assim, quer falar com ele?

- Não precisa, eu estou cansada e já vou dormir.

- Certo, durma bem.

- Obrigada e igualmente.

- Eu te amo, minha estrela. - Caleb sussurrou baixo contra a porta trancada, como um segredo obscuro e precioso.

Aquelas palavras fizeram mais efeito do que ele jamais imaginaria, acompanhando-me até debaixo das cobertas finas e secando minhas lágrimas.
Senti como se Thiago estivesse acariciando meus curtos cabelos cor de fogo até o sono carregar meu cansaço para longe.

- Cinderela! Cinderela! Jogue suas tranças. - estava ainda grogue quando identifiquei vozes abaixo de minha janela.

- Conto de fadas errado, Diego.

- Ah, quem se importa com isso, Bia? - a terceira pessoa cujo nome desconhecia.

- É, o que importa é que estamos chamando pela princesa misteriosa.

- Vocês gostam de falar, hein! - respondi do escuro, rindo em seguida.

- Pensei que não responderia. Por que demorou?

- Estava dormindo, Bia. Desculpa se preocupei vocês.

- Tudo bem, como foi seu dia?

Todo aquele gesto coletivo encheu-me de uma felicidade tão gigantesca que cheguei a perder o ar. Três seres humanos saíram de suas casas hoje e no meio da noite apenas para vir até aqui falar comigo, alguém que eles conheceram ontem, e ainda ficaram inquietos com a demora de minha resposta. Pela primeira vez, senti um pouco de importância para alguém que não fossem meus pais.

- Hum, nada de demais. Passei o dia estudando.

- Quem é que passa um sábado estudando? - a garota perguntou incrédula.

- Minhas notas não são as melhores. Mas e vocês? Como foi o dia de vocês?

- Bom, todos nós tivemos compromissos de manhã, mas nos reunimos no rio de tarde e fizemos coisas idiotas.

- Er... desculpa se ofender vocês, mas quem completa o trio?

- Ah, sou Caio. Acho que não falaram meu nome na confusão de ontem. - pronto, agora já tinha... amigos. - E você? Como se chama?

- Lisa. Podem me chamar de Lisa. - uma pontada de insegurança tingiu os segundos seguintes.

- Belo nome, Lisa. - Caio elogiou descontraído.

- Eu prefiro Cinderela.

- Não sou uma princesa. - discordei com um sorriso, por mais que não pudessem ver.

- Quando nos conhecermos pessoalmente, vou fazer questão de que engula essa frase de uma só vez. - tão fofo e tão agressivo, captei bem o jeito de Bia.

- Por falar nisso, quando é que vamos coroá-la?

- Eu... - droga, não tinha uma desculpa. - Vocês poderiam me dar um tempo caso eu não quisesse... Não pudesse descer?

- Claro, Lisa. Não tem problema. Entendemos você e acho que faríamos o mesmo na sua situação. - Caio parecia ser o mais compreensivo e calmo dos três, o que me gera certo conforto de saber que teria alguém para apaziguar esse pedido.

Mas eu não posso negar: queria poder descer e conhecê-los.
Apesar desse começo estranho, conversamos normalmente por uma hora que me pareceu um minuto. Forcei-me a não olhar o trio ir embora por dois motivos: eu não queria chorar e não é justo eu saber quem são, se eles não sabem quem eu sou.

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*Notas da autora*

Querid@ leitor@,
Se você está passando por problemas, tem pensamentos negativos contantes e coisas afins, procure ajuda profissional.
Saúde mental é coisa séria. Não faça como a Elisabeth, ela é apenas uma personagem.
Sua vida importa.
Converse com alguém de confiança e não guarde tudo para si.
Ligar para o Cvv também é uma opção e é gratuito.
Mas, por favor, não se machuque, não tire sua vida.
Você importa.

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