34
Orelha 🦅
Depois de amassar o Goiaba no futebol, fui dormir e acordei cedo pra caralho, disposto a me livrar de um problema. Quando sai pra cozinha os moleques tavam tudo lá comendo e eu cocei a cabeça, parando do lado da mesa.
Orelha: Mundo tá mudado, Goiaba acordado antes das sete da manhã? - Falei indignado.
Goiaba: Nem dormi, filho.- Me sentei pra comer também.
Orelha: Qual é a boa? Vou resolver esse bagulho da Carina aí, tá enrolando demais já.- Coronel me olhou.
Coronel: Geral aqui acordou pra ir atrás do Fábio, filhão.- Concordei com a cabeça soltando uma risada.- O que tu decidiu pra ela?
Orelha: Tõ ligado que ela vacilou, mas eu também fui malandro com ela e reconheço, papo dez. Mas se não fosse por ela, muita coisa ruim podia ter acontecido da pior forma.- Olhei pro Goiaba.- Se tiver suave pra tu, quero deixar ela meter o pé.
Goiaba: Escolha sua pô, amo levar tiro de mulher de vez em quando. Tô até pensando em ensinar a Ana a atirar.- Os moleques riram.
Gaspar: Depois que o Fábio tiver morto a gente pode meter o pé daqui por uns dias, aliviar um pouquinho e ficar por ai marolando até o nome na mídia ser esquecido.
Coronel: Foda que agora sair pra pista é correr alto risco.- Cocei a cabeça.- Mas a gente vê ai a melhor forma.
A gente ficou trocando uma ideia até eu terminar de comer, saiu geral junto e a gente subiu de moto, quando a gente chegou na salinha, o Fábio tava num canto ainda todo sujo de sangue na barriga, a gente tinha mandado só uma enfermeira cuidar do bagulho porque ele não ia morrer fácil assim.
A Carina tava do outro lado da sala deitada no ombro do moleque dela e os dois tavam dormindo. Fui até a Carina me agachando a mexi com ela, vendo ela se acordar no susto junto com o outro moleque.
Orelha: Vou te dar uma chance maneira, tu pode sair daqui e meter o pé, ir pra bem longe e não botar a cara nunca mais aqui.- Falei me levantando da frente dela e ela abriu um sorriso.
Carina: Tá falando sério? - Falou se levantando e olhando pro Coronel.
Orelha: Se eu te ver em qualquer lugar, tu já sabe, né? - O moleque levantou com a ajuda dela.- Mete o pé.
Carina: Prometo nunca mais querer olhar pra cara de nenhum de vocês.- Falou animada e Goiaba soltou uma risada fraca.- E desculpa, Goiaba. Você é o mais legal entre eles.
Goiaba: Isso não é um segredo.- Se gabou e ela puxou a mão do menino caminhando pra saída.
Fábio: Achei que vocês se importassem mais com a velha de bh.- Falou ainda de olhos fechados.- Tive todo trabalho pra matar ela, achando que ia ser foda, mas pelo visto vocês não tão nem aí com quem deu o endereço dela...
Eu olhei pro Coronel que levantou a cabeça, olhando pra trás aonde a Carina tava passando.
A gente já tinha conversado sobre quem poderia ter dado o endereço, o nome da Carina foi levantando mas eu falei que não tinha como ela saber, porém eu tava errado. Eu olhei pra cara dela e o desespero ali se estampou fácil, a cara dela tava escrito culpada não tinha como ela não negar.
Carina: Por favor...- Falou quando o Coronel começou a andar na direção dela.
Ela empurrou o moleque pra eles correrem e eles até tentaram, mas Gaspar atirou no moleque fazendo ele cair e Coronel puxou o cabelo dela com tanta força que jogou ela no chão, ela gritou começando a chorar e ele tirou a pistola da cintura, apontando pra ela e atirando na cabeça.
Dei um passo pra trás vendo o sangue escorrer e passou um filme na minha cabeça, como se eu tivesse tido apenas momentos bons com ela, se não existisse as partes ruins, como se tivesse sido perfeito. Apesar de tudo eu quis deixar ela ir porque de alguma maneira, gostava dela nem que seja por causa do ódio, tava disposto a dar uma segunda chance.
Eu encarei o sangue saindo dela como água escorrendo no chão, balancei a cabeça olhando aquilo e o Goiaba passou a mão nas minhas costas, me tirando atenção dela, e olhando pro Coronel que me encarou de lado. O silêncio ali durou quase um minuto, até o Gaspar meter o louco e ir pra cima do Fábio, chutando bem aonde ele tinha levado o tiro.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro