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[7] A Noite Certa


[Ben]

— Me explica novamente a parte em que você e Simon, que praticamente não se desgrudavam,   mas agora mais parecem dois estranhos? — Amélia aproximou-se de mim ao ver que Simon tinha saído tão rápido quanto chegou horas atrás. 

Amélia, é uma mulher incrível. E que basicamente vive e respira artes cênicas, ela simplesmente apostou todas suas fichas no teatro quando tinha a minha idade. Lembro-me da primeira vez que comecei a trabalhar com ela, ainda estava na escola, e minha antiga professora de artes tinha mencionado uma amiga que trabalhava com artes cênicas, jamais imaginaria que a pessoa que ela se referia era alguém tão importante quanto Amélia. Ela cumpriu um papel muito importante quando eu comecei a compreender a minha própria sexualidade, junto com as pessoas do teatro, senti que eu pertencia a algum lugar, e que a pessoa que eu era pouco importava no palco, também poderia ser quem eu quisesse.

Por que não ser outra pessoa? 

Aqui você não precisa fingir, pode ser quem você quiser ser, não é necessário ficar preso a uma persona que você tanto quer ser para caber no mundo de seus pais, ou de seus colegas de escola. Sendo que estes, muito acabam tendo apenas futebol ou basquete em suas cabeças. — Amélia uma vez me disse. 

Eu ainda era um rapaz que morria de medo de que descobrissem quem eu era. Quando Amélia simplesmente me convenceu que nós podíamos ser quem quiséssemos, isso me deu ainda mais liberdade, uma que eu não achei que viveria se eu estivesse fazendo as coisas que meus pais simplesmente decidiriam por mim.

Olhei na direção em que estava a enorme porta maciça de ferro pintada de preto, alguns colegas ainda saíam por ela e seguiam de volta para suas casas. Já eu, gostava de ficar um pouco mais, de conversar com Amélia e acredito que com o passar do tempo, ela passou a gostar de minha companhia também.

— Acho que você sabe que Greg e Simon terminaram, não é mesmo? — perguntei tentando explicar desde o início como tudo isso aconteceu. Nem mesmo eu sabia como tudo aconteceu, mas as coisas simplesmente aconteceram do jeito que aconteceram.

— Simon me contou dois dias depois. Ele estava completamente alheio ao ensaio e sua aparência não era das melhores — Amélia revelou, enquanto organizava algumas das páginas que líamos durante o ensaio. Ela as colocou todas dentro de sua bolsa de pano bege, logo depois tirou um maço de cigarro e me chamou para acompanhá-la até o lado de fora do prédio, que usávamos para os ensaios.

— Acredito que vocês ficaram bem próximos depois disso, não é mesmo? — Amélia perguntou enquanto acendia seu cigarro. Ela me ofereceu um e passou seu isqueiro para que eu pudesse acender o que peguei e que estava entre meus dedos.

— Sim, tudo começou com uma ideia da Sue, ela já não aguentava mais vê-lo daquela maneira e então decidiu que algo deveria ser feito. Minha irmã aconteceu de estar por perto na ocasião e decidimos acampar no parque que íamos quando crianças — expliquei enquanto me debruçava sobre o parapeito do prédio, dali eu podia ver uma das ruas principais de Seattle e o movimento dos carros naquele entardecer.

— Simon acabou se aproximando demais, não é mesmo? — Amélia perguntou. 

E sua capacidade observação nunca deixava de me surpreender. Eu anuí, continuei contando o que ocorreu até o presente momento.

— Bem, duas semanas atrás, Meg e Sue queriam muito ir em um festival que aconteceu no Parque Green Lake, lá ele e Meg com toda certeza beberam bastante e se Simon já estava sentindo alguma coisa, ele tomou a coragem que precisava e então me beijou. — pausei por um momento, e refleti sobre o que tinha dito. — Na verdade... nós nos beijamos. Eu acabei cedendo ao beijo — respondi com um pouco de amargura em minha voz, e um nó se formava em minha garganta. Eu não tinha nenhum interesse no Simon, disso eu tinha total certeza, no entanto, eu não estava muito interessado em estar com alguém, pelo menos, não neste momento.

— Simon se arrependeu e como você correspondeu ao beijo, ele está se sentindo confuso, não é mesmo? — Amélia perguntou antes de dar um longo trago em seu cigarro, em seguida deixou a fumaça sair por suas narinas.

— Acho que algo assim... agora a gente mal consegue ficar algum tempo sozinhos ou ter uma conversa decente — revelei e a maneira como falei, não escondeu de forma alguma, a frustração que eu sentia por conta daquela situação. 

Eu gostava de Simon, mas tinha plena certeza de que não era da mesma maneira como ele parecia estar gostando de mim, e talvez ele soubesse disso.

— Benny, escuta. — Amélia encostou suas costas no parapeito e olhou em minha direção.  —Simon fez uma escolha, ele se arrependeu e está tendo que lidar com os sentimentos que sente, e são confusos? Sim! Mas acredito que com o tempo vocês voltarão a se falar como antes — Amélia revelou, ela apagou a bituca no parapeito e a jogou no cinzeiro que ela mesma tinha colocado ali. 

Então curvou seu braço pedindo para que eu desse o meu, e seguimos para o interior do prédio para terminarmos de arrumar nossas coisas. Ela sabia exatamente o que dizer ou até mesmo o que acontecia. Talvez, quando você vive tempo o suficiente, vidas o suficiente em palco, você acabe adquirindo algum tipo de dom especial de observação.

— Além de que vocês são jovens e deveriam fazer coisas de jovens. Se divirtam, façam merda, deem risada, uns bons amassos, mas vivam. Mesmo que tenhamos somente esta vida, e que a gente melhor do que ninguém, conhece as outras vidas através da encenação, ainda sim, viver o presente é uma dádiva. E tenho certeza de que Sue e Meg ficariam superanimadas em ver você no bar hoje à noite — Amélia revelou. 

Quando especificamente mencionou minhas amigas e o bar, lembrei o quão encrencado eu estava, era aniversário de Sue e todo este drama entre Simon e eu e os ensaios, me fizeram perder completamente a noção do tempo. Fiquei por alguns segundos sem palavras, totalmente perdido.

— Meu Deus!!! O bar!!! — falei em voz alta, depois corri para onde minha mochila estava, eu tinha que terminar as coisas por ali e correr para casa, me arrumar e estar decente para nossa noite.

— Não se preocupe, cariño. Eu termino as coisas por aqui, se apresse e divirta-se bastante! — Amélia me disse ao mesmo tempo em que colocava sua mão delicadamente sobre o meu ombro e apontava com sua cabeça na direção da porta. Eu terminei de colocar minhas coisas em minha mochila e me levantei, dei um beijo em cada uma de suas bochechas enrugadas, e por fim, lhe abracei.

— Até mais, Amélia! E muito obrigado mesmo! — agradeci e corri em direção a porta, se eu fosse sortudo o suficiente, poderia chegar em casa em trinta minutos, me arrumar, dar comida a Zara e passear com ela, para depois ir ao bar.

...

Sue estava completando vinte e cinco anos e ela tinha decidido que queria comemorá-lo em um bar com karaokê. Como já tínhamos saído em uma noite de diversão, viemos na inauguração do Aloha, um bar decorado com temática havaiana. O que dava ao lugar um ar exótico e bem divertido, as colunas do estabelecimento eram todas em formato de totem, as luminárias eram decoradas com lanternas chinesas, que tinham sido pintadas de amarelo para que parecessem abacaxis, os bancos estofados eram todos coloridos e o teto era decorado com colares de flores havaianos.

Sue e Meg já me esperavam sentadas em uma das mesas que elas tinham reservado pelo  menos uns três dias atrás. Elas estavam junto de seus namorados, Hank e Larry, que eram bem divertidos. Quando Sue entrou para a companhia alguns anos atrás, Hank e ela tinham acabado de se conhecer, ele não era o tipo de pessoa que você imaginaria que um dia, ele foi aqueles nerds típicos dos seriados que vemos na tevê, bem magro e alto. Agora, ele tinha desenvolvido alguns músculos, seus cabelos estão na altura dos ombros, o que lhe confere um ar mais de surfista, já que ele também acabou adquirindo um bronzeado com o tempo.

Já Larry, era completamente o oposto de Hank, se o namorado de Sue mais parece um surfista, Larry lembrava muito mais um daqueles engomadinhos, "filhinho de papai", já que ele adquiriu um certo gosto por andar bem-vestido, e por trabalhar como advogado na firma de seu tio. Larry tinha seu cabelo penteado em um pequeno topete que caia para o lado esquerdo de seu rosto, vestia uma camisa branca e um suéter beje por cima, combinando com uma calça na cor creme. Ao me verem, os dois imediatamente se levantaram e vieram ao meu encontro para um abraço.

— E o show não pode começar sem a estrela do espetáculo — disse Hank amigavelmente, ele me deu um forte abraço e o cheiro de seu perfume adocicado, simplesmente invadiu minhas narinas. Eu sorri com o comentário e a recepção exacerbada do namorado de Sue.

— Bom ver você, Benny — disse Larry me abraçando logo em seguida.

— Simon ainda não está conversando com você? — Meg perguntou para mim ao ver que ele provavelmente não viria comigo. 

Simon e eu até morávamos próximos um do outro, mas de alguma maneira, ele conseguiu fazer com que até mesmo pequenos encontros inesperados, pudessem não ocorrer, era como se ele simplesmente desaparecesse do mapa.

— Nada ainda... Amélia disse que ele só precisa de tempo para entender as coisas.

— Se a senhora Saunders disse que ele só precisa de tempo, então ele só precisa de tempo... — revelou Hank abraçando Sue novamente. —  Aquela mulher sabe como interpretar as pessoas como ninguém...

— Estão aqui há muito tempo? — perguntei preocupado em tê-los deixado tanto tempo à minha espera, já que acabei me atrasando muito mais do que eu imaginaria. Peguei um pouco de trânsito em minha volta para casa, e Zara pode ser um pouco exigente quando o assunto é atenção.

— Faz algum tempo que estamos aqui, Meg e Larry chegaram uns dez ou vinte minutos antes de você — Sue revelou enquanto bebericava de sua bebida que estava em um copo de vidro em formato de caveira, havia um pequeno guarda-chuva e um canudo, junto de um pedaço bem vistoso de abacaxi que acompanhava bebida.

— Seremos os primeiros a cantar! Só estão terminando de arrumar o palco para o karaokê — Larry revelou animado. O rapaz que era alguns anos mais velho que a gente, olhava atentamente em direção ao pequeno palco improvisado. Acho que dentre todos os presentes, ele deveria ser o que mais estava animado para cantar.

Ficamos por mais algum tempo jogando conversa fora, e o palco logo estava disponível para quem quisesse cantar. Como Larry e Hank eram os primeiros, eles tinham escolhido uma música de Shaggy. O que não foi nenhuma surpresa para Sue, já que seu namorado sempre gostou de arrancar risadas das pessoas ao seu redor. No momento em que a primeira estrofe da música começou, muitas pessoas que estavam no bar, começaram a dançar com as mãos para cima, risadas ecoavam por todo lado. A apresentação dos rapazes tinha sido bastante hilária, já que Sue e Meg riam bastante devido à falta de ritmo que Larry tinha, e o sufoco que Hank estava passando ao tentar cantar a música do cantor de reggae e hip hop.

Depois que os rapazes voltaram de sua apresentação cômica, permanecemos juntos na mesa por mais algum tempo. Jogávamos conversa fora, Meg, Sue e eu ocasionalmente brincávamos de avaliar o quão bonitos eram os rapazes que surgiam no bar naquela noite, um passatempo que eu e Simon costumávamos ter, quando ainda estávamos nos falando. Hank e Larry, vez ou outra opinavam em nosso jogo, o que demonstrava que eles não tinham masculinidade frágil a ponto de admitir o quão belo um outro homem poderia ser. Confesso que fiquei tão surpreso quanto Sue, com a naturalidade em que seu namorado participava deste tipo de conversa, deste tipo de jogo, o que tornava ainda mais engraçada a situação, aquela estava sendo realmente uma ótima noite entre amigos.

Sue tinha visto um dos garçons passando em uma das mesas ao lado, levantou sua mão esquerda, e chamou atenção do rapaz que servia o pessoal ao lado:

— Ei, garçom! — o rapaz imediatamente começou a procurar por quem lhe chamava e minha amiga acenou um pouco mais, e enfim conseguindo trazer a atenção do rapaz para si, que anuiu e pediu para que esperássemos um pouco, pois que logo ele nos atenderia.

Enquanto ele não vinha, Sue olhou para mim, colocou seus braços sobre a mesa e entrelaçou seus próprios dedos, colocando em seguida, um enorme sorriso em seu rosto levemente maquiado. Eu já sabia o que estava por vir, os rapazes também compreenderam no exato momento, em que ela tinha conseguido a atenção do garçom, e agora me encarava como se estivéssemos conversando por telepatia.

— Não podemos deixar o mundo não conhecer esse seu talento para música, não é mesmo, meninos? — Sue disse olhando para os rapazes que simplesmente concordavam com ela, Meg por outro lado, apenas ria da cena que nossa amiga fazia.

— Certo! Eu concordo, eu tenho bastante talento e seria um desperdício para o mundo não me conhecer, então o que você quer cantar? — eu afirmei estufando meu peito, mostrando-me completamente orgulhoso das minhas capacidades como artista. Meg olhou para seu namorado e começou a rir da cena que eu e Sue estávamos fazendo em nossa mesa.

— Como a noite está só começando, acho justo que iniciemos com Madonna. O que acha? — ela perguntou inclinando-se ainda mais em minha direção.

— Espero que saiba dançar, mesmo que seja por inspiração — eu disse adaptando as primeiras palavras que Madonna dizia em Into the Groove. Sue concordou e começamos a cantarolar a música entre a gente.

— Ei! Deixem para o palco! Inclusive o garçom já está vindo... — disse Meg ao perceber que estávamos nos empolgando demais com a diversão que estávamos tendo ali.

Sue rapidamente pediu para que o garçom colocasse nosso nome na fila de espera, informando-lhe que cantaríamos Into the Groove da Madonna, o rapaz apenas respondeu com um "ok", que claramente dizia muito mais sobre o que ele deveria estar pensando sobre aqueles dois jovens doidos que ele estava atendendo naquela noite. 

Larry, Meg e Hank riam da maneira que o rapaz nos olhava e confirmava a música que cantaríamos juntos. Continuamos em nossa mesa conversando, avaliando alguns rapazes que pela gente passavam, em sua ida até o banheiro ou ao bar para pedir alguma coisa ao bartender, que também não era nada feio. Nossa conversa tinha passado por diversos tópicos. Meg em algumas ocasiões trocava alguns beijos apaixonados com seu namorado, e Hank e Sue vez ou outra faziam o mesmo, enquanto eu apenas bebia em meu copo e olhava em direção do palco esperando pela nossa vez.

[Para uma melhor experiência, toque a música que está fixada no início do capítulo]

— Sue e Benny... — Uma voz chamou pelo microfone, demorei um pouco para perceber que se tratava da gente.

Meg deu uma leve cotovelada em mim, para chamar minha atenção, Sue olhou também em minha direção tentando confirmar se eu tinha escutado. Nosso nome foi chamado uma vez mais e então nos levantamos.

— É hora do show! — Sue disse sorrindo e me agarrando pelo braço, enquanto caminhávamos em direção ao palco improvisado. 

Ao avançarmos até o palco, algumas pessoas nos observavam, deveriam estar se perguntando o que iríamos cantar. Alguns dos frequentadores da noite, com toda certeza, estavam arrasando em suas escolhas, e acho que a nossa não estava longe de trazer um pouco de alegria para aquela noite entre amigos. Subimos até o tablado feito de madeira, olhamos para o telão e a letra da música já aparecia para todos. Sue tão rapidamente começou a falar as primeiras frases que Madonna diz no início da canção e a música finalmente começou pra valer.

Vou te conhecer de uma forma especial

Isto não acontece comigo todos os dias

Não tente esconder, não há disfarce para o amor

Vejo o fogo queimando em seus olhos

Enquanto cantávamos, mais pessoas chegavam e eu estava me sentindo muito bem. Aquela noite parecia estar certa, eu parecia estar certo e no lugar certo. Olhei para a entrada do bar e vi um grupo de amigos entrar, se Sue percebesse para onde que eu olhava naquele momento, o nosso pequeno jogo de avaliação recomeçaria.

Sorri ao pensar nisso enquanto cantávamos, e repentinamente Sue deu uma leve desafinada, o que resultou em uma crise de risos. Isto me fez voltar a minha atenção para o momento em que estávamos. Olhei em sua direção e ela, tentava de alguma forma, continuar a cantar sem rir, o que me fez rir também.

Acho que realmente oferecemos um grande espetáculo!



Boa tarde, pessoal!

Como estão?

Espero que estejam todos bem! ♥

Espero que gostem do capítulo de hoje e comentem e curtam, esse engajamento ajuda muito na divulgação do livro. ♥


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