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Pervert-Man

     Droga, todo mundo para investigar e justo vamos nesse cara. O Soldado Patriota tem um certo receio dele. Estamos dentro do carro vigiando a casa do desgraçado.

— Puta que pariu Daphne, eu jurei nunca mais ver esse cara — Meu amigo está bem indignado ainda por está aqui. Eu precisei chamar ele, Pervert-Man não se visita sozinho.

— Relaxa cara, só vamos pegar umas informações sobre a C.R.O.N.O.S e ir embora — Tento simplificar a situação, até que a porta da casa do Pervert-Man se abre, e vejo através do meu binóculo alguém com traços familiares saindo por ela. — Mas que porra — Soldado Patriota nota meu tom de voz mudando drasticamente.

— O que foi? — Ele pergunta curioso pela minha reação. Eu aponto para a casa do cara.

— Capitão Revanche? — O Soldado custa acreditar no que está vendo.

— Isso aqui tá bom demais — Eu pego meu celular e começo a gravação. Capitão Revanche tá batendo papo na porta do Pervert-Man, ele dar o selinho e depois faz o seu super salto sumindo do mapa. Isso aqui ficou ótimo, o Capitão Revanche é Bi? Eu não sabia que ele dava sua bunda…

— Mano o que eu acabei de ver agora — Ele começa a ri um pouco sem acreditar no que viu.

— Eu vou focar nessa merda, depois dou risada, mas foi hilário demais. Ainda mais por ele ser extremamente homofóbico — Me seguro pra não rir e perder o foco.

— Primeiramente Daphne, precisamos nos lembrar de umas coisas. Um, não pode ficar olhando muito nos seus olhos, dois, o poder dele mexe com seus desejos sexuais, então precisamos ter cuidado com as palavras dele. Três, o tom de voz que ele fala é sempre em conotação sexual então, ou seja, a forma dele falar é sempre em tom sensual, precisamos nos segurar para não rir da cara dele porque, ele bravo faz seus poderes ficarem mais… Sinistros… — Ele encosta no banco do carro respirando fundo.

— Coloca o seu uniforme e pega o seu escudo, nós vamos entrar — Eu digo, com meus olhos fixos na casa.

— Não vai colocar o seu?

— Eu não vou colocar aquela coisa ridícula.

— Pois deveria, cê fica gata, com todo respeito a minha esposa e filhos.

— Cala a boca — Dou uma leve risada dando um tapinha no ombro dele, e abro a porta do carro. E juntos andamos até a porta da casa do Pervert-Man. Até então a rua está vazia e escura, e fede a gente morta.

       Eu aperto a campainha. O Patriota me dar aquele olhar fazendo uma careta usando sua sobrancelha, e bufando ao mesmo tempo. A porta se abre, e com roupão aberto de onça, e sua barriga à mostra, cabelos bagunçados e pretos, sua pele branca e magreza exposta, ele se mostra, com sorriso de uma pessoa completamente louca das ideias, ele segura uma garrafa de bebida na mão.

— Olá, vocês dois vem se divertir? Ménage a Trois são dois paus… hmmm…. Paus hein — Ele sempre fala com tom sensual, é coisa do poder dele, não fala assim porque quer. Tem cada Aprimorado com poder bizarro.

— Olha aqui, não viemos fazer nada tá, queremos falar sobre CRONOS — Pervert-Man arregala os olhos em ouvir essa palavra, ele com certeza sabe alguma coisa dela.

— Você sabe sobre CRONOS? Por favor, entrem na minha casa, vamos conversar mais um pouco. Aliás, cês querem leite? Leite com café? — Eu olho pro Patriota, que retorna o olhar, e juntos entramos na casa dele.

       Sala toda bagunçada e escura, a tv está ligada no YouTube. Latinhas de cerveja jogada no chão, lençóis no sofá e o cheiro de porra é forte aqui. A casa é média, e escuto gemidos. Dou um sinal para Patriota que também tá escutando.

— Ah desculpa o gemido, ele vem na parte de cima da casa, tá rolando suruba entre Aprimorados e os Não Aprimorados, cês não querem mesmo participar? Por minha conta — Pervert-Man acende cigarro e solta a primeira fumaça. — Por favor, se sentam — Ele continua, e que ranço desse tom dele. Eu e o Soldado evitamos de olhar muito para ele, focamos nossos olhos nos quadros sujos e bordados.

— Não, queremos falar daquilo — Ele para de fumar e me parece que se lembra de algo.

— Meu Deus gente o leitinho de vocês — O cara corre pra cozinha e o YouTube continua rolando a tocar as músicas, até que por pura perseguição, o Capitão Revanche aparece em um clipe.

     Esse cara faz até isso. Ele tá com cigarro na boca e tem duas mulheres com uma jaqueta igual a minha dançando entre elas. O cenário é cheio de estrelas, é algo simples. E enquanto ele se prepara para cantar, ele remexe o seu corpo fazendo uma dancinha

"Cadê você estrelinha, você é Irresistível
Eu acho que nunca encontrou um homem como eu

Sou bom de cama e beijo bem
Tenho pegada e você sempre vem
Cê foi embora mas fiquei sem ninguém
Mas tudo bem

Sou sexy, sou o Revanche, sou gostoso
Eu deixo elas tremendo
As mulheres me idolatram, sou adorado
Eu sou sexy

A repórter me ama, ela diz besteiras
Mas sou gostoso e não quero saber de bobeira
Sou sexy, sou gostoso, sou Revanche

Cadê a Estrelinha? Cadê a minha morena?
Saudade de suas pernas, mas ela fugiu
Você com certeza pensa em mim, sua calcinha fica toda…opaaa

Sou sexy, sou gostoso, sou Revanche"

     Que babaca de merda.

— Essa música é totalmente pra você né? — Patriota diz pra mim, que a essa altura já estou com mais nojo ainda desse desgraçado. As mulheres fazem uma dancinha bem estúpida e beijando o peitoral dele, que a todo clique está sorridente e fumando seu cigarro. E finalmente a merda da música acaba.

     E no mesmo instante o Pervert-Man aparece na sala e bate o dedo na quina.

— Ai meu Deus… ai meu dedinho — Ele coloca os copos em cima da mesinha e reclama da dor.

— Chega — Soldado se levanta do sofá olhando o Pervert nos olhos.

— O que foi negão? — A voz lenta, quase choramingando pela dor. Pervert-Man é surpreendidos pela rapidez do Patriota, que agora evita olhar nos olhos do Man, e o encosta na parede pressionando seu pescoço.

— CRONOS, Capitão Revanche, fala tudo — Eu me levanto do sofá e coloco minhas mãos no ombro do Patriota.

— Ei, relaxa tá. Por favor, temos pouco tempo e esses gemidos estão desconfortáveis, vai. Eu sei que o seu nome está na lista da CRONOS, e que o Capitão é o primeiro da lista. E tenho uma informação quentinha aqui. Eu vi ele te dando um beijinho, ele é seu peguete?

— Ai gente calma… Eu falo… O homem fortão desse e uma mulher gostosa dessa, meu Deus tô molhadinho… mas eu falo eu falo… Capitão Revanche sempre vem aqui, ele é um cara estressadinho e vem participar da suruba só isso — Não olhamos para ele enquanto fala, e estamos bem atentos a suas palavras.

— Ele te falou alguma coisa? — Soldado pressiona mais ainda seu pescoço.

— Ai que dor — Ele quase grita, mas se segura.

— Soldado, calma ai — Chamo atenção do Patriota

— Foi mal — Voltamos atenção pro Pervert-Man, que está completamente vulnerável, suas mãos estão trêmulas, sua testa suada. Soldado o larga e o joga no chão. Ele leva suas mãos no seu pescoço.

— Ele fala que recebeu remédios dessa empresa, que o deixa mais fortinho. Ele só tá vendendo essas merdas — Ele se levantando chão todo desengonçado se apoiando na mesinha no meio da sala.

— Remédio? Cê tá dizendo, aquele líquido verde? O Primor? — Eu pergunto, curiosa pela sua resposta.

— Sei lá que porra é Primor, mas é bom, é gostoso, ele tem trazido para cá toda semana e distribuído essa droga pra gente — Tá de sacanagem?

— Isso é sério? Ele tem dado essa droga para a galera que vem pra… Essa suruba?

— Gata, cê não sabe o grau que dar na gente, o sexo fica uma delícia, principalmente para os Não Aprimorados, eles viram um animal de tão tesudos — Ele começa a ri como um completa lunático.

— E o que mais ele faz? Ele fala mais alguma coisa?

— Ele fala do pai dele, de você. Sério, cê não faz ideia de como destruiu o coração do coitadinho, ele me conta tudo, desde a sua infância. — Ele pega o celular que estava escondido em sua cintura — E sabe quem vem aí? O Cap! Seus otários!

      Meu corpo todo fica estranhamente fraco. Soldado Patriota tenta me segurar, mas logo em seguida ele cai no chão. Eu tento resistir.

— Acharam que não olhando nos meus olhos não poderia fuder com vocês? Eu consigo entrar na mente de vocês seus porcos, e o Cap ficará tão felizinho! Ah que delícia. Enquanto isso, fiquem em seus pesadelos — As suas palavras se tornaram apenas ruídos para mim. Droga, que vacilo eu tive. E meus fracos não conseguem ficar mais abertos, eu os fecho e tudo se torna escuro…

    Imediatamente eu acordo em uma casa.

— Que? Que merda é essa? — Eu estou na minha casa de infância, mas que porra que o Pervert-Man fez?

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