39
Orelha
Gaspar: Acha que agora tem o que pela frente? - Falou batendo o dedo na mesa.
Orelha: Comprou briga com mangueira, uma maior do que já tinha. E a Vânia também tá por aí solta ainda, ela fez parte de todo esse plano também.
Goiaba: Faltou pedir a benção pra sogra, fantasminha.- Gastou e geral riu.
Coronel: Bagulho é deixar a mangueira atacar primeiro, deixa vim.- Falou olhando o caderninho.
Orelha: Papo mermo é que ficou claro que a gente não foi lá pra trocar tiro com ninguém, assim que a tropa pegou o Gaspar, a gente recuou.
Goiaba: O foda é saber se isso vale de algum bagulho pra eles, passou quase seis meses sem eles quererem subir aqui, agora arrumaram uma desculpa fácil.
Coronel: Ai que fode, quando a Lua tava grávida foi maior paz, minha mulher tá grávida e é só confusão.- Brincou.
Goiaba: Se tivesse segurado o pau por um mês, ainda teria tempo de aproveitar.
Coronel: Logo menos tu entra nessa de paizão do ano também.- Bateu na cabeça dele.- Vai lá desenrolar o bagulho do banco, se liga.
Gaspar: Jae, o esquema é o mermo, ele só tá querendo lucrar mais em cima.- Falou pegando a chave da moto e o meu raidinho chamou, tirei da cintura e escutei os moleques falando.
"Coe Orelha, uma tal de Vanessa tá aqui com um menorzinho, querendo subir."
Gaspar: Vanessa irmã da outra lá? - Questionou me encarando e eu estranhei, confirmando com a cabeça.
Orelha: Manda subir pra boca, algum menor ai traz ela.- Falei colocando o radinho na mesa.
Coronel: Qual foi, tá pegando a mina? - Neguei.
Orelha: Nem eu tô entendendo, fui lá tentar dar uma grana pra ela e ela rejeitou, quase me expulsou de lá.- Cocei a cabeça.
Goiaba: Oferecendo dinheiro pra macetar a mina? Feião.
Orelha: Se liga mano, sem esse caô. Fiz pelo menorzino mermo, no papo limpo.- Me sentei.
Gaspar: Eu vou meter o pé, qualquer bagulho vocês aciona.- Falou fazendo toque comigo e saiu.
Coronel me encarou e eu dei os ombros, a gente ficou esperando até os moleques deixarem ela aqui na porta com o Miguel no colo, ele tava com cara de choro e ela toda assustada, ainda mais quando viu os dois moleques.
Miguel: Tio.- Falou se jogando nos meus braços e eu segurei ele.
Orelha: Qual foi moleque? - Falei sentando com ele no colo e olhei pra Vanessa.
Vanessa: Quando cheguei do trabalho a casa tava revirada, as coisas todas quebradas, tava tudo um caôs.- Falou com voz de choro.- Tinham pixado a parede e tava dizendo que eu ia pagar pela morte do irmão de alguém, eu não faço a mínima ideia mas isso provavelmente saiu daqui ou sei lá.
Coronel: O moleque que tava com a Carina.- Falou na hora.- Mandei uns moleques puxarem a ficha e o irmão dele é envolvido. Faz sentindo ele ter ido atrás da irmã da Carina até porque o menor morreu com ela.- Falou encarando a Vanessa.
Vanessa: E onde eu entro nisso? Eles destruíram a minha casa.- Falou chorando e limpou o rosto.
Orelha: Vingança no mais fácil, Vanessa.- Passei a mão no cabelo do Miguel que tava quietinho.
Goiaba: Comprar essa briga é perca de tempo, o moleque traiu o próprio morro.- Apontou.- Bagulho é ir atrás de conversar com o chefe de lá, isso não é bagulho nosso.
Coronel: Papo que o irmão dele tá até certo em ir atrás de uma vingança e tal, mas aí o bagulho é comigo, garota ai não tem nem envolvimento.
Goiaba: Descer lá hoje? -Falou se balançando na cadeira e Coronel balançou a cabeça confirmando.
Coronel: Papo de quatro da tarde, hoje é a ultrassom da Andressa.
Orelha: E tu não me chamou pra ir por quê? - Falei indignado.
Coronel: Ia chamar na hora de meter o pé, otario.
Goiaba: Ele só me chamou, ele não anda com feios.- Apontou debochando e Miguel riu.
Vanessa: Você pode ficar com ele hoje de tarde? Preciso trabalhar e não confio deixar ele na escola, sei que aqui ele tá seguro.- Falou me olhando e respirou fundo.
Balancei a cabeça confirmando e ela agradeceu, pedi pra um moleque deixar ela no trabalho e ela pegou o Miguel e falou altos bagulhos pra ele sobre se comportar. Os moleques tava tudo me olhando com ar de riso e eu de cara fechada pra eles, até ela ir embora e eles começarem a rir.
Goiaba: E aí menor, qual a boa de hoje? - Falou com o Miguel que me olhou rindo.
Miguel: Não vou pra escola.- Comemorou.
Orelha: Vou deixar ele lá na Andressa pra fazer os corre.- Falei me levantando com ele no colo.
Coronel: Goiaba assume, fica lá tranquilo, tio do ano! - Debochou me gastando e eu peguei a mochila do Miguel.
Orelha: Tu tá cheio de graça ne?! Aproveita e manda uns menor lá na casa dele, vê se acha algum bagulho.
Miguel deu tchau e eles responderam igual otarios, coloquei o menorzinho na moto e fui pra minha casa com ele, mas marolei legal quando lembrei que não tinha nada pra criança comer e eu não sabia porra nenhuma.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro