Capítulo 9
– Érica. – a voz do Daniel foi me chamando na escuridão – Érica, abre os olhos.
Com esforço abri os olhos e vi um cachorro pastor belga me encarando, atrás dele vi Daniel e notei que seu corpo está meio transparente assim como o corpo do cachorro.
– Érica, é você mesma? – perguntou Daniel.
– Daniel, claro que…
Tentei me levantar e senti meu corpo do jeito bem estranho. Levantei meus braços quando notei que estão completos por escamas brancas com listras pretas como todo o meu corpo, e as garras prateadas estão no lugar das unhas.
Afastei e pisei em algo líquido, pelo reflexo vi meu rosto. Estou mesmo na forma animal humana, minha forma tigresa branca humana com escamas e listras pretas.
– O que aconteceu comigo? – perguntei bem assustada, porque não estou conseguindo voltar na forma humana.
– Não sei, melhor irmos… – Daniel foi jogado no chão por uma cauda bem grande.
– Seu idiota, por que está aqui? – reconheci a voz da Marie.
Vindo da enorme mulher cobra, debaixo da cintura dela está uma grande cauda branca de cobra com pelos e listras pretas, em cima da cintura está a forma tigresa humana.
– Marie, é você mesma? – perguntei.
– Não mude de assunto. – se aproximou do Daniel e mostrou seus dentes grandes – Ele nem deveria estar aqui, como entrou conosco?
– Ele tocou em mim e…
– Então você o trouxe conosco. – disse Marie bem furiosa – Trouxe um peso morto para nós.
– Não fale assim comigo. – Daniel rosnou e fez a posição para se transformar, mas não aconteceu nada e notei que o cachorro se afastou com medo da Marie.
– Não adianta, não dá pra assumir sua forma animal humano aqui. – ouvi a voz do Lin, mas não estou achando ele.
– Lin, onde você está? – perguntei.
– Aqui em baixo. – disse Aisha.
No chão vi uma rata albina bem brilhante, e nas costas dela está uma aranha branca quase no tamanho dela e o corpo brilhando também.
– Lin? – perguntei confusa – Aisha, são vocês?
– Sim, somos nós. – respondeu a rata albina.
– Mas, estão dessa forma.
– No mundo espiritual, nós só podemos assumir nossa forma verdadeira. – disse Lin vindo da aranha branca – Essa é nossa forma original.
– Por que estou assim?
– Bem, você tem duas almas animais misturadas junto com sua parte humana, essa é a sua forma alma original. – respondeu Aisha.
– Mas e o Daniel?
– Ele é um Humanimal simples, diferente de você, então o dele só tem uma alma animal e alma humano. – disse Lin – O cachorro é a alma animal dele.
– E ele nem deveria estar aqui. – Marie rosnou – Vamos mandá-lo de volta.
– Melhor não. – Aisha chamou atenção dela – Se utilizá-los o portal da Sumaúma dentro do mundo espiritual, vai precisar da nossa energia e os outros Sagrados vão nos sentir.
– Droga. – Marie gritou – Então o que vamos fazer com ele?
– O corpo dele está salvo na raiz da Sumaúma. – vi Lin em cima da cabeça do Daniel – Para ele voltar sem chamar a atenção, precisa passar num lago dos espíritos e as almas voltaram pelo corpo dele.
– Maldição, então teremos que levá-lo para um lago espiritual que é bem no território onde estão os Sagrados. – Marie suspirou – Sinto muito, mas ele terá que ir sozinho se quiser recuperar o corpo.
– Não vai ajudá-lo?! – perguntei.
– Olhe, seu namorado cravou o próprio túmulo. – disse Marie – Ele que deveria ter pensado de arriscaria perder o corpo e as almas ficar preso no mundo espiritual.
– Não poderei voltar ao meu corpo?! – perguntou Daniel em choque.
– Seu corpo continuará consciente e suas almas poderão voltar se conseguir sair do mundo espiritual antes de sete dias. – explicou Lin – Mas se passar sete dias, seu corpo morrerá e suas almas ficam presas no mundo espiritual.
– Viu que fez, seu humano idiota. – cachorro gritou furioso por Daniel – Avisei que era uma péssima ideia e agora virarei uma alma sem vida por sua culpa.
– Olha como falar comigo, Ben. – Daniel disse bem bravo.
– Não estamos mais no seu corpo, então não me venha com o papo de dono para mim. – cachorro mostrou os dentes – Os Sagrados não vão mais me reencanar e nem ser Humanimal por causa de um humano idiota.
– Ora seu…
– Parem com isso. – fui no meio deles e perguntei para Marie – Quanto tempo achar que durará a missão e procurar nossa mamãe?
– Olhe, o tempo do mundo espiritual é diferente do tempo no mundo dos vivos. – explicou Lin – Aqui o tempo corre bem devagar, então se ele passar uns quatro dias aqui, no mundo dos vivos é dois dias.
– Você saberá quantos dias passará no mundo dos vivos?
– Sim.
– Então Daniel ficará conosco até conseguirmos achar um feito das almas dele voltarem pelo corpo dele quando o tempo estiver esgotando.
– Não, ele vai nos atrapalhar. – Marie cruzou os braços.
– Não vou. – Daniel disse firme – Tomarei cuidado e vou só proteger a Érica.
Marie ficou quieta e deu longo suspiro:
– Tudo bem. – olhou pra mim – Você será responsável por ele, e se quiser que ele viva, então fique atenta com o tempo.
– Ok. – sorri com alívio e Daniel sorriu pra mim.
– Bem… – Marie olhou para trás – Bem-vindos ao mundo espiritual.
Olhei e fiquei boquiaberta.
Estamos em cima de um tipo de mini montanha e pela vista vi uma enorme floresta infinita e todos são brancos e com folhas brilhantes. E o céu é completamente azul, sem nenhuma nuvem e é claro mesmo sem sol.
– É grande e lindo. – falei em voz alta.
– Preste atenção. – Marie bateu as palmas e apontou para um lugar distante onde tem menos árvores – Precisamos ir lá e…
Disse bem séria:
– Aconteça o que acontecer, fiquem quietos e não chamem atenção, entenderão?
Daniel e eu assentiram.
Descemos da montanha e entramos na floresta, Marie foi na frente enquanto fomos andando com Lin em cima da cabeça do Daniel e Aisha no meu ombro esquerdo.
Uma das árvores menores me chamou atenção quando ouvi riso de criança.
– O que são essas árvores? – perguntei.
– Cada árvore é uma vida de um ser vivo no mundo dos vivos, o tronco é o corpo e as folhas são as lembranças do ser. – Aisha explicou e apontou para as árvores bem mais brilhante que as outras e cada um tem uma cor diferente – Essas árvores são a vida dos Humanimais, as brancas são dos humanos e animais normais.
Marie parou e vimos uma árvore branca perdendo o brilho e se transformou num espírito de uma idosa negra.
– Quando o ser vivo morre, a alma vem aqui através da árvore e vira um espírito. – disse Lin.
– O que vai acontecer com ela? – perguntei e vi que a idosa acenou para nós.
– Ela vai ficar aqui por um tempo até que um Sagrado julgue a alma dela para decidir o destino da próxima vida dela.
– Ela vai se reencarnar?!
– Isso mesmo, mas ela perderá completamente as memórias da vida passada e viver numa forma bem diferente da próxima vida. – Aisha explicou – Ela pode voltar ser uma humana de novo, ou ser uma animal normal, ou talvez até ser uma Humanimal.
– Vamos logo. – Marie ignorou a idosa e voltou a andar.
Olhei para a idosa e acenei para ela, me deu um sorriso e desapareceu no meio das árvores. Voltamos a andar e dessa vez parece que estamos andando há horas. Mas estranhei que não estou me sentindo cansada e nem sentindo sede.
– Ei. – Daniel nos chamou e está andando meio devagar – Podemos descansar um pouco?
– Seu humano idiota, nem estou cansado. – disse a alma cachorro do Daniel.
– A alma humana ainda não se acostumou a andar sem o corpo. – Lin desceu da cabeça do Daniel – Cuidarei da resistência dele.
– Marie, acho melhor… – do nada ela rapidamente tapou minha boca com sua cauda.
– Se escondem. – sussurrou e a cauda agarrou minha cintura.
Rapidamente me ergueu para cima e nos escondemos entre os galhos grossos com muitas folhas. Vi Daniel se escondendo atrás de uma das árvores com a alma cachorro. Ouvi sons de passos e de longe vi dois espíritos elefantes andando devagar e as árvores abriram o caminho para eles.
“Fique quieta.”
Choquei ouvindo a voz da Marie na minha mente.
Ficamos olhando até os elefantes se afastarem para mais longe de nós. Marie me colocou no chão ao lado do Daniel.
– Ufa, que bom que eles não nos viram. – disse Lin, saindo de um buraco do chão junto com Aisha.
– Droga, justo ele. – Marie resmungou.
– O que aconteceu? – perguntou Daniel – Por que nos escondemos deles?
– Eles são uns dos espíritos vigilantes, eles ficam de olho pelo território do mundo espiritual para ver se tem algo suspeito e então avisam para quem eles sigam as ordens. – Aisha deu uma pausa – E para piorar, eles são vigilantes do Sagrado Elefante Branco.
– Aquele chato está aqui por perto. – Marie cheirou pelo ar e deu um longo sorriso – Ótimo, tem um caminho onde podemos ir sem que aquele narigudo nos perceba.
– Ela tem problema com esse Sagrado? – sussurrei para Aisha.
– Vamos. – Marie nos encarou furiosa e nós a seguimos.
– Marie tem problemas com a maioria dos Sagrados. – Lin sussurrou na minha orelha – Mas é o Sagrado Elefante Branco que tem mais ódio da Marie.
– Por quê?
– Digamos que ele não é muito fã dos Humanimais Tigres, coisa no passado, teve uma reunião dos Sagrados que ele falou grosso com a mestra. – Lin suspirou – E é claro que a Marie ficou brava e desrespeitou ele, despertando ainda mais o ódio dele.
– E ele jurou que acabaria com a raça da Marie, graças a mestra, a Marie ficou protegida longe dele. – Aisha subiu na minha cabeça – Mas agora que a mestra sumiu, ele vai aproveitar para acabar com a vida da Marie.
– Foi um dos motivos que a Marie teve que sair do mundo espiritual. – disse Aisha e bem assustada – Que os ancestrais nos ajude, ele é um Sagrado muito poderoso.
– Parem. – Marie se ajoelhou e ficou olhando por um mato sem nenhuma planta, e no chão está cheia de pegadas de elefantes e do outro lado está uma floresta com poucas árvores – Fiquem aqui, eu vou entrar e os chamei se tiver seguro.
Marie estava andando bem devagar enquanto fiquei torcendo pra que ela fique bem. Andou bem devagar e se aproximando do meio do mato branco, do nada ela parou e ficou olhando do lado esquerdo.
Foi então que senti como se o chão fosse tremendo e ouvi um grito de elefante bem alto.
– Ele nos achou. – gritou Aisha.
– Correm. – gritou Marie e já correndo.
Atrás de nós vi muitos elefantes espíritos passando pelas árvores e correndo em nossa direção.
Lin e Aisha foram na minha cabeça enquanto eu corria que nem louca e Daniel correndo ao meu lado.
“Eles estão nos cercando.”, disse cachorro espírito correndo na nossa frente.
– Droga, o que vamos fazer? – perguntei.
– Só correm. – gritou Marie – Precisamos ir por outro lado.
Gritei sentindo algo agarra minha perna esquerda e cai no chão vendo uma planta verde envolvendo com força a minha perna.
– Érica. – Daniel parou e foi ao meu lado.
– Eu estou sentindo… – ouvimos um grito masculino bem grosso – Te peguei, agora meus elefantes pisaram em você, sua monstra desgraçada.
– A planta é forte. – Daniel foi tentar destruir a planta, gritou por cachorro espírito – Ben, faça alguma coisa.
“Não posso, nem posso me aproximar dessa planta.”, disse bem assustado.
– É o poder do próprio Sagrado Elefante Branco. – disse Aisha – Nem nós podemos destruir a planta.
Os elefantes espíritos foram se aproximando e senti medo por saber que vou ser pisoteada.
Do nada senti uma queimação por todo meu corpo e dei um rugido bem alto e forte, e senti que não sou que estou controlando o meu próprio corpo. Na hora que os elefantes espíritos estavam quase em cima de nós, um muro de fogo surgiu entre nós e os elefantes espíritos, fazendo eles se afastarem de medo.
– Agora. – Marie apareceu do nada ao meu lado junto com um tigre feito de fogo.
Ele me olhou com olhos amarelos, Marie tocou as costas dele e o tigre encostou a pata na planta, rapidamente a planta virou cinzas.
– Vamos. – a cauda da Marie agarrou minha cintura e me arrastou enquanto estava rastejando bem rápido.
O muro de fogo continuou na frente dos elefantes, mas sumiu quando todos nós chegamos ao outro lado do mato e bem na entrada da floresta colorida. Os elefantes espíritos voltaram a correr até que o tigre fogo foi na nossa frente e rugiu para eles.
Aí apareceram animais predadores feitos de fogo e rosnaram.
Os elefantes espíritos pararam e fugiram bem rápido até que sumiram.
– Ufa. – Daniel deitou no chão e suspirou – Achei que fosse morrer mesmo.
– Agora estamos seguros. – Lin riu – Nem o Sagrado Elefante Branco pode usar os poderes aqui.
– Mas agora o narigão sabe que estamos aqui. – Marie resmungou e agradeceu por tigre de fogo – Obrigada.
Ele assentiu e os outros predadores de fogo foram embora.
– O que são eles? – perguntei.
– São Elementares, espíritos que têm ligação forte com os elementos da natureza. – Lin explicou – Os predadores são com o elemento fogo, os marinhos com o elemento água, herbívoros com elemento terra e os voadores com elemento ar.
– Legal, eles usam poderes?! – sorri – Foi o tigre de fogo que fez aquele muro.
– Não foi ele. – disse Marie, me encarando bem séria – Elementares não podem usar os poderes no mundo espiritual, essa é uma lei muito séria. Eles têm essa floresta só para eles com uma condição de nunca manifestar os poderes aqui.
Se não foi ele e nem os outros predadores, então quem fez aquele muro de fogo?
– Mas ele usou quando me libertou da planta.
– Ele não usou o poder dele, usou uma parte da minha energia. – Marie respirou fundo e disse por tigre de fogo – Nos leve até ela.
O tigre de fogo abaixou a cabeça e mostrou um caminho pela floresta.
– Não vai demorar muito para aquele narigudo tentar ir atrás de nós. – Marie levantou – Vamos logo e segui-lo.
Cristina - Humanimal Híbrida ( Onça-Pintada/ Leoa)
– Não se preocupe, ela vai ficar bem. – falei para acalmar a Yara – Até a irmã prometeu cuidar dela.
– Eu sei, mas ela é…
– Sim, atacar primeiro e depois pensar direito. – resmunguei – Mas talvez elas encontram a… A Sagrada Tigresa Branca e vai ajudá-las.
– Espero que sim, vou ficar rezando para que os espíritos dos ancestrais protejam ela.
– Sim, ela realmente vai precisar. – ri e vi as mulheres da aldeia ajudando as indígenas preparando os alimentos – Parece que elas precisam de ajuda…
– Não, eu vou ajudar os feridos. – Yara disse meio rápida e se afastou do olhar das mulheres.
Foi aí que lembrei que Yara não se dá muito bem nem com as indígenas da sua aldeia por causa do seu namoro com a Marie.
Até ouvi as conversas de longe:
“Como ela aguenta aquela fera?”
“Ela é assustadora, com certeza é a reencarnação da Caninana.”
“E usou um feitiço maligno para controlar os sentimentos da Yara.”
“Por causa dela a Yara foi expulsa de casa porque não quis casar com o grande guerreiro que o pai dela escolheu para ser um bom marido para a filha.”
– Yara. – vimos Iracema se aproximando de nós – Preciso de ajuda para cuidar das crianças, vamos.
Yara sorriu e se despediu de mim, sorri para Iracema e ela piscou um dos olhos.
Iracema cuidar da Yara como se fosse filha dela, deu um teto e comida com todo carinho. O pai da Yara tentou pedir a expulsão da Iracema por ajuda a alguém que não merece, mas o cacique recusou por ela ser amiga da Sagrada Tigresa Branca.
– Está distraída?
Falando dele.
Sorri olhando para um homem indigena meio jovem, corpo bem forte e reconheci uma pena de tucano no meio dos cabelos longos e pretos.
– Olá pra você também. – deu um sorriso – Cacique Moacir.
Ele foi nomeado cacique poucos meses atrás quando o pai dele morreu de ataque cardíaco. Mesmo sendo meio jovem, ele é muito determinado e protetor com o seu povo, até meu pai admirar as ações dele como líder. Nos conhecemos desde que éramos crianças e brincávamos enquanto nossos pais conversavam.
– Nem precisa ser tão formal, já que você é a primeira filha do guardião líder.
Os indígenas nos chamam de guardiões e eles acham mesmo que somos seres sobrenaturais criados pelo Tupã para proteger os povos indígenas e a floresta. E somos seres vivos mais ou menos como humanos normais, mas é melhor agir de acordo com o universo deles.
– É você que não precisa ser tão formal comigo, jovem mortal. – ri de mim mesma.
– Desculpe. – riu – Eu vi avisa o guardião líder que reunimos mais povos indígenas sendo vítimas daqueles que destrói a natureza.
– Mais apareceram?!
– Sim, e estão vindo cada vez mais com fogo e máquinas gigantes.
Droga, meu pressentimento está crescendo ainda mais.
– Irmã. – um gritinho chamou nossa atenção, e vi a Fátima correndo até a mim – Blaire precisa de ajuda, e a vovó ainda não voltou.
Essa não, outra vez.
– Já vou indo, até mais. – Moacir virou de costas e acenou enquanto estava se distanciando.
– Interrompi seu namoro. – Fátima riu.
– Nem vem, irmãzinha. – ri e baguncei – Vamos cuidar da Blaire.
Ela me levou até o campo de treinamento e já ouvi gritos, rapidamente desviei quando um dos guerreiros caiu com tudo no chão. De longe vi Blaire na sua forma tigresa humana e lutando contra muitos guerreiros.
– Essa menina, se acalme. – gritou Felipe e tentou dar golpe com sua grande cauda de crocodilo.
Mas Blaire desviou e se afastou rosnando.
A alma animal da Blaire é alma de tigresa, é alma predadora bem poderosa igual da nossa avó, então afeta ainda mais a força e sentimentos dela, e a alma tigresa da Blaire é bem complicada.
Por isso Vó Clarisse recomendou Felipe ser o mentor da Blaire, além de ser ex-aprendiz da vovó, ele é Humanimal Crocodilo bem forte e ótimo para controlar a força da tigresa da Blaire.
Mas realmente a alma tigresa é bem forte, por isso Felipe precisa da força tigresa da vovó para acalmar a tigresa da Blaire.
– Procure a vovó. – falei para Fátima – Eu cuido dela.
– Tome cuidado. – disse antes de ir.
Vai ficar tudo bem, eu já fui aprendiz da vovó e sei muito bem o que ela faria. Assumi minha forma leoa-pintada e corri em direção da Blaire.
Ela me viu e se preparou para meu ataque, diminui a velocidade e esperei ela vir pra cima de mim. Deu um grande salto e ergueu suas garras, rapidamente desviei e dei forte soco no seu estômago, ela gritou bem forte e cravou as garras bem profundamente no meu ombro esquerdo.
Segurei a dor e agarrei seu pescoço, com a empurrei e a prendi no chão. Aproximei meu rosto na dela e soltei forte rugido na sua cara, mostrando que sou bem forte do que ela.
Ela ficou parada e ficou me encarando, sorriu para mim e disse com duas vozes femininas:
– Espero lutar com você de novo.
Voltou na forma humana e gritou de raiva:
– Que dor, me solte.
Soltei seu pescoço e sai de cima dela.
– Maldita tigresa. – Blaire sentou e resmungou bem furiosa – Falei que eu não queria lutar, mas essa viciada em lutas é bem teimosa e não me escuta.
– Seu erro foi deixá-la assumir seu corpo bem fácil. – disse Felipe, bem sério – Precisa treinar mais seu controle contra ela, parece que ela é a verdadeira dona do seu corpo.
– A culpa é sua, você a desafiou e claro que ela assumiu meu corpo para lutar.
– Era pra você ter negado o controle dela, a força da sua alma está bem fraca do que a alma tigresa.
– Agora ela gostou de você, é melhor nunca assumir sua forma animal humana na minha frente. – rosnou pra mim e foi embora pisado furiosa – Maldição.
Assumi minha forma humana e respirei fundo.
– Você foi muito bem. – disse Felipe, rasgou uma parte da camisa e entregou pra mim – Cobre o ferimento e vai até a Lucinda.
Agradeci e ele foi atrás da Blaire.
Coloquei o lenço sob meu ombro ferido e vi que o sangramento parou. Além de ter duas almas animais misturadas, meus ferimentos se curam mais rápido do que os Humanimais.
– Tudo bem? – quase assustei quando vi tio César ao meu lado.
– Sim. – rapidamente cobrir o ferimento – O que está fazendo aqui?
– Estava patrulhando com minha mãe e Fátima nos encontrou, e vir aqui para cuidar da Blaire.
– Eu já cuidei dela.
– Eu notei. – sorriu e olhou para meu ferimento – Não se preocupe, quando conseguimos salvar a floresta, seu pai aceitou meu pedido de levar Blaire comigo para treinar na Índia.
– Ela não vai gostar disso. – ri sabendo que ela é do tipo que não gosta de treinamento pesado.
– Ela vai, nós somos Humanimais Tigres, ela vai entender. – tio César riu.
– Tio César… – dei uma pausa – Foram mesmo Gabriel e Luiz que falaram pra vir aqui?
Ele me encarou e deu um meio sorriso.
– Sim, mas bem que senti que eu deveria estar aqui. – cruzou os braços – Com certeza isso é obra da Liadan, mas o que ela está fazendo agora?
– César. – Melody, Humanimal Sereia e a segunda do comando do grupo, se aproximou correndo – Encontramos três cidadãos incendiando a parte norte da floresta.
– Chame Sasha, Ash e um aprendiz, eu vou depois. – disse tio César e Melody assentiu antes de ir – Eu vou avisar o Jurandir, vamos.
O segui e fomos até a aldeia, e Clara apareceu na minha frente e montada em cima de uma onça-pintada.
– Irmã, está chegando.
– Chegando?!
– Nosso irmão ou irmã vai nascer.
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