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Capítulo 7

Érica (Humanimal Híbrida - Tigresa/Anaconda)

Estou correndo atrás de uma tigresa branca enquanto atrás de mim surgem sombras se aproximando cada vez mais.

Consegui segui-la até chegar numa árvore gigante, a tigresa branca olhou pra mim e entrou nas raízes das árvores. 

Não sei o que fazer, então fiquei parada vendo as sombras se formarem em criaturas pretas me encarando e mostrando seus dentes cobertos de sangue e se aproximando de mim.

Até que ao meu lado apareceu um tigre branco bem grande, ele me encarou e disse com voz fraco:

Érica…

Érica…

Acorde.

Acordei assustada e vi Cristina ao meu lado.

– Graças aos ancestrais. – deu grande sorriso – Você acordou.

– O que… – gemi de dor quando sentei e senti uma tortura – Ai, minha cabeça está girando.

– Calma. – Cristina me deitei de volta.

– Trouxe água. – veio Ivete segurando uma garrafa com água.

Bem devagar, Cristina segurou a garrafa enquanto eu bebia água bem devagar.

– Chamo o papai? – perguntou Ivete.

– Sim… – deu uma pausa – E avisa eles também.

Ivete assentiu e saiu correndo.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Do que se lembra?

– Estava com Daniel e… – rapidamente lembrei meu pai ao lado do homem – Meu pai, ele…

Quase caí na rede e notei que minha perna esquerda está amarrada numa coluna de madeira.

– O que é isso? – perguntei assustada – Por que estou amarrada?

– Finalmente acordou. – na entrada entrou figuras com capuzes e máscaras.

– Qual é seu nome? – perguntou a voz feminina vindo da máscara de rato branco.

– Érica. – respondi e perguntei séria – Posso saber quem são vocês?

– Ela não é o que imaginei. – disse a voz masculina vindo da máscara de aranha branca com olhos azuis – Sinto que ela não é como a Marie.

– Mesmo assim ela é a filha da mestra. – disse Mascarada Rata.

– Quem são vocês? – perguntei com raiva.

– Melhor não ficar com raiva. – disse bem séria – Não quero que você tente me matar, de novo.

– O quê?!

– Melhor esperar lá fora. – disse para Cristina – E fale para seu pai também esperar.

Cristina assentiu e olhou pra mim antes de sair.

Mascarada Rata se aproximou de mim, abaixou o capuz e tirou a máscara. Revelando ser uma mulher albina, corpo magro e cabelos bem curtos.

Outro mascarado vez a mesma coisa, revelou ser um garoto albino, pela aparência ele parece ter uns 14 anos de idade, e ficou de olhos fechados.

– Prazer em conhecê-la. – a mulher se curvou – Meu nome é Aisha, e o nome dele é Lin.

– Vocês são albinos, como eu. – falei em voz alta.

– Sim, mas fomos um pouco diferente. – Aisha deu uma pausa – Nós somos Sagrados.

Meus ancestrais.

Quer dizer esses dois é um dos nossos deuses e espíritos poderosos que protegem todos os Humanimais?!

– Digamos que somos meio aprendizes. – Lin riu – Ela adora dizer a si mesma como se fosse uma Sagrada formada.

– Cale-se, sou sua veterana. – Aisha resmungou.

– Só está um nível na minha frente.

– Seu…

– Espera quando a mestra descobrir.

– Ei, ainda estou aqui. – falei.

– Desculpe, ele é novo e me enlouquece. – Aisha suspirou – Não sei o que a mestra viu nele.

– Essa mestra é Sagrada, não é? – perguntei com curiosidade.

– Sim, ela é. – Aisha ficou meio nervosa.

– Quais delas? – só sei dos Sagrados pelas histórias do papai.

– Ué, não sabe que sua mãe é nossa mestra?

– Idiota, não era pra ela saber ainda. – Aisha rosnou.

– Mas ela é filha da mestra. – Lin ergueu os ombros.

– E ela não foi…

– Que maravilha. – ri – Não só minha mãe nunca me visitou e nem meu pai, porque estava muito ocupada cuidando da outra filha e treinando seus aprendizes.

Suspirei.

– Pelo menos vocês não se parecem com a Marie.

– Graças aos Sagrados, me pergunto por que a mestra não cuidou de você ao invés da cobra peluda nervosinha. – Lin cruzou os braços.

– Ei, olhe como falar. – Aisha disse com raiva.

– Mas é verdade, com certeza a Marie é a reencarnação da Caninana. Ela é brava, violenta e muito chata. – Lin foi falando e não notou que a Marie está bem atrás dele – Se eu tivesse uma filha como ela, eu iria deixá-la numa ilha enquanto eu fugiria por outro planeta.

– Para qual planeta? – Marie perguntou.

Lin ficou mais pálido e virou a cabeça bem devagar para ver a fúria no olhar da Marie.

– Marie, o que falei... – Lin gaguejou.

– Já sei… – surgiu garras prateadas nas unhas da Marie – Seu primeiro pedaço para Marte.

– Marte?

Rapidamente Marie deu um golpe de garras e a perna esquerda do Lin foi cortado em um segundo. Lin deu um grito bem alto enquanto segurava sua perna cortada.

– Bem feito. – Aisha comentou – Quem manda ser boca grande?

– Ele vai ficar bem? – perguntei com choque, e a Aisha está bem tranquila.

– Tudo bem, ele consegue se regenerar. – Aisha cruzou os braços – Então pare de gritar como filhote de coelho.

– Quando isso acontece com você, vai ver só. – Lin choramingou, e a perna dele voltou a crescer.

– Chega de conversa. – Marie levantou a voz – Ela está bem?

– Sim, a energia dela se recuperou e… – Aisha disse.

– Ótimo, então vamos agora.

– Para onde? – perguntou Aisha, confusa.

– É óbvio, ao mundo espiritual.

– O quê?! – Aisha e Lin gritaram ao mesmo tempo.

– Sim, vamos logo.

– Ei, não vou a lugar nenhum com você. – gritei – Eu tenho que salvar meu pai.

– Do jeito que está, nem conseguiria proteger o seu namorado cachorro.

– Daniel não é…

– Vai tentar matá-lo como tentou matar Clarisse, Cristina e eu.

– Quê?! – senti como se o chão tivesse sumido – Eu tentei matá-los?!

– Sorte que os aprendizes da minha mãe apareceram, deveria agradecê-los por impedir você. – Marie cruzou os braços – Porque era isso que aquele maldito queria, estava usando sua raiva para você fazer o trabalho sujo dele.

– Meu pai…

– Para ele seu pai vale mais vivo do que morto, vai mantê-lo vivo portanto que você não caia na armadilha dele outra vez.

– Quem… – perguntei bem fraca – Quem é aquele homem?

Marie ficou quieta e disse bem séria:

– É alguém que a minha mãe está caçando há muito tempo. – deu uma pausa – Porque ele é um ser bem antigo e perigoso para toda existência desse mundo. Aquele que foi o primeiro a aceitar o mal entrar no seu coração.

– Fale logo o nome desse maldito. – gritei.

– É mais conhecido como Caim. – respondeu – O primeiro ser vivo que matou a própria espécie.

– Caim, filho de Adão?

– Ele fez coisas piores que nem os cidadãos sabem, nem nas histórias que eles contam. – Marie explicou – Ele era um dos primeiros humanos quando estava vivo, ele libertou um dos espíritos malignos mais poderoso para ser tornar o ser humano mais forte.

– Para isso ele fez o pior pecado, ele matou o próprio irmão, um humano matou outro humano, alguém da sua própria espécie. – Marie respirou fundo – Por causa dessa ação, os espíritos malignos fizeram que os seres vivos aprendessem a matar a própria espécie, foi se espalhando como uma doença horrível.

– Os Sagrados naquele tempo conseguiram purificar aqueles que foram vítimas, mas alguns seres sob influência dos espíritos malignos se esconderam. – Aisha continuou – Quando Caim morreu, ele se tornou o pior tipo de espírito maligno…

– Ele se tornou o primeiro Amaldiçoado. – Lin rosnou – E foi ele que criou outros Amaldiçoados que criaram os primeiros Sombrios.

– Por que não o mataram logo? – perguntei.

– Os Sagrados o procuram o tempo todo e fizeram muitas coisas, mas ele sempre consegue fugir e se esconder, mandando Sombrios fazerem trabalho sujo enquanto ele se esconde como uma barata. – Lin disse com raiva.

– Ele apareceu nos tempos antigos tendo os amaldiçoados ao lado. – Aisha contou – Ele usou o nome, Príncipe das Trevas. Foi o tempo em que os Humanimais Tigres foram pegos pela maldição.

– Pela surpresa dele, apareceu uma Humanimal Tigresa meio amaldiçoada que podia matar os amaldiçoados. – Marie olhou pela janela – Ela o encontrou na última batalha que os Sombrios estavam ganhando, ela os matou sozinha e conseguiu até derrotar Caim.

– Infelizmente ela conseguiu destruir só o corpo dele e enfraquecer os poderes, o espírito ficou adormecido durante 3 mil anos e viu que ele voltou bem poderoso. – Aisha disse – Com certeza os Sombrios sobreviventes o encontraram, agora ele está fazendo novos Sombrios através dos cidadãos.

– Droga, mas tem como derrotá-lo?! – falei – É só fazer como na última vez…

– Pra ele voltar de novo depois de 3 mil anos e criar Sombrios mais piores ainda? – Marie me perguntou e fiquei quieta – Não, dessa vez ele tem que ser eliminado de uma vez por todas, temos que matar a alma dele.

– É por isso que a mamãe está sumida? – perguntei.

– Sim, ela previu que ele voltaria, principalmente o que ele está planejando.

– Qual é o plano dele?

Marie deu uma pausa e disse bem firme:

– Destruir o mundo espiritual.

– Qual é, isso é impossível.

– Nada é impossível para ele, pense bem. – me encarou séria – Sem o mundo espiritual, sem Sagrados, sem um lugar para os espíritos, e as almas não conseguiram se reencarnar e nem nascer novas almas.

– Assim os Humanimais deixaram de existir, e não nasceram mais cidadãos. – Aisha suspirou – Caim vai criar um mundo só para seres malignos no mundo espiritual e no mundo dos vivos. Nada além de caos, destruição e escuridão profunda.

Não, o mundo que conhecemos…

– Então como vamos matá-lo? – perguntei bem séria.

– Não, eu que vou matá-lo. – Marie me encarou – Mas como você é como eu, vou precisa de ajudar. Principalmente para pegar a arma sagrada.

– O quê?! – Aisha gritou – Ficou maluca?

– Os Sagrados não vão deixar que você fique perto. – Lin disse com nervosismo – Espere até a mestra…

– Minha mãe está desaparecida. – Marie gritou – Não posso ficar parada sem fazer nada, só estou fazendo o que ela com certeza faria.

– Pirou, os Sagrados vão te matar bem antes de você tentar.

– Que arma é essa? – chamei atenção deles.

– A arma que a Humanimal Tigresa usou contra Caim, ou melhor, metade da arma. – Marie disse firme – A Garra dos Espíritos, a arma que consegue matar qualquer tipo de alma, maligna ou não.

– Isso, precisamos dessa arma. – sorri.

– Como ela falou, os Sagrados estão com a metade da arma, a outra desapareceu há 3 mil anos. – Aisha explicou – A arma sumiu depois que Caim foi derrotado, e sua mãe estava usando a outra metade, mas ela deve que dá para os Sagrados pelas ordens do Sagrado Leão Branco.

– Por isso precisamos ir no mundo espiritual, porque sei que alguém que sabe muito bem onde está a outra metade. – Marie resmungou – O problema é que ela com certeza não vai me ajudar.

Marie olhou para mim.

– E sei que ela não diria não para você.

– Não, sua mãe não ia querer isso, principalmente envolver a Érica. – Aisha foi na minha frente – Não posso deixar que faça isso.

Marie se aproximou até ficar bem perto da Aisha.

– Quer mesmo tentar me impedir?

Senti uma energia bem forte saindo do corpo da Marie. Meu corpo arrepiou e vi o corpo da Aisha tremendo, e Lin parecia uma criança bem assustada.

– Maldição. – Aisha suspirou – Então vou ajudar, mas Lin e eu só vamos proteger a Érica.

– Eu também?! – Lin gritou – Por quê?

– O que achar que a mestra vai fazer conosco quando acontece alguma coisa  grave com a Marie, principalmente a outra filha dela?

– Ela desistiria da gente, e deixaria os Sagrados nos matar. – Lin engoliu seco – Então pelo menos podemos chamar a Lena?

Foi aí que Marie reagiu, agarrou o Lin pelo pescoço com força e rosnou bem brava:

– Se mandar um sinalzinho para Lena, você será o primeiro alvo da Garra Sagrada.

– Está bem, está bem, eu juro pela minha alma animal que não vou fazer isso. – Lin chorou implorando.

– Ótimo. – o soltou e foi até  a mim – Então vai me ajudar?

– Sim, mas só se me ajudar a resgatar o meu pai. – falei firme.

– Tanto faz, ele não me interessa.

– Tudo bem, então vai não ter minha ajuda completa. – a encarei – Eu jurarei que vou te ajudar, e você jura que vai ajudar a resgatar o meu pai.

Marie suspirou e pegou uma adaga no seu bolso.

– Eu juro pela minha alma animal que vou te ajudar a resgatar o seu pai. – cortou as cordas prendendo meus braços.

– Juro pela minha alma animal que vou te ajudar a usar a Garra dos Espíritos. – estendi a mão e ela o apertou.

– A mestra vai nos matar. – Aisha choramingou.

– Vamos culpar a Marie. – Lin sussurrou.

– Mas primeiro é melhor controlar sua alma animal. – Marie tocou na minha cauda – Não quero que tente me matar outra vez, vou te treinar enquanto estivemos no mundo espiritual.

– Vamos te ajudar também. – Aisha disse.

– Marie… – Cristina a chamou pela janela – Meu pai quer falar com você.

– Vamos ir à meia-noite. – Marie disse antes de sair e me encarou – Nada de perder tempo, humana.

– Ela me odeia mesmo. – suspirei.

– Não, ela é bem pior com as pessoas que ela odeia. – Aisha cruzou os braços – Ela só não vai com sua cara.

– Afinal, quem é essa tal de Lena? – perguntei.

– Escute bem, nunca fale esse nome perto da Marie. – Lin cobriu minha boca – Ela virar uma verdadeira monstra quando o assunto é Lena, entendeu?

Assenti rapidamente.

– Ufa, desculpe. – Lin sorriu – Que bom que não foram criadas juntas, ao contrário de nós.

– Vocês e a Marie…

– Fomos treinados juntos pela sua mãe. – Aisha contou.

– Desculpe se estou sendo mal educada, mas nunca ouvi falar de um Sagrado Aranha e nem de uma Sagrada Rata.

Os dois se olharam e riram.

– Não tem problema, é que somos Sagrados novatos. – Lin riu.

– Então como? – perguntei ainda mais curiosa – Ouvi que os Sagrados não escolham qualquer um para ser um Sagrado.

– Bem sério mesmo. – Aisha soltou longo suspiro – A mestra demorou muito para convencê-los para nos manter vivos, principalmente nos tornamos aprendizes dela.

– Mas por que eles querem matar vocês?

– Porque éramos Sombrios na nossa vida passada. – Lin respondeu e recebeu um tapa da Aisha.

Com certeza não conseguir disfarçar minha reação.

– Sim, conhecemos a mestra no julgamento espiritual. – Aisha sorriu – Ela nos olhou e disse que merecemos uma segunda chance para salvar nossas almas.

– Entre muitas almas que foram malignas, nós fomos escolhidos pela própria mestra para sermos novos Sagrados para salvar mais almas que foram dos Sombrios. – Lin disse com orgulho – Serei o primeiro Sagrado Aranha Branco.

– Não seremos os primeiros Sagrados. – Aisha revirou os olhos – Seremos os primeiros depois que os primeiros foram expulsos há milhões de anos.

– Isso mesmo. – Lin sorriu bem alegre – Sou grato pela mestra por toda eternidade.

– Sim, ela é incrível. – resmunguei.

– A mestra é uma das Sagradas mais poderosas, com certeza o que ela fez foi por seu bem. – Aisha tocou meu ombro.

– Ignorando a mim e meu pai. – ri.

– Ué, a mestra fala sobre você e seu pai o tempo todo. – Lin comentou.

– Não precisam mentir. – suspirei.

Assustei com um grito alto no lado de fora.

– Fogo, fogo no norte.

Cristina (Humanimal Híbrida - Onça-Pintada/Leoa)

– É sério?!

– Sim, tem um incêndio no território norte. – disse Victor, um dos aprendizes – E está se aproximando de uma aldeia indígena.

– Reúne todos os Humanimais aquáticos. – mandei e ele já foi correndo.

– Pai. – o chamei enquanto ele falava com os guerreiros mais velhos – Me deixe ir para ajudar os indígenas.

Pai assentiu e gritou:

– João e Alexandre, vão com ela.

João é Humanimal Cavalo e um dos guerreiros mais velhos. Alexandre é Humanimal Raposa e guerreiro mais ágil, e é mudo como a mãe dele.

Fui na frente enquanto eles estavam me seguindo. De longe vi fumaça negra aumentando cada vez.

Chegando à aldeia indígena e vimos uma maré de chamas pelas árvores.

– João, evacuar os indígenas e vão para um rio.

– Tudo bem. – assumiu a forma cavalo humano e correu.

– Alexandre, nós vamos salvar os animais.

Ele assumiu a forma raposa humano e confirmou com sinais de mão.

Assumi minha forma leoa-pintada e corremos em direção ao fogo. No chão vimos onças-pintadas, macacos e muitos animais fugindo do fogo.

Ouvi um grito de socorro de um filhote de onça-pintada. O encontrei dentro de um tronco e sendo cercado pelo fogo. Graças aos meus pelos, posso ficar imune ao fogo em poucos minutos.

Entrei nas chamas e tirei o filhote do tronco, o agarrei e saí com um grande salto. Alexandre se aproximou e coloquei o filhote nos braços dele.

Cristina. – João chegou correndo – Eles disseram que tem três jovens que não voltaram.

Olhei pelo incêndio, fechei os olhos e respirei bem fundo. Fui sentindo o cheiro de fogo, plantas queimadas, animais mortos e…

Achei eles. – falei antes de entrar na floresta em chamas.

Desviei de muito fogo pelo caminho até que finalmente encontrei dois garotos e uma menina cercados pelo círculo de fogo. Um dos meninos estava abraçando a menina chorando.

Eles se surpreenderam me vendo entrando pelas chamas e fui na frente deles.

Fiquem atrás de mim. – gritei com minhas duas vozes.

Obedeceram e encarei o caminho na minha frente. Com toda força usei o meu rugido que criou um enorme vento que abriu um caminho livre.

Vão.

Rapidamente eles correram pelo caminho livre. A menina gritou quando uma árvore queimada foi caindo em cima deles. Com velocidade consegui segurar a árvore pelas mãos e gritei para eles correrem o mais rápido possível.

Senti o peso da árvore e a queimação nas minhas mãos.

Droga.

Um grito agudo afastou a árvore de mim, ao meu lado vi Clay Júnior na sua forma leão humano com asas de morcego.

Me agarrou e segurou firme quando foi voando para cima. Segurei bem forte nos braços dele enquanto via o incêndio.

As crianças. – apontei para baixo, elas estavam onde tinha mais fogo.

Tentamos aproximar, mas o fogo foi aumentando. Com esforço conseguimos pousar no local.

Mas as crianças sumiram.

Cuidado. – uma árvore bem grande quase caiu em cima de nós até que uma enorme rede de teia apareceu do nada e nos protegeu.

Estão bem? 

Ao nosso lado surgiu uma mulher meio baixa, pele bem pálida, roupas longas e a reconheci na hora por causa dos seus olhos cinzas.

Sasha?!

Então significa que…

Vamos. – gritou e corremos atrás dela.

Ergueu uma das mãos mostrando uma grande aranha marrom. E foi nos guiando no caminho com menos fogo.

Aliviei quando consegui saímos completamente do incêndio. Mas senti dor da queimação nas minhas mãos e pernas. 

Senti cheiro de água de muitos guerreiros na sua forma de animal aquático.

Agora. – guerreiro boto-cor-de-rosa deu ordem e cuspiu quantidade de água junto com os outros.

E foram impedindo que o fogo se espalhasse.

Espere, as crianças…

– CLAY JÚNIOR. – uma garota bem magra, roupas curtos e cabelos bagunçados foi correndo como louca em nossa direção – Como senti sua falta, meu…

Rapidamente Clay Júnior voou para cima e a garota caiu de cara no chão.

– Meu lindo, deixa eu te abraçar. – a garota gritou com choro.

Clay Júnior fez cara de bravo e se afastou de nós.

– Ele é lindo mesmo bem bravo.

– Minha filha, o que faremos com você? – Sasha suspirou.

Atrás da garota vi um enorme lobo bem diferente. Mais de três metros de altura e toda sua pelagem é de tigre.

Grande mistura de lobo com tigre.

Nas costas dele estão as crianças bem alegres, principalmente a menina fazendo carinho nos pelos dele.

Sorri e aproximei para tocar no seu focinho.

Há quanto tempo, Gabriel.

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