Eu Sou Capitão Revanche
Ele entra na sala e passa diretamente diante de mim. Pega a cabeça da Madame Luar, que está fraca e quase inconsciente.
— Acorda — Ele dá um tapa no rosto dela.
— ACORDA — Pouco grogue ela se esforça para ficar acordada. Cacos de vidros estão espalhados pelo chão. E eu me sinto paralisada, não consigo reagir, não consigo me mexer. Meu coração está tão acelerado vendo ele ali na minha frente, e memórias do passado com ele retornam aos poucos. Aquelas memórias.
— Vai, pega esses cacos — Ele a empurra no chão com violência.
— Pa…PARA — Tomei coragem e com coração acelerado, consegui dizer somente essas palavras. A Madame está no chão, acabada e fraca. E o Capitão olha para mim me metralhando pelos olhos. Ele fica em pé, com uma certa postura e anda lentamente em minha direção.
— Quanto tempo Daphne. — Seus olhos se desviam um pouco e retornam para mim. Eu não sei o que é isso que estou sentindo, mas um alerta na minha alma, uma sensação de perigo e angústia misturado com o medo recai sobre mim com ele bem ali na minha frente.
— Deixa ela.
— Deixar ela? Ah não, não, não, eu tenho meus motivos. Daphne, eu quero te fazer uma pergunta, você sabe porque me chamam de Capitão Revanche?
— Porque você é uma nova espécie evoluído de babacas chamados, bolsominions? — Ele dá uma risada forçada, mantendo a compostura. Odeio fazer piadinhas quando estou nervosa.
— Meu nome é Capitão Revanche não porque eu perco, mas sim quem é contra mim que perde, e mesmo que peça revanche eu sempre vou vencer, porque sempre serei o mais forte. E a Madame Luar tentou passar por cima de mim, mas ela me trouxe até hoje. E eu digo, foi muito difícil te encontrar — Bizarro o como estou entregue ao medo por causa desse merda com ego lá no alto.
— Você está cansativo. Por muito tempo fugi de você, quis esquecer você! — Me exaltei um pouco, e sentimentos no qual escondia, vem ganhando vida aos poucos.
— Não levanta a voz para mim — Ele impõe uma autoridade no grau de sua voz, mas não baixo a cabeça, mesmo com medo.
— Você me estuprou, seu babaca — Disse palavras que a muito tempo estava entalada aqui dentro de mim. Elas me machucam, e dói, ele é a forma dessa angústia. Uma dor forte que todo dia me quebra em pedaços.
— Na verdade você consentiu, eu não tenho nada a ver com isso, a minha consciência está limpa — Desgraçado, desgraçado, mas que filho da puta.
— Você usou sua força… Eu disse que não queria mais… você insistiu… — Não notei que as lágrimas estão rolando sobre o meu rosto.
— Ah foda–se você. Cê se lembra Daphne? Você me abandonou, então engula esse choro. — Ele anda até a Madame Luar, que despertou, ele a pega pelos cabelos e a faz sentar na mesa.
Ele pega cacos de vidro e coloca sobre a mesa.
— Agora coma — Ele fala olhando pra mim, mas a fala se dirige a ela.
— Que? Eu? — Ela ainda está fraca, mas consciente, a vejo tremendo de tanto horror que sente. Bizarro, minutos atrás ela estava toda a vontade comigo, agora está aí, implorando pela sua vida.
— Sim você, coma esses vidros — Capitão insiste, olhando para ela. E eu, fico paralisada, e dou uns passos.
— Não não não, sem se aproximar, afasta. E você Madame, trate de me obedecer, você foi uma garota mau, muito mau, eu sei que queria passar por cima de mim e agora chega. Você me entregou o que eu queria.
— Mas e os C.R.O.N.O.S? Hein? Eles devem tá te vigiando — Capitão Revanche se enche de fúria
— EU FALEI PRA NÃO FALAR ESSE NOME. AGORA COMA ESSA PORRA — C.R.O.N.O.S? Que? O que é isso? Do que ela tá falando. Ele segura a cabeça dela e com outra mão pega os cacos de vidros. Eu avanço e tento parar ele. Mas com um golpe sou jogada contra parede.
— Não, não, por favor, por favor, para — Madame Luar está se acabando de chorar, o seu corpo de contorce e ele coloco vidro com força na boca dela. Eu me levanto e me encosto na parede.
— ENGOLE AGORA CARALHO — Nunca o vi com tanto ódio, com tanta raiva. Eu injetei a droga que Douglas me deu, mas nada deu certo. A boca da Madame está cheia de sangue e segurando a cabeça, e bate na mesa contra o vidro.
— EU… FALEI… PRA VOCÊ… NÃO FALAR DESSE NOME…EU SOU O CAPITÃO REVANCHE PORRA — Os olhos dela saem do lugar, o seu rosto está com um grande buraco mostrando seus ossos. O Capitão esta todo sujo de sangue. E ele está exausto após matar a Madame.
— Matar cansa sabia? Droga, estou todo sujo de sangue… Vamos sair daqui, cansei desse lugar — Estou estática vendo o corpo sem vida da Madame, nós éramos melhores amigas na época da equipe. Agora só sobrou eu com esse monstro. Eu tenho o mesmo poder que ele, porque sinto medo? Porque não consigo reagir?
Ele segura pelo meu braço e me tira daquela sala. E estamos no lado de fora da delegacia com várias pessoas tirando foto do Capitão Revanche.
— CAPITÃO REVANCHE! — As pessoas deliram com a presença dele.
— Olá meus amores, me desculpe toda a sujeira, teve um confronto na delegacia e tive que matar uns bandidos, heróis também tem que passar por cima da ética e moral, nesse caso teve que ter isso — As pessoas bradam ele, comemoram, acham tudo aquilo incrível.
— E essa minha amiga, me ajudou com tudo! De salve de palmas para, A ESTRELA NOIR! — Algumas pessoas me reconheceram, apontando para mim. Droga, a onde tem Aprimorados, tem multidão. Todos tirando fotos e selfies. Parece que eles estavam já aqui fora esperando o Capitão Revanche sair da delegacia. O delegado aparece na porta e o Capitão diz algo em seu ouvido, escuto vagamente o que é.
— Limpe tudo e diz que foi a Madame, cês vão ganhar uma verdinha, e me desculpe pelos homens que perdeu — Delegado confirma que sim e volta.
— Ele somente agradeceu ! — Capitão diz para as pessoas em volta, que continua comemorando. E eu, ainda estou distante e impactada com tudo que vi. Quanta coisa pra processar, quanta mentira.
Depois de uns minutos, estamos andando pelas ruas de São Paulo, prédios bem altos, pessoas andando pra lá e pra cá, todas cumprimentando o Capitão Revanche.
— Ah, a vida em São Paulo, como eu amo essa terra, sabia disso? Principalmente o café e as baladas. — Ele está todo empolgado, todo radiante. Nojento.
— Sim — Desanimada demais pra falar.
— Ah que é isso, vamos relembrar o passado, olha só esses prédios, as árvores,
— Vem cá, o que é C.R.O.N.O.S que a Madame Luar falou hein? E não adianta ficar puto comigo — Não quero ficar de conversa fiada com ele, por isso o cortei logo. Ele para imediatamente de andar na rua.
— Não fale desse nome. Nosso encontro aqui já acabou. — Ele dar um salto muito alto e desaparece entre os prédios. O que ele esconde… O que é o C.R.O.N.O.S? Será que Douglas sabia disso?
O jeito como Capitão falou foi tão misterioso, tão… O que dá a entender é que ele tem medo disso, quem é esse cara ou empresa. Será que isso pode derrotar o Capitão? Para ele evitar esse nome, deve ter alguma coisa do qual ele tem medo.
Sinto uma arma na minha cintura. E alguém se aproxima do meu ouvido.
— Quietinha, o Capitão que mandou — Eu rapidamente me viro e seguro a mão dele. Desloco e ele solta um grito ensurdecedor, e chuto a barriga dele ao ponto dele voar pela rua caindo no meio dela. As pessoas ficaram olhando para ver o que houve e uns três carros pretos param na rua e uns homens saem atirando em mim. Me escondo atrás na caçamba de lixo e escuto uma grande correria.
— PEGUE ELA! — Atrás de mim tem um beco e corro até ela. Mas eu paro. Quer saber, podem vir, eu aguento.
— VOCÊ AI, PARADA — Dois homens apontam suas armas para mim.
— Venham, podem vir — Eles atiram sem pensar duas vezes, as balas pegam em mim mas não dar muito dano. A minha resistência é muito forte contra essas balas. E com facilidade eu pego a metralhadora deles e entorto o cano, e soco o rosto dele. Ele apaga na hora. O outro homem vem pra cima de mim, ele se desvia dos meus ataques e chuta minha costela. Nisso mais homens apareceram.
Estou ficando cansada. Três avançaram rapidamente pra cima de mim me chutando. Me defendo o máximo que posso, me recupero e com uma brecha que achei, peguei a perna de um deles, dou meio giro e jogo para longe. Ele bate na parede e o seu corpo cai no chão, inconsciente. Um outro homem se aproximou, eu desvio do ataque e chuto sua costela, dou um outro chute e ele voa um pouco para longe. O quarto soldado me segura, dou uma cotovelada na sua cara e ele cai no chão com o nariz sangrando. Minha super força está muito acima do que pensei. Estou me segurando bastante para não matá-los.
Todos estão caídos e desacordados, mas vem mais homens. Eu não tô afim de lutar mais. Dou o meu super salto no meio daquele beco fedendo a merda, e escuto tiros em minha direção. Estou em cima do prédio agora. Preciso sair daqui, e voltar pra casa. O Capitão mandou esses homens virem até mim. E sinto que no fundo tem a ver com esse tal de C.R.O.N.O.S.
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