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Parte 1 de 3.

Olá, amigo leitor, este conto que se desenrolará à sua frente é um dos meus antigos. Em breve o revisarei, mas se já quiser lê-lo, fique à vontade. :)

— Já falei mil vezes; não deixe essa arma aparecendo – bronqueou o delegado para com seu jovem estagiário – quer ferrar com nós dois, é isso, moleque? — apanhou bruscamente a camiseta listrada do garoto e a fez cobrir a pistola posta em um coldre marrom na cintura do "novato" — sabe que não devia nem estar com ela, não sabe?

Aquele jovem caucasiano do cabelo castanho e corpo esguio sentiu a face corar com o sermão, mas mesmo constrangido, não era de seu perfil acatar calado tais broncas – mesmo quando estas eram muito bem vindas.

— Eu não pedi pra carregar esse treco — torceu o nariz — se quiser de volta pode pegar.

— Igor para com essa infantilidade, você não tem mais idade pra isso. — deu dois tapinhas no local onde a camiseta cobria a pistola e então sorrindo levantou sua própria camiseta exibindo em seu coldre a potente "380" — se alguém descobrir que te deixo carregar uma arma, irão "comer meu rabo", mas prefiro muito mais isso, que ver você morto nas mãos daqueles loucos que entraram aqui semana passada...

— Desculpa doutor — sorriu — mas acho que se aqueles caras entrarem atirando novamente, não vou conseguir fazer muita coisa. sabe que nunca segurei em uma ar...

— Isso é problema seu. Só não quero que você morra sem a chance de proteger-se — esticou a mão fazendo seu dedo quase tocar no nariz do jovem cheio de espinhas. — esse "treco" que você tá carregando pode salvar sua vida, mas se você não souber deixá-lo bem escondidinho, um "noia" pode muito bem tomá-la e fazer de todos nós reféns... — deu um peteleco na ponta do nariz do estagiário — agora chega de papo, "garoto prodígio".

A porta da pequena delegacia abriu-se de safanão, fazendo os dois únicos que ali estavam naquele plantão saltarem para trás de uma coluna de concreto temendo pela própria vida como dois gatos recém escaldados.

O coração do delegado começou a voltar as palpitações normais quando viu parado à porta um autêntico "zumbi" da noite dos mortos vivos; um senhor aparentando 50 anos, sem camisa, vestido com uma calça jeans azul surrada que houvera sido cortada na altura dos joelhos formando uma depravada bermuda, e no lugar do cinto pedaços que outrora foram sacas de milho a seguravam para ela não cair. Aquele imundo ser da pele queimada de sol tinha na cabeça uma juba que arrepiada parecia aninhar duzias de roedores, e cobrindo-lhe a boca uma barba esfarrapadamente espessa.

Doutor Lucas Carvalho lhe olhou dos pés descalços até a cabeça pirada, deu dois toques no ombro de Igor para que ele se afastasse e foi ao encontro daquele homem da face cheia de olheiras e temores.

— Oi — disse o delegado — posso te ajudar em algo?

O homem nada respondeu enquanto Carvalho lhe fitava os olhos em busca de uma resposta. Aqueles olhos quase sem vida pareciam convidá-lo para uma viajem ao mundo das trevas. Lucas navegava desorientado do que estava acontecendo, até ouvir um sussurro em seu ouvido e sentir a mão do garoto tocar-lhe o pescoço suado:

— Doutor, Doutor Lucas esse é o Tonho loko, o padre disse pra gente não chegar muito perto dele. Dizem que ele tem o diabo no couro.

— Cadê a educação, garoto? — repreendeu o delegado. — aprenda uma coisa; não existe esse tal de "diabo". Aquele senhor parece sofrer de algum distúrbio psiquiátrico, não uma...

— O garoto tem razão... — interrompeu-lhe o velho com olhar confuso como se verificasse o local para onde fora levado — eu não sou louco. Eu... eu... eu tô endemonhado... não to doido não... — levou as mãos à cabeça denunciando as vozes que o atormentavam — não aguento... ele quer mandar in-nheu.

— Mas posso te ajudar em alguma coisa... senhor to... Antônio?

— P... pode sim; — seus olhos pararam nos de Lucas — dando um tiro nessa cara de bicha! — os olhos voltaram à confusão desorientada. — eu... eu não queria falar aquilo... ele que... ah... o dotor pode me colocá na cadeia... isso iria me ajudá... eu preciso pagar pelo que fiz... não aguento essa culpa... quero pagar.

— Mas oque você fez? Não posso te prender sem um motivo.

— Eu... eu não fiz nada... não, fiz sim... mas não foi culpa minha. Foi ele que me mandou matar... foi ele. Ele é muito forte... ele é... é...

— Ele quem?

— O preto velho... ele botô essa coisa in-nheu. — seu corpo, apesar dos 27 graus que ali faziam, tremeu gelado — agora ele tá dizendo preu matar cês dois. Mas tonho não quer fazer isso...

— Então o tonho não quer fazer isso? — balançou a cabeça pensativo. Olhou para Igor e deu a ordem que nem ele mesmo imaginava que daria: — ajude o senhor Antônio a sentar-se.

— Eu não. Nem burro eu chego perto do tonho loko.

— "Senhor Antônio"! — corrigiu doutor Carvalho realmente zangado com Igor. — esqueça essas sandices católicas. Como quer se formar em direito, se continua acreditando nesses mitos? Ele é um homem doente e nós vamos ajudá-lo. Entendido?

Tonho sorriu deixando amostra pelas frestas na barba, alguns dentes marrons:

— O menino tá com medo da gente. — deslisou a língua pelos lábios secos fazendo a barba suja desacomodar-se. — que luxo... agora ele é "senhor Antônio"... talvez o padre também o chame assim no inferno.

— No inferno? — indagou Lucas demonstrando preocupação pela presença daquele louco. — oque o senhor quis dizer com isso?

Tonho olhou para as palmas de suas mãos com a face enojada, mas em questão de segundos, seus olhos cerraram-se em ódio e satisfação:

— Um acidente... foi um acidente. O pobre Eurico perdeu a cabeça depois da missa... — sorriu doentiamente. — ele tá no inferno...

— Seu hipócrita! — gritou Igor enfurecido. — Padre Eurico era um homem bom... se você tiver encostado um dedo nele, juro que...

Lucas apanhou o estagiário pelo colarinho e arrastou até um canto isolado da sala. Mandou que ficasse ali em silêncio e escoltou Tonho para uma cadeira em frente à sua mesa. Então, sentando-se do outro lado, decidiu dar inicio à uma entrevista com aquele ser bizarro, que ao seu ver, necessitava urgentemente de um atendimento especializado.

Doutor Carvalho podia já ter chamado os agentes de saúde, mas em nome de sua tese de doutorado, onde o foco principal recaia sobre a esquizofrenia, optou por cavar mais fundo naquele caso especifico.

— Então, vamos começar; o senhor gostaria de ser prezo pelo assassinato do Padre Eurico?

— Não... dele não. Aquele velho pançudo merecia morrer, ele "comia" criancinhas... eu vi... eu... sei... eu sei...

— Então pelo que o senhor gostaria de pagar? Pode me contar?

Antônio debruçou-se sobre a mesa e começou a golpeá-la violentamente com a cabeça:

— Você não deve... ele... eles todos mereciam... morte a todos... esse viado na tua frente tem que morrer... tem... — o louco cerrou os punhos e assim conseguiu cessar seu alto flagelo, lentamente levantou o olhar fungando dolorosamente. — o doutor é bom... ele quer que eu te mate... mas não vou... eles também não mereciam... mas eu matei... tenho que pagar...

— Quem o senhor matou?

— Os quatro... AQUELES ALEIJADOS... eles eram meus filhos...

— O senhor matou seus próprios filhos?

— S... ele me mandou matar... ele disse que eu podia ser livre. Eu queria ser livre... mas aquela muié queria mandá in-nheu. Ela não queria ser obediente... a muié tem que obedecer o marido... tem que obedecer...

— Ela não era "amélia", então o senhor a matou... isso entraria bem na "lei maria da penha"... mas aposto que foi culpa do... do... isso é meio preconceituoso, mas vou dizer; do "preto velho". Entendi certo?

— Ela eu num matei... ela eu amava muito. Mas aqueles catarrentos... — a face acovardada voltou a mudar. — eles eram as algemas do Tonho... — levou aterrorizado as mãos aos olhos. — Eu queria... me prenda doutor... — ofereceu os pulsos.

— Calma... me conte tudo do começo, bem do começo. Dai, prometo que te prendo, okay?

O velho esquelético ameaçou saltar sobre a mesa em ataque ao delegado. Sua face era de de puro ódio, mas os olhos pareciam ausentes do que estava acontecendo; sempre movendo-se frenéticos e sem um alvo fixo.

— Quer uma água? — Perguntou Carvalho com a mão repousada sobre o coldre.

— Não! — o perturbado acomodou-se. — quero sua alma, bastardo desgraçado...

— Não, só tenho a te oferecer água, café e uma mão amiga... me diga, quem tá no comando ai dentro; você ou esse outro que estragou sua vida?

— EU! não... eu tô no... eu t... eu mando. Quero que me ajude dotor... quero que seja meu amigo...

— Somos amigos.

— ELE NÃO É SEU AMIGO! — Berrou estridente, fazendo saliva voar na face do delegado bigodudo. — ele tá mentindo... esse bicha não passa de um filho da puta. Fura ele! Fura ele! Quero ver a bicha sangrar com as tripas pra fora... sangue... vamos beber sangue.

— Psiu. — estalou o dedo. — se concentre, vamos vencer essa coisa. Repita comigo "eu estou no controle".

— Eu... eu VOCÊ NÃO... eu tô no.. VAI DAR O CU, VIADO... — Lagrimas escorreram dos olhos negros do velho enquanto ele esmurrava a mesa buscando as forças que não tinha — tô no c... com... — três gotas do liquido marrom encardido escorreram pela barba e caíram sobre uma folha A-4. — eu tô no controle... eu... eu... não ele... ele acha que manda... mas não manda...

— Então me conte tudo.

Tonho secou os olhos e começou a narrar:

Bq0

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