Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capitulo 1



Lizzy
2 meses antes

Abro a porta de casa sentindo um frio na barriga, as borboletas voando, não porque estou vendo o amor da minha vida na minha frente, mas sim porque não sei se realizarei meu grande sonho ou não.

Tudo está muito silencioso, até a panela de pressão está quieta hoje. Tiro a mochila das costas e jogo no sofá.

— Mãe? – Passo pela sala de estar e subo as escadas em direção ao meu quarto. Silêncio, nenhuma resposta. Fico cada vez mais nervosa, e isso me dá vontade de chorar. Coloco a mão na maçaneta e respiro fundo.

— Surpresa!!! — Meus pais falam em uníssono juntos com um ingresso impresso na mão.

— Alguém aqui vai ver a Estelle Darcy ao vivo!! — Minha mãe segura meu rosto com as duas mãos e em seguida me envolve em um abraço.

— Vocês são demais!!! Obrigada! – Falo enquanto estou sendo esmagada pelo abraço da minha mãe. Não poderia estar mais feliz com aquela notícia. Estelle Darcy e eu no mesmo ambiente! Um sonho.

— Está faltando o meu abraço, Lilica! – Meu pai me deu esse apelido quando eu ainda era neném. Abraço ele e dou um sorriso. — Agora, vamos almoçar porque muita emoção me deixa com fome.

Não vou negar, que eu também estava com fome, e a comida da minha mãe é a melhor!
                                

  Havia passado a manhã inteira na biblioteca, era o meu habitual já que durante a parte da tarde eu fazia cursinho. Sim, eu não passei no vestibular, não ainda. E toda vez que eu precisava repetir isso — não passei ainda — era como se as palavras carregassem um peso que esmagava um pedaço de mim. Eu sentia os olhares. Mesmo que ninguém dissesse nada, eu sabia o que pensavam: Ela já devia ter passado. Por que ainda está aqui? Era como se o tempo dos outros corresse numa velocidade diferente do meu, e eu estivesse constantemente ficando para trás.

Depois do almoço, meu pai voltou para o seu trabalho, e eu fui andando a pé para o cursinho com Amanda, minha melhor amiga há anos. Amanda havia passado em uma faculdade, mas toda sexta-feira me acompanhava até o cursinho, já que almoçava na rua e sua casa era relativamente perto. Vejo sua silhueta parada me observando andar, observo Amanda dar um sorriso enorme.

— Você, eu, Estelle Darcy? – Pergunta ela me abraçando.

— Você, eu e Estelle Darcy! – Respondo. Não poderia estar mais feliz, já que iria ao show da minha cantora favorita junto com a minha pessoa favorita.

— Foi uma luta para conseguir os ingressos! Liguei todos os computadores da sala de informática, para conseguir a menor senha possível. — Amanda fala orgulhosa de seu esforço.

— Enquanto eu estava estudando de manhã, minha mãe conseguiu o meu ingresso. Ela nem precisou de muitos navegadores. Foi coisa de destino, Amanda!

— Nossa! Um completo sonho realizado. Sei o quanto pediu por isso, Lili!

As ruas estavam cheias como sempre, o Rio de Janeiro é sempre muito movimentado, mas eu e Amanda seguíamos o caminho até o cursinho, desviando das pessoas apressadas e das calçadas quebradas. O vento carregava aquele cheiro de asfalto quente. Era rotina, mas pelo menos andar com Amanda fazia tudo parecer menos sufocante. Percebo que minha amiga está sorrindo demais. Abro a boca para perguntar mas ela fala antes.

— Promete não ficar brava? – Tenho vontade de responder que sim, mas eu a conheço, e ela é uma caixinha de surpresas.

— Fala logo. — Respondo um pouco impaciente.

— Eu comprei dois ingressos...para mim e o Rodrigo. – Amanda responde com os olhos castanhos brilhando, e mergulhando na sua própria fantasia, ou melhor, no seu ideal de relacionamento perfeito. O Rodrigo, namorado da minha amiga, é uma gracinha, mas quando os dois se juntam sei que vou ficar de lado e segurar uma vela.

— Que legal, Amanda! Vai ser um grande avanço no relacionamento de vocês...– Na verdade não estou achando nada tão legal. Eu e Amanda sonhamos com esse show, mas só nós duas. Era o combinado desde o início.

— Então, está tudo bem por você? – Ela pergunta e eu apenas faço que sim com a cabeça. Já estava feito, minha verdadeira opinião não iria alterar nada.

Finalmente chegamos na porta do cursinho. Não era muito grande como uma escola, é claro, mas era o espaço suficiente para estudar e concentrar. Amanda me deu um abraço, antes de seguir seu caminho para casa.

— Obrigada pela companhia de hoje. – Falo enquanto o abraço se desfaz.

— Amiga é para isso, Lili! – Ela da um sorriso. — Inclusive, o pessoal tá combinando de sair para um barzinho de noite, vamos?

Também sorri, não para retribuir o sorriso de Amanda, mas porque não pude deixar de achar irônico a expressão  "o pessoal". Quem exatamente era esse "pessoal"? Sempre jogavam esse termo como se fosse uma verdade universal. Ninguém nunca se dava ao trabalho de dizer quem realmente estava incluído no convite, como se isso não importasse. Era sempre um mistério, uma daquelas coisas que parecia exigir uma bola de cristal para entender.

Eu não tinha muitos amigos, mas esse "pessoal" com certeza eram os amigos que Amanda fazia no Instagram.

— Mais tarde te dou uma resposta. – Respondo, e ela logo se vai. Observo os volumosos cachos de Amanda irem desaparecendo entre as pessoas.

Estou muito cansada, já são cinco da tarde e o cursinho havia acabado. Sentia que os trinta minutos restantes de duração se arrastaram, talvez o ponteiro do relógio também estivesse cansado.

Pego minhas coisas e abro a porta pronta para ir embora.

— Lizzy, não se esquece de treinar as questões que mostrei. – Marcos, o professor, fala comigo e acena um tchau.
Dou um sorriso em resposta e fecho a porta.

Nesse horário o trânsito está impossível, muita gente saindo do trabalho. Sigo meu caminho até em casa. Observo a rua e de repente vejo um anúncio atrás do ônibus: "Show Estelle Darcy, a estrela do país".
Deve ser tão bom ser celebridade, ser rica, ter uma equipe a sua disposição, uma multidão que te ama. As vezes tenho vontade de sentir na pele essa sensação, será que aquele friozinho na barriga aparece antes de subir no palco?

Dou uma risada com meu próprio pensamento.

Chego em casa, e vejo meu pai sentado no sofá  de frente para a televisão resolvendo algumas coisas em seu notebook. Ele claramente não percebeu que eu cheguei.

— Oi pai! – Falo deixando as chaves em cima do balcão da cozinha.

— Oi, filha! Como foi o cursinho? – Ele pergunta, fechando o notebook e tirando os óculos.

— O mesmo de sempre...cansativo e produtivo! – Respondo. — Mamãe está em casa?

— Não, foi ao mercado. – Ele responde.

Sinto o meu celular vibrar no bolso da minha calça jeans, pego e olho o que é. Uma mensagem de Amanda.

      Amanda
17:35- Você ficou de me dar uma resposta.

Fazia tempo que eu não saia para algum lugar, beber e me divertir um pouco. É sexta feira, que mal tem?

    Amanda
    Só me dizer o lugar e a hora. - 17:36

17:36- O de sempre, combinei com meus amigos sete horas.

Vou me arrumar, até já! - 17:37

— Pai, vou sair com a Amanda e os amigos dela, tudo bem?

— Relaxa, filha! Divirta-se.

Subo as escadas pronta para um banho.

A roupa escolhida da vez tinha sido uma regata e um short jeans, bem básico, bar, cerveja e Rio de Janeiro, é a combinação perfeita para suar e se divertir. Ligo o ventilador de teto enquanto arrumo o meu cabelo e coloco alguns acessórios.
Meu cabelo sempre foi ondulado e castanho claro, nunca tive coragem de muda-lo. Coloco acessórios dourados que combinam com a minha pele parda. Passo um perfume antes de sair, coloco um batom para retocar na bolsa e pronto.

Saio de casa e peço um Uber. O tempo está quente, e o ar-condicionado do carro é um alívio imediato. O motorista coloca uma música animada no rádio, e eu aproveito a curta viagem para responder algumas mensagens no celular. 

Quando chego ao barzinho, encontro Amanda já sentada em uma mesa perto da calçada, acenando animada para mim. O lugar tem luzes amarelas aconchegantes, mesas de madeira e aquele típico som de conversas misturado com risadas e o batuque leve de um samba ao fundo. 

Todos estão em uma mesa, localizo pelo som alto da risada de Amanda.

— Até que enfim, hein? — Amanda brinca quando me aproximo. 

— O Uber demorou um pouco. — digo, me sentando. 

Ela sorri e, antes que eu possa pegar o cardápio ou chamar o garçom para pedir uma cerveja, faz um gesto chamando alguém. 

— Lizzy, esse aqui é o Alex, amigo do Rodrigo. — Ela aponta para um cara que estava ao lado dela, mas que eu ainda não tinha reparado direito. 

Alex sorri e estende a mão. Ele tem um estilo despojado, camisa preta e um copo de cerveja já pela metade. Além de ser dono de um sorriso muito cativante.

— Prazer, Lizzy. Ouvi falar muito de você. 

Levanto uma sobrancelha e olho para Amanda, que dá um gole na bebida sem encarar minha reação. 

— É mesmo? — pergunto, cruzando os braços, curiosa. 

Alex ri, um sorriso fácil e despreocupado. 

— Só coisa boa, eu juro. 

Sinto que a noite vai ser interessante.

A conversa com Alex fluiu melhor do que eu esperava. Ele era engraçado, tinha um jeito leve de falar, e logo a gente entrou num daqueles papos que parecem não ter fim. Apesar de ele ser um ano mais velho, eu estou me deixando ser levada por todo aquele charme. Entre goles de cerveja e brincadeiras que Amanda e Rodrigo soltavam para nos provocar, a noite passou rápido. 

Lá pela segunda rodada de drinks, Alex encostou o braço no encosto da minha cadeira, se aproximando mais. 

— Você sempre vem aqui? — ele perguntou, meio casual, meio interessado. 

— De vez em quando, é meu bar favorito e de Amanda, ja viemos mais vezes. — respondi, olhando para ele com um sorriso. 

Ele segurou o olhar por um segundo a mais do que o normal, e algo ali mudou. 

Mais tarde, quando a noite já ia alta e o bar começava a esvaziar, Amanda e Rodrigo decidiram ir embora de carona com outro casal de amigos. Alex, então, se virou para mim. 

— Te deixo em casa, se quiser. 

Pensei por um segundo, mas a resposta já estava na ponta da língua. 

— Pode ser. 

O carro dele era simples, mas extremamente confortável. O cheiro amadeirado do perfume dele ainda estava presente, misturado ao ar noturno que entrava pela janela semiaberta. 

A rua estava silenciosa quando ele parou em um sinal vermelho. O som baixo do rádio preenchia o espaço entre nós, mas não era suficiente para disfarçar a tensão que crescia. 

— Gostei da noite. — ele disse, virando o rosto para mim. 

— Eu também. — Meu tom saiu mais suave do que eu esperava. 

Alex passou a mão pelos cabelos, como se estivesse pensando em algo. Então, sem muita cerimônia, se inclinou um pouco na minha direção. 

Meu coração acelerou, e eu sabia que poderia recuar se quisesse, mas não quis. A proximidade, o cheiro dele, o jeito como ele me olhava... tudo me fez esquecer qualquer hesitação.  Eu me senti adolescente pela primeira vez em muito tempo. Sem preocupação com vestibular, com o que os outros pensam, nada passava pela minha mente.

Ele roçou a ponta do nariz no meu, um movimento lento, como se estivesse testando a reação. Minha respiração ficou presa por um instante. 

— Posso? — ele perguntou, a voz baixa. 

Minha resposta foi quase um sussurro. 

— Você já sabe. 

E então, o beijo aconteceu.

Eu queria deixar aquele momento registrado para sempre. Porque parecia um final de filme romântico adolescente, clichê de final da tarde. Mas era só a minha vida. Eu sabia que assim que eu despertasse do beijo, tudo ia voltar a ser normal.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro