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Miguel
Acordei boladão com a vida, olhei pro lado vendo a Clara dormindo e afundei a cabeça no travesseiro. Vesti minha bermuda e me levantei, abri a porta e tomei maior susto com meu pai no corredor, ele me encarou e eu passei a mão no rosto.
Orelha: Passou da hora, tá atrasado pra caralho e hoje tem corre.- Já começou reclamando.
Miguel: Irmão, eles que esperem.- Falei coçando a cabeça e indo pra cozinha.
Orelha: Te dou cinco minutos pra tá saindo, Miguel.- Falou bolado.- Tu que me pediu pra tá na frente desse bagulho, vai meter irresponsabilidade mermo?
Miguel: Paizão, vou só tomar água e vou tomar um banho.- Falei vendo ele no celular.
Orelha: Clara tá aí né?! Essa garota é puro fogo, Beatriz tava ontem que nem uma otaria rodando atrás da filha dela no baile.- Apontou e eu encarei ele, bebendo água.
Miguel: E tu fez o que? - Coloquei o copo na pia.
Orelha: Transei com ela e depois avisei que a filha dela tava aqui.- Eu soltei uma risada passando por ele.
Miguel: Tu é meu faixa.- Ele bateu nas minhas costas.
Meu pai era o melhor do mundo no papo dez, tudo que aprendi foi com ele e era meu melhor mano. Eu sei o que aconteceu com minha mãe, cresci sendo rodeado de amor por geral, nunca me deixaram faltar nada, muito menos amor. Fui criado como igual pra todo mundo, nunca me fizeram duvidar que eu tava no lugar certo, que eu era da família.
E meu pai era o principal nisso, nunca me deixou achar nada de ruim, sempre fez questão de deixar claro que me amava e me queria por perto. Quando eu chamei esse maluco de pai, eu já tava com quinze anos e eu nunca vi esse cara chorar tanto na minha frente, chorou igual criança, e eu também, porque de longe sentia o amor dele por mim.
Entrei no quarto vendo a Clara acordando e encarei ela. A gente tinha um lance maneiro, a mãe dela era meio maluca da cabeça e ficava em cima o tempo todo, mas era bagulho além. Eu curtia ficar com ela, mas ela sabia que era com ela e as outras tudo, bagulho mais pra frente.
Clara; Minha mãe tá surtando cara, caraca.- Falou com voz de sono.
Miguel: Tenho corre agora, então tu vai ter que descer de qualquer jeito.- Falei entrando no banheiro.
Clara: Que nada, eu fico aqui com meu amigo.- Falou me fazendo soltar uma risada.
Miguel: Para de dar em cima do meu pai, garota.- Reclamei vendo ela aparecer na porta do banheiro com a minha blusa.
Clara: Ele faz almoço toda vez que eu digo venho almoçar aqui, ele me ama! - Falou animada.
Miguel: Vou nem te falar nada.- Revirei os olhos e ela deu a língua.
Tomei um banho rápido e sai quase correndo, mas me bati com a Mariana. Ela me olhou com o Felipe do lado e eu sorri fraco, vendo a Clara parar do meu lado.
Mermo depois de anos, meu santo não bateu com a Mariana. Eu tô ligado que ela é maneira, mulher dahora, passou por altos bagulhos e ruim e até já arriscou a vida por mim, eu só não tinha amizade com ela, porém ela é uma mulher incrível e era da hora conviver nas vezes que ela tava por aqui.
Miguel: Fala meu garoto, tá lindo pra caralho ein .- Beijei a cabeça do meu irmão, que tava com oito anos.
Mari; Olha a boca.- Me repreendeu e eu soltei uma risada.
Felipe: Vai aonde? - Falou agarrando minha perna.
Miguel: Eu vou ali resolver uns bagulhos, mas eu volto logo menos, e aí a gente vai jogar um fut, jae? - Ele sorriu concordando.
Orelha: E aí, meu mano.- Escutei a voz dele e o Felipe correu pro colo do pai, Orelha agarrou ele rindo e me olhou.- Cuidado aí, se liga!
Miguel: Jae coroa, tamo junto! - Ele me puxou beijando minha cabeça, Felipe fez o mesmo e eu soltei uma risada.- Tchau Mariana.
Mari: Tchau.- Sorriu.- Tchau Clarinha.
Clara: Beijo tia, tchau Felipinho.- Bateu na mão dele e acenou pro meu pai.
Deixei a Clara em casa e fui subindo pra boca, chegando lá tava a Sofia e Pedro, eu encarei eles coçando a cabeça e a Sofia me olhou feio.
Sofia: Você que ficou de ir no comando, então deveria pelo menos chegar no horário.- Falou séria, tinha a marra do pai toda, dava nem pra negar.
Pedro: E aí meu mano, fiquei sabendo que tava com a Clara ontem.- Falou ignorando ela.- Tu é maior safado ein.
Miguel: Pô, aqueles lance lá. Mas aí, depois de conto uns bagulhos, ela falou mal pra caralho de tu.- Coloquei as mãos na cintura.
Sofia: Caralho vocês tão atrasando o bonde, os moleques tão tudo na laje, mete o pé.- Apontou.
Miguel: Beijo amor, logo menos tô de volta.- Mandei beijo pra Sofia que continuou apontando pra porta e me xingou.
Pedro: Essa mulher é louca.- Reclamou passando pela porta comigo.
Neguei com a cabeça xingando ela e subi as escadas com ele, quando cheguei lá em cima a Ester tava treinando tiro com o pai e eu dei um sorriso de leve, ele me encarou cheia de pose eu acenei, ela piscou fazendo o Coronel olhar pra mim e ele nem precisava fazer nada, só de olhar era igual ele tá ameaçando me bater, o maluco era brabo...
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