Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Dezesseis minutos depois

Desesseis minutod depois

Não gastei muita água, porém acabei demorando neste banho, apenas para me certificar que toda a água e sal marinho haviam saído de meu corpo e cabelo.

Quando retornei ao meu quarto, percebi que Jason já não estava mais em minha cama, havia comido metade do meu café da manhã e tomado o meu comprimido de aspirina.

Agora estava deitado no chão desmontando o datilógrafo com as mãos limpas, sem ferramentas, apenas desencaixando peças chaves.

— Hoje eu acordei assustado me perguntando onde eu estava e como eu vim parar no quarto de uma garota — ele comentou sem me olhar — você já acordou desse jeito?

— Já — respondi sucintamente, sentando-me em minha cama enquanto secava meus cabelos.

Durante seis meses eu participava de uma loteria, nunca sabendo onde acordaria, porém com a noção de que eu estaria sozinha.

Aquilo não era uma sensação boa, estar sozinha.

— Então eu lembrei que estava na sua casa e tudo fez sentido — ele olhou para mim e sorriu, voltando a se concentrar em suas mãos.

— Seu pai ligou — disse entregando-lhe o celular que estava em cima de minha escrivaninha — ele pediu para que você ligue para ele.

Ele suspirou e pegou o celular, porém, ao invés de ligar, apenas o colocou no bolso, voltando a mexer no datilógrafo, ignorando minha presença e a minha última constatação.

Acho que eu não era a única que tinha problemas com meus pais nos últimos tempos, porém eu não queria ser a razão dos problemas deles; algo que Gutcher deixou bem claro que eu era da última vez em que nos falamos.

Pelo menos a nossa amizade não sofreu com minhas decisões ou com o beijo.

Bom saber.

— Por que você não leu a carta de William? — ele perguntou para minha surpresa sem olhar para cima, tentando ignorar o meu olhar.

— O que? — eu não sabia muito bem o que responder para aquela pergunta.

— A carta que eu imprimi pelo fax, por que você ainda não a leu? — ele continuava a olhar para a máquina com fascinação, entretanto nem mesmo sua adoração pelo metal poderia esconder a curiosidade em suas rugas da testa.

Ele era meu amigo. Eu deveria me sentir confortável em compartilhar meus segredos com ele, entretanto eu não me sentia. E se o meu irmão confiava nele, não havia motivos para eu não confiar.

Eu confiava em meu irmão, mesmo depois de tudo.

— Ler aquela carta vai ser a mesma coisa que dizer adeus, e eu não sei se estou pronta para outro adeus. Parece algo muito mais... definitivo — e cada vez era como uma facada ainda mais forte, mais profunda, mais fatal.

— Então está apenas protelando? — ele sugeriu a palavra, desmontando o datilógrafo pela metade — algo está errado nele... parece que existe um peso a mais na parte direita.

Inclinei-me para frente tentando enxergar o que ele enxergava, porém enquanto eu via apenas peças de metal, ele parecia admirado com algo além delas.

— O que é isso? — ele retirou bolo de papéis minuciosamente dobrado bem gordo do lado direito do datilógrafo.

Virei de costas para ele. Não precisava olhar para saber que era do meu irmão, eu conseguia sentir um arrepio na espinha apenas por pensar, e não iria olhar. Não iria.

— É para você — ele murmurou.

Não virei. Não iria. Não queria. Eu era mais forte do que isso.

O que William queria?

O que ele queria de mim que eu não tinha dado a ele involuntariamente?

Por que ele estava fazendo isso comigo?

Não era justo, ele mesmo disse que não me amava.

Se ele não me amava, então me deixasse em paz.

No entanto eu o amava, não queria deixá-lo partir.

Grunhi colocando minhas mãos na frente do meu rosto me impedindo de chorar; não na frente dele de novo, e respirei fundo, percebi que estava hiperventilando.

Ele tinha razão. Will tinha razão. Amar era sofrer.

— Eu não quero — controlei minha voz o suficiente para que ela não saísse rouca ou quebrada, isso poderia ajudar a não me fazer chorar.

— Você não pode simplesmente ignorar as cartas dele — sua constatação era séria, porém me fez rir.

— Quer ver? — peguei o papel da mão dele e o coloquei dentro da minha gaveta junto com a outra carta e o pen-drive de Bliss, fechei-a com força — esta sou eu, ignorando as cartas do meu irmão.

— Isso não vai fazer com que elas desapareçam — ele fez menção a pegá-la e eu segurei sua mão.

— Você quer ler? Sinta-se a vontade! Eu não quero! Eu não quero mais ter que limpar a bagunça dele e sofrer de suas ações egoístas — soltei o pulso dele quando percebi que estava apertando demais — eu estou cansada.

— E se for algo importante? Algo sobre a morte dele? Alguma pista do seu assassino?

“Quem poderia querer matar um garoto de dezesseis anos?”

Olhei nos olhos dele e deixei que duas lágrimas escorressem, uma de cada lado. Senti meus lábios tremendo, meus dentes trincando. Fechei minhas mãos em punho.

— Você não acha que ele se suicidou? — estava incerta, pois era o que todos pensavam, até o médico legista e a polícia... como eu poderia ir contra a autoridade deles sobre o assunto?

— Eu sei que ele não faria isso — ele abriu a gaveta e retirou as duas cartas.

Abriu minhas duas mãos e colocou uma carta em cada uma.

— Eu sei que você quer ler estas cartas, mas tem medo do que possa descobrir.

— E como não teria? Ele usava drogas, ele traiu a namorada, ele era seu amigo — percebi o olhar ofendido dele — sem ofensas, mas eu não sabia de nada disso. É como se ele fosse outra pessoa.

— Ele só estava perdido.

— Não, perdido está algum forasteiro que chega na ilha! Perdido é alguém que vai para o continente. Ele não estava perdido.

— Ele estava... confuso?

Eu sorri.

— Confuso é melhor, mas...

— Todos nós temos mil personalidades em um só corpo e você tem lindos lábios.

— O que uma coisa tem haver com a outra? — novamente ele me fez rir.

— Só uma constatação.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro