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Capítulo 1


O homem sexagenário, muito branco e de bochechas coradas, imprimia graça a casa. Com um sorriso sincero e muita paciência, Giuseppe De Luca escutava os queixumes de Jesus.

Quase não contendo-se de ansiedade, os irmãos Breno e Otelo aguardavam a hora em que o visitante poderia contar suas aventuras de viagens pelo sul do país. Giuseppe era um comerciante abonado que, para fazer sua fortuna, cruzava o Brasil em inúmeras viagens.

Ao canto da sala, da forma mais discreta possível, Triana acompanhava sua mãe nos bordados de uma toalha de mesa. Isabel, uma mulher ainda jovem, na casa dos quarenta anos, parecia-se muito com a filha, especialmente quanto ao temperamento. Seus olhos negros lutavam contra o sono, enquanto, vez ou outra, direcionava um resignado sorriso aos demais, tentando demonstrar uma satisfação que, na verdade, estava longe de sentir.

Aprendera logo cedo que não adiantava isolar-se. As pessoas, os problemas, as necessidades sempre iriam buscá-la no local mais escondido e ermo que pudesse estar. Por que Triana não compreendia algo tão básico?

Aprendera a ser feliz assim, ou a acreditar que era feliz. Tudo o que lhe bastava era cuidar de sua casa e família, sem ter que emitir opiniões. Sentia-se constrangida em ocasiões sociais e rogava a Deus uma nora coquete, que tomasse seu lugar em tais exibições.

Seus olhos, prejudicados pelos anos à fio de trabalhos manuais sob pouca luz, já não conseguiam enxergar os pontos e achava graça da desfaçatez de Triana que, ao seu lado, fingia interesse no bordado.

Então, no lado oposto da sala, seu filho caçula passou a chamar-lhe a atenção. Ele batia os saltos das botas no chão, impacientemente, enquanto aguardava os interessantes relatos de Giuseppe. Breno sempre fora o mais entusiasta. Podia-se ver a vida passar pelos seus olhos, ao escutar as aventuras de outros.

A noite já caíra por completo e Triana, após usar todas as desculpas possíveis para não se fazer presente — retirou a louça da mesa, lavou a louça na tina, varreu a cozinha... — balançava todo o corpo, impaciente. Ao menor sinal, esgueirar-se-ia pelas sombras, para o sossego do seu quarto. Mas a conversa na sala ainda se alongava.

— Ainda ontem falei com o Damião. Ele confirmou que a safra da comunidade está quase toda vendida, mas vai saber! A safra dele sim, deve estar completamente vendida, mas acha mesmo que ele irá incluir a minha na negociata? — A voz amarga de Jesus cortava a sala com uma carga generosa de rancor.

Giuseppe deu um sorriso animador e bateu nos próprios joelhos, erguendo-se de uma só vez da cadeira. Era hora de ir, ou a negatividade de Jesus iria empurrá-lo a um aborrecimento sem fim.

— Acho sim, amigo Jesus. És um homem bem relacionado e não te deixarão de fora das negociatas. — O visitante pegou o chapéu, mostrando que a conversa já estava na hora de acabar.

— Com a sorte que tenho? Ah! Você não sabe como sou amaldiçoado!

— Deixe de falar bobagens, homem. Olhe tuas terras, repletas de uvas da melhor qualidade. Olhe tua família: bonita e saudável! — Os olhos do velho viajante percorreram cada um dos rostos presentes na sala.

— Mas tudo poderia ser melhor, Giuseppe. — Jesus não se cansava de reclamar.

— Melhor que uma esposa dedicada, como D. Isabel? — A referida ergueu o rosto como se saísse de um transe, de repente. — Que teus filhos, trabalhadores e bem relacionados como são? E esta filha que Deus lhe deu, com uma beleza capaz de cegar um homem?

Triana ruborizou-se e, tal qual uma planta mimosa pudica, encolheu-se, vendo como fracassada sua tentativa de invisibilidade. Contudo, Jesus nem mesmo a olhou, pois sabia exatamente o que iria encontrar: uma garota insignificante e tosca.

— Quisera eu que ela fosse ao menos bonita e tão bem relacionada quanto os irmãos.

As palavras de Jesus seriam suficientes para levar às lágrimas qualquer uma que não tivesse a couraça que Triana aprendera a desenvolver em seu coração.

- Veja só Giuseppe - Jesus continuou -, ela poderia estar entre as moças da sociedade, buscando um casamento rentável. Deveria se dedicar mais às prendas e aos costumes femininos, para ver se, ao menos, consegue um marido rico e diminui meu prejuízo com o dote, mas não. Só quer saber de ler, ficar pelas pastagens como uma qualquer, e nem mesmo os cabelos arruma. Veja só a minha sorte!

Num reflexo, Triana agarrou os longos cabelos e os enrolou em uma das mãos, no mesmo instante em que seus olhos buscaram o piso de madeira fosca. Ela, e todos na sala com o mínimo de sensibilidade, puderam sentir a piedade de Giuseppe de forma quase tangível.

— Ora, Jesus, deixe a menina em paz. É o jeito dela, e desta forma há de conseguir um bom casamento. — Giuseppe passou o braço sobre os ombros do amigo e dirigiu-se à saída, fazendo ao mesmo tempo um aceno cordial à Isabel e direcionando Jesus para a porta da rua. — E o Breno, já tem uma pretendente?

Como um desabafo, Triana atirou o bordado sobre a poltrona e subiu as escadas com passos largos e firmes. Breno a seguiu. Conhecia sua irmã e, por isso, sabia que ela precisaria de seu apoio.

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