Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

2 - O NADA BOBO REI DE NÁRNIA E SUAS CONSELHEIRAS

2 - O NADA BOBO REI DE NÁRNIA E SUAS CONSELHEIRAS

✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚ * .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   ⋆ ✧ *   · ✵✷        · ✷        ·  ˚ * .      *   * ⋆   .

Pela primeira em anos de história narniana havia um senso de segurança para criaturas e humanos. Pela primeira vez os narnianos tinham segurança e liberdade de se mostrar. E junto com a segurança dos narnianos, veio também a segurança de uma nova e única raça: os mestiços.

Aqueles que eram, como Asterina, filhos de telmarinos com dríades, náiades ou anões. Estes nunca revelavam sua identidade para ninguém, nem mesmo suas famílias, com muito medo do que os reis telmarinos lhes fariam.

Agora, sob o reinado de esperança e com promessas de aceitação e unidade que Caspian trazia, a cada dia mais e mais mestiços em toda Nárnia tinham a segurança de contar a verdade sobre quem eram.

Essa segurança não chegou em Asterina, que via como alguns dos lordes telmarinos que haviam ficado em Nárnia olhavam para os narnianos e alguns mestiços que moravam no castelo como o Dr. Cornelius e a avó de Julietta. Então ela se manteve em absoluto silêncio sobre suas origens e não as revelou nem mesmo para Caspian ou Lya, que eram seus amigos mais próximos.

Não era dos olhares de desprezo que Asterina tinha medo. Era daquilo que poderia vir daquele desprezo. E ela estava certa em temer, pois na calada da noite, três lordes telmarinos reuniam-se a portas fechadas.

Quem convocara a reunião fora Lorde Monez, pai de Aryadna, um homem duro que se orgulhava em estar sempre do lado vencedor. Chamou seus amigos mais próximos, Lorde Tepez e Lorde Estevan.

– Existe muito que podemos suportar meus caros, mas isso? Uma abominação! – exclamou o encolerizado Lorde Monez. – Mestiços? Filhos de telmarinos degenerados que deitaram-se com fêmeas narnianas! É absolutamente repulsivo!

– O rei jamais deveria aceitar essas criaturas vis! Narnianos e telmarinos não podem se misturar de tal forma! – concordou Estevan, que considerava esperto seguir Lorde Monez, uma vez que ele era bem sucedido em tudo aquilo que fazia.

– E o que sugerem que façamos? Nos oponhamos ao rei? Deliram, meus amigos? – interpôs Lorde Tepez. – Aslam permanece no reino e não sabemos quando se vai! Desafiar a fera é loucura! Viram o que ele fez com Lorde Sopespian no Beruna!

– Somos homens, Tepez! Não nos dobramos a bestas! – Monez esbravejou, mesmo que sentisse calafrios perto de Aslam e jamais tivesse coragem o bastante de olhar o Grande Leão nos olhos como parecia ser o caso com o rei Caspian e com as ladies que agora eram chamadas de Quatro Gloriosas por todos no castelo.

– Mas nos curvamos ao nosso rei, Monez! E nosso rei recebe os mestiços de braços abertos! – respondeu Tepez, que era de fato o mais prudente entre os três lordes.

– Lorde Miraz jamais permitiria isso se fosse rei. – suspirou Estevan balançando a cabeça.

– Jamais. – concordou Monez.

– E que bem lhes faz falar de Miraz, que foi rei por três dias antes que fosse morto pelo próprio conselheiro e seu exército fosse massacrado pelo exército narniano?! – em revolta, Lorde Tepez espalmou as mãos na mesa do escritório com forças. – Abram os olhos, meus amigos! Não há maneira possível de nos contrapormos ao rei Caspian! Dois terços do exército telmarino foi para o mundo dos antigos reis! Caspian tem consigo todas as árvores da floresta, todas as águas dos rios, todos os animais do território, todos os narnianos! Nem mesmo minha prima Lady Asterina, que é mulher, é estúpida o bastante para contrariar o rei! O que farão então? Esqueçam essa história de mestiços!

– Eu ouvi falar de uma bruxa no Norte que também não está satisfeita com isso. Quem sabe não é ela nossa próxima aliada? – revelou o Lorde Monez em voz baixa.

✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆

Ninguém no castelo nunca chegou a notar o comportamento suspeito dos três lordes, pois estavam todos muito mais preocupados com outro problema muito mais eminente: as infestações no castelo.

– Estou lhe dizendo, Majestade! Eu pessoalmente revirei as calhas e telhas do castelo com meus melhores ratos e fomos incapazes de localizar os ninhos! – relatou Ripchip, apoiado no ombro do rei enquanto caminhavam para a sala do conselho acompanhados de Asty e Lya.

– Vivemos nesse castelo nossas vidas inteiras e nunca teve nem moscas aqui! – reclamou Caspian sem entender.

– Pois agora tem, e precisamos tomar uma atitude a respeito. – respondeu Asterina calmamente.

– Imediatamente! Precisamos tomar uma atitude imediatamente! – exclamou Aryadna correndo para se juntar ao grupo, atrapalhada com as próprias saias. – Temos sapos que nos dão bom dia! Tem uma lagartixa que questiona os vestidos que eu escolho! É insustentável!

– Realmente, é insustentável, mas não por esses motivos exatos. – concordou Lya e Caspian imediatamente parou onde estava, segurando Asterina pela mão.

– Asty o apocalipse está sobre nós! – exclamou o jovem rei empalidecendo. – Lya acabou de concordar com a Lady Aryadna!

– Certo, isso foi incomum... – disse Lya comprimindo os lábios e franzindo as sobrancelhas.

– Muito. – dessa vez quem concordou foi Aryadna.

– Elas fizeram de novo! – exclamou Caspian puxando Asterina para um abraço protetor.

– Talvez realmente devamos nos despedir e aguardar o fim. – Asty assentiu com um sorriso divertido. – Foi uma honra te conhecer, Caspian.

– A honra foi toda minha, Asty. E se vamos morrer, só quero que você saiba que eu teria me casado com você. – disse o rapaz fingindo estar apavorado.

– E eu só quero que você saiba que é bobo. – retorquiu a ruiva ficando comicamente vermelha. – E um dimocó.

– Ai, quanto drama... – bufou Aryadna revirando os olhos.

– Sim! Pela Juba do Leão, nós só concordamos! Pra quê isso? – exclamou Lya, e então fez uma pausa diante dos olhares de Caspian e Asty. – Certo, estou vendo o problema. A questão não é essa. O importante aqui é que a mudança para Cair Paravel precisa acontecer o quanto antes!

– Lya, por Aslam! A única coisa pronta em Cair Paravel são o encanamento e os banheiros! Alguns quartos nem têm paredes ainda! – argumentou Asterina saindo do abraço brincalhão de Caspian. – Vocês têm ideia do estado em que o lugar estava?

– Eu prefiro um quarto sem paredes do que um com sapos e lagartixas! – insistiu Aryadna cruzando os braços em uma pose admiravelmente mimada para uma moça crescida como ela.

– E se tentarmos algo diferente? – sugeriu Carina, que tinha acabado de sair da sala do conselho para buscar os atrasados e ouvira parte da conversa. – Mantemos quem quiser se mudar imediatamente acampados na praia de Cair Paravel enquanto os aposentos de todos não ficam prontos. Como se fosse uma excursão longa.

– É uma ótima ideia, Cari! – exclamou Asterina com um sorriso crescendo no rosto. Quando ela era pequena, seu pai a levava para acampar na praia e ela adorava.

– Acampar? – questionou Aryadna com uma careta chiliquenta.

– Eu nunca teria pensado nisso e me sinto burra agora! – murmurou Natalya tombando a cabeça de lado.

– Então está feito, e já que estão com tanta pressa, Lya e Lady Ariadna estão responsáveis pela organização do acampamento. Cari, você é responsável pelas medidas de segurança. Chame a Ju para achar o melhor terreno para montar as tendas, ela é ótima em geografia. – disse Caspian, a voz firme e assertiva.

– E eu? – perguntou a ruiva enquanto as outras moças iam cada uma para um lado.

– Você está muito ocupada me ajudando a resolver problemas políticos, Asty. – respondeu Caspian guiando a melhor amiga pelo cotovelo para as portas da sala do conselho. – Você sabe tão bem quanto eu todos os problemas que vêm junto com um novo reinado. Preciso de você comigo.

– Talvez você não seja tão bobo assim. – sorriu Asterina.

Ela sabia que Caspian não era nada bobo: era um rapaz decidido e tinha todas as ideias certas para fazer dele um rei espetacular. Mas a jovem mulher também sabia que o amigo fazia o tipo de um rei guerreiro mais que de um rei político.

– Majestade, vejo que trouxe Lady Asterina consigo. – cumprimentou Aslam assim que adentraram a sala, que tinha teto alto, muitas cadeiras de enormes espaldares com estrelas de 8 pontas e cabeças de águia. – Faz muito bem.

– É uma honra. – agradeceu a moça com um sorriso singelo e um aceno de cabeça.

Aquela sala lhe causava arrepios. A má iluminação, as cores escuras, o excesso de mármore e metal, a forma como até o menor dos sussurros ecoava no teto abobadado. De fato a moça mal podia esperar para ir morar em Cair Paravel.

O novo conselho de Caspian consistia tanto de narnianos quanto de telmarinos. O núcleo narniano consistia em Trumpkin, Caça-Trufas, Ripchip e o centauro Ciclone. O núcleo telmarino era composto pelos lordes Monez, Tepez e Estevan assim como o lorde Rinelfo – que crescera com Caspian e as meninas – e lorde Drinian, cuja família viera de Terebíntia. Também integrava o doutor Cornelius, agora Asterina e Aslam pelo período no qual permanecesse.

– Milordes, gostaria de apresentar minha nova conselheira, Lady Asterina Argoz. – disse Caspian direcionando-se para o trono e sinalizando Asterina para a cadeira que ficava diretamente à sua direita. – Em breve também se juntarão a nós as ladies Natalya Bern, Carina Revilian e Julietta Rupe.

Algo como um suspiro coletivo tomou a sala quando Asterina de fato dirigiu-se para a cadeira indicada pelo rei. Havia uma declaração silenciosa naquele ato, uma da qual Caspian tinha plena consciência: ao colocar Asterina para sentar-se na primeira cadeira à sua direita, ele a havia colocado na posição de pessoa mais importante no conselho.

– Majestade! Se me permite a fala! – exclamou Lorde Monez levantando-se de sua cadeira. – Jamais nesse conselho houve uma mulher, quanto mais quatro! E uma criança! Devo lembrá-lo, Lady Julietta Rupe ainda é apenas uma menina de catorze anos!

– E jamais nesse conselho houve narnianos, Lorde Monez. – rebateu Caspian, a voz calma e austera, como se o comentário não o houvesse perturbado ou desafiado minimamente. – Já é tempo de haver mudanças. Devemos ter entre nós as mulheres e também os jovens. É o reino deles também. Sente-se.

A ordem ecoou irredutível no mármore escuro, cheia de autoridade que Lorde Monez não ousou desafiar, caindo duramente em seu lugar.

Asterina esperou que sua expressão continuasse serena e não demonstrasse as voltas de orgulho que seu estômago dava enquanto ela encarava seu amigo de infância sob uma luz completamente nova.

Evidentemente, Caspian já não era o garoto tonto que preferia sempre evitar conflitos e não era o mais rápido nos raciocínios. A mestiça via agora que mais que seu amigo, o rapaz era um rei. O rei de Nárnia.

Uma vez que chegou àquela realização, o restante da reunião se tornou quase um borrão para Asterina, pois ela estava ocupada observando o quanto a postura de Caspian havia mudado. Como ele estava com a coluna mais reta e o queixo mais erguido, como olhava as pessoas nos olhos e parecia absorver cada palavra que lhe diziam com atenção. Também percebeu como a voz dele tinha uma impostação diferente, com mais autoridade e como seu sotaque telmarino praticamente sumia.

Antes que fosse pega encarando, a moça desviou o olhar e acabou olhando para Aslam. O Grande Leão, assim como ela estivera alguns segundos atrás, tinhas seus olhos dourados fixos no rei, atento a cada decisão que o rapaz tomava. Foi uma realização maravilhosa para a lady ver naquilo o quanto Aslam se importava com Caspian e como ele seria como rei.

Naquele dia, pela maior parte da reunião, Asterina manteve silêncio. Havia uma calorosa discussão a respeito dos gigantes no Norte, que estavam inquietos.

– Asterina. – chamou Caspian, despertando a moça de seus pensamentos. – O que você pensa disso tudo?

A Argoz sentiu todos os olhares sobre ela e pigarreou brevemente antes de dizer:

– Acho a discussão toda inócua se os gigantes ainda não apresentaram nenhuma ameaça verdadeira até agora. Não temos assuntos muito mais urgentes a discutir?

– Então milady sugere que quando a ameaça real se apresentar estejamos despreparados? – retrucou Lorde Monez com um sorriso de canto.

– Não distorça as palavras da Lady Asterina, Monez! – interviu Drinian. – Se bem entendo milady, quis dizer que devemos dedicar mais energia para assuntos que exigem mais pressa.

– Exatamente, Lorde Drinian. Obrigada. – confirmou Asterina com um sorriso gracioso.

– Concordo plenamente com Lady Asterina. Vamos para o próximo tópico. – disse Caspian contendo um suspiro aliviado. Se não fosse por Asty, o rapaz sabia bem que passariam horas dando voltas naquele assunto sem chegar a decisão nenhuma.

– Majestade, os mestiços do reino enviam seus cumprimentos e bons desejos ao rei e pedem por um representativo mestiço no Conselho Real de Vossa Majestade. – disse o doutor Cornelius e ao terminar de ler o pergaminho que tinha em mãos parecia muito encabulado e constrangido.

– UM ULTRAJE! – exclamou Lorde Monez levantando-se abruptamente de sua cadeira.

– Um pedido perfeitamente razoável! – frisou Caspian, com autoridade e calma o bastante para não ter necessidade de gritar. Era verdade que estava frustrado e bravo com a aparente necessidade de Monez de desafiá-lo em tudo. – Lorde Monez, pela última vez, sente-se.

– Majestade, não podemos simplesmente nos sujeitar a qualquer capricho do povo! – Monez discutiu mantendo-se de pé.

Caspian respirou fundo e empurrou para o fundo da própria mente todos e quaisquer pensamentos assassinos. Fez questão de lembrar-se do conselho de Lya para aquela reunião. Ela dissera: "Você é o rei. A decisão final é sua. Não se deixe ser desrespeitado, mas não grite. Gritos são o primeiro sinal da perda da razão. Você não precisa gritar, pois é a máxima autoridade ali. Fale com firmeza e certeza, mas nunca grite." Quando o discurso da meio-arquelandesa se assentou em sua mente, o jovem rei voltou a falar:

– Que tipo de rei o senhor espera que eu seja, Lorde Monez? – perguntou com tanta calma que chegava a ser enervante. – O senhor espera que Nárnia seja um país próspero e forte? Que o povo esteja satisfeito? O senhor espera que eu seja um bom rei?

– M-ma-mas é claro, Majestade. – Monez respondeu piscando muito e gaguejando desconcertado voltando a desabar em sua cadeira. Após a clara desobediência em seguir a clara ordem de sentar-se e a forma como desafiara ao rei, ele esperava receber uma bronca. Esperava ser punido. Esperava que Caspian perdesse a cabeça, elevasse a voz, mostrasse todo o tempestuoso comportamento esperado de um jovem.

O rapaz, no entanto, demonstrava estar não apenas calmo, mas quase relaxado quando colocou o cotovelo sobre o apoio de braço do trono, cruzou as pernas e apoiou o queixo na mão. O rei de Nárnia respirou profundamente e olhou nos olhos do Lorde telmarino com sabedoria além de seus anos.

– Então por que milorde insiste que eu haja como um tirano inseguro da própria autoridade? Para que eu seja um bom rei, é crucial que eu ouça o meu povo. – disse Caspian, vendo pelo canto do olho um sorriso crescendo no rosto de Asty. Ele não se deixou distrair pelo sorriso estelar da moça, no entanto, e prontamente voltou-se para seu preceptor. – Há alguém que os mestiços apontem como seu representante, Lorde Cornelius?

Novamente aquele ar encabulado se assentou sobre o velho mestiço. Ele parecia muito desconfortável, pigarreando e trocando o peso de uma perna para a outra. O rosto redondo vermelho e mexia no colarinho como se muito o incomodasse.

Foi nesse momento em que Asterina fez aquilo que Caspian considerava o exato tipo de atitude que sempre se poderia contar com ela para ter. Com toda a graça da Lady que era, a ruiva levantou-se, desceu os degraus que separavam sua cadeira do chão e caminhou com os passos que mal faziam barulho através do corredor, performando uma breve reverência para o rei antes de subir a pequena escada do palanque que abrigava o trono de Caspian e a escrivaninha onde sentava-se o doutor Cornelius com todos os seus documentos estatais.

A moça deu a volta na escrivaninha, pousou a mão com leveza reconfortante no ombro do tutor, sorriu docemente e tirou o pergaminho das mãos trêmulas dele. Os olhos verdes de Asterina passaram brevemente sobre o texto do documento, antes que com voz clara e firme como um diamante – embora não gritasse – lesse um trecho da carta:

– "... É contando com a graça e boa vontade de Vossa Majestade que a comunidade mestiça narniana gostaria de apontar, com muito gosto e alegria, que Lorde Cornelius, o antigo preceptor de Vossa Graça, nos conceda a mais alta honra de representar-nos em vosso real parlamento." – novamente ela sorriu largamente antes de ler mais um trecho. – "Isso dizemos, Majestade, pois devemos nossas liberdades e mesmo nossas vidas aos bons atos de Lorde Cornelius em sua educação para com Vossa Majestade, o rei, ao contar-lhe as verdadeiras histórias desta terra de Nárnia. E ainda que seja grande honraria que um se sente ao vosso Conselho, maior ainda seria a nossa honra em ter tal homem representando-nos em vossa real presença."

Poucas vezes Caspian vira Asterina perder aquele ar sempre calmo e comedido quando em reuniões sérias, mas o rapaz considerava uma verdadeira bênção o sorriso largo – aquele que era de tirar o ar de qualquer um e fazia estrelas brilharem nos olhos dela – que agora tomava completamente o rosto da ruiva. Era quase um bálsamo para a mente inquieta e estressada do jovem rei.

– Meu rei, esta decisão cabe unicamente ao senhor. Eu jamais encontraria em mim a ambição de tal cargo se não for de vossa vontade. – pronunciou-se o doutor Cornelius curvando a cabeça em genuína humildade.

Os olhares tortos dos lordes Monez, Estevan e Tepez não passaram despercebidos ao rei, que no entanto os interpretou como inveja, pois desejavam o cargo para si. A verdade era que não confiava em nenhum dos três.

– Eu jamais cogitaria alguém melhor para o cargo. – foi a resposta de Caspian. – Está feito. Lorde Cornelius, representante mestiço no Conselho Real.

O jovem quase deu a reunião por encerrada, mas felizmente, Asterina inclinou-se e sussurrou:

– Não esqueça de avisá-los sobre o acampamento para quem quiser se mudar mais cedo para Cair Paravel.

Caspian acenou com a cabeça grato antes de voltar-se para o Conselho:

– Foi trazido à minha atenção o aparente problema com a infestação de marimbondos, baratas, sapos e lagartixas no castelo. Nesse momento, enquanto falamos, sob minha ordem direta as ladies Natalya Bern, Carina Revilian, Julietta Rupe e Aryadna Monez trabalham nos detalhes de um acampamento na praia na ilha de Cair Paravel para aqueles que quiserem mudar-se mais cedo, antes que a renovação do novo palácio seja concluída. Mais informações serão oferecidas ao longo da semana. Sessão dispensada.

✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆

A reunião fora longa o suficiente para que uma vez encerrada já fosse perto da hora do jantar.

Caspian não podia dizer que prestara muita atenção no que comera ou nas conversas ao redor. O rapaz estava simplesmente cansado e de cabeça cheia. Ele nunca achou que ser rei seria fácil, mas mais difícil do que ser rei era ser um bom rei.

Quando eram mais novos, ele lembrava de ouvir Asty e Lya reclamando sempre que elas não conseguiam parar de pensar por nenhum minuto que fosse. Achava que as entendia agora. Sempre tinha algo em que pensar, a maior parte do tempo problemas a serem resolvidos.

Sem dar satisfações a ninguém, após o jantar ele sumiu no pátio dos soldados e passou umas boas duas horas treinando para descontar todo o estresse do dia. Nesses poucos meses como rei, Caspian percebera que o cansaço físico ajudava um pouco a aplacar a estafa mental.

A parte favorita do dia do jovem rei era quando ele voltava do treinamento moído de cansaço e afundava em um banho escaldante por quase meia hora. Era quase como se sua alma tivesse saído do corpo e voltado.

Sentindo-se muito mais relaxado, Caspian saiu do banho, vestiu seus pijamas e estava secando os cabelos quando viu um ponto estranho na parede que não estava lá antes. De cenho franzido, o rapaz se aproximou e soltou o ar quando viu que era uma lagartixa.

Ninguém realmente tem medo da lagartixa quando ela está parada, mas quando ela se mexeu, Caspian deu um pulo de susto e quase caiu pra trás.

Quinze minutos mais tarde, ele estava com um cobertor e o travesseiro na mão batendo no quarto de Asterina.

– Está aberta! – ela disse de lá de dentro, e arqueou uma sobrancelha quando Caspian entrou. Ela estava esparramada na cama, ainda usando penhoar e tinha um livro na mão. – Caspian? Aconteceu alguma coisa?

– Nem levanta. Tem um jacaré no meu banheiro. – ele respondeu fechando a porta e dispondo o travesseiro e o cobertor no sofá dela. – Ocupamos todos os quartos do castelo com os membros da corte narnianos.

– Tudo isso por uma lagartixa? – disse Asterina com um olhar divertido. – Você não está preocupado em manchar a minha reputação?

– Que eu me lembre isso já aconteceu quatro anos atrás quando você foi se esconder de uma tempestade de raios no meu quarto. – disse Caspian devolvendo o olhar divertido.

– Ah, sim. Eu tive que passar quatro meses em Anvar para que as fofocas parassem. – a moça estreitou os olhos.

– Se for o caso, eu me caso com você e restauro a sua honra. Tudo que peço em troca é uma boa noite de sono. – ele deu de ombros deitando no sofá. – Não vejo a hora de irmos para Cair Paravel.

– Quer saber? – disse Asterina, se levantando da cama, andando até o sofá e se debruçando sobre o encosto. – Amanhã vamos acordar cedo, pegar algumas mudas de roupas, provisões e vamos para Cair Paravel "inspecionar as obras". Você precisa de um tempo.

✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   * · ✷    *   · ✵✷    ·  ˚ * .      *   * ⋆   .✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   *   · ✵✷        · ✷        ·  ˚ * .      *   * ⋆   .✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   *   · ✵✷

Caspian, de fato não é nada bobo... A menos que seja pela Asterina. Aí sim ele é completamente bobo!

Lady Aristana

✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   * · ✷    *   · ✵✷    ·  ˚ * .      *   * ⋆   .✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   *   · ✵✷        · ✷        ·  ˚ * .      *   * ⋆   .✷    ·   ⋆ ✧    ·   ✧ ✵  ˚* .      *   * ⋆   .·    ⋆     ˚ ˚    ✦      ⋆ ..  ⋆ ·   *   · ✵✷

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro