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Capítulo 8

Érica (Humanimal Híbrida - Tigresa/Anaconda)

Muitas pessoas foram aparecendo na aldeia, maioria são indígenas assustados e feridos. Os Humanimais foram cuidando deles com água e curativos.

– O incêndio atingiu a aldeia deles. – disse Lin – Graças aos ancestrais que ninguém foi morto.

– Isso é horrível, tiveram de sair do próprio lar. – falei fraca.

– Vou cuidar dos feridos. – Aisha avisou e Lin ficou comigo.

– Vamos ajudá-los. – falei.

Falei para as mulheres e pediram para levar garrafas com água para cada indígena. Fui dando com ajuda do Lin, e recebi muitos sorrisos de agradecimento deles.

Fui olhando os guerreiros e senti falta do Daniel.

– Onde está o Daniel?

– Seu namorado Humanimal cachorro?

– Ele não é meu namorado. – resmunguei.

– Bem, ele estava te esperando no lado de fora da cabana quando você estava apagada, mas soube que o alfa o chamou.

– Alfa?!

– Ei, você. – na minha frente apareceu um homem jovem bem forte, pele escura, cabelos raspados e sorrindo para mim – Foi mal, parece que estou vendo um anjo em pessoa.

Fiquei bem confusa.

– Seus cabelos brancos e longos são bem lindos. – se aproximou e foi estendendo uma das mãos – Me dá vontade de tocá-los.

Rapidamente me afastei dele.

– Ei, cuidado. – Lin foi na minha frente – Ela está sob minha proteção.

O homem me encarou e riu:

– Você realmente não é como a Marie, ela teria arrancado minha mão.

– Gabriel. – Cristina apareceu ao lado dele – Já falei para não fazer nada de idiota com ela.

– Que maldade, eu sou um bom cavaleiro.

– Érica, esse é o Gabriel. – Cristina sorriu – Nosso primo, filho do tio César.

Então ele é meu primo?!

– Desculpe pelo o que ele disse, é um grande idiota. – Cristina deu soco fraco no ombro dele – Mas ele é gente boa, só nunca apresente suas amigas para ele.

– Não seja estraga prazeres. – Gabriel riu.

– Gabriel?! – Lin ficou surpreso – Você mudou.

– E o seu tamanho não.

– Ora, seu… – Lin bufou.

– Não acredito no que estou ouvindo. – uma mulher cega apareceu e sorriu – Lin, é você?

– Sasha. – Lin gritou e correu para abraça-la.

– Quem é? – perguntei para Cristina.

– Sasha, é amiga de infância da sua mãe. – sorriu.

–  Minha nossa. – Sasha se aproximou de mim e tocou no meu rosto de surpresa – Liadan tem outra filha, pela voz sei que você é bem mais simpática do que a Marie, qual é seu nome?

– Érica.

– Nossa, você me lembra da Liadan quando éramos jovens.

– Eles estão vindo. – uma voz feminina gritou bem alto.

A multidão abriu o caminho para um grande grupo de pessoas novas. Na frente deles, achei que era um homem, mas pelo corpo vi que é uma mulher loira com aparência masculina, até veste roupas como homem.

O corpo dela é forte, mesmo assim ela é bem linda.

Atrás dela apareceram os homens e mulheres vestindo roupas de batalhas pintadas de listras pretas. No meio deles surgiu um homem bem forte, pele bronzeada,  cabelos curtos e cacheados, e notei duas grandes cicatrizes no lado esquerdo do pescoço dele.

– César. – vovó Clarisse correu para abraçar o homem.

César?!

Quer dizer que ele é irmão da minha mãe que mora na Índia, e é meu tio.

– Mas acabei de mandar a mensagem e… – vovó Clarisse ficou séria.

– Que mensagem? – César olhou para o homem jovem loiro ao lado dele – Ele ficou falando para vir aqui, até para os os meus melhores guerreiros.

Fiquei focada no homem loiro, o rosto é bem parecido com o do César. Mas a pele dele é bem branca, corpo com poucos músculos e a cauda dele…

É cauda de leão com listras pretas.

– Luiz. – vovó Clarisse o abraçou – Você cresceu tanto e sinto que está bem forte.

– Graças a suas dicas de treinamento, Vó Clarisse. – disse bem calmo e sério – Muito obrigado.

– Também, por causa disso o Rei Leão Indiano quer que Luiz seja capitão dos guerreiros deles. – César suspirou – Não posso fazer nada já que Luiz é parente dele.

– Ainda não decidi a proposta dele. – disse Luiz – Quero treinar ainda mais.

– Mas você passa mais tempo treinando com os monges do que treinar comigo. – César fez cara de bravo.

– O treinamento deles não é exagerado e nem bruto.

– O quê? – César rosnou – Seu irmão gosta de treinar comigo, quero meus meninos treinando juntos.

– Gabriel é mais como você, só pensa nos músculos do que o cérebro.

– Como você é engraçado. – César rosnou mais ainda.

– Pai, Luiz. – assustei quando Gabriel gritou ao meu lado – Essa mocinha é outra filha da tia Liadan.

Rapidamente os dois me encararam. Tio César se aproximou e disse com sorriso:

– Você é a cara da vovó. – depois disse bem sério – Por favor, fale que você não é como a Marie.

– Vovó?! – perguntei confusa.

– É apelido que ele chama a Tia Liadan. – Gabriel riu.

– É um prazer em conhecê-lo, tio César. – falei com calma.

– Ufa, já gostei de você. – tio César deu longo sorriso – Pode me chamar de titio favorito.

Luiz se aproximou e sorriu pra mim.

– Prazer te conhecer, prima. – disse com educação – Meu nome é Luiz.

Que educado, bem diferente do Gabriel e o tio César.

– Como estão a Célia e a Rubi? – Vó Clarisse perguntou.

– Estão muito bem. – tio César disse com orgulho – Célia queria vir aqui, mas alguém precisa cuidar da Rubi… Já que ela está esperando nosso outro filho.

– Que legal. – vó  Clarisse o abraçou – Parabéns, meu filho.

– Diga parabéns pra ele também. – tio César deu meio tapa na cabeça do Gabriel – Tenho três pais furiosos e três novas noras grávidas.

– Bate nele com mais força. – Vó Clarisse rosnou.

– Nossa, vó. – Gabriel riu – Vai ter bisnetos e a linhagem dos Humanimais Tigres vai crescer ainda mais, não está feliz?

– Ficaria se meu neto não fosse tão mulherengo.

– E meu pai? – apontou por tio César – Ele tem duas esposas.

– Mas eu amo só as duas, não tenho olhos para outras mulheres que não sejam minhas lindas esposas.

– Nem vem porque você também tem culpa, você não educou seu filho direito por tomar cuidado e sobre o relacionamento com as mulheres. – tio César ficou pálido quando viu que vô Raoni apareceu – Clarisse…

– Sim, vamos ter uma conversa bem rápida com os dois. – rapidamente vó Clarisse segurou as caudas do tio César e do Gabriel, foram gritando de dor enquanto ela dos puxavam para irem dentro em uma das cabanas com vô Raoni.

– Que família fora do comum, não é? – Luiz deu um sorriso pra mim antes de ir para se juntar com os guerreiros.

– Como viu, Luiz também é Humanimal Híbrido. – Cristina sorriu – Gabriel também. Os dois têm partes da alma tigre, mas Luiz tem parte leão enquanto Gabriel tem parte alma lobo.

– É mesmo, Daniel foi falar com o Alfa. – perguntei para Cristina – Onde eles estão?

Cristina e Lin ficaram quietos e se olharam.

– Eles estão no clã dos lobos, é meio longe e… – Cristina disse com nervosismo.

– Me leve lá, preciso falar com Daniel antes de eu ir com a Marie no mundo espiritual.

– NÃO. – Cristina e Lin gritaram juntos.

– Por que não? – perguntei confusa.
– Érica, é melhor não ir ao clã dos lobos. – Cristina disse com calma.

– Por quê?

– É que não é uma boa ideia, precisamos ir logo e… – Lin gaguejou ainda mais.

– Tudo bem, vou encontrar o clã dos lobos, sozinha. – bufei.

– De jeito nenhum. – Cristina foi rapidamente na minha frente.

– Os Humanimais e o Clã dos Lobos não são aliados? – cruzei os braços – Pelo jeito que estão falando, parece que eles são inimigos.

– Eles não são. – Cristina deu longo suspirou – Tudo bem, nós vamos com você, só tem que prometer que não vai falar com o alfa.

– Principalmente não fale com ele sobre seu pai. – Lin disse e gritou furioso para ele mesmo.

– Ele conhece meu pai?!

– Por favor, te explico depois. – Cristina explicou – Só que tudo ficará bem se não falar com o alfa.

Nossa, será que esse alfa é tão terrível assim?

Até Daniel não é muito fã dele, então foi falar com ele?

– Então vamos antes que a Marie volte. – Lin disse.

***

Cristina estava na frente enquanto Lin vigiava por trás, andamos pela floresta em direção ao norte. Muitos minutos depois, nós chegamos em uma aldeia parecida com a aldeia dos Humanimais, só que só tem Humanimais Lobos e muitos tipos de cachorros.

Fomos surpreendidos por pastores alemães e vira-latas latindo e nos cheirando.

– Não acredito. – Jeordana apareceu e os cachorros ficaram quietos, sussurrou para Cristina – Por que ela está fazendo aqui?

– Daniel.

– Meus ancestrais, ele ficará louco. – olhou pra casa de pedra bem maior que as outras, agarrou um dos meus braços – Vem comigo.

Com força ela me puxou e me evitou para dentro de uma das casas de pedra, Lin e Cristina entraram comigo.

– Vou trazer o Daniel, fique bem quieta aqui. – Jeordana fechou a porta e foi embora bem rápida.

– Nossa, esse alfa terá um ataque de raiva quando me ver? – perguntei.

– Bem… – Cristina ia falar.

Até que notamos que não somos só três dentro de casa.

– Outra vez não. – no canto vimos um mulher bem alta, pele com manchas bronzeadas, cabelos pretos com fios brancos bem bagunçados, e notei uma cicatriz no olho esquerdo dela – Já falei para essa cobra peluda não entrar na minha casa.

Gritou furiosa e correu na minha direção, até que surgiu outra mulher ao lado dela e deu um grande soco bem na cabeça da mulher furiosa. Os braços cheio de cicatrizes me chamou atenção, a outra me encarou enquanto a vi que a pele dela é morena, vestindo um vestido simples, seu cabelo preto e curto, e vi que a sua cauda…

Ela é Humanimal Pantera Negra.

– Sua loba idiota, ela não é a Marie. – disse a mulher morena e me encarou de novo – Nem a Liadan.

– Desculpe, Tara. – Cristina se ajoelhou – É que a Jeordana…

– Quem é ela? – perguntou Tara, com voz bem séria.

– O nome dela é Érica, e é outra filha da tia Liadan.

– Mais uma… – Tara se aproximou de mim, fiquei bem quieta até que ela sorriu do nada – Aquela tigresa não fala nada mesmo, prazer te conhecer.

– Prazer… – falei fraca.

– Desculpe, meu nome é Tara. – riu apontando pra mulher furiosa gemendo de dor – E esta loba idiota é Luna, minha esposa.

– Elas são grandes amigas da sua avó. – Lin sussurrou pra mim.

– Liadan teve mais uma filha?! – Luna se levantou devagar e resmungou – Ótimo, mais uma Marie irritante.

– Não, ela é completamente oposto da Marie. – Cristina riu.

– Meus ancestrais, então por que a Liadan não a mandou no lugar da Marie. – Luna cruzou os braços – Aquela garota é...

– Olhe a boca. – Tara disse com raiva – Marie é filha da Liadan e neta da Clarisse, tenha mais respeito.

– Tenho respeito com a Liadan e Clarisse, mas aquela cobra peluda é um pesadelo.

A porta abriu e apareceram Jeordana e Daniel.

– Falei que sua namorada estava aqui. – Jeordana disse por Daniel. 

– O que está fazendo aqui? – Daniel agarrou seu cabelo – Tem que ir embora logo daqui.

– Daniel , mas o que…

– Cale a boca e saia desta aldeia. – gritou bem alto.

– Moleque, olha como falar com sua namorada. – disse Luna.

– Não se mete, loba velha.

– Cuidado, lembre que sou sua avó. – Luna rosnou.

Avó do Daniel?!

– O que está acontecendo? – todo mundo gelou quando ouvimos uma voz masculina e grosso no lado de fora.

– Droga, tire ela daqui. – Daniel tirou a camisa e abriu a porta.

Rapidamente pulou em cima de alguém, Jeordana tentou me agarrar até que desviei e saí para ver o que estava acontecendo. Vi Daniel na sua canino pastor belga humano lutando corpo a corpo contra um homem bem forte e cheio de tatuagens nos braços.

– Você esqueceu… – o homem desviou do soco do Daniel e deu um soco bem no estômago do Daniel – Você ainda é bem fraco.

– Daniel. – gritei e chamei atenção do homem.

– Li… – o homem gaguejou – Liadan.

Ele cheirou pelo ar e do nada me encarou bem furioso.

– Você está com o cheiro dele.

Ele se transformou num grande lobo marrom e rosnou para mim.

– Tio Paulo, pare. – Jeornada foi na minha frente – Ela não é a Liadan.

– Ela está certa, mestre. – assustamos quando Marie apareceu, e se curvou na frente do lobo – Ela é outra filha da mamãe.

O lobo parou de rosnar e olhou para mim, depois rosnou antes de ir embora correndo pela floresta.

– Ufa, achei que ele ia surtar de novo. – Jeordana suspirou.

– O que você está fazendo aqui? – Marie gritou para mim.

– Marie. – Jeordana a chamou – Melhor você falar com ele antes, saber que ele vai te escutar.

– Verdade. – Marie assentiu e foi atrás do lobo.

– O que acabou de acontecer? – perguntei e corri para ver Daniel voltando na forma humano e gemendo de dor.

– Ele ficará bem. – Tara ajoelhou ao lado dele – Eu cuido dele.

Lin e Cristina carregaram Daniel para dentro da cabana da Tara, fiquei sentada no chão enquanto ela estava cuidando do Daniel.

– Agora me digam o que preciso saber. – falei bem séria.

Eles se olharam e ficaram quietos, até que Luna finalmente disse em voz alta:

– Já que ninguém falar, eu falo. – Luna me encarou – Paulo sentiu o cheiro do seu pai em você, e ele realmente odeia muito o seu pai.

– Por quê?

– Porque seu pai roubou a mulher com quem o Paulo ama muito. – Luna riu – Sua mãe.

– Quer dizer que… – gaguejei.

– Sim, sua mãe e meu filho, Paulo, eram um casal.

Minha nossa?!

Quer dizer que o alfa Paulo é o ex-namorado da minha mãe?!

E meu pai…

Ai, não quero nem pensar.

– Vocês sabiam, não é? – perguntei e ficaram com cara de culpados, suspirei – Por isso não queriam que eu viesse aqui.

– Sim, digamos que o Paulo ainda não superou o que sente sobre sua mãe. – disse Cristina.

– E ele agora está louco de raiva por descobrir que a Liadan teve outra filha e foi criada por alguém que ele odeia muito, – Luna riu como louca – Liadan nos surpreendem mais ainda.

Espere…

“Ela está certa, mestre.”, lembrei que Marie o chamou de mestre.

– Paulo tem algo com a Marie? – perguntei.

– Sim, ele foi o mentor da Marie. – disse Tara – Quando Marie voltou três anos depois no mundo espiritual, Liadan pediu para que o Paulo fosse o mentor da Marie para treinar lutas e defesas.

– E como esperado, ele aceitou na hora. – Luna resmungou – Ele a criou muito bem como se fosse filha dele, foram muitos anos que essa menina foi uma dor para minha cabeça. A única pessoa dessa aldeia com ela é educada é o Paulo.

– Sim, tio Paulo… – Jeordana parou de falar quando eu a encarei.

– Tio?! – perguntei – Ele não é seu pai?

– Podem trazer um balde com água e uma toalha? – perguntou Tara.

– Sim, vó Tara. – rapidamente Jeordana segurou um dos meus braços – Vem comigo.

Ela me puxou para fora da cabana, pegou um balde e paramos ao lado de um poço com tampa.

– Alfa Paulo é meu tio. – Jeordana falou quando tirou a tampa – Meu pai biológico, irmão mais velho dele, morreu antes de eu nascer. Era para ele ter sido o alfa, tio Paulo assumiu o título e me criou como se eu fosse filha dele para eu assumir o título por direito por causa do meu pai.

– Sinto muito pelo seu pai.

– Tudo bem, tio Paulo é realmente um ótimo pai para mim e cuida bem até da minha mãe.

– Sua mãe e ele…

– Não, eles são casados, não são um casal. – disse meio rindo – Eles só estão juntos para me criarem até eu virar alfa, minha mãe nunca deixará de amar meu pai, assim como tio Paulo nunca deixará de amar a sua mãe.

Então como o Daniel…

– Aposto que você está se perguntando como o Daniel é o filho do alfa Paulo?! – sorriu e assenti – Bem, é que tio Paulo tem uns surtos por saudade da Liadan, principalmente o tempo em que eles eram namorados. Nesse momento ele prefere ficar sozinho.

– Em uma noite ele contou para minha mãe que ele passou uma noite com uma Humanimal da cidade e soube que ela estava grávida. – suspirou – Minha mãe tentou convencer a mulher Humanimal ficar na nossa aldeia, mas ela preferiu morar na cidade para criar o filho dela.

– E o Paulo, ele não quis que ela ficasse para ajudá-la a criar o filho dela?

– Ele até disse que concordaria ajudá-la com a criação dele, mas respeitou a decisão dela. – tirou o balde do poço e deu uma pausa – No dia que a mãe do Daniel morreu, ele veio aqui para finalmente conhecer o pai. Eles conversaram, mas Daniel saiu de raiva e gritou  o alfa Paulo nunca seria o pai dele.

– Por quê? – até hoje ele não me contou o motivo.

– Aí eu não sei. – ergueu o balde – Tio Paulo não me contar e o Daniel é tão cabeça dura quando tento perguntar.

Nossa, Daniel é filho do alfa.

Por quê será que ele nunca me contou isso?

“Florzinha, nunca esconde nada de mim, assim conseguirei te proteger bem.”, lembrei de uma das nossas conversas.

“Não preciso de proteção.”

“Você não treina lutas e não quer me contar o motivo, então você é forçada a ter proteção e serei eu que manterá você longe de encrencas.”

“Por que quer me proteger tanto?”

“Preciso de motivo para proteger uma grande amiga?”, parou na minha frente.

“Seu pagamento é me contar os seus problemas, para não enfrentá-las sozinha.”

“Tudo bem, eu conto meus problemas e você me contará os seus.”

“Fechado.”, disse com um sorriso.

Seu sem-vergonha, você me prometeu.

Jeordana e eu voltamos com um balde cheio de água e uma toalha limpa, e vi Daniel gemendo de dor.

– Ai, meu estômago. – resmungou – Aquele desgraçado…

– Não fale assim do seu pai. – gritou Luna.

– Ele não é meu pai. – Daniel gritou ainda mais forte – Minha única família é o clã do Chefe.

– Seu moleque… – Luna quase foi pra cima dele até que Tara a encarou bem séria.

– Com licença. – chamei atenção deles – Posso conversar com o Daniel em particular?

Tara e Luna se olharam e assentiram, saíram junto com a Jeordana, Cristina e Lin. Deixando só eu e Daniel sozinhos.

– Florzinha… – gemeu quando se esforçou para sentar – Está tudo bem?

– Por que não contou que alfa Paulo é seu pai? – perguntei bem séria.

– Porque ele não é meu pai. – resmungou.

– A Jeordana me contou, pode parar de mentir. – cruzei os braços – Já estou cansada de tantos segredos, e você prometeu.

Daniel olhou para mim e voltou a olhar no chão.

– Isso não é da sua conta.

Ouvi aquilo me deixou sem palavras, tive até que me segurar pra não gritar.

– Tem razão, não é da minha conta. – levantei e fui em direção à saída.

– Onde você vai? – perguntou.

– Não é da sua conta. – falei firme – Volte pra cidade e avise o Chefe sobre meu pai.

– Onde você vai? – gritou alto – Vamos voltar para a cidade juntos.

– Já falei, não é da sua conta.

Quase sai até que ele gritou bem alto.

– Ele sabe de você, Liadan contou que tem outra filha. – respirou fundo – Quando ele soube que eu sou seu amigo, ele me ofereceu um lugar no clã dos lobos se eu deixasse o grupo do Chefe e…

Deu uma pausa e resmungou:

– Então falei que então prefiro viver no grupo do Chefe e falei que prefiro morrer do que chamá-lo de pai.

– Foi por isso mesmo?! – perguntei surpreendida.

– É claro… – disse meio abaixo – O grupo do Chefe e você, são mais importantes do que ele.

Fiquei em silêncio, e perguntei bem séria:

– Você me ver mais do que uma grande amiga?

– É… É Claro. – gaguejou – Afinal eu te…

– Se isso é verdade… – bati forte no chão – Então por que está mentindo pra mim?

– O quê?! – fez cara de confuso – Eu não menti.

– Eu te conheço muito bem e já estou boa em descobrir que estão mentindo pra mim. – rosnei – Conte logo a verdade, esperava que pelo menos meu melhor amigo conte a verdade.

Daniel desviou o olhar e ficou quieto.

– Finalmente te achei. – Marie nos assustou aparecendo do nada, me encarou bem séria – Está na hora de irmos.

– Ir à ontem? – perguntou Daniel.

– Daniel. – chamei atenção dele e levantei – Volte pra cidade e conte para o Chefe, ele com certeza vai ajudar a encontrar meu pai.

– Ontem você vai? – perguntou bem alto.

– Vou fazer o que deveria ter feito faz tempo. – gritei – Vou encontrar minha mãe, e forçá-la a me ajudar a salvar meu pai.

– Sua mãe… – ficou em choque – Quer dizer vai ao mundo espiritual?!

– Sim, então vamos logo. – Marie disse impaciente.

– Não, você não pode ir. – Daniel agarrou uma das minhas mãos.

– Por que eu deveria obedecer você? – soltei minha mão dele.

– Porque sou seu amigo.

– Até você está mentindo pra mim como muitos fizeram comigo a minha vida toda. – dei as costas pra ele – Já estou cansada de tantos segredos, está na hora de encontrar minha mãe e salvar meu pai.

– Érica… – Daniel tentou se aproximar de mim até que Marie o empurrou para longe de mim.

– Já estou cansada do drama do seu namorado cachorro. – Marie segurou meu pulso e me puxou com força – Não temos tempo a perder.

– Ei, solte-a. – Daniel foi impedido quando Lin e Aisha apareceram ao nosso lado.

– Está tudo pronto? – Marie perguntou para Aisha.

– Sim, tudo pronto.

– Ótimo, vamos logo.

***

Marie me levou até um rio grande e do outro lado está um tipo de mini ilha e vi uma árvore gigante no meio da ilha. E vimos a Lucinda, Cristina, Alfa Paulo e Vó Clarisse nos esperando.

– Está tudo pronto. – Lucinda se aproximou – Tem certeza disso?

– Sim. – disse Marie bem séria, olhou para Lin e Aisha atrás de nós e eles assentiram.

– Tudo bem. – Lucinda se aproximou de mim e usou um tipo de tinta azul para fazer um desenho na minha testa – Isso faz te proteger na entrada para o mundo espiritual, já que nunca entrou antes.

Se afastou e a Vó Clarisse se aproximou de mim e me abraçou.

– Boa sorte, minha neta. – se afastou para acaricia meu cabelo e disse bem séria para Marie – Tomem cuidado.

Marie assentiu e encarou Alfa Paulo na frente dela.

– Que espíritos dos nossos ancestrais te guiam e que te ajudam para a missão. – disse Alfa Paulo, bem sério.

– Obrigada, mestre. – Marie se curvou na frente – E obrigada por tudo que me ensinou.

Ouvimos passos se aproximando e surpreendi vendo a Yara correndo como louca e gritando com choro: 

– Marie, espere.

– Segurem ela. – Marie rosnou.

Rapidamente Alfa Paulo reagiu e segurou Yara pelos braços. 

– Marie… – Yara chorou bem alto – Sei que dessa vez é bem grave, o inimigo…

– Vai embora, isso não é assunto seu, humana. – Marie gritou bem grossa.

– Marie, não fale assim com ela. – falei e ela me encarou furiosa.

– Amor, sei que é bem forte e confio na sua força. – Yara se ajoelhou e chorou ainda mais – Mas mesmo assim eu te amo muito, não posso deixar de ficar preocupada, você é a minha amada e…

Silenciou quando Marie ficou na frente dela, e beijou os lábios da Yara de surpresa. Marie deu outro beijo na testa e disse com voz suave:

– Já te falei antes, sua humana bobinha. – sorriu – Sempre voltarei para te ver.

Alfa Paulo a soltou e Yara abraçou Marie.

– Pelo menos ela tem alguém que a ama de verdade do jeito que ela é. – Aisha riu – A única ser viva que ver o verdadeiro coração da Marie.

Marie limpou as lágrimas nos olhos da Yara e disse grossa para Cristina:

– Cuide bem dela.

– Nem precisa pedir. – Cristina riu e foi ao lado da Yara.

Vimos um barco parando na margem e Marie gritou para nós entramos nele. Entrei no barco e olhei mais uma vez para Vó Clarisse acenando, Alfa Paulo me encarando e Cristina acalmando a Yara.

– Yara. – gritei alto e chamei atenção dela – Juro pela minha alma animal que vou proteger a Marie, então pode ficar tranquila e esperar por ela.

Yara olhou pra mim e deu um grande sorriso.

– Pra que isso? – perguntou Marie – Não preciso de proteção.

– Mesmo assim é uma promessa. – sorri – Principalmente para alguém que te ama muito.

Marie desviou o olhar e ficou quieta enquanto o barco nos afastava da margem e indo para o outro lado do rio.

Pouco tempo depois chegamos ao outro lado, Lin e Aisha foram na frente enquanto andamos pela mini floresta da ilha. E fui sentindo uns sentidos estranhos, como se tivesse sentindo muitas coisas ao mesmo tempo.

Notei que estamos nos aproximando da árvore bem maior que as outras, e esses sentidos foram aumentando cada vez que nos aproximamos da árvore.

Finalmente chegamos e vi que a árvore grande é uma mafumeira, e de perto é bem enorme mesmo.

Lin e Aisha se ajoelharam perto das raízes da árvore. Marie também se ajoelhou e disse bem alto:

– Sumaúma, primeira árvore e mãe de todas as árvores dessa floresta. – se levantou – Eu sou Marie, filha da Liadan, a Sagrada Tigresa Branca.

Senti um vento forte e notei um movimento no tronco da árvore. E assustei vendo as linhas da árvore se formando o  rosto de uma idosa humana.

Minha nossa, bem igual da árvore da Pocahontas.

Há quanto tempo, filha da Liadan.”

Quase entrei em choque quando o rosto olhou para mim.

Vejo que encontrou a parte que foi separada de você.”

– Menos papo. – Marie foi na minha frente – Preciso que nos deixe entrar no mundo espiritual.

Entendo, assim os Sagrados não sentiram vocês quando entraram no mundo espiritual.”

– Vai nos ajudar ou não?

Claro, filha da Liadan.”

As raízes se mexeram e foram na nossa frente.

– Toque na raiz e fique não solte. – disse Marie.

Respirei fundo e toquei uma das raízes, senti como se todo corpo ficasse dormente e veio uma energia bem forte se espalhando. Marie, Lin e Aisha tocaram as raízes e seus corpos foram sumindo.

Fiquei de joelhos e segurando a raiz bem firme.

– Érica. – choquei quando ouvi sua voz e o vi correndo na minha direção.

– Daniel. – gritei.

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