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Capítulo Nove



Em 1º de março de 1967, a polícia encontrou mais um corpo de mulher. Um dos soldados do quartel de Leningovsk que fora designado para passar a noite em vigília nos arredores da cidade resolveu juntar gravetos para fazer uma fogueira já que passaria a noite na mata. O corpo estava decomposto e próximo a ela havia ossos frágeis que poderiam ser de um feto.

Exames cadavéricos e relatos de desaparecimento chegaram à conclusão que se tratava do corpo de Olga Slavinov, de vinte e oito anos de idade, que tinha transtornos mentais e estava grávida, porém não sabiam a idade gestacional. Provavelmente o assassino tinha atraído Olga quando ela vagava pelos terminais rodoviários.

Algo diferia nos casos das grávidas: as mesmas eram também estranguladas, porém não pareciam ser amarradas. A cabeça de Olga estava sob a terra e ela poderia ter morrido por asfixia ao ser parcialmente sepultada, pois havia areia em seus pulmões.

Nos dois casos, as mulheres haviam sofrido uma incisão perfeita na barriga e as crianças tinham sido retiradas da barriga e colocadas ao lado da mãe. Não havia violência sexual, a língua não fora retirada, porém não havia sinais das vísceras.

A muito custo Ivana conseguiu que Danilov fosse ao consultório psiquiátrico. Não havia como o doutor Ivan diagnosticar seu paciente. A medicina nunca soubera quais são as causas da esquizofrenia. Os psiquiatras estudavam que a hereditariedade tem uma importância relativa, e que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em geral.

Por outro lado, era desconhecido o modo de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais como complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros que pudessem alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação pareciam ter importância na doença. Porém apenas Danlov sabia das suas condições de nascimento, do que sofrera até chegar ali, e isso ele não queria compartilhar com ninguém.

No dia 10 de março de 1967 a polícia encontrou o corpo de Michel Stalmach, de vinte anos, que morava com seus pais no povoado de San Patrick, que ficava a cerca de 30 quilômetros de Leningovsk. Ele tinha marcas de ligadura no pescoço, tornozelos e pulsos, mas havia também marcas de queimadura em suas mãos indicando que ele foi torturado. Os testículos estavam arrancados com algum objeto cortante, porém a língua e o pênis pareciam ter sido arrancados a dentadas. Ele apresentava alguma espécie de retardo mental e seus pais geralmente não permitia que andasse sozinho, mas ela sempre fugia e ai para Leningovisk.

Seus pais haviam esperado que ele voltasse para casa antes da meia-noite, e na manhã seguinte, quando viram que ele não estava dormindo no pátio da casa, se prepararam para receber as más notícias que sabiam não tardar a chegar.

A polícia estava totalmente voltada na caça ao assassino, porém corpos e mais corpos apareciam e o assassino escapava sempre sem deixar vestígios.

A polícia juntava detalhes... Os assassinatos pareciam se dividir em grupos distintos, porém interligados de alguma forma. O assassino parecia ter predileção por pessoas frágeis e de certa forma, à margem da sociedade.

Fazendo um estudo das vítimas eles encontrariam Lyuba Kaynok, governanta grávida e com gravidez de risco, Klavdiya Kasinck, viciada em bebidas e prostituta. Sergei Kolenik, com tinha problemas mentais e morador da periferia. Katiuscia Anka e sua filha Sonja Anka, uma mulher solteira e desempregada e uma criança. Olga Slavinov tinha transtornos mentais e estava grávida, e Michel Stalmach que também tinha transtornos mentais.

Kristina Vercherko, estudante universitária e Mikhail Kovenk um ator de teatro, que foram encontrados próximos um ao outro, destoavam o quadro dos desfavorecidos num primeiro momento.

Em seguida a polícia procurou os elos para ligar os assassinatos. Afinal, todos os assassinos em série os deixam. E chegariam à conclusão de que as grávidas apresentavam risco gestacional, não sofreram violência sexual e não foram amarradas. As crianças foram retiradas de seus ventres após as suas mortes e deixadas com vida, segundo exame periciais.

As mulheres jovens foram amarradas, sodomizadas e estranguladas. Os jovens foram amarrados, sodomizados, estrangulados e tiveram seus órgãos genitais arrancados, inclusive o pênis de um deles. Com exceção das grávidas, todos tiveram as línguas arrancadas.

O último elo indicava que Kristina Vercherko, e Mickail Kovenk eram homossexuais e foram mortos perto de locais de encontros furtivos. Ser em  homossexual Leningovsk também colocaria os jovens à margem da sociedade.


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