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Parte 4 - 6

Pensando, finalmente decidi procurar em outros hotéis da região. Eram tantos, que passei metade da tarde indo de um em um, e somente perguntando por "uma tal de Mitsui Yuki", pelo pseudônimo que Yuka utilizava. Foi tão frustrante encarar as caras de negação dos recepcionistas, assim como alguns estranhamentos expostos nos rostos dos enfileirados atrás de mim ou na minha frente, perguntando-se em suas mentes fofoqueiras o que se passa comigo.

Mas eu não tinha desistido, apesar daquele desânimo que me acompanhava nas minhas andadas pela cidade.

O vento gélido das 17h00 do início do inverno aliviava minha euforia, mas esta era enfatizada e percebida por qualquer um que aparecesse em minha frente. Desde os curiosos dos hotéis aos comerciantes barulhentos em barracas e mendigos da Praça da Sé que eu ignorava. O que tirava minha atenção de pensar naquela garota japonesa de cara branca e redonda eram minhas olhadelas que iam de baixo aos horizontes dos edifícios, entre os quais eu procurava algum que pudesse abrigá-la. Albergues, hotéis... até mesmo boates vieram em minha mente já transtornada, mas logo desisti da ideia. Uma garota inocente e pura... Boate? Que besteira!

E convenientemente surgiu-me no olhar a Catedral neogótica mais famosa de São Paulo. Olhei para as duas cruzes nos topos esverdeados, "em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo", repeti, fazendo o sinal, com lágrimas  que não caíam de minha cabeça erguida. Passei pelo Marco Zero e por algumas árvores alinhadas e lentamente sentei-me no início da escadaria da igreja. Encarava com cansaço no corpo aquela pedra hexagonal há metros do meu olhar.

A intenção daquele edifício atrás e mim não funcionava. Não via meu sentimento terreno e até pecaminoso diminuir... A estrutura italiana da capital não caía em minha alma como um gigante pisando numa formiga, mas como uma forte sombra que causava certo alívio em meu corpo. Não sei o quão belo é ignorar a hipocrisia em nome de uma repentina paixão, mas é o que estava em mim.

Eu pensava, quase inteiramente descansado, em algo que havia lido de relance no blog de Yuka. Dizia que ela "conhecia pouco o Brasil, por isso queria vir para se perder facilmente nele". Isso soou inútil pra mim no momento em que decidi fuçar a vida dela. Mas depois de acabar com as esperanças óbvias de achá-la em outro hotel, o inútil virou útil.

"Ela não procurará outro hotel! Mas simplesmente vagará por aí, para se perder intencionalmente! Eu devo procurá-la na rua...", falei em sussurro, decidido, sem desanimar-me com o zona de procura que ficara maior.

Tirei meu celular do bolso e fui até o tal blog. Expandi uma imagem de Yuka na tela inteira e me apressei a procurar por alguém. Olhei em volta da escadaria e só vi um mendigo quase no topo que saía da igreja, obviamente desasseado, de pele manchada e suja, mas aura simples e simpática. Aproximei-me dele logo o mostrando a foto e perguntando se havia a visto. Ele disse que não enquanto mexia a cabeça, e tinha um sorriso consolador de quem parecia saber de meu desespero. Este egoísta e leve comparado ao dele.

Antes de descer, busquei no bolso de trás alguns trocados, com os quais sempre saio de casa. Juntei umas notas na mão e, sem olhar, entreguei pra ele, que recusou de prontidão, lançando-me de novo aquela alegria um tanto forçada, mas honesta em sua intenção. Guardei o dinheiro e balancei a cabeça em despedida, incapaz de devolver a expressão que o pobre homem fez a mim.

Já era noite e, com as lojas fechando e as ruas se esvaziando, os únicos barulhos que haviam eram de restaurantes e bares, alguns que juntavam pessoas que assistiam uma partida da copa. Eu metia-me no meio do público quando era possível para perguntar sobre Yuka. A maioria não me entendia, seja pelo idioma ou pelo barulho. Nem os próprios japoneses, que viam sua seleção jogar contra Grécia, se preocupavam muito em entender o que eu pedia.

O desânimo vinha novamente, mas foi impedido de crescer por alguns gritos que ouvi enquanto caminhava pela Av. 23 de Maio. Notei que o som vinha de minhas costas, então recuei e vi uma cena que jamais esquecerei, subindo numa escada longa, porém escondida no meio de pouquíssima iluminação.

Duas figuras masculinas, os quais não lembro exatamente o visual, mas recordo que usavam toucas pretas e tinham pele parda, estavam a segurar pelo braço uma moça de blusa preta de capuz que tinha uma mochila nas costas, a qual apertava pra não levarem.

A cena um tanto clichê vem agora, caro leitor.

Não sei se foi coincidência, sorte, destino ou até uma espécie de providência divina, mas ali estava Yuka. Quando seu longo capuz caiu nas balançadas que levou dos homens, vi claramente seu rosto, que estava de frente ao meu, contra os dois que não me viam. Peguei meu celular e juntei com o dinheiro do bolso da frente (pois é, eu tinha a mania de colocar trocados num bolso de trás e o dinheiro maior num frontal). De maneira medrosa, chamei a atenção deles: "Olha aqui... peguem e... e deixem ela em paz!" E eles me olharam, ambos enraivados. Viram o que eu oferecia e, um mais bravo ainda, ameaçou-me um soco. Eu recuei um passo e desesperei-me por dentro, vendo que na minha mão estava os trocados, em vez das notas mais altas. Ao ver novamente o rosto choroso da doce Yuka, não hesitei em pegar a parte do meu salário do bolso de trás. Com os mais de 400 reais e meu celular, que ainda estava no primeiro mês de uso, eles soltaram-na e se foram, e ela foi direto para minhas costas, com um infantil instinto de medo.

Naquele momento eu não pensei no mendigo que recusou o dinheiro do bolso errado. Meu leve egoísmo deixou-me apenas consolar a angústia dela num longo abraço, com sorriso heroico e orgulhoso na face.

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