Uma hora depois
Uma hora depois
Recebi uma mensagem de Jenny dizendo que Tessa estava em seus braços e ela mal poderia acreditar que era disso que eu estava falando quando disse que tinha uma surpresa para ela.
Sorri ao ler aquela mensagem.
Jenny, a garota que nunca demonstrava sentimentos, havia acabado de declarar uma dívida eterna comigo por causa de um animal.
Aquilo era engraçado.
Eu não queria devolver o celular de Scott, porém eu não queria mais ficar com ele, e como ele já estava em minhas mãos, decidi que continuaria com o meu plano.
Eu era insana, estava comprando uma briga com Satã.
Na hora do intervalo para o almoço eu o encontrei em sua mesa de amigos e disse que tinha que falar com ele. Todos começaram a cochichar, não pensaram em esperar que eu saísse de perto ou me afastasse, simplesmente falaram pelas minhas costas.
Ele sorria radiante e estendeu a mão, eu entreguei o celular para ele quando estávamos do lado de fora do refeitório.
Seu sorriso sumiu quando ele testou sua senha e o celular não desbloqueou, ele franziu as sobrancelhas e me encarou, eu sorri para ele e dei de ombros.
— O que você fez? — ele grunhiu me entregando o celular — qual a nova senha?
— A senha é — comecei a digitar enquanto soletrava para ele — W-I-L-L-I-A-M.
O rosto dele ficou mais pálido perdendo parte do seu bronzeado natural.
— Eu também olharia as suas notas, deixei um recado — comecei a me afastar dele, contudo, como antes naquele dia, ele segurou o meu braço e apertou minha mão machucada.
Eu arqueei meu corpo tentando me livrar do contato e isso o fez apertar ainda mais forte.
— Solta minha mão — eu rosnei para ele.
— Você vai esperar até eu olhar isso aqui.
Isso não estava em seu plano elaborado pela madrugada.
— “Assassino. Traficante. Mentiroso” — ele riu e puxou o meu corpo para mais perto envolvendo minha cintura com um de seus braços — você esqueceu amante e traidor, mas fico lisonjeado que você perdeu tanto tempo pensando nestes adjetivos para mim.
Ele sorriu predadoramente e eu tentei me afastar, contudo seu polegar apertou o meu corte e eu finquei minhas unhas em seu ombro, sentindo-as adentrando lentamente em sua pele.
— Solta a minha mão — eu disse em um sussurro fraco, estava suando frio, minha perna estava tremendo, minha mente não conseguia raciocinar direito pela dor que eu estava sentindo.
— Você não é muito diferente das outras garotas, Beth. Vanessa, Melody, você... todas são iguais. Pensam que podem me controlar, querem fazer com que eu esteja a mercê de vocês quando, no fundo, sabem que eu faço minhas próprias regras — ele beijou minha bochecha e eu cuspi nele.
Por este gesto recebi um chacoalhão e ele bateu minhas costas contra os armários, porém não chegou a me agredir como eu imaginei que ele poderia ter feito.
Então é isso? Foi assim que William se viu preso a teia de mentiras que ele teceu?
Pelo jeito eu não era tão mais esperta quanto ele pensava.
— O que você quer de mim? — indaguei sentindo alívio que sua mão deixou a minha e agora estava concentrando suas forças em meus ombros.
Senti o sangue escorrer de minha mão e o corte latejar, porém eu não entregaria esta satisfação de me ver sofrer aquele garoto.
— Você acha que sabendo o meu segredo pode sair impune? Eu vou descobrir algo que seja importante para você e se me trair... este algo desaparecerá — ele limpou o seu rosto — não era isso o que William dizia a você: não vale a pena amar?
“Você morre por amor e mata pelo mesmo.”
Será que meu irmão teria morrido antes de me ver machucada?
— Não fique tão surpresa — sua mão levantou meu rosto — não estou contando uma grande novidade.
— Você o matou? — perguntei segurando seu olhar.
— Aqui não é lugar para falar disso — ele começou a me soltar aos poucos — encontre-me naquele bar hoje depois da aula.
— Eu não vou a nenhum lugar com você.
— Quem eu deveria ameaçar primeiro? Carrie ou Jenny? — apoiei meu corpo contra os armários pela ideia — foi o que eu pensei. Não conte a ninguém, é um encontro privado.
Eu acho que eu estava com problemas.
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