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Capítulo dezenove

Bom, já é segunda de novo. Tudo está tão diferente, mas tão... Igual... Quer dizer, ainda estou tomando meu frozen em direção à escola, com os mesmos pensamentos... Os mesmos medos...

Algo dentro de mim realmente acreditou que as coisas mudariam depois da festa, mas eu ainda sou a Elisabeth. A mesma Elisabeth. Talvez não seja mais aquela que nunca beijou... É, posso dizer que não sou exatamente igual.

Por que isso importa, não é?

Relembro aquele beijo, tão rápido e tão... Doce. Foi mil vezes melhor do que sequer imaginei e foi com uma pessoa... Boa. Especial até.
Seria muito ridículo achar que o Julian pode gostar de mim de verdade? Foi a impressão que ele me passou depois do Festival e da festa. Mas eu sou tão... Eu.

De cabeça baixa e atordoada de pensamentos, esbarro em alguém, já pedindo desculpas e me retirando.
Porém, dois corpos impediram minha passagem e eu me arrependi de ter levantado o olhar: Suzana e Larissa.
Ótimo! Faltam mais duas e o grupinho fecha, imagino que as outras estejam atrás de mim.

- Eu acho que nosso papo de sexta não acabou. - Dália...

- Acabou sim. Me deixe em paz, Dália.

- Fique tranquila, baleia. Minha vingança está bem guardada. Enquanto isso, é melhor se despedir da escola.

O círculo ao meu redor se desfez no mesmo instante em que o sinal tocou, corri para a sala. São duas provas hoje e não vai ser Dália que vai me tirar todo meu empenho.
O professor ainda não está na sala e eu aproveito esse tempo para revisar o assunto. Filosofia não é o meu problema agora, mas Cecília soube muito bem me tranquilizar para Física.

O barulho dos ponteiros aumenta minha ansiedade, praticamente já não tenho mais unhas nas mãos. Falta uma questão, apenas uma! Por que eu não consigo? Por que eu nunca consigo?

Tudo em vão. Eu sou tão inútil!
Há mais uns três alunos na sala, o professor apresenta feição impaciente e eu não quero ficar mais nenhum minuto aqui dentro.
Rabisco qualquer coisa, é melhor do que nada. Levanto sem um pingo de segurança e entrego as provas.

O ar úmido me cumprimenta, uma garoa fina parece incomodar os outros adolescentes, mas não a mim. Eu amo a chuva, amo sentir aqueles pingos gelados por meu corpo.
É como se o céu pudesse chorar, pudesse sentir o que sentimos, entender o que entendemos... Amar... Será que ele pode amar?
Seria um devaneio longe demais...
Coloco fones de ouvido, respiro fundo e começo minha caminhada para casa.

Não percebi buzina, exclamações ou algo do tipo, estava perdida nas melodias que me enchiam os ouvidos. Subi as escadas sem nem perceber, uma movimentação no corredor chama minha atenção enquanto procuro a chave certa.

- Boa tarde, docinho. Que sorte encontrá-la aqui. - Julian beijou minha testa como um irmão mais velho protetor e revelou algo em uma das mãos. - Acho que esqueceu isso lá em casa. - ele me mostrou a coroa que era lembrancinha dos vinte anos de Cecília e, com uma reverência engraçada, colocou-a sobre meus cachos rebeldes. - Tenho que ir, até algum outro momento.

- Até e obrigada. - abri a porta, dando de cara com meu pai Thiago.

- Olá, "docinho". Espero não estar esperando nossa autorização para namorar com ele. - o sorriso dele sempre melhora meu dia.

- Pai!

- Estou brincando, estrelinha. Você leva as coisas muito a sério. Vá lavar as mãos, já esquentei a comida.

Durante o almoço, ele ficou estranhamente quieto, perguntando vez ou outra sobre as provas, mas nada muito animador.
Bom, sinto que Thiago está me escondendo alguma coisa e é por isso que não fala muito. Ele nunca foi de conseguir guardar segredos por muito tempo, diferente de seu marido.
Caleb é melhor do que qualquer diário com senha. Um segredo contado a ele, morre com ele.

Uma bagunça. O quarto está uma bagunça. Lençóis embolados e pendurados entre cama e chão, o travesseiro já tinha sumido na penumbra e papéis repletos de anotações formavam um tapete escorregadio.

Um reflexo de como estou por dentro, tão... Confusa... Cambaleando entre as lágrimas que me encharcam os olhos e o sangue que mancha meu pijama.
Preciso esconder tudo isso, mas essa não é a minha preocupação no momento. Ataques de melancolia... Periódicos e cada vez mais fortes. A dor dos cortes já não estão dando conta, parecem sempre rasos demais, fracos demais.
Eu queria poder parar, poder fechar os olhos e dormir como qualquer adolescente normal. Desligar todo o furacão da minha mente durante uma noite, pelo menos.

Por que é tão difícil?

É como se eu me sentisse sempre sozinha, mesmo no meio de uma multidão, mesmo entre meus melhores amigos. Nada parece ser definitivamente feliz.
Os pensamentos ruins voltam como um ciclo, controlam cada ação minha, me fazem virar noites e noites por simples diversão e eu só quero ficar bem.

Quando foi que isso tudo começou?
Foi quando Dália deixou de ser minha amiga? Ou quando comecei a sofrer bullying?
Não consigo lembrar... Talvez não tenha um início exato, talvez seja a união de todas as coisas...

Eu só queria... Queria ser qualquer pessoa diferente de mim. Mas não dá. Não dá para ser algo que não é.
Alguns conseguem aceitar... Até amar quem é ou quem nasceu para ser.
Estrelas do rock, grandes poetas e poetisas, heróis de guerra, inventores incríveis, cientistas brilhantes e até estudantes excepcionais...

Mas eu... Eu não sou nada, nunca fui e nem vou ser. Sou apenas um erro... Provavelmente não deveria estar aqui...

Um raio laranja desponta no céu, mais uma noite perdida, olheiras um pouco mais profundas... Nada que não fosse o esperado.

Respiro fundo, contenho um soluço. Logo meus pais acordarão e não podem ver tudo isso.
Com esforço, levanto e vou ao banheiro. Lavo o rosto e os pulsos, passo pomada nos machucados e torno a colocar as luvas.
Arrumo o quarto, deixo a cama como a de uma princesa dos contos de fadas, deito e me cubro com gentileza.
Deixo minhas pálpebras me cegarem e espero um pouco menos de meia hora para o momento em que Caleb entra no quarto e vai até a minha cama.

É hora de colocar a máscara da filha sorridente e despreocupada, que não guarda problema nenhum dentro de si.

- Estrelinha? Hora de acordar. Bom dia.

- Bom dia, pai.

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