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Mari 🌻
Percebi o orelhudo meio inquieto na cadeira e eu encarei ele, que olhava de um lado pro outro, toquei em sua mão e ele me olhou, se levantando.
Mari: O que aconteceu?
Orelha: Miguel saiu do meu campo de visão.- Os meninos olharam pra ele.
Goiaba: Tá rodeado de brinquedo, o moleque deve tá brincando.- Orelha confirmou.
Orelha: Ele tava vindo aqui avisar toda vez que ia pra um brinquedo diferente. Vou atrás dele aí, só pra ver mermo.
Ele soltou minha mãos aos poucos e eu observei ele entrando no meio das pessoas. Coronel se levantou indo atrás, juntamente com o Gaspar, o único que ficou foi o Goiaba.
O Miguel não gostava muito de mim e eu entendia muito bem o meu lugar, jamais iria forçar simpatia com ele, ele me tratava bem quando por algum acaso estávamos juntos e isso era tudo.
Mas eu entendia e era normal, ele tem o tempo dele de aceitação pra tudo, e eu nem sabia se ia ficar na vida do Orelha por tanto tempo assim pra querer conquistar o Miguel, então tava tudo bem pra todos.
Luana: Será que aconteceu algo? - Falou bebendo água.
Ana: Ele só deve ter ido brincar com os amiguinhos, quantificar cheguei ele tava super feliz me mostrando várias coisas, dizendo que ia brincar em tudo.- Deu os ombros.
Goiaba: Miguel é esperto, deve ta beijando alguma menina escondido.- Eu soltei uma risada fraca.
Meu celular tocou e eu tirei ele da bolsa, abri as mensagens e o número do Rodrigo que havia me mandado mensagem; "Estou com o filho do seu namorado, se quiser ele de volta, venha até mim."
Em seguida ele mandou outra, falando em qual local do morro ele estava. Levantei a cabeça e assim que eu levantei da cabeça, escutei o raidinho do Goiaba falar.
- Aí mano, polícia tá subindo o morro, vão acabar com a festa aí.- Goiaba levantou, entrando o Jorge pra Luana e pegou o raidinho.
Goiaba: Mandar geral circular, da última vez polícia saiu atirando e matou gente inocente pra caralho.- Falou de cara fechada.- Vão pra casa.
Apenas escutei aquilo e entrei no meio das pessoas, escutei a voz da Ana me chamando e apenas ignorei, correndo entre as pessoas. Sai da quadra olhando pros lados e quando ia sair dali, sentir uma mão me puxando.
Orelha; Vai pra onde? Polícia tá subindo, Miguel sumiu.- Falou com raiva.- Sobe pra casa com as meninas.
Gaspar: Lua e Jorge tão aonde? - Falou comigo e eu desbloqueei o celular tremendo, entregando pro Orelha.
Mari: Goiaba pediu pra elas irem ela casa.- Olhei pro Orelha.
Orelha; Não acredito.- Soltou uma risada de deboche e nervosismo, entregou o celular pros meninos e se afastou passando a mão no rosto.
Coronel: Deve ser por isso que a polícia tá subindo.- Balançou meu celular em mãos e eu olhei pra eles com vergonha.
Mari: Não queria trazer esse problema pra vocês.- Falei baixo, vendo alguns moleques saírem correndo da praça.
Gaspar: Vou pela laje do beco, deixa ela ir na frente e depois vocês cercam ele.- Falou olhando o celular.
Orelha sem falar nada balançou a cabeça e Gaspar guardou o celular andando, a mão do Orelha deslizou até a minha e ele saiu me puxando junto do Coronel. Quando nos aproximamos do beco tava cercado de polícia, os meninos se esconderam e eu me soltei do Orelha, correndo até lá.
Assim que eu entrei, senti uma cotovelada sendo transferida no meu rosto, cai no chão pelo impacto e três policiais apontaram a arma pra mim. Coloquei a mão na boca vendo que sangrava e olhei pra frente, vendo o Rodrigo segurando a faca encostada no pescoço do Miguel, que chorava de medo.
Mari: Solta ele, eu tô aqui.- Falei olhando pro Rodrigo.
Rodrigo: Agora eu tô aqui por culpa sua, sua vagabunda. Ela é uma vagabunda de bandido, ela dar pra bandido, essa puta! - Falou empurrando o Miguel no canto do beco, e ele batendo a cabeça, me fazendo gritar.
E foi aí que eu percebi que os policiais não estavam ali tentando salvar uma criança, mas sim, servir ao Rodrigo. Ele veio pra cima de mim e chutou minha barriga, olhei pro Miguel encolhido no chão e fechei os olhos sentindo a dor.
Rodrigo: É assim que você gosta de ser tratada, não é? Como uma puta.- Gritou dando um tapa no meu rosto e eu vi o Gaspar na laje.
Ele recuou quando viu aqueles policiais todo e eu neguei com a cabeça vendo ele me olhar e sacar a arma. Mas não deu tempo, algum dos policiais viram sua presença ali e atiraram contra ele.
Gritei assustada e não sei se ele foi machucado, mas provavelmente sim porque todos foram certeiro nele. Comecei a chorar nervosa e Rodrigo me colocou em pé pelos cabelos, os policiais escoltaram ele e assim fomos descendo o morro até o carro da polícia, com ele me arrastando a todo momento, até voltar pra nossa antiga casa.
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